Tempo e espaço na dinâmica migratória japonesa: o caso de Mogi Das Cruzes.
O presente trabalho preocupou-se com a reconstituição histórica dos caminhos que os imigrantes japoneses percorreram desde a sua chegada ao Brasil, em sua maior parte para o interior do estado de São Paulo, para depois se dirigirem até a região de Mogi das Cruzes, investigando os fatores econômicos, sociais e culturais que determinaram a trajetória desse grupo. Em seguida analisou-se os diversos movimentos migratórios internos dos imigrantes japoneses e seus descendentes tendo como base empírica os censos demográficos e fontes adicionais de informação. A região de Mogi das Cruzes foi escolhida por constituir-se na segunda maior colônia japonesa do estado de São Paulo desde 1970 e pela contribuição econômica decisiva dos nipônicos na formação do “cinturão verde paulista”. Uma vez caracterizado o espaço estudando, constatou-se que existe diferença nas variáveis sociais, econômicas e demográficas entre os municípios que compõem a microrregião tanto no que se refere à população total do município como no que se refere à população japonesa. O estudo mostrou o deslocamento dos japoneses desde a chegada em 1908 para as diferentes locais, onde desenvolveram suas atividades, principalmente agrícolas e posteriormente urbanas. A dedicação ao trabalho e a priorização dos estudos, principalmente para os descendentes, deixaram os nipônicos em melhores condições econômicas e sociais. Pode-se observar indícios de que, depois de quase cem anos de sua trajetória em São Paulo e as características da fixação de uma parte considerável de seu contingente na região de Mogi das Cruzes, parcela dos japoneses e seus descendentes dirigiram-se ao Japão, a maior parte temporariamente, engrossando as fileiras dos chamados dekasseguis, fenômeno amplamente analisando na bibliografia recente sobre a emigração do Brasil.