Os corpos dos ursos: uma etnografia do meio ursino paulistano
Esse trabalho é uma etnografia realizada entre 2013 e 2015 na cidade de São Paulo sobre o tema das corporalidades dos ursos. Visa descrever essas corporalidades, entender os contextos de sua produção, e suas relações, sempre contextuais, com eixos de diferenciações sociais tais como raça, geração, performances de masculinidades e classe. O que significa um pouco do que é ser urso em uma cidade como São Paulo? A partir de um grupo especifico de interlocutores frequentadores do meio (ou cena) ursino, e como eles articulam temas como erotismo, desejo, abjeção, alteridade e moralidades em meio à produção constante de corpos apanhados em um caleidoscópio de sentidos, construções e relações sociais. Através de uma perspectiva que combina estudos de sexualidades, etnografias urbanas e análises que ambicionam levar a sério a interseccionalidade de pessoas concretas, busca-se descrever algo de uma experiência de campo plena de reflexividades e questionamentos sobre as ursinidades, seus limites, borrões e possibilidades de norma e transgressão dentro da miríade plural das homossexualidades masculinas de hoje.