Antropologia

A gente dança, porque a gente pode: Um estudo sobre corpos na dança

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Leao De Lima Avila, Michele
Sexo
Mulher
Orientador
Vedana, Viviane
Ano de Publicação
2020
Programa
Antropologia
Instituição
UFSC
Idioma
Português
Palavras chave
Etnografia
Corpos
Habilidades
Dança
Resumo

Esta pesquisa de dissertação parte de um conjunto de reflexões pessoais e conceituais sobre corpo na antropologia social. A pesquisa de campo foi realizada a partir de duas inserções em campo, uma na cia de dança Bengalantes, na cidade de Florianópolis; e outra na cia de dança Sem Fronteiras, na cidade de São Paulo. As cias de dança têm como proposta metodológica e artística a inclusão, na dança, de pessoas com e sem deficiência. Dessa forma, a produção etnográfica da pesquisa procurou estabelecer diálogos entre as práticas de dança e os conceitos de técnicas corporais, percepções e habilidades, respectivamente, de Marcel Mauss (2017), Merleau-Ponty (2018) e Tim Ingold (2018). Os resultados da pesquisa possibilitaram ampliações, no campo da dança, dos conceitos de corpos com e sem deficiência, a partir da compreensão de que corpo não é algo pronto, fixo e imutável, mas um processo que se constitui por vínculos e engajamentos no mundo. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Florianópolis
Macrorregião
Sul
Brasil
Habilitado
UF
Santa Catarina
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8452836

Brasil, terra vermelha: A história da antropologia e o reencontro com Dina Dreyfus

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Magalhaes Portela, Luciana
Sexo
Mulher
Orientador
Resende Fleischer, Soraya
Ano de Publicação
2020
Programa
Antropologia
Instituição
UNB
Idioma
Português
Palavras chave
Dina Dreyfus
Cadernos De Campo
Mulheres
Etnografia
História da antropologia
Resumo

A presente tese trata da trajetória de Dina Dreyfus, com foco no período em que a etnóloga e filósofa franco-italiana atuou no Brasil, entre 1935 e 1938. A partir da constatação do apagamento da participação feminina na história da antropologia, busca-se dar luz ao trabalho etnográfico desenvolvido por ela e refletir sobre os processos que mantêm a hierarquia de prestígio de predominância masculina dentro da disciplina. Com o objetivo de compreender a sua atuação enquanto etnóloga e as suas condições de inserção, bem como as relações sociais que ela teceu no contexto de pesquisas ligadas aos museus, à etnografia e a antropologia, pretende-se reunir e analisar os materiais que documentam a sua atuação no país. Tendo como referência o uso da abordagem biográfica nas ciências sociais, me debrucei sobre o material produzido por ela durante o período. Após formação em filosofia, com um certificado em etnologia, Dina Dreyfus desloca-se da França para a cidade de São Paulo, onde realiza múltiplas atividades: preparou e ministrou um curso de etnografia à pedido do departamento de cultura, elaborou instrumentos de pesquisa junto à sociedade de etnografia e folclore de São Paulo, realizou duas expedições etnográficas no interior do país, reuniu coleções e registrou filmes entre os grupos indígenas Kadiwéu e Bororo no Mato Grosso e elaborou suas experiência em cadernos de campo na ocasião da pesquisa etnográfica entre os Nambikwaras e os Parecis. Dina Dreyfus desempenhou um papel preponderante em atividades de pesquisa, intercâmbio de conhecimentos e práticas e articulação de redes de pesquisadoras não tendo, no entanto, alcançado renome na área. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
País estrangeiro
França
Macrorregião
Centro-Oeste
Brasil
Habilitado
UF
Mato Grosso
Referência Temporal
1935-1938
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10342475

O coração sente o que os olhos não veem: Simetrização, agências cósmicas e multiplicidades no candomblé do Ilê Asé Azun Dan

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Burneiko Meira, Thomas Antonio
Sexo
Homem
Orientador
Barbosa, Antonio Carlos Rafael
Ano de Publicação
2020
Programa
Antropologia
Instituição
UFF
Idioma
Português
Palavras chave
Candomblé
Etnografia
Simetrização
Não-humanos
Multiplicidades
Resumo

Na presente tese, contemplo o Ilê Asé Azun Dan, um terreiro de candomblé localizado, hoje, na cidade de Ribeirão Pires, região sudeste da metrópole paulistana, e onde fui iniciado no culto das deidades "afro-brasileiras". Inspirado em certa experiência pessoal, vivida durante uma consulta oracular, na qual o espírito do fundador dali -- falecido em 1994 -- me convocou para estudar e escrever sobre a história da comunidade, meu intuito, aqui, remeteu à confecção de um texto etnográfico sob proposição dita "simetrizante". Encarei o termo como a necessária cautela tomada pelos antropólogos na suspensão dos pressupostos e explicações científicas -- criados na realidade acadêmica --, para se limitarem às descrições do mundo que pretendem honrar, e segundo os seus próprios fundamentos. Da adoção dessa postura espera-se despontar criações conceituais legítimas não apenas nos seus coletivos de origem, mas igualmente passíveis de confronto e desestabilização do arcabouço antropológico, prioritário no desequilíbrio dos poderes implicados na produção das ciências. No âmbito local, incidi a manobra sobre os seres incorpóreos, deslocados, pois, das "crenças" - derivadas, sempre, de alguma outra base mais "real" -, assumidos, então, na sua autonomia e no protagonismo cabidos; ao fazê-lo, as relações, deles, com as pessoas-humanas - na história, nos atuais processos religiosos e no incerto futuro decorrido de trâmites sucessórios - incorrem nas concepções formadas de lógicas permeadas das "multiplicidades". Essas, fundamentais sobre como querem ser entendidos, e potentes no rever dos divisores clássicos, rígidos, do pensamento antropológico - tais quais "natureza" e "cultura"; "verdade" e "representação"; "indivíduo" e "sociedade" etc. -, Insinuados, no texto, em virtualidade.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Ribeirão Pires
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10767572

Quilombo brotas de Itatiba (SP): Significados, interpretações, memórias e consciência quilombola

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Barbosa, Jose Roberto
Sexo
Homem
Orientador
Fernandes, Ricardo Cid
Ano de Publicação
2020
Programa
Antropologia
Instituição
UFPR
Idioma
Português
Palavras chave
Quilombo
Representação Social
Identidade
Ancestralidade
Quilombo
Resumo

Esse trabalho tem como objetivo refletir sobre o quilombo Brotas, comunidade a que pertenço, localizada no município de Itatiba no estado de São Paulo. A pesquisa enfocou a análise das interpretações e as relações dos atuais quilombolas com o que muitas vezes é denominado "os antigos" e "o antigamente". Especial atenção foi dada à memória de Amélia Gomes de Lima Barbosa, mais conhecida como "Vó Mélia", ancestral a partir da qual os quilombolas do quilombo brotas procuram fundamentar sua legitimidade e seu direito ao território. A análise também considera o imaginário de muitas pessoas que visitam e/ou estudam o quilombo brotas sobre a figura de "Vó Mélia" e sobre a estrutura social da comunidade. A partir do quilombo Brotas, a reflexão abarca o fenômeno dos quilombos contemporâneos, as representações sociais sobre quilombos e quilombolas e a forma como estas representações podem afetar a luta das atuais comunidades quilombolas por reconhecimento. A análise inclui, ainda, considerações sobre o desenvolvimento histórico do conceito de quilombo, suas extensões metafóricas e a possibilidade de se pensar uma base para a conceituação de quilombo e quilombola que não se encontre refém das representações, as quais são frequentemente baseadas em estereótipos e idealizações. Por fim, a pesquisa propõe que, devido a seu histórico e particularidades contemporâneas, o quilombo Brotas e seus quilombolas podem ser encaixados em diversos desses conceitos de quilombos desenvolvidos ao longo do tempo.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Itatiba
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10750613

A População LGBT Privada de Liberdade: sujeitos, direitos e políticas em disputa

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Zamboni, Marcio Bressiani
Sexo
Homem
Orientador
Silva, Laura Moutinho da
Ano de Publicação
2020
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Direitos Humanos
Gênero
LGBT
Prisão
Sexualidade
Resumo

O objetivo desta tese é analisar as modalidades de gestão da diversidade sexual e de gênero em prisões brasileiras e mexicanas no contexto da emergência de direitos específicos para os chamados presos LGBT. O foco recai sobre as unidades masculinas (ou varoniles) dos sistemas penitenciários do estado de São Paulo (Brasil) e da região metropolitana da Cidade do México. Busquei entender, por um lado, como determinadas normativas institucionais e políticas públicas têm definido (e produzido) uma população LGBT privada de liberdade - dotada de uma demografia, demandas e direitos próprios. Tratei de recuperar, por outro lado, o que esse regime de sexualização e generificação de corpos e subjetividades encarceradas deixa de fora. Que outras formações políticas e categorias de classificação ficam à sombra, mas continuam tendo efeitos sobre a produção do cotidiano das prisões? Considero também, portanto, narrativas e trajetórias de sujeitos interpelados por esse novo aparato regulatório. Como eles se posicionam diante dessas definições e categorias? Que novas possibilidades de agência se constituem e que campos de manobra se limitam? Trata-se, em outras palavras, de analisar a invenção histórica dos presos LGBT como um sujeito de direitos específico e seus efeitos sobre determinadas identidades e subjetividades.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
País estrangeiro
México
Especificação da Referência Espacial
Cidade do México
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-29072020-200816/publico/2020_MarcioBessianiZamboni_VCorr.pdf

A viola e o caipira no século XXI: O instrumento musical e sua relação nos processos de subjetivação caipira

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Rocha Salgado, Lucas
Sexo
Homem
Orientador
Oliven, Ruben George
Ano de Publicação
2020
Programa
Antropologia
Instituição
UFRGS
Idioma
Português
Palavras chave
Caipira
Cultura Caipira
Globalização
Modas De Viola
Música Brasileira
Resumo

A viola caipira é um instrumento com forte identificação com a cultura caipira e com sua sonoridade. As músicas caipiras tocadas com viola são conhecidas como modas de violas. O interior do estado de São Paulo (Brasil) possui ligação histórica com a cultura caipira, fruto da integração de variadas culturas em contato com a população nativa tupi. Uma cultura relacionada a modos de vida no campo, com um dialeto característico e uma sonoridade musical própria. Ao longo do século XXI com as transformações da vida e do trabalho no campo e com a urbanização do estado de São Paulo, imaginou-se a crise das bases da cultura caipira frente à cidade. Ao mesmo tempo, com o desenvolvimento da indústria fonográfica e do rádio a partir do início daquele século, as modas de viola e o gênero de música caipira se tornaram muito populares por todo o país. Em um cenário hoje em que o estado é quase todo urbanizado, com as transformações da vida no campo e com os fluxos globais de comunicação via smartphones, há a continuidade da cultura caipira como referência aos sujeitos e seus processos de subjetivação. Para pensar esses processos, neste trabalho abordo as emoções e imaginários mobilizados nas modas de viola entoadas pelo grupo de viola morena da fronteira, da cidade de Socorro, SP, com quem tive contato entre 2018 e 2020 - explicitando a materialidade da cultura caipira na relação criada entre violas, violeiros e suas modas. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Socorro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9720640

O encarceramento de indígenas sul-mato-grossenses: Do Icatu à penitenciária estadual de Dourados

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Toledo Penteado Junior, Ariovaldo
Sexo
Homem
Orientador
Hilario Aguilera Urquiza, Antonio
Ano de Publicação
2020
Programa
Antropologia
Instituição
UFMS
Idioma
Português
Palavras chave
Povos Indígenas
Encarceramento
Lideranças
Resumo

A presente pesquisa versou sobre uma forma de "tratamento" ministrada pelo Estado republicano em face dos indígenas, principalmente sul-mato-grossenses, categorizados como "indisciplinados" ou "infratores". Nossa análise inicia-se atentando para o advento da política indigenista oficial implantada pelos "civilizados" no início do século XX e ressaltará uma forma de controle social que além de perdurar no tempo, vem aumentando significativamente sua nefasta utilização: a prisão. No campo metodológico que circundou a pesquisa, após a revelação de "limites de segurança" do investigador foi advogado pela readequação do método disponível bem como a ideia que a noção de etnografia deve ser constantemente ressignificada. Foi uma pesquisa que utilizou o método etnográfico, o genealógico e o da história de vida. Já no corpo do conteúdo, após reportar sobre a "pacificação" dos autóctones do oeste paulista, discorremos a respeito da transferência deles para a terra indígena do icatu, localizada na região noroeste do estado de são paulo, no município de braúna. Menos de vinte anos depois de sua criação (1916) o local passou a figurar em documentos oficiais como "escola correcional", "colônia penal" e "posto correcional". Nesse sentido, apresentamos uma parte do funcionamento da malha punitiva do SPI, o protagonismo do Icatu no cenário nacional bem como sua substituição pelo Reformatório Agrícola Indígena Krenak e posteriormente pelo centro de reeducação, colônia agrícola indígena ou simplesmente fazenda guarani. Por fim, seguimos nessa linha temporal- punitiva e chegamos no período atual, na Penitenciária Estadual de Dourados (PED) - líder nacional de encarceramento de indígenas - narrando parte do contexto dos guarani e kaiowá encarcerados bem como as violações pelo estado brasileiro dos diplomas legais que tratam do assunto. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Zona
Oeste-paulista
Cidade/Município
Braúna
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Macrorregião
Centro-Oeste
Brasil
Habilitado
UF
Mato Grosso do Sul
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9699696

Experimentações baldias & paixões de retomada: Vida e luta na cidade - acampamento

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Moraes De Souza, Alana
Sexo
Mulher
Orientador
Leite Lopes, Jose Sergio
Ano de Publicação
2020
Programa
Antropologia
Instituição
UFRJ
Idioma
Português
Palavras chave
Lutas sociais
Antropologia política
Gênero
Corporalidades
Neoliberalismo
Resumo

Fruto de uma etnografia entre acampamentos sem-teto nas periferias metropolitanas de São Paulo, esta tese percorre algumas questões que hoje atravessam os sentidos das lutas sociais, novas conflitualidades e formas de vida que se abrem como experimentação nos acampamentos de terrenos baldios e seu emaranhado de corpos, relações, curas e histórias. Instituído em grandes terrenos não edificados de mata tanto persistente quanto exuberante, o regime baldio instaurado pelas ocupações sem-teto surge como zona de interstício entre o ritmo desenfreado das novas formas de metropolização financeirizada e vigiada da "cidade global" e as ruínas de uma antiga metropolização fabril, nos oferecendo sugestivas proposições de uma política por vir. Ao intuir, uma vez mais, a luta política que se faz com os pés na terra, os acampamentos interrogam a "cidade do progresso" (e seu colapso) pelo seu avesso, em um arranjo deliberadamente precário, impermanente e aberto ao mundo vivo, nos apresenta pistas para pensar a transição da cidade-fábrica para a cidade-acampamento. Trata-se de uma ação coletiva que começa pela denúncia do regime proprietário e rentista produtor de desigualdades, mas que de forma imprevista acaba por investigar uma uma inédita aliança entre o baldio e a classe endividada, a classe "nômade do trabalho", como denomina mbembe (2018), uma aliança entre o combate a cozinha coletiva, a festa e a guerra. O regime baldio, tecido por suas tramas relacionais, além de fazer emergir a própria coletividade que o sustenta - os sem-teto - também torna possível o tempo livre e outras proposições sobre viver junto. Por não se constituírem, na maior parte das vezes, como espaços de moradia, os acampamentos organizados pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) possibilitam uma emergente espacialidade que não é a da casa, nem é a do trabalho, mas uma experiência de travessia na qual no qual se vive a vida através da vida dos outros, como na definição ampla de parentesco feita por sahlins (2013). Diferente de toda a gramática que constitui a "política habitacional" e suas tecnologias generificadas, proprietárias e bio-produtivas, nos acampamentos é possível experimentar a confusão de fronteiras entre cozinhas coletivas, festas, zonas de cumplicidade e prazer que abre hipóteses intensamente relacionais para as transações entre corpos e papéis. Na pesquisa, tratamos de pensar com os sem-teto sobre a retomada de um tempo da cura nas bifurcações em relação às inscrições dos trampos, virações, ao desemprego ativo e à socialidade doméstica, bifurcações capazes de produzir experimentações de "voltar à vida"; de sentir a "luta entrar no sangue" e "virar outra", como muito escutei nos acampamentos. Trata-se também de pensar em como a forma-acampamento interroga os modos de subjetivação neoliberal constituídos pela concorrência, desempenho, sacrifício encarnando assim uma guerra contra todos aqueles que, de certa forma, ameaçam o pacto da cidadania sacrificial - os vagabundos e vagabundas. Por fim, a tese apresenta algumas reflexões sobre como a política e o conhecimento sem-teto produzidos nos acampamentos interpelam alguns dos consensos progressistas e suas formas democráticas, também percorre algumas proposições sobre tecnologias de gênero e políticas de cuidado em uma conversa entre mulheres sem-teto e uma ciência feminista. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9753643

A vida dos produtos "ecossociais": Uma etnografia sobre consumo em tempos de capitalismo verde

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Jacomo, Tiago Miguel
Sexo
Homem
Orientador
Helfst Leicht Collaco, Janine
Ano de Publicação
2020
Programa
Antropologia
Instituição
UFG
Idioma
Português
Palavras chave
Antropologia do consumo
Antropologia urbana
Mercados públicos
Narrativa visual
Resumo

Essa etnografia discute - através de uma narrativa textual e visual - o que é considerado um produto "ecossocial" bem como as interações sociais envolvidas na produção e consumo desses objetos que são vendidos Mercado Municipal de Pinheiros em São Paulo capital. Os produtos "ecossociais" são feitos por diversas comunidades tradicionais do bioma brasileiro cerrado, esses produtos são beneficiados no distrito federal. Essa é uma etnografia multi-situada onde em campos diversos houve a construção de uma narrativa que discutiu as relações entre humanos e objetos. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Zona
Zona Oeste
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Pinheiros
Localidade
Mercado Municipal de Pinheiros
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10500170

Maestrias de mestre pastinha: um intelectual da cidade gingada

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Acuna, Jorge Mauricio Herrera
Sexo
Homem
Orientador
Schwarcz, Lilia Katri Moritz
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Saberes
Intelectuais
Capoeira
Marcadores Sociais Da Diferença
Subalternidade
Resumo

Vicente Ferreira Pastinha, mais conhecido como mestre pastinha é a mais importante referência da prática que se convencionou chamar "capoeira angola," e também um de seus principais pensadores. Nascido em Salvador no final do século XIX, sua vida perpassa momentos cruciais da experiência afro-brasileira das classes subalternas de salvador ao longo do século XX. A partir da década de 1940, pastinha leva adiante a proposta de "preservar" um estilo de capoeira, mobilizando um elemento cultural que ainda carregava negativos marcadores sociais de "raça", "cor" e classe. Ao fazê-lo, procura inscrever também uma biografia que silencia aspectos de seu passado em favor de outros, consolidando-se como um importante intelectual da "cidade gingada" - noção que será desenvolvida em oposição à ideia de cidade letrada. As distâncias, aproximações, travessias e tensões entre esses dois universos são os eixos da presente análise, que destaca o ambiente formador da experiência de mestre pastinha no período pós-abolição e seus percursos até 1971. Durante este período, o mestre sai de uma relativa invisibilidade entre os praticantes de capoeira para consolidar o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA) no pelourinho, alcançando um amplo reconhecimento que o leva a percorrer vários estados do brasil e a visitar a África participando do primeiro festival mundial de artes negras no Senegal. Nesse sentido, nosso objetivo é analisar, por meio da trajetória de Vicente Ferreira Pastinha, quais são as condições de emergência, experimentação, consolidação e reconhecimento de saberes subalternos e racializados na Bahia do século XX. Ao mesmo tempo, procura-se apreender os processos de formação e modificação da subjetividade de pastinha nos "entre lugares" de dois polos dinâmicos de saberes: a ginga e a letra. Subjaz a esta investigação, o suposto de que mestre pastinha contribuiu para a construção de uma versão da "democracia racial" na Bahia e no Brasil, mas, paradoxalmente, para evidenciar alguns dos controversos limites dessa imaginação nacional.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
Salvador
Brasil
Habilitado
UF
Bahia
Referência Temporal
1940-1980
Localização Eletrônica
https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/USP_9e74bcf52e7ad8fea72d4b0d466bdc8b