Violência

Violência, crime e polícia: o que os favelados dizem quando falam desses temas?

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Silva, Luiz Antonio Machado da
Sexo
Homem
Autor(es) Secundário(s)
Leite, Márcia Pereira
Sexo:
Mulher
Código de Publicação (ISSN)
1980-5462
Título do periódico
Sociedade e Estado
Volume
22
Ano de Publicação
2007
Local da Publicação
Brasília
Página Inicial
545
Página Final
591
Idioma
Português
Palavras chave
Violência
Crime
Rotina
Risco
Sociabilidade
Resumo

O artigo baseia-se em duas pesquisas qualitativas em favelas cariocas, especialmente em uma de suas atividades, aproximadamente 50 horas de dinâmica com 15 grupos focais (envolvendo 150 moradores de mais de 40 favelas). Designou-se de “coletivos de confiança” os grupos focais compostos a partir de relacionamento anterior dos participantes com algum dos pesquisadores, capaz de, através do conhecimento pessoal, gerar alguma confiança prévia. Pensada com vistas a minimizar os prováveis efeitos de uma “lei do silêncio” imposta pelos agentes da violência nessas localidades, esta forma de recrutamento demonstrou ter sido adequada. O texto analisa os enunciados colhidos durante os debates, claramente concentrados nas diferentes modalidades de presença e atuação dos bandos de criminosos e das forças policiais nas favelas cariocas. Sustenta que, menos que questionar a violência criminal e policial como um todo, eles expressam intensa preocupação com algumas de suas manifestações, aquelas que impedem o prosseguimento das rotinas diárias. Sem ser diretamente tematizado, este é o horizonte de atenção que organiza todo o discurso crítico “para fora” das favelas, bem como as atitudes e condutas nos locais de moradia. Os autores avançam um pouco mais, argumentando que, em suas descrições e denúncias, os moradores demonstram não lidar da mesma maneira com todas as formas de desestabilização de suas rotinas, evitando homogeneizar os responsáveis. Assim é que, de um lado, a violência deflagrada durante as famosas “operações” policiais e sempre presente na arbitrariedade da conduta regular desses agentes aparece associada ao seu caráter quase totalmente imprevisível. De outro lado, quando se trata da violência envolvida nas práticas dos traficantes, com os quais os moradores são obrigados a compartilhar o mesmo território, há muitos relatos de tentativas (bem e mal/sucedidas) de redução da imprevisibilidade do fluxo da vida local. Isto ocorre por meio do ajustamento das condutas a um cálculo – inviável e/ou ineficaz no caso da ação policial – dos riscos envolvidos nesta convivência forçada. Este, tornando “administrável” uma pequena porção da violência na localidade, permite reabsorvê-la como a parte “extraordinária” das rotinas “ordinárias”.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Região
Favelas Cariocas
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
anos 2000
Localização Eletrônica
https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5357

O habitus dos policiais militares do Distrito Federal

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Suassuna, Rodrigo Figueiredo
Sexo
Homem
Orientador
Porto, Maria Stela Grossi
Ano de Publicação
2008
Local da Publicação
Brasília
Programa
Sociologia
Instituição
UNB
Página Inicial
785
Página Final
812
Idioma
Português
Palavras chave
Polícia
Cultura policial
Polícia militar - aspectos sociais
Polícia - Distrito Federal (Brasil)
Segurança pública
Resumo

A presente dissertação tem como tema as práticas policiais, mais precisamente, o habitus dos policiais militares do Distrito Federal (DF). No trabalho, habitus é entendido como a composição social dos indivíduos biológicos, ou seja, o resultado da incorporação pelo indivíduo policial militar das necessidades objetivas de sua vida social. Busca-se a compreensão das distinções e classificações que compõem o habitus dos policiais militares, bem como as funções que essas distinções desempenham como sentido orientador da ação e como padronização da auto-restrição individual. Além disso, trata-se das necessidades práticas que estruturam cada uma dessas distinções. Dentre as distinções do habitus policial militar, enfatizou-se aquelas considerações de risco, este entendido como a representação das perdas e danos que decorrem de determinada ação individual. Inicialmente, a dissertação trata da questão do risco de ocorrência de crimes, conforme consideração pelos policiais militares do DF. Outro conteúdo com que o conceito de risco aparece no habitus desses agentes refere-se ao risco de danos físicos e perda da vida. Com relação ao risco de ocorrência criminal, o estudo concluiu que a prisão de criminosos é uma função central desempenhada pelos policiais militares, segundo as classificações de seu habitus. Para o cumprimento de tal função, o habitus dos agentes da lei mostra disposição para a individualização e a objetivação do elemento suspeito. A ênfase sobre a prisão de criminosos e, conseqüentemente, o padrão cultural de suspeição policial são distinções formadas a partir de necessidades práticas inter-relacionadas e que se ligam ao uso da autoridade coercitiva pelos policiais militares. Além disso, acrescenta-se como conclusão a observação de que a definição de crime no habitus policial militar é mais abrangente do que a que se estabelece no interior do sistema de justiça penal. A abrangência das definições de crime e de suspeito tem como origem, em parte, o desajuste dos policiais militares à diversidade moral própria da vida urbana. Tem-se ainda que as categorias normativas do habitus policial militar que se relacionam à proteção física do policial e à responsabilização das ações policiais favorecem a efetividade do autocontrole individual. Finalmente, conclui-se que as possibilidades de ocorrências fisicamente danosas no trabalho policial militar são incorporadas pelos policiais como consideração de risco à própria vida e à integridade física.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Macrorregião
Centro-Oeste
Brasil
Habilitado
UF
Distrito Federal
Referência Temporal
2006-2008
Localização Eletrônica
https://repositorio.unb.br/handle/10482/2078

Da agressão à assistência, da infração à correção: menoridade e violência urbana (Porto Alegre, 1890-1920)

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Fleck, Eliane Cristina Deckmann
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Korndörfer, Ana Paula
Cadaviz, Aline K.
Sexo:
Mulher
Título do periódico
Sociedade e Estado
Volume
20
Ano de Publicação
2005
Local da Publicação
Brasília
Página Inicial
163
Página Final
194
Idioma
Português
Palavras chave
Violência urbana
Menor infrator
Política pública
Rio Grande do Sul
Resumo

O artigo aborda a violência urbana, em especial, contra a criança e o adolescente no Rio Grande do Sul, no período compreendido entre os anos de 1890 e 1920, dando destaque para a assistência médico-hospitalar decorrente de violência e para as políticas públicas implementadas para atendimento e recuperação social dos menores infratores. As fontes documentais consultadas, ainda que raramente ofereçam indicações explícitas sobre os motivos que levaram à prática infratora e à internação, permitem inferências através do estabelecimento de relações entre os ferimentos apresentados e os meios empregados para causá-los. Em relação aos maus-tratos e às situações de atentado ao pudor, as constatações se baseiam em denúncias, em registros policiais e na incidência de exames de corpo de delito realizados. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Macrorregião
Sul
Brasil
Habilitado
UF
Rio Grande do Sul
Referência Temporal
1890-1920
Localização Eletrônica
https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5143

Gênero e trauma

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Soares, Gláucio Ary Dillon
Sexo
Homem
Autor(es) Secundário(s)
Miranda, Dayse
Sexo:
Mulher
Título do periódico
Sociedade e Estado
Volume
20
Ano de Publicação
2005
Local da Publicação
Brasília
Página Inicial
135
Página Final
162
Idioma
Português
Palavras chave
Violência urbana
Vítima oculta
Estresse pós-trauma
DEPT
Gênero
Resumo

As conseqüências sociais e psicológicas da violência urbana sobre os parentes e amigos de pessoas vitimadas por mortes violentas (homicídio, suicídio ou acidentes) são analisadas à luz das diferenças de gênero. A literatura especializada nesta área propõe que mulheres e homens vivenciam experiências traumáticas de forma peculiar. Porém, os traumas típicos são diferentes em cada gênero, deixando em aberto a questão sobre quanto das diferenças entre as respostas se devem a gênero e quanto se devem ao tipo de trauma. Testamos a hipótese de que as mulheres são mais suscetíveis à desordem de estresse pós-trauma (DEPT) numa situação traumática comum, usando dados qualitativos e quantitativos. Comparamos os sintomas do trauma e as percepções sobre o significado da perda de seus entes queridos. A amostra, de 425 mulheres (62%) e 265 homens (38%), foi retirada de uma lista de parentes de pessoas que sofreram morte violenta na cidade do Rio de Janeiro. Incluímos trinta relatos de parentes e amigos próximos das vítimas diretas. Os resultados revelaram que 54% das mulheres e 41% dos homens tiveram o cotidiano alterado depois da morte de um parente/amigo. Há diferenças estatisticamente significativas nos problemas de saúde e na diversão. Essa área foi a mais afetada, atingindo metade dos entrevistados. Uma variável intimamente correlacionada com os sintomas da DEPT é o contato com o corpo: controlando a extensão do contato (fez o reconhecimento do corpo; viu, mas não reconheceu e nem viu nem reconheceu). Em cada uma dessas categorias, as mulheres foram mais afetadas do que os homens. O artigo conclui que as mulheres sentem mais as perdas do que os homens, mas que parte das diferenças não são internas aos gêneros, mas externas a eles, dependendo das interações e dos contatos pessoais.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5142

Brasília, uma cidade como as outras? Representações sociais e práticas de violência

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Porto, Maria Stela Grossi
Sexo
Mulher
Título do periódico
Sociedade e Estado
Volume
24
Ano de Publicação
2009
Local da Publicação
Brasília
Página Inicial
797
Página Final
826
Idioma
Português
Palavras chave
Práticas e representações sociais
Distrito Federal
Medo
Violência
Segurança pública
Resumo

Privilegiar a análise das representações sociais significa reconhecer sua importância teórico-metodológica como estratégia de conhecimento do social. Considerando a temática da qual se ocupa, o artigo explicita a pertinência da Teoria das Representações Sociais como possibilidade de análise do fenômeno da violência contemporânea, assumindo ser impossível compreendê-lo sem se interrogar sobre sentidos, valores e crenças que estruturam e presidem a vida social. O texto ressalta a importância de que políticas públicas de segurança levem em consideração significações e sentidos, de natureza subjetiva, expressos nas Representações Sociais, elaboradas e produzidas não apenas pelos integrantes da área de segurança pública mas, igualmente, por aqueles que direta ou indiretamente se beneficiam ou sofrem as consequências de seus acertos ou desacertos, ou seja, a sociedade, em seus distintos segmentos. Em outras palavras, através da utilização de evidências empíricas, aponta-se a pertinência de inserir a temática das representações sociais e de seus conteúdos no horizonte das preocupações dos formuladores de política. O Distrito Federal é o universo empírico que dá suporte às análises realizadas.    

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Brasília
Macrorregião
Centro-Oeste
Brasil
Habilitado
UF
Distrito Federal
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5492

Between social isolation and opportunity-enriching environments: Assessing neighborhood effects on the socioeconomic integration of the populations of three shanty towns in Salvador, Brazil

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Treuke, Stephan
Sexo
Homem
Código de Publicação (ISSN)
0735-2166
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.1080/07352166.2020.1808006
Título do periódico
Journal of Urban Affairs
Volume
44
Ano de Publicação
2020
Local da Publicação
Londres
Página Inicial
1391
Página Final
1415
Idioma
Inglês
Palavras chave
Neighborhood effects
Social segmentation
Economic integration
Urban services
Resumo

We aim at assessing neighborhood effects on the socioeconomic integration of poor individuals living in three shanty towns of Salvador, Brazil. Grounded on semi-structured interviews, we demonstrate that the spatial proximity of Nordeste de Amaralina to affluent gated communities fosters the interviewees’ economic integration. However, mechanisms of social segmentation impede cross-class interactions. In the peripheral São João do Cabrito, the interviewees’ confinement to the local social context along with the absence of positive social references produce their social isolation and constrain their economic integration. Yet in the peripheral Fazenda Grande II/Jaguaripe I, the shared use of urban services by socially dissimilar groups provides an opportunity-enriching environment for the lower echelons. We discuss two mechanisms that account for neighborhood effects: changes in the support structures and the impact of crime. Concluding, we advocate for a multidimensional approach to neighborhood effects, capable of attending to the interrelatedness of micro, meso, and macro-social factors.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Métodos mistos
Referência Espacial
Cidade/Município
Salvador
Bairro/Distrito
São João do Cabrito
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
UF
Bahia
Cidade/Município
Salvador
Bairro/Distrito
Nordeste de Amaralina
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
UF
Bahia
Cidade/Município
Salvador
Bairro/Distrito
Fazenda Grande II
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
UF
Bahia
Cidade/Município
Salvador
Bairro/Distrito
Jaguaripe I
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
UF
Bahia
Referência Temporal
2018
Localização Eletrônica
https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/07352166.2020.1808006

The politics of police violence: Political competition and police killings in Brazil

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Flom, Hernán
Sexo
Homem
Código de Publicação (ISSN)
0735-2166
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.1080/07352166.2021.2018935
Título do periódico
Journal of Urban Affairs
Volume
46
Ano de Publicação
2022
Local da Publicação
Londres
Página Inicial
1644
Página Final
1666
Idioma
Inglês
Palavras chave
Police violence
Brazil
Political Competition
Police Reform
Resumo

What affects police killings of denizens in the cities of developing democracies? Brazil is one of the countries with the most casualties from police lethality, yet deaths from police interventions vary greatly across its cities, as well as over time. Since most of its police forces are formally responsive to state-level governments, the political dynamics at this government tier are essential to comprehend urban policing — and its resort to deadly violence. I argue that subnational political competition explains whether state-level governments can implement reforms to reduce police lethality. I illustrate this argument through a within-case, cross-case comparison of the city-states of São Paulo and Rio de Janeiro since re-democratization in the 1980s. While lower fragmentation and partisan continuity at the state-level government enabled and consolidated reforms that mitigated police violence in São Paulo, higher fragmentation and turnover inhibited reforms and increased police lethality in Rio. Building on interviews with subnational politicians and police officers as well as statistics on police killings, this paper helps spark an urgent conversation in urban studies on police violence in the urban Global South and expands the police reform literature by developing a theory of how politics influences police violence.

Método e Técnica de Pesquisa
Métodos mistos
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Macrorregião
Centro-Oeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
1980-2018
Localização Eletrônica
https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/07352166.2021.2018935

Medos urbanos e mídia: o imaginário sobre juventude e violência no Brasil atual

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Pinheiro Koury, Mauro Guilherme
Sexo
Homem
Título do periódico
Sociedade e Estado
Volume
26
Ano de Publicação
2011
Idioma
Português
Palavras chave
Ciências Sociais
Sociologia
Medos Urbanos
Cultura do Medo
Violência
Resumo

Este artigo discute a cultura e a indústria do medo no Brasil atual, através da relação entre juventude e violência, e no avaliar as consequências desta correlação por meio das proposições levantadas pela mídia brasileira no imaginário nacional. Essa problemática é compreendida tendo em vista a questão da formação dos jovens no país nessa primeira década do século XXI, e em um momento de mudanças significativas nos padrões de comportamento nacional. Mudanças que pulverizam os valores sociais e caminham a passos largos para o individualismo crescente nas relações societárias e uma ampliação do medo do outro, no interior das formas interativas a que estão sujeitos não apenas a juventude, mas a população em geral.

Disciplina
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
2001 - 2010
Localização Eletrônica
https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5613

As configurações sociais do medo do crime na cidade de Goiânia

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Frattari, Najla Franco
Sexo
Mulher
Orientador
Costa, Arthur Trindade Maranhão
Ano de Publicação
2013
Local da Publicação
Brasília
Programa
Sociologia
Instituição
UNB
Idioma
Português
Palavras chave
Medo do Crime
Insegurança
Configurações Sociais
Resumo

Este trabalho tem por objetivo apresentar um estudo sobre o medo do crime realizado na cidade de Goiânia. A abordagem empregada assenta-se no entendimento de que o medo, ainda que generalizado entre os diferentes grupos sociais, é informado a partir de experiências e contextos diversos nos quais os indivíduos estão inseridos. Nesse sentido, não pode ser explicado somente através de análises estatísticas que buscam mensurar de que forma diferentes variáveis interferem no medo e sentimento de insegurança, buscando assim estabelecer relações de causalidade. Por maior que fosse o número de relações que se pudesse estabelecer, elas não conduziriam por si mesmas, a um entendimento claro do medo do crime nos diversos contextos e o modo como afeta a vida das pessoas nesses contextos. Diferentes lógicas culturais, sociais e situacionais informam o conteúdo do medo e insegurança dos diversos grupos. Além de se relacionar com a percepção de outros problemas sociais e inquietações urbanas, o medo adquire contornos diferenciados segundo as categorias sociais e adquire em cada uma um significado específico. Ele reconfigura-se encontrando em cada momento várias figurações para o perigo. Procuramos, portanto, compreender as particularidades do medo urbano, estudando sujeitos, lugares, situações e estratégias empregadas para enfrentá-lo. Buscamos ainda, entender os elementos que influenciam na sua ocorrência, bem como, o modo como se articulam em diferentes contextos e realidades sociais, ou seja, buscamos compreender as diferentes configurações sociais do medo e o tipo de representações que delas emergem.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Métodos mistos
Referência Espacial
Cidade/Município
Goiania
Macrorregião
Centro-Oeste
Brasil
Habilitado
UF
Goiás
Referência Temporal
2000-2012
Localização Eletrônica
https://repositorio.unb.br/handle/10482/15005

Mulas, olheiras, chefas & outros tipos: heterogeneidade nas dinâmicas de inserção e permanência de mulheres no tráfico de drogas em Brasília-DF e na Cidade do México

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Carneiro, Ludmila Gaudad Sardinha
Sexo
Mulher
Orientador
Bandeira, Lourdes Maria
Ano de Publicação
2015
Local da Publicação
Brasília
Programa
Sociologia
Instituição
UNB
Idioma
Português
Palavras chave
Mulheres
Tráfico de Drogas
Relações Sociais de Gênero
Sistema de Justiça e Penal
Resumo

Nas últimas décadas, o número de pessoas encarceradas tem-se ampliado em todo o mundo, concomitantemente à complexificação das estratégias proibicionistas, à utilização do encarceramento em detrimento de alternativas penais, à criminalização de novas condutas, à manutenção da prisão preventiva como política criminal e ao recrudescimento das penas. O trabalho destaca o fato de que o aprisionamento feminino aumentou consideravelmente, tendo, inclusive, ocorrido mais intensamente que o encarceramento masculino em termos proporcionais. É bastante significativo que o crescimento da privação de liberdade das mulheres está profundamente ligado à ampliação da demanda e à oferta de drogas, à criação e modificação de leis sancionadoras das mesmas, bem como à recente presença e atuação de mulheres na produção, na venda e na distribuição destas substâncias criminalizadas. A presente investigação, a partir de um olhar crítico em relação à criminalização de condutas, à criação da figura da/o criminosa/o e à utilização da estratégia proibicionista em relação às drogas, reflete sobre o contexto latino americano que cerca a complexidade deste fenômeno por meio de experiências localizadas nas capitais federais, Brasília-DF, no Brasil, e da Cidade do México, no México. Tais escolhas têm o intuito de demonstrar que o fenômeno do crescimento de mulheres criminalizadas por tráfico de drogas ocorre a partir de um contexto de guerra contra as mesmas, estratégia estatal proibicionista que tem atingido toda a América Latina de forma bastante singular em comparação com outras realidades mundiais. A partir disto, o objetivo foi identificar a heterogeneidade existente nas diversas dinâmicas de aproximação e permanência das mulheres nesta rede criminalizada por meio da construção de uma tipologia que busca representar os intrincados meandros percorridos pelas mulheres em suas trajetórias de vida até chegarem ao primeiro contato com o tráfico de drogas. A construção desta tipologia e sua análise ancoram-se nas situações de vulnerabilidade a que as mulheresestão expostas pelas hierarquias sociais de gênero estabelecidas nas sociedades investigadas. Ao mesmo tempo, por meio da captação das atuais especificidades da presença feminina no tráfico de drogas - entendendo estas em uma dinâmica simultânea e articulada entre uma escolha pessoal e o produto de relações sociais -, pretende-se mostrar a fluidez das categorias de agência e de subjugamento em suas trajetórias de envolvimento e de permanência com o tráfico de substâncias ilícitas, bem como a heterogeneidade das experiências possíveis dentro desta rede criminalizada. Isto porque esta complexidade expõe casos de protagonismo feminino e a desestabilização dos enrijecidos papéis sociais de gênero, ainda que pelo cometimento de ações consideradas criminosas.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Macrorregião
Centro-Oeste
Brasil
Habilitado
UF
Distrito Federal
País estrangeiro
México
Especificação da Referência Espacial
Cidade do México
Referência Temporal
2011-2015
Localização Eletrônica
https://www.repositorio.unb.br/handle/10482/20023