Medicina Social / Saúde Pública

Envelhecimento em movimento: mulheres agenciando seus (per)cursos de vida na cidade de Santos, litoral paulista

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Sartorelli, Andreia Nara Leonardo
Sexo
Mulher
Orientador
Possas, Lidia Maria Vianna
Ano de Publicação
2020
Local da Publicação
Marília
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNESP
Idioma
Português
Palavras chave
Antropologia do Envelhecimento
Mulheres idosas
Antropologia visual
Santos
Fotografia
Resumo

Esta dissertação de mestrado resulta de uma pesquisa sobre o envelhecimento a partir de mulheres na cidade de Santos, litoral paulista. Os encontros ocorreram no decorrer do ano de 2019 em três distintos grupos de atividade física voltados, preferencialmente, a pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos. O objetivo deste estudo antropológico busca apreender de que forma as mulheres das quais me aproximei agenciam seu processo de envelhecimento e, em que medida suas escolhas tangenciam o “envelhecimento ativo”, que se trata de uma política de saúde implementada pela Organização Mundial da Saúde, a partir de 2002. Esta investigação buscou compreender como o “bem envelhecer” se apresenta na atmosfera da cidade, nos lugares em que passei mais tempo: calçadão do canal 1 e Parque Roberto Mário Santini (plataforma do emissário submarino), SESC Santos (Canal 5), Centro Esportivo Manoel Nascimento Junior (Zona Noroeste) e a casa das mulheres que me acolheram. O referencial teórico que permeia esta pesquisa é a Antropologia da Velhice articulada com a Antropologia Visual, as quais alicerçam as questões teórico-metodológicas. Entre conversas no intervalo das aulas de ginástica e hidroginástica, alongamentos próximos ao mar, “boquinhas”, cafés e variadas imagens do processo de envelhecer, é possível constatar a heterogeneidade e as subjetividades relacionadas ao envelhecimento. Os resultados da pesquisa demonstram como o envelhecer é subjetivo e depende da agência de cada pessoa, ainda que haja uma linha que une os diferentes relatos na busca incessante pelo movimento, não só físico, mas como forma de dar sentido às suas vidas. Movimentar-se no sentido de se sentir viva/o.

Referência Espacial
Cidade/Município
Santos
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2019
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10294166

A repetição da construção da interioridade do sujeito em ambulatórios didáticos: uma etnografia por meio da circulação entre hábitos, adicções, dependências e prazeres com drogas e/ou substâncias

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Chaves Júnior, Wander Wilson
Sexo
Homem
Orientador
Passetti, Edson
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Ciências Sociais
Instituição
PUC/SP
Idioma
Português
Palavras chave
Drogas - Abuso
Adicção
Hábito (psicologia)
Vício em drogas
Controle social
Resumo

Esta pesquisa parte de experimentação etnográfica realizada em dois ambulatórios universitários para tratamento de dependência com drogas, localizados na cidade de São Paulo. Parte-se dessas etnografias para situar as drogas entre fluxos abertos e fechados dos tratamentos públicos de saúde mental. Não estamos mais diante da antiga psiquiatria asilar, agora, as pessoas entram e saem dos prédios físicos das instituições. Não somente pessoas, mas cadáveres, líquidos, bactérias, lixo, conceitos, moléculas, subjetividades... Entra muita coisa e sai muita coisa. Estes caminhos levaram a pensar os efeitos da nova gestão sobre drogas e dependências na ultrapassagem da sociedade disciplinar, enunciada por Michel Foucault, para a contemporânea sociedade de controle, esboçada por Gilles Deleuze. As chamadas drogas são proibidas há mais de um século, mas o que se entende por dependência já aparece no campo dos discursos durante o século XVIII. Na pesquisa de campo é possível constatar vários conceitos sendo operacionalizados: hábitos, adicções e dependências. Os conceitos e realidades também aparecem de forma heterogênea, caso das próprias drogas que, ora são substância, ora medicamentos, e, em outros momentos se apresentam de formas mistas. Aberto e fechado, descentralização e verticalização são dois conjuntos de práticas que aparecem com insistência ao longo da análise. A sociedade de controle não prescinde de seus fechamentos e suas verticalizações, mesmo que operando em espaços abertos e fluxos contínuos recombina-se unidades. Buscou-se analisar estas práticas que intercambiam conceitos, realidades e articulações se disjuntando, e ao mesmo tempo se remontando e fundando. Há sempre uma verticalização para cortar e refundar este um central no ambulatório propriamente dito ou no sujeito individual com suas histórias de vida. Os discursos produzidos sobre dependência de drogas também versam sobre uma interiorização, muitas vezes sobre uma fuga daquilo que se é. Esta relação é muitas vezes comparada com o casamento, nos devolvendo a imagem de uma situação-limite do processo de interiorização do sujeito. Iniciou-se pelas caminhadas em direção ao campo, terreno da geografia, para daí habitar a história atravessando o presente e o presente invocando a história. A exposição da pesquisa se propôs a um fluxo contínuo de escrita, sem um agrupamento temático por capítulos levando à produção de traçados de pequenos cortes de fluxos.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2015-2019
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/22671

Micropolíticas e processos de mediação no atendimento psicossocial: o CAPS II de Araraquara

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Prado, Luiz Ricardo de Souza
Sexo
Homem
Orientador
Paoliello, Renata Medeiros
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
Araraquara
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNESP
Idioma
Português
Palavras chave
Caps
Mediação intercultural
Doença mental
Familiares
Políticas públicas
Resumo

O presente trabalho é resultado de uma pesquisa de mestrado a qual tem por objetivo analisar os impactos das atuais políticas de saúde mental no Brasil nas formas de classificação da doença mental e na subjetividade dos familiares dos usuários de um serviço de atenção psicossocial. Foi realizada etnografia no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) II de Araraquara - interior de São Paulo - com foco nos grupos de familiares e nas reuniões diárias da equipe técnica dos profissionais, procurando entender de que forma (ou se) o envolvimento com este tipo de serviço de saúde mental produz mudanças em suas práticas e discursos. Foi observado que a presença na instituição fomenta a possibilidade de pensar relações sociais em termos médicos por estes familiares, que ressignificam a conduta socialmente indesejável dos usuários como doença mental. Dessa forma, nossos resultados apontam que a participação dos assim chamados familiares no Caps II resulta em uma tradução do projeto ético-político da instituição a seus contextos locais, de modo a modificar ou reproduzir suas práticas e discursos de acordo com suas condições de possibilidade e desejos de cuidado.

Referência Espacial
Cidade/Município
Araraquara
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoconclusao/viewtrabalhoconclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=7742812

Mercantilização da saúde: uma análise dos processos de inclusão perversa representados pelos planos de assistência privada em saúde na cidade de São Paulo

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Cadette Junior, Paulo
Sexo
Homem
Orientador
Veras, Maura Pardini Bicudo
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Ciências Sociais
Instituição
PUC/SP
Idioma
Português
Palavras chave
Inclusão Perversa
Saúde Mental
Planos de Saúde
Saúde Suplementar
Resumo

O objetivo da tese é avaliar a mercantilização da saúde representada pela existência dos planos de saúde na cidade de São Paulo. Busca-se o quadro da proliferação dos planos de saúde privados na cidade de São Paulo durante o período de 2010 até 2016, tendo como foco a qualidade na privatização da saúde. Utilizamos a lógica do funcionamento das empresas privadas no ramo médico brasileiro para entender a dinâmica de inclusão dos cidadãos paulistanos nesses planos.

Diante da existência do SUS, que representa um avanço considerável na direção do atendimento universal da saúde, a presença dessas empresas parece estar em desacordo com o texto constitucional brasileiro (art. 196 de 1988), que estabelece que "a saúde é direito de todos e dever do Estado". Devido à precariedade do sistema, aqueles integrados ao mercado de trabalho e de rendas mais altas migram para planos particulares. No entanto, conforme pesquisas anteriores e o que esta investigação revelou, nota-se uma inclusão perversa, onde a situação nos planos privados, após algum tempo, assemelha-se às condições do sistema público de saúde.

O estudo tem como objetivo analisar as diferentes formas de acesso aos serviços de saúde nas empresas privadas de assistência médica e hospitalar, no contexto mais amplo das profundas desigualdades sociais brasileiras. Especificamente, analisamos o atendimento propriamente dito pelos usuários do sistema privado, as relações entre as empresas da área de saúde e a estratificação social dentro dos tipos de planos e convênios de saúde. Investigamos as diferentes lógicas de funcionamento, como exigências burocráticas, cobranças monetárias, formas de gestão e diretrizes empresariais.

Como forma de validar a pesquisa, criamos questionários para a população usuária e também para os profissionais da área de saúde. A inclusão perversa é conceituada aqui como a inclusão no sistema de saúde com a perspectiva de ter atendimento pleno para todos os que participam com o pagamento do seguro, mas que não corresponde à realidade devido a critérios técnicos de utilização e escalas de custos que regulam o investimento nesta área. A inclusão perversa engana as pessoas, fazendo com que acreditem que tudo está funcionando bem e caminhando para o respeito ao próximo, mas nem sempre é o que acontece.

Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2010-2016
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8252825

Entre pedaços, corpos, técnicas e vestígios: o Instituto Médico Legal e suas tramas

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Nadai, Larissa
Sexo
Mulher
Orientador
Gregori, Maria Filomena
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
Campinas
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Medicina Legal
Documentos Oficiais
Estado
Gênero
Sexualidade
Resumo

Esta tese de doutorado se debruça sobre técnicas, procedimentos e tramas políticas e institucionais que dão sustentação ao Instituto Médico Legal (IML) enquanto uma corporação policial, técnica e científica. Ao dar atenção a tais engrenagens, eu intento, por um lado, transpor as dificuldades impostas à minha pesquisa, e, por outro, evidenciar as relações, por vezes intrincadas, que conectam esta corporação a uma gama variada de instâncias estatais: polícias, universidades, órgãos públicos etc. Para tanto, busquei tomar o IML de Campinas como uma circunscrição empírica, cujas fronteiras são móveis e construídas mediante meus próprios percursos de investigação. Nesse sentido, o indeferimento de minha solicitação de pesquisa protocolada junto à Comissão Científica do IML, em São Paulo, tece as costuras que organizam a tese. Dos "balcões" e "checkpoints" impostos à investigação, eleva-se um emaranhado de fragmentos: minuciosas técnicas de documentar a documentação, aulas de medicina legal, textos canônicos destinados à disciplina, laudos de corpo de delito, técnicas de necropsia, além de carreiras, vaidades e conflitos institucionais. Por efeitos de similitude e contraste, os documentos periciais destinados aos crimes de estupro e ato libidinoso, acessados ainda em minha pesquisa de mestrado, iluminam as tramas políticas, midiáticas e institucionais que enredam casos e peritos. Enquanto a ideia de pedaço materializa o sexo de certas mulheres por meio de himens, fissuras e (in)conclusões periciais, tais tramas requalificam o fazer padronizado e burocrático posto em ação nessa corporação. É, também, nesse entrecruzamento produtivo que um tipo bastante específico de autoridade técnico-científica é forjada e, continuamente, colocada em risco por meio de materialidades periciais, corpos, pedaços e vestígios.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Campinas
Bairro/Distrito
Botafogo
Logradouro
Rua Barão de Parnaíba
Localidade
Instituto Médico Legal
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1043470

Análise da construção identitária dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos para o Brasil

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Feitosa, Alexsandra Moreira
Sexo
Mulher
Orientador
Ennes, Marcelo Alario
Ano de Publicação
2017
Programa
Sociologia
Instituição
FUFSE
Idioma
Português
Palavras chave
Programa Mais Médicos
Médicos Cubanos
Integração Social
Migração qualificada
Resumo

Esta dissertação tem como proposta fazer uma análise de como se deu a construção social dos médicos cubanos contatados em regime de cooperação interacional a partir de parceria com a organização pan-americana de saúde, Governo Brasileiro e Governo Cubano para trabalhar no Programa Mais Médicos do Governo Federal. Ressaltando que a contratação de estrangeiros, sobretudo os cubanos, representou um dos principais pontos de divergência com relação à política pública, trazendo à tona questões referentes à organização da saúde pública no Brasil e à organização da classe médica brasileira enquanto categoria unida na reivindicação seus interesses. O objetivo consistiu em analisar de que maneira esses profissionais conseguiram ou não se inserir em território brasileiro e como isso impactou o trabalho dentro do programa. Também como a partir do contato com os demais atores sociais, pacientes, médicos brasileiros, equipe de trabalho, etc.

Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
Cuba
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
HTTPS://SUCUPIRA.CAPES.GOV.BR/SUCUPIRA/PUBLIC/CONSULTAS/COLETA/TRABALHOCONCLUSAO/VIEWTRABALHOCONCLUSAO.JSF?POPUP=T

O metilfenidato (Ritalina®) na escola: percepção dos educadores da rede de ensino fundamental I e II

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Brunelli, Lisandre Frazão
Sexo
Homem
Orientador
Rojas, Marta Fuentes
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
Limeira
Programa
Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Metilfenidato
Ritalina
Professores
Educação
Grupos focais
Resumo

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um transtorno psiquiátrico diagnosticado clinicamente, que pode acometer crianças, adolescentes e adultos, segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, 5ª edição (DSM-5). A presença de sintomas como impulsividade, agitação, agressividade e/ou desatenção, entre outros, em crianças na idade escolar, de acordo com alguns especialistas da educação e da saúde, pode sugerir o TDAH. Para outros profissionais, alunos agitados e desatentos muitas vezes são puramente apontados como indisciplinados.

A presente pesquisa pretende discutir o tema, atual e preocupante na sociedade contemporânea, assim como criticar atitudes exageradas por parte dos sujeitos da educação e da saúde ao diagnosticar e rotular precocemente crianças que talvez estejam sendo apenas crianças. Dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde denotam um aumento estarrecedor do número de prescrições médicas para o uso de psicotrópicos estimulantes, especialmente por estudantes do ensino fundamental I e II. Os psicotrópicos estimulantes são considerados como primeira escolha no tratamento do TDAH, tomando como exemplo o metilfenidato (Ritalina).

O Ministério da Saúde (2015) também solicita aos profissionais envolvidos a produção de protocolos para o estabelecimento de critérios que melhor definam as indicações ao uso adequado destes potentes medicamentos, na tentativa de reduzir os riscos e evitar demandas indiscriminadas de crianças aos ambulatórios de psiquiatria e neurologia. Os atendimentos infantis em psiquiatria, realizados durante aproximadamente dois anos, em ambulatórios de dois municípios do interior paulista, serviram como uma importante fonte de informações e observações para o embasamento deste estudo.

As crianças em foco neste ambulatório provinham quase todas, ou a grande maioria, das escolas municipais, portando encaminhamentos que associavam quase sempre comportamentos inadequados, agitação, desatenção e fracasso escolar ao possível diagnóstico de TDAH. Considerado um assunto de extrema relevância, tornou-se imprescindível transcender os campos entre a saúde e a educação para discutir qual a percepção dos professores quanto ao TDAH e ao uso do metilfenidato (Ritalina) para os escolares, seus saberes e suas angústias.

Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoconclusao/viewtrabalhoconclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9006840

Judicialização da saúde pública no Brasil: o que nos mostra o caso de Campinas

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Pimenta, Keyla Ketlyn Passos
Sexo
Mulher
Orientador
Gonçalves Júnior, Oswaldo
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
Limeira
Programa
Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Judicialização
Políticas Públicas
Saúde
Resumo

O presente trabalho analisa o fenômeno da judicialização da saúde na comarca de Campinas partindo do estudo de um conjunto de processos judiciais em um período recente. O trabalho descreve como a justiça comum civil de primeiro e segundo grau do Estado de São Paulo, nas ações oriundas da comarca de Campinas, tem se manifestado em suas decisões sobre o acesso às ações e aos serviços públicos de saúde, bem como quais os principais elementos do contexto dessas demandas judiciais. Após, faz a análise da dinâmica dos elementos descritos, revelando o que o caso de Campinas nos mostra sobre o tema da judicialização da saúde pública no Brasil.

Referência Espacial
Cidade/Município
Campinas
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2014-2016
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=4110414

Entre o acesso e a inserção: Atenção Básica em Saúde aos imigrantes bolivianos a partir da percepção dos usuários e dos profissionais de saúde na UBS Bom Retiro

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Losco, Luiza Nogueira
Sexo
Mulher
Orientador
Gemma, Sandra Francisca Bezerra
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
Limeira
Programa
Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Migração e Saúde
Atenção Básica
Acesso e inserção
Resumo

Os processos migratórios retomam sua importância no atual cenário mundial, apresentando novas dinâmicas e tornando-se cada vez mais complexos. Nesta conjuntura, o fluxo migratório de bolivianos para a cidade de São Paulo se torna parte de uma nova composição dos movimentos populacionais, se fazendo cada vez mais consistente e relevando a importância de suas redes sociais já consolidadas. Sendo assim, faz-se necessária a discussão acerca da real inserção desses migrantes aos serviços de cuidado em saúde oferecidos pelo Estado brasileiro, através da rede pública de Atenção Básica. Para pensar este atendimento é necessário considerar os laços criados para que o cuidado exista, sendo que o vínculo entre profissional de saúde e paciente deve ser formado para que o indivíduo tenha suporte para a busca contínua pela construção de sua saúde. Considera-se importante compreender como as dinâmicas migratórias atuais interferem nas diferentes demandas que são exigidas aos profissionais de saúde e como que suas práticas são alteradas a partir da convivência com culturas distintas. Além disso, é preciso reconhecer como que a população boliviana, para além de ter seu acesso aos serviços garantidos por legislações, realmente se insere no atendimento em saúde. Este estudo teve como objetivo verificar se a garantia do acesso aos serviços de saúde é suficiente para assegurar a inclusão e o acolhimento da população migrante boliviana em uma Unidade Básica de Saúde brasileira, localizada no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Trata-se de uma pesquisa exploratória que contou com entrevistas qualitativas semiestruturadas, partindo de perguntas disparadoras, tanto com os profissionais de saúde como com os usuários bolivianos. Através dos resultados da análise das entrevistas, com a criação de categorias temáticas, pôde-se perceber que a equipe de profissionais de saúde da UBS Bom Retiro cria estratégias específicas para que o atendimento possa acontecer e para que a comunidade boliviana seja, de alguma forma, inserida. As ações dos profissionais envolveram a contratação de agentes de saúde bolivianos, elaboração de cartilhas em espanhol, participações em rádios comunitárias e festas típicas bolivianas; ações estas que contribuíram para firmar o vínculo entre comunidade e unidade de saúde. Além disso, percebeu-se também a importância do poder de organização da própria comunidade boliviana que reconhece seus direitos e os reivindica.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Zona
Centro
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Bom Retiro
Logradouro
R. Ten. Pena, 8
Localidade
UBS Bom Retiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2014-2016
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=4110177

Saúde cardiovascular e habitação: um diálogo importante travado nos assentamentos precários de São Paulo

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Barrozo, Ligia Vizeu
Sexo
Mulher
Sexo:
Homem
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2023.37109.002
Título do periódico
Estudos Avançados
Volume
37
Ano de Publicação
2023
Local da Publicação
São Paulo
Página Inicial
7
Página Final
24
Idioma
Português
Palavras chave
Internação hospitalar
Mortalidade
Aglomerado subnormal
Assentamento precário
Cartografia
Resumo

A redução das doenças infecciosas e vida mais longa favoreceram a maior prevalência das doenças crônicas como câncer, diabetes, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias. Em geral, a escala geográfica dos estudos sobre condições socioeconômicas e problemas de saúde é o município. Nesta escala geográfica não há separação nítida entre os tipos de assentamento. Estudos intraurbanos por tipo de assentamento podem contribuir para um retrato mais fiel sobre as desigualdades nas condições de vida. Neste estudo, foram analisados dados de residentes do município de São Paulo que foram internados e os que foram a óbito, por doenças do aparelho circulatório de 2010 a 2016, para óbitos, e de 2011 a 2016, para internações. Cada internação e óbito foi atribuída ao assentamento de moradia segundo tipo: aglomerado subnormal (AGSN), precário ou regular. Foram feitos os seguintes cálculos: proporção de internações hospitalares pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por grupos de causas, taxas padronizadas por sexo e faixa etária, Razão internação/habitante segundo sexo, faixa etária e tipo de assentamento e Taxas padronizadas por sexo e faixa etária de mortalidade por doenças do aparelho circulatório. Os resultados encontrados mostram uma situação ainda mais iníqua nos assentamentos precários para todas as faixas etárias, nos dois sexos. A diferença da saúde cardiovascular entre os três tipos de assentamentos, avaliada por meio das proporções de internações hospitalares e pelas taxas de mortalidade, evidenciam que quase 1.700 mil pessoas em São Paulo estão em grande desvantagem em relação ao grupo formado por 85% da população. Em termos de internações, as taxas são mais altas nos AGSN. Neste sentido, pode-se especular que há maior acesso ao serviço de saúde para os moradores de AGSN em relação aos de assentamentos precários. Este acesso é revertido em menor mortalidade quando as taxas dos dois grupos são comparadas. Se considerarmos apenas dois grupos (assentamentos regulares e AGSN), a situação de maior desvantagem nos assentamentos precários se dilui, tornando-se invisível. Tais resultados podem munir a vigilância em saúde para a definição de programas específicos para estes assentamentos, assim como a gestão do território, em geral, para propiciar melhores condições de moradia.

Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2011-2016
Localização Eletrônica
https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/219644