Serviços, espaços e práticas de lazer

Estigmas, guetos e "gentrificação": segregação homossexual em Brasília

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Queiroz, Cristina Monteiro de
Sexo
Mulher
Orientador
Nunes, Brasilmar Ferreira
Ano de Publicação
2008
Local da Publicação
Brasília
Programa
Sociologia
Instituição
UNB
Página Inicial
1
Página Final
119
Idioma
Português
Palavras chave
Sociologia urbana
Segregação social
Guetos
Gentrificação
Estigma
Resumo

A pesquisa tem como objetivo entender a segregação homossexual nos espaços de lazer na cidade de Brasília, abordando os conceitos de segregação espacial - especialmente os de guetos e gentrificação - e a noção de estigma. A intenção é compreender como os próprios homossexuais entendem e percebem os lugares que frequentam. Para tanto, foram estabelecidas três hipóteses na pesquisa: i. Hipótese do gueto afirmando que a segregação social nas metrópoles - neste caso, Brasília -, produz uma articulação entre espaço social e espaço físico que qualifica certas áreas da cidade como guetos e não como áreas gentrificadas; ii. Hipótese do estigma inferindo que a imposição ou voluntarismo de certos grupos a guetos está intimamente ligada ao tipo de estigma (desacreditado ou desacreditável) sofrido pelos integrantes desses mesmos grupos; e iii. Hipótese do voluntarismo classificando os homossexuais como desacreditáveis e, portanto, a sua segregação a certos tipos de espaços é tida como voluntária por eles mesmos. Durante a pesquisa de campo realizada em três espaços da cidade reconhecidos por sua freqüência homossexual - bar Barulho, bar Beirute e Café Savana - verificou-se que esses espaços freqüentados por homossexuais na cidade se aproximam mais do conceito de gueto do que de áreas gentrificadas. Da mesma forma, também foi verificado que a maioria dos entrevistados se posiciona como desacreditável, uma vez que muitos deles pontuam a existência do preconceito como uma conseqüência de atos individuais e, portanto, passíveis de serem encobertos. Já a hipótese do estigma foi evidenciada a partir da contraposição dos estudos de Louis Wirth e Loic Wacquant acerca do gueto judeu e negro, respectivamente. Constatou-se, ainda, durante o estudo, como Brasília - enquanto palco da pesquisa - exerce influência sobre os comportamentos sociais em razão de sua arquitetura particular, evidenciando o reflexo das relações espaciais da cidade nas relações sociais de seus habitantes.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Brasília
Localidade
Bar Barulho
Macrorregião
Centro-Oeste
Brasil
Habilitado
UF
Distrito Federal
Cidade/Município
Brasília
Localidade
Café Savana
Macrorregião
Centro-Oeste
Brasil
Habilitado
UF
Distrito Federal
Cidade/Município
Brasília
Localidade
Bar Beirute
Macrorregião
Centro-Oeste
Brasil
Habilitado
UF
Distrito Federal
Referência Temporal
2006-2008
Localização Eletrônica
https://www.repositorio.unb.br/handle/10482/2065

A Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello de Brasília: um estudo de caso de preservação musical bem-sucedida

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Teixeira, João Gabriel
Sexo
Homem
Título do periódico
Sociedade e Estado
Volume
23
Ano de Publicação
2008
Local da Publicação
Brasília
Página Inicial
15
Página Final
50
Idioma
Português
Palavras chave
Brasília
Choro
Educação musical
Gênero musical
Resumo

Este trabalho faz parte de uma investigação mais ampla sobre a formação do campo artístico de Brasília que procura estabelecer os elementos do processo de educação sentimental dos artistas de projeção da capital federal. Enfoca o desenvolvimento e aceitação do “choro” enquanto gênero musical num contexto de contemporaneidade e numa urbe já denominada de capital nacional do rock. Mostra como elementos musicais tradicionais se combinaram para transformar a Escola de Choro de Brasília num caso bem-sucedido de educação musical. Insere a história desse gênero musical nas especificidades da criação artística da cidade e compara o seu destaque com o de outras áreas da criação cultural. Discute se haveria, realmente, uma forma específica brasiliense de “chorar” e apresenta uma síntese das carreiras de alguns de seus “chorões” mais famosos. Finalmente, apresenta algumas conclusões a respeito da afirmação de que, a despeito de sua curta existência (47 anos), a capital federal já teria se tornado em verdadeira “usina de talentos” e sobre o papel da Escola de Choro na confirmação ou rejeição dessa afirmação.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Brasília
Logradouro
SDC Bloco G
Localidade
Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello
Macrorregião
Centro-Oeste
Brasil
Habilitado
UF
Distrito Federal
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5380

Sociabilidade juvenil e práticas culturais tradicionais na cidade de São Paulo

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Mira, Maria Celeste
Sexo
Mulher
Título do periódico
Sociedade e Estado
Volume
24
Ano de Publicação
2009
Local da Publicação
Brasília
Página Inicial
563
Página Final
597
Idioma
Português
Palavras chave
Tradição
Cultura urbana
Juventude
Cultura popular
Resumo

O objetivo deste texto é apresentar parte dos resultados da pesquisa coletiva realizada durante o ano de 2007 na PUC-SP. A investigação mapeou 18 grupos envolvidos com a recriação de  culturas populares tradicionais brasileiras na cidade de São Paulo, buscando perceber as especificidades determinadas pela história  da transplantação de expressões pernambucanas, maranhenses e  sudestinas, bem como de quem as recriou na metrópole, muitos  deles jovens e de classe média, e dos circuitos de sociabilidade,  cultura e lazer pelos quais elas circulam. Tendo como base essas  práticas, seus agentes e representações, o artigo desenvolve uma  breve reflexão sobre os usos da “tradição” e o seu impacto na vida desses jovens.    

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2007
Localização Eletrônica
https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5476

Personalidade artística nos negócios mundanos: a celebração do “gosto do povo” em Joãosinho Trinta

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Farias, Edson
Sexo
Homem
Título do periódico
Sociedade e Estado
Volume
27
Ano de Publicação
2012
Local da Publicação
Brasília
Página Inicial
594
Página Final
625
Idioma
Português
Palavras chave
Personalidade Artística
Negócios Mundanos
Gosto Popular
Desfile de Escola de Samba
Carnavalesco
Resumo

Ao escrever "Mozart: a sociologia de um gênio" e "A Peregrinação de Watteau à  Ilha do Amor", Norbert Elias deixou importante legado ao tratamento sociológico da formação das subjetividades artísticas e das expressões estético-culturais, a partir do problema em torno da relação entre transformação e conservação sócio-históricas, mas do ponto de vista das possibilidades e limites na conduta de indivíduos. Desse modo, neste artigo, a proposta de focar a trajetória de Joãosinho Trinta, no âmbito da cultura urbana do Carnaval do Rio de Janeiro, situa-se na contrapartida da aplicação do modelo figuracional e, assim, voltarmos à discussão sobre a funcionalidade arte-cultura enquanto espaço estratégico à catalisação de valores e à produção e difusão de significados. Isso, em busca das duas seguintes questões: Que dinâmica sócio-histórica é caracterizada pela ascendência do gosto popular na valoração do fazer e dos bens artístico-culturais? E, no reverso da medalha, em que medida esse mesmo processo se traduz na relação entre personalidade artística e negócios mundanos, encarnada na figura histórica do carnavalesco?

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
1970-1980
Localização Eletrônica
https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5684

Segurança privada e direitos civis na cidade de São Paulo

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Lopes, Cleber da Silva
Sexo
Homem
Título do periódico
Sociedade e Estado
Volume
30
Ano de Publicação
2015
Local da Publicação
Brasília
Página Inicial
651
Página Final
671
Idioma
Português
Palavras chave
Cidade de São Paulo
Agentes de segurança privada
Policiamento
Crimes
Direitos civis
Resumo

O artigo investiga as violações de direitos civis cometidas por seguranças regulares, semirregulares e irregulares que executam policiamento privado na cidade de São Paulo. Esses agentes têm violado direitos e liberdades individuais no exercício de suas atividades profissionais? Quais são as principais violações e onde elas mais ocorrem? Diferentes tipos de agentes cometem distintas violações de direitos civis? Essas violações se assemelham às que ocorrem nas atividades de policiamento público? O trabalho procura responder a essas questões a partir de uma análise exploratória das ocorrências policiais envolvendo seguranças particulares da cidade de São Paulo entre janeiro de 2009 e setembro de 2010. Os dados indicam que os profissionais de segurança privada não raramente violam a integridade física, a liberdade e a honra dos cidadãos, especialmente dos que frequentam espaços de entretenimento, comércio e terminais de transporte público. Enquanto seguranças regulares cometem mais violações nos terminais de transporte coletivo, seguranças semirregulares e irregulares se excedem mais em casas noturnas, bares, restaurantes e estabelecimentos comerciais. Os dados também sugerem que o padrão de abusos presente nas atividades de policiamento privado é distinto daquele encontrado nas atividades de policiamento público. Enquanto policiais parecem usar e abusar com maior frequência dos poderes legais que lhes conferem o direito de usar força letal para a manutenção da ordem pública, profissionais de segurança privada usam e abusam com mais frequência de ferramentas físicas e corporais não letais em nome da manutenção da ordem no interior de espaços policiados por instituições privadas.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2009 - setembro de 2010
Localização Eletrônica
https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/6025

Nos bares da cidade: lazer e sociabilidade em Brasília

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Barral, Gilberto Luiz Lima
Sexo
Homem
Orientador
Teixeira, João Gabriel Lima Cruz
Ano de Publicação
2012
Local da Publicação
Brasília
Programa
Pós Graduação em Sociologia
Instituição
UNB
Idioma
Português
Palavras chave
Sociologia da Cultura
Redes de Interdependência
Interação Social
Lazer
Comportamento
Resumo

O bar, em determinado espaço e tempo, aparece como lugar do advento da opinião pública, como um lócus de experiências e conhecimentos das coisas pela vivência e/ou observação, transformando-se em local de conversas e práticas de lazer políticas e culturais. Nesse sentido, esta tese de doutorado situa-se no campo de estudo das formas de sociabilidade pro-piciadas pelas práticas de lazer. O objetivo é observar determinada prática de lazer, particularmente no bar, com a finalidade de produzir uma sociologia do cotidiano e uma sociologia do lazer e da cultura. Investiga-se a organização e o funcionamento do bar, buscando compreender que sociabilidade se desenvolve em determinados bares de Brasília e, ainda, apresentar as redes de interdependência que envolvem e propiciam formas de ocupação e uso dos espaços da cidade. Com essa perspectiva, o objeto de estudo da tese construiu-se em torno do pensar o espaço do lazer e as formas de sociabilidade envolvidas nessas prá-ticas em bares como configurador de uma sociabilidade específica, ora apresen-tada como uma sociabilidade de bar. O estudo teve, como referenciais teóricos, as ideias de autores como Erving Goffman, Georg Simmel, Johan Huizinga, Joffre Dumazedier, Norbert Elias, Michel Maffesoli, Karl Mannheim, entre outros.

Para dar suporte ao argumento da tese, foi realizada uma pesquisa qualitativa, com ênfase em uma etnografia de alguns bares: observação direta, prolonga-da e aberta, voltada para um olhar interdisciplinar (MANNHEIM, 2001; CUNHA, 1982). Em campo, foram feitas anotações de observações, de conversas, de ideias. Ainda foram realizadas entrevistas, fotografias e produzidos registros au-diovisuais que se transformaram, em parte, em vídeos. Buscando realizar uma sociologia da vida cotidiana nos bares da cidade, a pesquisa se apoiou ainda nas metodologias da sociologia da imagem e da fotografia (ACHUTTI, 1997; MARTINS, 2009). O recorte empírico proposto para se estudar a relação entre lazer e sociabilidade são alguns bares da Asa Sul de Brasília, situados nas áreas comer-ciais das quadras 109, 113 e 403. Na Asa Norte da cidade, as quadras comerciais 115, 216, 403, 408 e a Vila Planalto. As considerações relativas ao percurso da pesquisa e seus resultados face à construção do problema teórico e empírico proposto apontam o crescimento dos bares na cidade como espaços de lazer e sociabilidade; a projeção desses espaços nas vivências, comportamentos e representações dessas práticas de lazer; e as redes de interdependência que se articulam e redesenham os espaços de lazer em Brasília.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Brasília
Macrorregião
Centro-Oeste
Brasil
Habilitado
UF
Distrito Federal
Referência Temporal
Anos 2010
Localização Eletrônica
https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5694/5182

A escrita como arma: uma análise do pensamento social na Literatura Marginal

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Benevenuto, Silvana José
Sexo
Mulher
Orientador
Tolentino, Célia Aparecida Ferreira
Ano de Publicação
2010
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Sociologia
Instituição
UNESP/MAR
Idioma
Português
Palavras chave
literatura marginal
violência
literatura e sociedade
periferia
Resumo

O presente trabalho analisa a coletânea Literatura marginal: talentos da escrita periférica (2005). Organizada por Ferréz, um dos mais importantes idealizadores deste projeto literário e responsável pela rubrica Literatura Marginal, que nomeia a obra, tem o peso de lançar em livro onze autores, incluindo o organizador, alguns deles completamente desconhecidos pelo público nacional. Interessa-nos discutir o que escreve e o que pensa este narrador que se autodefine “marginal” e, com isso, colocar em evidência sua visão de mundo, o que, segundo entendemos, pode ser apreendido não restritamente naquilo que discursam, mas sim a partir da análise da relação existente entre o conteúdo e a forma desta manifestação literária. Mais que os escritores, estamos propondo pensar a própria narrativa como expressão de um coletivo, de um grupo que em comum traz consigo a condição de ser morador de periferia e acreditar que as letras podem ser uma arma. Para combater o quê e a quem? É a pergunta que norteia esta nossa análise e que nos faz dedicar a uma discussão sobre o narrador desta literatura. Destaca-se a forma que a própria matéria literária assume quando, em alguns momentos, o narrador elabora um discurso “violento” em contrarresposta à violência sofrida, ou, ainda, quando deixa suscitar a noção de destino como explicação para uma situação ao qual se vê submetido. Para tanto, a literatura é pensada a partir de sua relação com a matéria social, particularmente a violência, discutindo a intersecção entre literatura e sociedade.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Região
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2004
Localização Eletrônica
https://repositorio.unesp.br/entities/publication/30a73fe5-face-46e2-9654-6de3d43f8467

Personalidade artística nos negócios mundanos: a celebração do “gosto do povo” em Joãosinho Trinta*

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Farias, Edson
Sexo
Homem
Título do periódico
Revista Sociedade e Estado
Volume
27
Ano de Publicação
2012
Local da Publicação
Brasília
Página Inicial
594
Página Final
625
Idioma
Português
Palavras chave
Personalidade Artística
Negócios Mundanos
Gosto Popular
Desfile de Escola de Samba
Carnavalesco
Resumo

Ao escrever "Mozart: a sociologia de um gênio" e "A Peregrinação de Watteau à  Ilha do Amor", Norbert Elias deixou importante legado ao tratamento sociológico da formação das subjetividades artísticas e das expressões estético-culturais, a partir do problema em torno da relação entre transformação e conservação sócio-históricas, mas do ponto de vista das possibilidades e limites na conduta de indivíduos. Desse modo, neste artigo, a proposta de focar a trajetória de Joãosinho Trinta, no âmbito da cultura urbana do Carnaval do Rio de Janeiro, situa-se na contrapartida da aplicação do modelo figuracional e, assim, voltarmos à discussão sobre a funcionalidade arte-cultura enquanto espaço estratégico à catalisação de valores e à  produção e difusão de significados. Isso, em busca das duas seguintes questões: Que dinâmica sócio-histórica é caracterizada pela ascendência do gosto popular na valoração do fazer e dos bens artístico-culturais? E, no reverso da medalha, em que medida esse mesmo processo se traduz na relação entre personalidade artística e negócios mundanos, encarnada na figura histórica do carnavalesco?

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
1970-1980
Localização Eletrônica
https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5684?articlesBySimilarityPage=6

E a festa, onde foi parar?

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Evelyn, Suzanna Sochaczewski
Sexo
Mulher
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.48213/travessia.i1.273
Título do periódico
Travessia - Revista do migrante
Volume
1
Ano de Publicação
1988
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Migração interna
Migrante temporário
São Paulo
Resumo

É o trabalho em São Paulo que permite a sobrevivência e permanência do migrante temporário no campo. É por isso que ele vem para a cidade, mas o preço que paga é algo, pois o trabalho que o mantêm é aquele que o embrutece e que o desumaniza. O tra­balho que remunera e que volta pa­ra o sertão sob a forma de dinheiro, roupas, enxadas, arados é também aquele que dá ao migrante tempo­rário na cidade as piores condições de vida. O trabalho que garante a sua sobrevivência não garante a vida como festa em São Paulo. E assim enquanto a festa não migrar também a migração continua pro­visória recriando, a cada vez, este personagem contraditório, dividido, operário e lavrador que é o migran­te temporário.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Anos 1980
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/273

O lazer da população de origem migrante na metrópole

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Magnani, José Guilherme Cantor
Sexo
Homem
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.48213/travessia.i7.169
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
3
Ano de Publicação
1990
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Lazer
Cultura
Identidades
Resumo

Existe, na cidade de São Paulo, um es­paço comumente associado a migrantes de origem nordestina, que fazem dele, pre­ferencialmente, um ponto de encontro e lu­gar de desfrute de diversas formas de la­zer com características regionais: é a Pra­ça da Sé. Com efeito, uma rápida obser­vação dos objetos ali vendidos, das atrações oferecidas e do inconfundível so­taque mostra a veracidade da afirmação. Mas é verdade, também, que migrantes de outras regiões, e pessoas nascidas em São Paulo frequentam a Praça da Sé, as­sim como é verdade que os próprios mi­grantes nordestinos têm outros lugares de encontro, não tão badalados como esse, mas igualmente importantes para o estabe­lecimento e manutenção de seus laços de sociabilidade e referência.

O que se quer ressaltar, com essas constatações, é a necessidade de relativizar vinculações excessivamente rápidas e fáceis entre “ lazer” e "migrante” e buscar uma correta interpretação do significado do lazer para a população trabalhadora. Se, de um lado, se insiste na tentativa de cata­logar lugares, formas de expressão, etc., exclusivamente ligados à condição de mi­grante, corre-se o risco de “folclorizar” a questão, ou seja, de associar essas for­mas de entretenimento e cultura com um modo de vida que já não corresponde àquele que constitui a realidade do dia-a- dia dos seus usuários, na cidade. É preci­so associar as modalidades de lazer, os lugares de encontro e as regras de socia­bilidade às reais condições de vida da po­pulação. Ainda é fundamental identificar que é na troca, no intercâmbio, no contato - e no conflito - que se dá a dinâmica cultural da cidade, e não na tentativa de resguar­dar uma suposta autenticidade.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Anos 1990
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/169