Envelhecimento em movimento: mulheres agenciando seus (per)cursos de vida na cidade de Santos, litoral paulista
Esta dissertação de mestrado resulta de uma pesquisa sobre o envelhecimento a partir de mulheres na cidade de Santos, litoral paulista. Os encontros ocorreram no decorrer do ano de 2019 em três distintos grupos de atividade física voltados, preferencialmente, a pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos. O objetivo deste estudo antropológico busca apreender de que forma as mulheres das quais me aproximei agenciam seu processo de envelhecimento e, em que medida suas escolhas tangenciam o “envelhecimento ativo”, que se trata de uma política de saúde implementada pela Organização Mundial da Saúde, a partir de 2002. Esta investigação buscou compreender como o “bem envelhecer” se apresenta na atmosfera da cidade, nos lugares em que passei mais tempo: calçadão do canal 1 e Parque Roberto Mário Santini (plataforma do emissário submarino), SESC Santos (Canal 5), Centro Esportivo Manoel Nascimento Junior (Zona Noroeste) e a casa das mulheres que me acolheram. O referencial teórico que permeia esta pesquisa é a Antropologia da Velhice articulada com a Antropologia Visual, as quais alicerçam as questões teórico-metodológicas. Entre conversas no intervalo das aulas de ginástica e hidroginástica, alongamentos próximos ao mar, “boquinhas”, cafés e variadas imagens do processo de envelhecer, é possível constatar a heterogeneidade e as subjetividades relacionadas ao envelhecimento. Os resultados da pesquisa demonstram como o envelhecer é subjetivo e depende da agência de cada pessoa, ainda que haja uma linha que une os diferentes relatos na busca incessante pelo movimento, não só físico, mas como forma de dar sentido às suas vidas. Movimentar-se no sentido de se sentir viva/o.