Serviços, espaços e práticas de lazer

A cidade dos picos: a prática do skate e os desafios da citadinidade

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Machado, Giancarlo Marques Carraro
Sexo
Homem
Orientador
Magnani, Jose Guilherme Cantor
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.11606/T.8.2018.tde-26032018-122700
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Skate
Citadinidade
Cidade
Espaços Urbanos
Antropologia Urbana
Resumo

A presente tese revela como a citadinidade é permeada por múltiplas configurações, enquadramentos, agenciamentos e contradições, além do jogo relacional entre "estratégias" e "táticas" que ocorre numa São Paulo considerada a partir de uma perspectiva citadina. A realização do skate de rua (street skate) constitui-se como foco de uma investigação que o trata não apenas como uma prática multifacetada que transcorre no urbano, mas, igualmente, como sendo uma própria prática do urbano transposta por resistências, transgressões, conflitos e negociações, enfim, por posicionamentos díspares frente às governanças que são feitas dos espaços da cidade. Desta forma objetiva-se analisar como os skatistas embaralham certos ordenamentos urbanos e põem em suspensão "embelezamentos estratégicos" de uma cidade gerenciada como mercadoria e voltada para práticas de cidadania que são englobadas sobretudo por lógicas de consumo. As abordagens etnográficas aqui contidas revelam ainda como jovens citadinos questionam premissas que permeiam "lugares próprios" marcados por esperadas univocidades e estabilidades por meio de suas artimanhas, percepções, maneiras e experiências e contribuem, assim, para a redefinição do espaço enquanto um "lugar praticado" com a apregoação de novas leituras e valores simbólicos. A São Paulo do skate, portanto, apresenta-se não como uma realidade definida a priori, como algo acabado e definido, mas em permanente construção em razão de seu caráter relacional e situacional.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-26032018-122700/pt-br.php

Sexualidade e prevenção do HIV/AIDS entre jovens gays na comunidade de Heliópolis, São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Mazzariello, Carolina Cordeiro
Sexo
Mulher
Orientador
Simoes, Julio Assis
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.11606/D.8.2018.tde-12122018-171954
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Jovens
Sexualidade
Homossexualidade
Prevenção
HIV/AIDS
Resumo

A partir de uma pesquisa etnográfica realizada na comunidade de Heliópolis, bairro popular na cidade de São Paulo, este trabalho objetivou analisar as experiências socioculturais e os valores que norteiam o exercício da sexualidade e das práticas afetivas entre um grupo de jovens gays (na faixa entre 18 e 28 anos de idade). Mais especificamente, buscou compreender como tais valores socioculturais influenciam o modo como se dão as escolhas e o cuidado com a saúde referente às práticas preventivas ao HIV/AIDS. O texto aborda as dificuldades enfrentadas por estes jovens em relação ao exercício da sexualidade relacionado ao processo de coming out no ambiente familiar. Processo que implica a reorganização dos vínculos e é marcado por sentimentos de vergonha, culpa e medo, elementos que dificultam a autonomia e a gestão dos corpos associados à sexualidade e afetividade. Aborda ainda, como a escola é ao mesmo tempo um espaço de trocas, aprendizado, de descoberta e encontro com os pares, mas também um ambiente muitas vezes hostil e marcado pela violência homofóbica. Entretanto, mesmo diante das disparidades de abordagens e conteúdos, muitas vezes insuficientes, a escola revelouse como o local privilegiado para o aprendizado sobre sexualidade e doenças sexualmente transmissíveis. Por fim, trata das decisões relativas à prevenção ao HIV/AIDS. Vale pontuar que persiste a ideia do sexo como força instintiva e o desejo como algo incontrolável. E que ainda que eles demonstrem medo em relação à aids, o sexo sem preservativo é recorrente, principalmente com parceiros em que a confiança se revela, noção baseada principalmente no tempo em que se conhece o parceiro. Geralmente as decisões por usar ou não preservativo são tomadas em silêncio, o que indica dificuldade por parte deles em abordar a questão. Apesar dos recursos limitados e um sentimento geral de desamparo e insegurança, esses jovens têm encontrado, no entanto, uma maneira de garantir seu direito ao exercício da sexualidade.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Heliópolis
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-12122018-171954/pt-br.php

Nas fissuras do concreto: política e movimento nas hortas comunitárias da cidade de São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Machini, Mariana Luiza Fiocco
Sexo
Mulher
Orientador
Magnani, Jose Guilherme Cantor
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.11606/D.8.2018.tde-12092018
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Horta Urbana Comunitária
Agricultura Urbana
Movimento
Política
Cidade
Resumo

Esta dissertação analisa algumas das hortas urbanas comunitárias da cidade de São Paulo. Trata-se de uma etnografia que explora as conexões, motivações e formas de ação desses agrupamentos autogeridos de voluntários que criam e mantêm espaços de plantio em áreas públicas. São tratadas de maneira mais detida três delas: a horta das corujas, no bairro da Vila Beatriz, a horta do centro cultural São Paulo, no bairro Vergueiro e a horta dos ciclistas, na avenida paulista. A intenção dessa análise, no entanto, não é se ater a territórios fixos, e sim apreender os movimentos propiciados pela prática das hortas comunitárias na cidade. Dessa maneira, são aqui traçadas algumas das relações entre essas hortas e outras formas de agricultura urbana em São Paulo, seus entrelaçamento e perspectivas de co-construções que emergem entre humanos e não humanos, além de suas relações com instâncias políticas formais. A interação entre as ações no espaço público, as técnicas e os ensinamentos de agroecologia propagados pelas hortas e a rede de trocas que opera entre elas expõe maneiras de se vincular à cidade que são permeadas por uma noção de política do cotidiano, a qual não se encontra apenas nas relações com o e do estado.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Vila Beatriz
Localidade
horta das corujas
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Vergueiro
Localidade
Centro Cultural São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Especificação da Referência Espacial
horta
Cidade/Município
São Paulo
Logradouro
Avenida Paulista
Localidade
horta dos ciclistas
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-12092018-135858/pt-br.php

A gente dança, porque a gente pode: Um estudo sobre corpos na dança

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Leao De Lima Avila, Michele
Sexo
Mulher
Orientador
Vedana, Viviane
Ano de Publicação
2020
Programa
Antropologia
Instituição
UFSC
Idioma
Português
Palavras chave
Etnografia
Corpos
Habilidades
Dança
Resumo

Esta pesquisa de dissertação parte de um conjunto de reflexões pessoais e conceituais sobre corpo na antropologia social. A pesquisa de campo foi realizada a partir de duas inserções em campo, uma na cia de dança Bengalantes, na cidade de Florianópolis; e outra na cia de dança Sem Fronteiras, na cidade de São Paulo. As cias de dança têm como proposta metodológica e artística a inclusão, na dança, de pessoas com e sem deficiência. Dessa forma, a produção etnográfica da pesquisa procurou estabelecer diálogos entre as práticas de dança e os conceitos de técnicas corporais, percepções e habilidades, respectivamente, de Marcel Mauss (2017), Merleau-Ponty (2018) e Tim Ingold (2018). Os resultados da pesquisa possibilitaram ampliações, no campo da dança, dos conceitos de corpos com e sem deficiência, a partir da compreensão de que corpo não é algo pronto, fixo e imutável, mas um processo que se constitui por vínculos e engajamentos no mundo. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Florianópolis
Macrorregião
Sul
Brasil
Habilitado
UF
Santa Catarina
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8452836

Maestrias de mestre pastinha: um intelectual da cidade gingada

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Acuna, Jorge Mauricio Herrera
Sexo
Homem
Orientador
Schwarcz, Lilia Katri Moritz
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Saberes
Intelectuais
Capoeira
Marcadores Sociais Da Diferença
Subalternidade
Resumo

Vicente Ferreira Pastinha, mais conhecido como mestre pastinha é a mais importante referência da prática que se convencionou chamar "capoeira angola," e também um de seus principais pensadores. Nascido em Salvador no final do século XIX, sua vida perpassa momentos cruciais da experiência afro-brasileira das classes subalternas de salvador ao longo do século XX. A partir da década de 1940, pastinha leva adiante a proposta de "preservar" um estilo de capoeira, mobilizando um elemento cultural que ainda carregava negativos marcadores sociais de "raça", "cor" e classe. Ao fazê-lo, procura inscrever também uma biografia que silencia aspectos de seu passado em favor de outros, consolidando-se como um importante intelectual da "cidade gingada" - noção que será desenvolvida em oposição à ideia de cidade letrada. As distâncias, aproximações, travessias e tensões entre esses dois universos são os eixos da presente análise, que destaca o ambiente formador da experiência de mestre pastinha no período pós-abolição e seus percursos até 1971. Durante este período, o mestre sai de uma relativa invisibilidade entre os praticantes de capoeira para consolidar o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA) no pelourinho, alcançando um amplo reconhecimento que o leva a percorrer vários estados do brasil e a visitar a África participando do primeiro festival mundial de artes negras no Senegal. Nesse sentido, nosso objetivo é analisar, por meio da trajetória de Vicente Ferreira Pastinha, quais são as condições de emergência, experimentação, consolidação e reconhecimento de saberes subalternos e racializados na Bahia do século XX. Ao mesmo tempo, procura-se apreender os processos de formação e modificação da subjetividade de pastinha nos "entre lugares" de dois polos dinâmicos de saberes: a ginga e a letra. Subjaz a esta investigação, o suposto de que mestre pastinha contribuiu para a construção de uma versão da "democracia racial" na Bahia e no Brasil, mas, paradoxalmente, para evidenciar alguns dos controversos limites dessa imaginação nacional.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
Salvador
Brasil
Habilitado
UF
Bahia
Referência Temporal
1940-1980
Localização Eletrônica
https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/USP_9e74bcf52e7ad8fea72d4b0d466bdc8b

Celebrando corpos, debatendo movimentos – A sexualidade da mulher negra das redes às festas negras em SP

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Souza, Priscila do Rocio Oliveira de
Sexo
Mulher
Orientador
Silveira, Marcos Silva da
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
Curitiba
Programa
Antropologia
Instituição
UFPR
Idioma
Português
Palavras chave
Feminismo negro
Performance
Festas negras
Sexualidade
Cultura política
Resumo

A proposição deste trabalho visa abordar a temática da sexualidade de mulheres e feministas negras e as discussões que estas desencadeiam em grupos de redes sociais. Veremos como a performance passa a ser a ferramenta utilizada por grupos que demandam políticas e pertencimentos, utilizando a exposição do corpo como demarcador e agente destas. Os debates acerca do corpo negros e sexualidade aqui está voltado para as práticas de jovens periféricos que encontram não apenas nas redes sociais formas de expressar suas identidades, mas também as expressam e performam em festas negras que ocorrem na cidade de São Paulo, utilizando assim de uma cultura política. O presente texto traz os dados de pesquisa coletas entre os anos 2015 a 2017 e busca demonstrar como nos espaços virtuais e físicos são utilizados como local discurso e atuação onde questões como performance, identidade, gênero e corporeidade estão em evidência e debate, onde o corpo se constrói, descontrói, performa e se reconstrói. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2015-2017
Localização Eletrônica
https://acervodigital.ufpr.br/xmlui/handle/1884/62472

Réplicas originais: um estudo sobre futebol nos museus

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Alfonsi, Daniela do Amaral
Sexo
Mulher
Orientador
Magnani, José Guilherme Cantor
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Museus
Futebol
Estádios
Cidade
Antropologia Urbana
Resumo

A tese tem como objeto o Museu do Futebol, localizado no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho no bairro do Pacaembu (São Paulo - SP) e inaugurado em 29 de setembro de 2008, pela fundação Roberto Marinho, prefeitura e governo do estado de São Paulo. Esse museu despontou no cenário cultural brasileiro sob o atributo de ser "inovador", especialmente por abrir mão de coleções materiais em detrimento do uso de conteúdos audiovisuais em suas exposições. Figura no rol das instituições museológicas mais visitadas no país, com uma média de 300 mil visitantes por ano e constante inserção em veículos de imprensa. Embora não seja o único a tratar do tema futebol, constitui-se, pelos números alcançados, o de maior interesse de público e de mídia, nacional e internacional, especialmente no contexto do que a literatura cunhou como "década esportiva" brasileira: período que vai de 2006 a 2016, englobando diferentes megaeventos esportivos ocorridos em território nacional. O museu do futebol passou a ser considerado um modelo a ser seguido em diferentes projetos para novos museus, relacionados ou não à temática dos esportes. O objetivo desse trabalho é compreender como são criadas, transformadas e postas em disputa, seja pelas exposições ou por outros locais de ação desse museu, acepções sobre museu, sobre futebol e sobre o que deveria ser um acervo sobre esse tema. O modo escolhido para seguir essa questão é etnografar encontros, processos curatoriais e seus documentos e o próprio espaço expositivo do museu do futebol e seus visitantes. Dividida em três capítulos, o primeiro desvela o processo de se criar um museu novo, seja pelos mecanismos jurídico-legais, seja pela escolha de um local na cidade e todo o processo curatorial de seleção e redução do tema aos limites de uma exposição. O segundo centra-se no cotidiano de um museu em funcionamento, quando o encontro com diferentes públicos põe em disputa as acepções formuladas por curadores, especialistas e outros profissionais envolvidos no processo de se fazer um museu. O terceiro capítulo é um deslocamento da autora por outros museus sobre o tema, de modo a pôr em perspectiva comparativa aquilo que é etnografado "de perto e de dentro" do museu do futebol. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Zona
Zona Oeste
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Pacaembu
Logradouro
Praça Charles Miller
Localidade
Museu do Futebol
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2008-2017
Localização Eletrônica
https://www.oasisbr.ibict.br/vufind/Record/BRCRIS_44caf4852454f3e4df94f6ba76f7a8a2

Conexões da interculturalidade: cidades, educação, política e festas entre Sateré-Mawé do Baixo Amazonas.

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Fiori, Ana Leticia de
Sexo
Mulher
Orientador
Magnani, Jose Guilherme Cantor
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Educação indígena
Ensino Superior indígena
Etnologia urbana
Interculturalidade
Política indígena
Resumo

Esta tese, desenvolvida no âmbito do Grupo de Etnologia Urbana do Núcleo de Antropologia Urbana da USP discute os enredamentos entre educação, cidade e política a partir das experiências sateré-mawé com Ensino Superior. O trabalho é desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica, documental, entrevistas e, principalmente, da etnografia desenvolvida individualmente e junto a outros pesquisadores do GEU, cuja coparticipação deu-se em campo e na produção de cadernos de campo coletivos. Esta etnografia centra-se na cidade de Parintins-AM (médio-baixo Amazonas), na turma de Parintins do curso de Pedagogia Intercultural (2009 e 2014) oferecido pela Universidade do Estado do Amazonas UEA, e nas circulações dos acadêmicos indígenas Sateré-Mawé e suas práticas por entre as cidades e as aldeias da Terra Indígena Andirá-Marau, sobretudo a aldeia Ponta Alegre. Ao longo dos cinco capítulos, a etnografia desenvolvida entre os Sateré-Mawé é apresentada face a discussões sobre modelos analíticos da antropologia acerca de objetos como cidade, cultura e interculturalidade, redes de saberes, ensino superior indígena, estado, política dos e para indígenas e festas. Exploro as conexões parciais engendradas pela presença de acadêmicos sateré-mawé na universidade e sua circulação por instituições (escolas, secretarias, etc.), práticas (ensino, política, lazer), eventos (feiras escolares, eventos acadêmicos, rituais, futebol) e modos de conhecimento e enunciação. Apresento reflexões que emergiram na interlocução com os Sateré-Mawé acerca das relações engendradas pelo dispositivo da interculturalidade, como suas interpretações do Festival Folclórico do Boi Bumbá, principal atividade econômica de Parintins; e da proposta de uma Livre Academia do Wará, a universidade indígena proposta pelo Consórcio de Produtores Sateré-Mawé. Discuto como enquadram seus intuitos de ter uma "educação dos brancos" em suas cosmopolíticas face ao mito do Imperador, o sistema de conhecimento do guaraná e a Festa da Tucandeira. O Imperador é um demiurgo relacionado a eventos históricos e à habilidade sateré-mawé de pacificar e canalizar potências dos brancos, agora situadas nos currículos e diplomas universitários. Os Sateré-Mawé são "filhos do Guaraná", uma planta professora que transforma o ethos guerreiro no uso diplomático de "boas palavras", necessárias à formação do bom professor. Os cantos da Tucandeira, festa mais conhecida dos Sateré-Mawé, trazem as Sehay Pooti (boas palavras) ensinando os jovens que dançam suportando a dor da luva de formigas. Mais do que diacríticos de uma identidade indígena, estes mitos e ritos formam um complexo sistema de saberes que delineiam as compreensões Sateré-Mawé sobre suas agências na contemporaneidade.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Região
Médio-baixo Amazonas
Cidade/Município
Parintins
Macrorregião
Norte
Brasil
Habilitado
UF
Amazonas
Referência Temporal
2009 - 2014
Localização Eletrônica
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-13122018-163358/pt-br.php

Allianz Parque e Rua Palestra Itália: práticas torcedoras em uma arena multiuso

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Mandelli, Mariana Carolina
Sexo
Mulher
Orientador
Frúgoli Junior, Heitor
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Arenas
Estádios
Futebol
Rua
Torcedores
Resumo

A presente pesquisa teve como principal objetivo compreender quais os efeitos que a transformação de um estádio brasileiro de futebol em uma arena multiuso, à luz das exigências da Federação Internacional de Futebol (FIFA), traz para as formas de torcer. Para tanto, foi realizada uma etnografia nos jogos da Sociedade Esportiva Palmeiras (SEP) disputados no Allianz Parque, inaugurado em 2014 após quatros anos de reforma no Estádio Palestra Itália, campo pertencente à Sociedade Esportiva Palmeiras (SEP), considerado um dos clubes de maior relevância no cenário futebolístico de São Paulo e do Brasil. Com base em meses de observações, pôde-se perceber um fluxo de práticas torcedoras entre o que acontece dentro e fora da arena. Isto porque a localização do Allianz Parque, na zona oeste paulistana, possibilita a criação de uma territorialidade palmeirense, onde equipamentos físicos, tais quais bares e sedes de torcidas organizadas, misturam-se a um código moral, regido pelo clubismo, nas ruas do entorno da arena.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-08032019-152307/pt-br.php

Pelas cordas da viola, nas curvas da rabeca: uma etnografia dos movimentos de fazer musical caiçara

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Martins, Patricia
Sexo
Mulher
Orientador
Norma Gonzalez De Castells, Alicia
Ano de Publicação
2018
Programa
Antropologia
Instituição
UFSC
Idioma
Português
Palavras chave
Fazer Musical
Movimento
Socialidade Caiçara
Resumo

Tendo o movimento como elemento constituidor de dinâmicas sociais, nesta tese busco descrever, a partir de um engajamento etnográfico, percursos e deslocamentos marcados pela circulação de violas e rabecas, por meio de seus fazeres, afinações, modas, versos e performances. Interessa-me perceber como a configuração destes espaços de produção musical se modulam de acordo com as relações que os condicionam, estabelecidas entre pessoas, como também entre elas, as coisas, os sons e os meios que motivam seus deslocamentos. Nestes percursos, o fazer musical produz balizas, constituindo e sendo constituído nestes movimentos, através das águas do litoral do paraná e de são paulo. É ao circular e fazer com que as coisas circulem que violas e rabecas - e a musicalidade que delas se expressa - ganham significação potencializando-se neste transito. Numa específica experiência de espaço, deslocar-se não significa perder-se em movimentos, mas implica em vivenciar pausas, descompassos, lacunas, ritmos e cadências próprios, como àqueles vivenciados em fandangos e na bandeira do divino, lugares onde transitei e também constituí trajetos e afeições ao longo de uma intensa jornada de trabalho de campo. Apontar a dimensão transformadora do deslocamento, como fundador de dinâmicas de circulação, e nele observar o fazer musical como veículo potencial de transformação de coletivos e de paisagens, é um dos objetivos desta tese. Tratando-se, portanto, de regimes de conhecimento mediados pelo mundo da experiência, no fazer musical caiçara o conceito nativo de experimentar-fazendo nos informa sobre as múltiplas sensorialidades envolvidas na prática, chamando atenção para gestos técnicos derivados de sinergia de ações humanas em diferentes redes de movimentos que constituem múltiplos agenciamentos. Se, no tempo dos sítios, essa musicalidade mobilizava grupos domésticos e redes de vizinhança, nas cidades, amplia seu espaço de atuação produzindo e atualizando relações de afeto e consideração. A música neste ambiente cria narrativas através de performances e poéticas, cria também potencialidades políticas, na medida em que se constitui enquanto dispositivo de resistência, ligando essa população a esse território. Assim, é possível anunciar o argumento central desta tese, onde a presença e movência de violas e rabecas diz de forma mais radical sobre modos outros de existência, fala sobre a perseverança de populações e coletivos de base étnico-territorial, envolve resistência, oposição, defesa e afirmação dos seus territórios, produz atravessamentos, sendo portanto, ontológica, na medida em que "da madeira ao som" cria e re-cria lugares, pessoas e suas socialidades. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Macrorregião
Sul
Brasil
Habilitado
UF
Paraná
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/189951