Administração e finanças públicas
FUTEBOL E INTEGRAÇÃO NACIONAL UM ESTUDO DA CONSTRUÇÃO DE REPRESENTAÇÕES SOBRE A NAÇÃO BRASILEIRA DURANTE O GOVERNO MÉDICI (1969-1974)
A análise dos investimentos materiais e simbólicos realizados pelo Governo Médici em atividades como a regulamentação da Loteria Esportiva, a expansão do Campeonato Brasileiro, a construção de estádios fora do eixo Sul-Sudeste, o televisionamento para todas as regiões de partidas da seleção brasileira e a organização da Taça Independência (1972) evidenciam traços fundamentais da construção da nação brasileira. Buscando aprofundar o diálogo com ideias elaboradas por Benedict Anderson para além da menção de que se entende as nações como “comunidades imaginadas”, o discutido permite sugerir que as nações não devem nem ser tratadas como entidades onipotentes – sempre se impondo, inabaláveis, sobre receptores inertes –, nem tampouco compreendidas como onipresentes – capazes de exigir fidelidade integral de seus membros em qualquer contexto.
QUANDO OS CAMPOS SÃO A CIDADE: O ESPAÇO URBANO EM JOGO NAS TRAMAS DO FUTEBOL DE VÁRZEA
O presente artigo problematiza a urbanização de São Paulo (SP) na chave do processo de uso e apropriação do espaço, com enfoque no futebol popular e nos campos de várzea. No primeiro momento, o debate é dedicado à emergência do futebol na capital paulista e o modo como emergiram, nos bairros populares, arranjos que deram origem às centenas de campos que se espraiaram pela cidade, cuja posterior rarefação está ligada à concepção de espaço-mercadoria no âmbito das políticas urbanas. Em seguida, o artigo direciona a discussão para duas instâncias de uso do espaço, mediadas pela administração pública, onde tensões, agenciamentos, permanências e rupturas perpassam os espaços varzeanos, destacando como crianças e jovens apreendem a cidade a partir do futebol.
O papel das políticas públicas e dos atores locais no desenvolvimento da prática esportiva: um estudo de caso
Visando se preparar para os megaeventos esportivos que ocorreram no país (as Olimpíadas em 2016 e a Copa do Mundo em 2014), o estado do Rio de Janeiro criou o Índice de Desenvolvimento Esportivo, que consistiu no mapeamento dos investimentos em esportes dos seus municípios. A cidade de Volta Redonda foi a primeira colocada neste ranking, sendo assim escolhida como objeto desta pesquisa, que teve como objetivo analisar as suas políticas públicas de esporte e os seus principais atores, buscando identificar características locais que foram relevantes para o alcance deste resultado. Na revisão foram abordados o conceito de políticas públicas e seus atores. O método utilizado foi o estudo de caso, por meio de um mergulho profundo na realidade pesquisada. Dentre os achados da pesquisa, destacam-se como diferenciais do município: a capacidade de obter recursos por meio de editais e emendas parlamentares, sua infraestrutura esportiva e o perfil dos atores locais do campo.
O papel das políticas públicas e dos atores locais no desenvolvimento da prática esportiva: um estudo de caso
Visando se preparar para os megaeventos esportivos que ocorreram no país (as Olimpíadas em 2016 e a Copa do Mundo em 2014), o estado do Rio de Janeiro criou o Índice de Desenvolvimento Esportivo, que consistiu no mapeamento dos investimentos em esportes dos seus municípios. A cidade de Volta Redonda foi a primeira colocada neste ranking, sendo assim escolhida como objeto desta pesquisa, que teve como objetivo analisar as suas políticas públicas de esporte e os seus principais atores, buscando identificar características locais que foram relevantes para o alcance deste resultado. Na revisão foram abordados o conceito de políticas públicas e seus atores. O método utilizado foi o estudo de caso, por meio de um mergulho profundo na realidade pesquisada. Dentre os achados da pesquisa, destacam-se como diferenciais do município: a capacidade de obter recursos por meio de editais e emendas parlamentares, sua infraestrutura esportiva e o perfil dos atores locais do campo.
DESRESPONSABILIZAÇÃO DO ESTADO COM AS POLÍTICAS DE ESPORTE NA GESTÃO DE MICHEL TEMER
O objetivo do artigo consiste em analisar de que forma se estabeleceu a relação do Estado com as políticas de esporte na gestão do Presidente Michel Temer (2016-2018). A metodologia foi ancorada na pesquisa bibliográfica e documental, por meio de abordagem qualitativa. Os resultados revelaram que, na gestão de Michel Temer, além de o Estado brasileiro não investir em políticas de esporte, que são um direito constitucional, retirou recursos das ações já existentes, materializando assim seu perfil neoliberal, com poucas ações voltadas para a melhoria de setores sociais.
PROJETOS DE ESPORTE E LAZER NAS ESCOLAS ESTADUAIS DO PARANÁ E OS PAR METROS INTERNACIONAIS DE QUALIDADE
O artigo tem como objetivo apresentar um panorama sobre a oferta de projetos em contraturno escolar no estado do Paraná, especialmente, vinculados ao macrocampo esporte e lazer. A pesquisa é caracterizada por enfoque quantitativo, tendo como procedimento metodológico a pesquisa documental através do banco de dados do MEC/INEP sobre as escolas paranaenses, o DataEscolaBrasil. Os dados foram analisados por meio do princípio da estatística descritiva com a utilização do software SPSS 20.0. Os resultados apontam para: a) a preponderância do macrocampo Esporte e Lazer sobre os demais macrocampos de atividades possíveis segundo as diretrizes estaduais, seja em quantidade de projetos ou em número de matrículas; b) a centralização das ações em escolas de áreas urbanas de cidades de pequeno porte; c) a hegemonia das modalidades esportivas coletivas futsal e voleibol dentre os projetos desenvolvidos. Concluímos que o alinhamento aos parâmetros internacionais de qualidade pode possibilitar a potencialização das ações vinculadas ao princípio constitucional do direito a educação de qualidade de modo a transpor os desafios que se colocam no cotidiano educacional.
ESPORTE EDUCACIONAL, DE PARTICIPAÇÃO E DE RENDIMENTO: ANÁLISE SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS E INVESTIMENTO MUNICIPAL
O desenvolvimento, financiamento, controle e fiscalização na área do esporte são temáticas do conhecimento sobre políticas públicas que estão se desenvolvendo à medida que as tomadas de decisões pelo poder público passam a ter um controle interno e externo mais frequente. No Brasil, e considerando a seara do esporte, verifica-se uma crescente quanto ao desenvolvimento de obras e outras publicações, ainda que restrita a determinadas localidades, com destaque para municípios de pequeno porte. O objetivo deste trabalho foi tecer uma análise quanto ao desenvolvimento de políticas públicas na área do esporte no Município de Osasco para o ano de 2019. Tendo como ponto de partida planilhas desenvolvidas pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, foi verificado o montante investido em cada uma das manifestações do esporte, comparando os resultados à legislação local e nacional, bem como em relação a literatura sobre a temática. Com a análise, foi observado um respeito em relação a legislação vigente em termos financeiros, mas também foram constatadas práticas recorrentes da Administração Pública brasileira qual seja a de desenvolver políticas especialmente em obras e não em projetos contínuos propriamente ditos. Por fim, são apontadas sugestões para a reprodução da metodologia para estudos futuros e assim auxiliar no desenvolvimento da temática no País.
ENQUANTO A POLÍTICA PÚBLICA NÃO DECOLA: IMPLEMENTAÇÃO DO “ESPORTE E CIDADANIA” E “VIRANDO O JOGO”
O artigo analisa o processo de descentralização dos projetos Esporte e Cidadania e Virando o Jogo, do Ministério do Esporte (ME), implantados entre os anos de 2017 e 2019 no estado do Rio de Janeiro (RJ), inseridos no Programa Emergencial de Ações Sociais para Cultura de Paz. Este estudo utilizou duas técnicas de coleta de dados, a pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas. Apoiando-se na abordagem institucional de implementação, o estudo mostra que o uso da perspectiva jurídica da parceria, via Termo de Execução Descentralizado (TED) entre o ME e Universidades Federais permitiu a implementação descentralizada dos projetos, com celeridade, em um contexto de uma burocracia inconclusa do Ministério, indicando uma frágil articulação do poder público municipal junto a essas políticas
O Conceito de Desenvolvimento Participativo nas Ações do Estado – uma proposta para a Amazônia
Esta tese versa sobre as mudanças que ocorrem no entendimento e justificação do conceito de desenvolvimento nas últimas décadas, analisando-se a reorganização de um discurso que gesta outra concepção de política pública apoiada na participação dos atores da sociedade civil. Entende-se desenvolvimento como uma interpretação crítica da realidade que, forjada em contextos diferenciados, tem proposições racionalizantes diversas, das quais resultam noções de bem-estar e inclusão social específicas aos seus contextos. Por esta senda identificam-se no estudo dois conceitos: desenvolvimento socioeconômico e desenvolvimento participativo. O primeiro concebido sob a perspectiva fordista-keynesiana dos anos de 1950, centrado na atuação do Estado; o segundo, fruto dos processos sociais, políticos e culturais que se construíram nos anos de 1970, pleiteando a participação dos atores da sociedade civil como atores relevantes para a prática da política pública. Identifica-se que a proposta do conceito de desenvolvimento participativo incorpora as mudanças que ocorrem na conjuntura mundial de redefinição do papel do Estado e da importância relegada à sociedade civil nas décadas finais do século XX. O corpus da investigação para dimensionar as mudanças é a documentação produzida por instituições governamentais direcionados à Amazônia pós 1988. A especificidade da região amazônica é ressaltada devido aos importantes efeitos sociais e ambientais das políticas desenvolvimentistas nas décadas de 1980, agora confrontadas com as novas proposições participativas. Neste trabalho, considera-se que ambas as ideologias, desenvolvimentista e participativa, são geradoras de inquietações sociológicas em torno das possibilidades de uma relação próspera entre desenvolvimento e democratização. Questiona-se também o potencial virtuoso das políticas participativas e dos riscos da naturalização de ideias e modelos que exacerbam os atributos da sociedade civil e desconsideram a especificidade dos processos sociais locais, reproduzindo consensos que não cabem numa abordagem contextualizada.