Estrutura social

Crack, casa e família: Uma etnografia sobre cuidados, (des) afetos e emoções.

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Braz Kirk de Sanctis, Raiza
Sexo
Mulher
Orientador
Key Tambascia, Christiano
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
Campinas
Programa
Antropologia
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Crack
Família
Estado
Resumo

Busco analisar nessa dissertação alguns temas transversais que se mostraram indissociáveis entre si na etnografia realizada sobre relações familiares de usuários de crack nas cidades de Sorocaba, São Paulo e Campinas. Tais noções como “cuidado” e “desconfiança”, mas também “casa” e mesmo “família”, permitem refletir sobre as maneiras como essas pessoas concebem ideias de conexões e desconexões que são constituintes de sua vida social. Também busco atentar para a importância da análise da vida social dos objetos presentes nas vidas desses usuários, uma vez que, além de constituírem uma saída metodológica para acompanhar objetivamente tais inter-relações, também contribuem decisivamente na constituição de uma imaginação social cotidiana que dá sentido prático em suas trajetórias. A noção de família é apresentada de forma aberta e contextual, seguindo as pistas oferecidas pelos próprios interlocutores de pesquisa quanto aos sentidos a ela atribuída, uma vez que não tenho intenção de defini-la de antemão. A partir da reflexão sobre o usuário e seu mundo social, suas relações intersubjetivas e a vida social da pedra de crack, apresento também os esgarçamentos desses laços de família que se dão em um cotidiano cujo convívio pode se tornar violento, opressivo e marcado por desconfianças. Tais distanciamentos da pessoa que consome crack e sua família de origem e as relações materiais e sociais em seus cotidianos propulsionam movimentos urbanos e novas habitações na rua, em instituições, na prisão. Nesses movimentos a noção de família se atualiza, uma vez que novos vínculos se formam (alguns geram, inclusive, filhos), tornando clara a necessidade de repensar algumas concepções usuais (e estruturantes) associadas a esse universo: a de que essas pessoas lidam somente com desagregação e perda. Busco também refletir sobre o Estado, que está presente tanto na repressão como em medidas públicas de “cuidados” aos usuários de crack, que atua também na esfera legislativa: contribuindo, assim, para a formação de um certo imaginário, para a legitimação e manutenção de certas noções sobre essas relações familiares. Por fim, de forma a refletir sobre tais relações busco pensar sobre a noção compartilhada de maternidade nesse contexto social, sobretudo nos casos de mães que consomem crack.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Sorocaba
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Campinas
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1029706

OS KARIRI-XOCÓ DO BAIXO SÃO FRANCISCO: organização social, variações culturais e retomada das terras do território de ocupação tradicional

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Machado Ribeiro Venancio, Manuela
Sexo
Mulher
Orientador
Cantarino O’Dwyer, Eliane
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
Niterói
Programa
Antropologia
Instituição
UFF
Idioma
Português
Palavras chave
Povos indígenas do Nordeste
Etnicidade
Territorialização
Organização social
Variações culturais
Resumo

Esta tese é resultado de uma pesquisa etnográfica realizada junto aos Kariri-Xocó, grupo indígena do Baixo Rio São Francisco. A aldeia Kariri-Xocó localiza-se no município de Porto Real do Colégio, estado do Alagoas. Uma aldeia com uma população numerosa estimada em três mil e quinhentos índios, segundo informação da Funai. A dispersão da população Kariri-Xocó é sistemática, uma vez que há indígenas que vivem de modo permanente na aldeia; outros, contudo, migram para fora da reserva indígena indo morar em cidades dos estados de Sergipe, da Bahia, do Distrito Federal (Brasília) e de São Paulo. Assim, a pesquisa etnográfica realizada nos anos de 2016 e 2017 foi desenvolvida tanto no âmbito da aldeia como fora dela, ao realizar observação participante com indígenas que se encontram na capital paulista. O objeto de estudo da tese foram as interações sociais intra-aldeia e intergrupos, isto é, as relações sociais entre os próprios Kariri-Xocó e as relações sociais oriundas do contato interétnico entre Kariri-Xocó e cabeças secas. Este termo que é empregado pelos indígenas serve para adjetivar o “homem branco”. Para os Kariri-Xocó, os cabeças secas não detêm o saber sobre o “regime do índio”, ou seja, da “ciência do índio” que se apresenta no Ouricuri, espaço sagrado interditado ao não indígena. Por meio da observação participante constataram-se variações e disputas internas que configuram a existência de um faccionalismo Kariri-Xocó. As relações entre esses indígenas baseiam-se em um sistema classificatório do parentesco, disputas políticas, situações rituais e organização para retomada de suas terras. As interações sociais entre esses indígenas e os cabeças secas podem ocorrer por meio do matrimônio, mas também em situações sociais diversas, a exemplo do “toré público” realizado em instituições de ensino – escolas e universidades –, entre outros espaços frequentados por não indígenas. Em outros contextos, o contato interétnico se dá de maneira conflitante, configurando uma situação de “fricção interétnica”, como nos conflitos de terra que compõem o território de ocupação tradicional Kariri-Xocó, em que indígenas, “fazendeiros” e/ou “posseiros”, inclusive com episódio de violência, travam acirradas disputas fundiárias. Esta tese é uma contrapartida à expectativa dos Kariri-Xocó de textualização das suas experiências de vida e pretende igualmente contribuir com os estudos antropológicos voltados às populações indígenas do Nordeste.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Porto Real do Colégio
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
UF
Alagoas
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2016-2017
Localização Eletrônica
https://app.uff.br/riuff;/bitstream/handle/1/25243/Venancio%2c%20Manuela%20M.%20R%20_%20tese%20-%20Manuela%20Machado.pdf?sequence=1&isAllowed=y

A vida social do açaí: da gourmetização às mudanças socioculturais e ambientais na região do Baixo Tocantins - Pará

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Sales, Josias de Souza
Sexo
Homem
Orientador
Menezes, Thereza Cristina Cardoso
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
Manaus
Programa
Antropologia Social
Instituição
UFAM
Idioma
Português
Palavras chave
Açaí
Gourmetização
Gastronomização
Mudanças Socioeconômicas
Mudanças Ambientais
Resumo

Esta tese analisa o processo de crescente demanda do mercado pela compra do açaí in natura e a emergência de seus processos de gourmetização nas regiões nordeste e Sudeste do Brasil, e de gastronomização na região Norte, bem como os impactos desta valorização na promoção de mudanças socioeconômicas e ambientais em algumas comunidades da região do baixo Tocantins, no Pará, mais especificamente no município de Igarapé-Miri, "capital mundial do açaí", cuja principal atividade econômica consiste na produção do açaí in natura. Para isso, a partir do estabelecimento de um campo multissituado, não rígido ou fixo, metodologicamente optei por "um campo" que perseguisse os fluxos e redes que o açaí e os agentes a ele relacionados interconectam-se. Assim realizei entrevistas com moradores ou turistas nas/das cidades de Natal/RN, Fortaleza/CE, Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP, Belém/PA e em munícipios do Baixo Tocantins no intuito de compreender suas representações e relações com o açaí em termos locais e inter-regionais. Percebi que na circulação do açaí ao longo da cadeia produtiva, a partir de diferentes mecanismo, ao mesmo são atribuídos status diferenciados, assegurando a ele uma vida social. Percebi, também, que o aumento da demanda em escalas que vão do local ao internacional provocou mudanças significativas no cotidiano dos moradores que passaram a inserir técnicas de manejo nos açaizais nativos, mudanças estas que se constituem enquanto ambivalentes pois, ao mesmo tempo que trouxe melhorias na qualidade de vida, atualmente a pressão, tanto no aumento da produção quanto da produtividade, tem ocasionado o estabelecimento de relações assimétricas dos produtores frente ao capital, sendo necessário estabelecer políticas públicas com enfoque multidisciplinar. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Natal
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio Grande do Norte
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Cidade/Município
Fortaleza
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
UF
Ceará
Cidade/Município
Belém
Macrorregião
Norte
Brasil
Habilitado
UF
Pará
Região
Baixo Tocantins
Macrorregião
Norte
Brasil
Habilitado
UF
Tocantins
Região
Baixo Tocantins
Cidade/Município
Igarapé-Miri
Macrorregião
Norte
Brasil
Habilitado
UF
Pará
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
Macrorregião
Norte
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
2014-2019
Localização Eletrônica
https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8915

Colectivos de mujeres migrantes frente a la pandemia: El Equipo de Base Warmis y la campaña de Regularización Migratoria “Regularización Ya!

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Villalón, Corina Demarchi
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Moya, Jobana
Bejarano, Lida Elena Tascón
Sexo:
Mulher
Sexo:
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
2
Ano de Publicação
2021
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Covid-19
Mulheres migrantes
Regularização migratória
Immigrant women
Migração
Resumo

For some years now, various groups of immigrant women in the São Paulo city, Brazil, have been challenging the limits of formal citizenship in practice. Citizenship that is not fully recognized for migrants. With the new coronavirus and the mandatory quarantine, the strong presence of migrant groups and their actions to face the consequences of the pandemic in São Paulo became evident. Among these actions, the migration regularization campaign # RegularizaçãoJá stands out as a key and paradigmatic point of the challenge to the limits of the citizenship of migrants. In this text, based on a brief contextualization about the situation of migrant women in the São Paulo city, we intend to reflect on the actions promoted by the Equipo de Base Warmis - Convergencia de las Culturas, a collective of immigrant women from different nationalities, of which we are part as activists and researchers.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Anos 2020
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/989

Filipinas em São Paulo: migração de mulheres e trabalho doméstico no Sul global

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Martins, Ester G.
Sexo
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
1
Ano de Publicação
2021
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Mulheres imigrantes
Trabalho doméstico
Trabalhadoras estrangeiras
Filipinas
São Paulo
Resumo

Neste artigo, buscamos compreender o fenômeno da migração de mulheres filipinas que se inserem como trabalhadoras domésticas na cidade de São Paulo. Para tanto, realizamos uma revisão bibliográfica relativa ao contexto filipino de emigração, às migrações femininas, ao trabalho de cuidados. Além disso, fizemos trabalho de campo em local de reunião de algumas imigrantes em São Paulo, onde desempenhamos observação não-participante e obtivemos contatos para entrevistas semiestruturadas com 6 interlocutoras. Nosso objetivo era acessar seus projetos de vida, significados e representações sociais. Buscamos, assim, articular a globalização da força de trabalho feminina para provisão dos cuidados com as experiências e subjetividades de imigrantes filipinas em São Paulo. Num contexto global, mulheres se movem e assumem atividades de sustento da vida, conjugando a economia global, a macro-política econômica e suas próprias trajetórias no micro espaço da casa.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Anos 2020
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/1025

Comunidades religiosas e redes migratórias: o caso dos haitianos no Brasil

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Marcelino, Bernadete Alves de Medeiros
Sexo
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
1
Ano de Publicação
2021
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Comunidades religiosas
Redes migratórias
Haitianos no Brasil
Haitianos
Resumo

Esse artigo é um recorte de uma pesquisa realizada durante o doutorado, e visa abordar a relação entre comunidades religiosas e redes migratórias haitianas no Brasil. A metodologia de pesquisa adotada envolveu levantamento bibliográfico, etnografia e entrevistas abertas. No ano de 2010, a imigração haitiana para o Brasil foi intensificada e, logo que esses imigrantes chegaram ao país, foi possível observar o surgimento de diferentes comunidades religiosas (evangélicas) haitianas em várias regiões. Acompanhamos algumas dessas comunidades em um bairro periférico de São Paulo (Guaianases) e chegamos a alguns resultados. Verificamos que essas comunidades se tornam extensão de redes migratórias, articulando e favorecendo a migração de seus adeptos.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Guaianases
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Anos 2020
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/1017

Entre fronteiras nacionais e sexuais: narrativas de venezuelanos “gays” em Boa Vista, Roraima

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Sousa, Caobe Lucas Rodrigues de
Sexo
Homem
Autor(es) Secundário(s)
Oliveira, Márcia Maria de
Sexo:
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
1
Ano de Publicação
2021
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Homossexualidade
Migração
Sexualidade
Resumo

Nas experiências de pessoas que cruzam fronteiras internacionais, raça, classe e gênero se mostram estruturantes, especialmente para compreender quais pessoas são consideradas “desejáveis” ou não nas “sociedades receptoras”. Neste artigo, nos voltamos para a sexualidade como uma categoria relevante para a análise dessas experiências. Tendo como contexto a cidade de Boa Vista, em Roraima, uma região que tem passado por múltiplas transformações ligadas à chegada de milhares de venezuelanos/as nos últimos anos, buscamos compreender narrativas de venezuelanos que se identificam como “homens gays” (ou “homossexuais”). A partir de entrevistas, notamos como a experiência de dissidência sexual e nacional tende a lançar o sujeito a um estado de alteridade e exposição a violações de diferentes tipos. Observamos também como os interlocutores, em seu dia a dia, mobilizam esforços para se distanciar do lugar de possível inferioridade moral comumente atribuída ao sujeito “homossexual” e “imigrante” ou “refugiado”.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Boa Vista
Macrorregião
Norte
Brasil
Habilitado
UF
Roraima
Referência Temporal
2020-2022
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/1016

Migrar intersubjetivo: um ensaio sobre as diferenças do “eu” e do “nós” em estudos de caso sobre a mobilidade

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Maciel, Beatriz Castelo Branco
Sexo
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
1
Ano de Publicação
2022
Idioma
Português
Palavras chave
Intersubjetividade
Identidade
Sociedade
Migração
África
Resumo

Este trabalho pretende analisar a dicotomia entre indivíduo e sociedade através do trabalho de Christina Toren, João de Pina-Cabral, Udeni Appuhamilage e Maurice Leenhardt a partir da perspectiva de migrantes de países da África Subsaariana que moram no Brasil. Procuro enfatizar aspectos concretos das experiências dos migrantes, relacionando com o papel da construção de uma consciência individual, utilizando os estudos atrelados à intersubjetividade e à sociabilidade.

Disciplina
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
2019
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/1050/944

Trocas culturais: universidade e pessoas refugiadas

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Haddad, Rebeca
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Secco, Guilherme dal
Inoue, Silvia Regina Viodres
Martin, Denise
Sexo:
Homem
Sexo:
Mulher
Sexo:
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
93
Ano de Publicação
2022
Idioma
Português
Palavras chave
Refugiados
Universidades brasileiras
Integração
Resumo

Este texto se inspira no desejo de compreender como é a inserção de pessoas refugiadas em universidades brasileiras. Considerando que a vida acadêmica dos estudantes não se limita ao acesso aos conteúdos disciplinares da profissão escolhida, buscamos nos aproximar do que acontece no ambiente universitário. O espaço físico, os professores, os colegas de classe, os funcionários, a cantina, entre outros, apresentam possibilidades de inserção ou não de pessoas refugiadas. O presente relato de experiência apresenta um projeto desenvolvido em uma universidade comunitária conveniada à Cátedra Sérgio Vieira de Mello, localizada na região Sudeste do Brasil. A Instituição oferece anualmente um vestibular específico para pessoas em situação de refúgio. Os candidatos podem escolher a língua em que desejam fazer a prova e são oferecidas três bolsas de estudo integrais. No período de 2012 a 2020, foram aprovados 52 alunos no vestibular, 16 ingressaram na universidade e, em 2020, dois estudantes estavam matriculados. Ainda que tenham ocorrido interesse e acesso de pessoas refugiadas à universidade, a sua permanência tem sido um desafio. Houve seis desistências ao longo desse processo. Observamos que, apesar da garantia da bolsa de estudos, havia dificuldades com o grau de proficiência da Língua Portuguesa, barreiras culturais, de ordem econômica, dificuldade de integração com a comunidade acadêmica, de adaptação à organização da universidade e dificuldades estruturais como depender da internet e computadores da universidade.

Disciplina
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
2020-2022
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/1047

Lugar para estar: a frequência de pessoas em situação de rua na biblioteca pública

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Nasser, Luiza Arantes
Sexo
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
1
Ano de Publicação
2022
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Pessoas em situação de rua
Biblioteca pública
Papel social da biblioteca pública
Acolhimento
Resumo

Considerando a reduzida produção nacional de pesquisas acadêmicas sobre a frequência de pessoas em situação de rua na biblioteca pública, objetiva-se realizar uma análise sobre a questão, investigando se essa instituição consegue cumprir seu papel social, e se, além disso, ela representa para estes indivíduos um espaço acolhedor. Para tanto, procede-se à pesquisa bibliográfica, com enfoque na produção nacional e estrangeira sobre o tema, acompanhada por levantamento de campo através de entrevistas pontuais com funcionários de duas bibliotecas públicas de referência da cidade de São Paulo, a Biblioteca Mário de Andrade e a Biblioteca de São Paulo. Desse modo, observa-se que há pontos em comum entre o que foi pesquisado na teoria e apreendido nas entrevistas, que expressam a concordância dos funcionários com a afirmação de que os usuários em situação de rua compõem um segmento heterogêneo, com necessidades diferentes, e que são acolhidos pela biblioteca. Outro ponto em comum foi o de serem contrários à oferta de serviços específicos voltados a esses grupos, ainda que isso tenha sido questionado. Depreende-se por fim, que a biblioteca pública tem um papel e responsabilidade sociais muito grandes, sendo de muita importância na vida dessas pessoas, principalmente, como representação de abrigo.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Zona
Centro
Cidade/Município
São Paulo
Localidade
Biblioteca Mário de Andrade
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Zona
Norte
Cidade/Município
São Paulo
Localidade
Biblioteca de São Paulo
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2020-2022
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/1043