Serviços, espaços e práticas de lazer

'O fervo e a luta': políticas do corpo e do prazer em festas de São Paulo e Berlim

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Braga, Gibran Teixeira
Sexo
Homem
Orientador
Simões, Julio Assis
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.11606/T.8.2018.tde-01102018-115157
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Cenas musicais
Corpo
Gênero
Marcadores sociais da diferença
Sexualidade
Resumo

O objetivo desta pesquisa é apresentar duas cenas de festas de música eletrônica underground, uma na cidade de São Paulo e outra em Berlim. Estas festas são frequentadas por um público diverso em termos de sexualidade, majoritariamente oriundo da classe média: DJs, músicos e produtores das festas, além de estudantes universitários, artistas e profissionais da área da comunicação (design, publicidade, audiovisual, entre outras áreas). As festas reúnem pessoas para dançar e ouvir música, consumir drogas lícitas e ilícitas e sociabilizar. São ambientes férteis para experimentos estéticos e sensoriais, e proporcionam espaço para vivência de práticas erótico- afetivas variadas, além de contarem frequentemente com performances artísticas que levantam questões sobre corpos fora dos padrões, gênero, sexualidade, raça e classe. Em São Paulo, parte da cena é composta por festas de rua, que suscitam debates sobre o espaço público, acompanhando certas discussões da militância urbana contemporânea. A outra parte é composta por festas realizadas em espaços alternativos a clubes, como bares, galpões, fábricas, estacionamentos. Em Berlim, a visibilidade e o crescente turismo da noite têm tensionado a polaridade underground/mainstream e a busca pelo equilíbrio entre a abertura da cena e a manutenção de espaços seguros. A cultura de prazer, êxtase e liberdade propiciada pelas festas aproxima as pessoas de uma maneira incomum em outros ambientes. Potencializada pelo uso coletivo de certas drogas e pelo consequente relaxamento de barreiras sociais de gênero e sexualidade, a experiência clubber estimula novas formas de se relacionar com o corpo e com o prazer que desestabilizam normas e convenções naturalizadas na sociedade mais ampla. Entretanto, persistem tensões e desigualdades relativas aos marcadores sociais da diferença. Eminentemente coletiva, a experiência clubber é tema de debate e disputa, e se traduz em políticas do corpo e do prazer, ultrapassando o fim de semana e transbordando para a vida cotidiana de muitos participantes das cenas.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
País estrangeiro
Alemanha
Especificação da Referência Espacial
Berlim
Referência Temporal
2013-2018
Localização Eletrônica
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-01102018-115157/pt-br.php

Coreografias do feminino: produção, apreensão e performatização de femininos na dança do ventre em São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Alves De Almeida, Priscila
Sexo
Mulher
Orientador
De Souza Nascimento, Silvana
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Corpo
Dança
Dança do ventre
Feminilidade
Performatividade de gênero
Resumo

Esta dissertação propõe investigar, de uma perspectiva etnográfica, os processos de produção e apreensão de noções de feminino nas diferentes práticas que compõem o campo da dança do ventre na cidade de São Paulo, mapeando e descrevendo os principais espaços relacionados à produção e circulação de performatividades de gênero. Tais noções englobam não somente os movimentos inerentes à dança, mas também as concepções de comportamentos e cuidado do corpo que ela circunscreve. Busca-se, assim, verificar quais signos corporais e comportamentais compõem as noções de femininos em circulação e quais agentes e espaços contribuem para sua produção.

 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-30042019-102641/es.php

Cidade: modos de ler, usar e se apropriar - uma etnografia das práticas de graffiti de São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Pereira De Oliveira Leal, Gabriela
Sexo
Mulher
Orientador
Frugoli Junior, Heitor
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.11606/D.8.2019.tde-02052019-140447
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Antropologia urbana
Arte urbana
Cidade
Graffiti
Espaço urbano
Resumo

Nesta etnografia, as práticas de graffiti de São Paulo, ao mesmo tempo em que ocuparam um lugar central enquanto foco de análise e reflexões, foram tomadas como uma janela para pensar e produzir conhecimento sobre a cidade. Partiu-se de dois objetivos centrais: investigar os usos da rua destas práticas e as possibilidades de cidades que emergem nesta interação. O trabalho de campo voltou-se, principalmente, aos processos de pintura na rua, o que colocou a pesquisa em movimento pelo espaço urbano e configurou uma etnografia multi-sited. Na escrita da dissertação, os dados etnográficos e as análises foram organizados em duas partes complementares. Na primeira, a trajetória das práticas de graffiti na cidade de São Paulo conduz as reflexões, mas sem perder de vista a relação estabelecida com outros contextos, as trocas com outras práticas de pintura na rua, as narrativas que elaboram representações distintas deste fazer e a interação complexa estabelecida com diferentes agentes e esferas do poder público. Na segunda parte, a partir da análise situacional de três processos de pintura, são apresentados modos de ler, usar e se apropriar da cidade, que são ao mesmo tempo condição e consequência de fazer graffiti, bem como produzem efeitos nos sujeitos e nos espaços urbanos. A partir desta aproximação é possível apreender as práticas de graffiti enquanto um fazer que não apenas modifica esteticamente as superfícies construídas, como também coloca em questão a eficácia de certos postulados urbanísticos e jurídicos. Esta investigação identificou uma forma de citadinidade, constituída pelas experiências de pintar na rua, que nos lembra da condição de possibilidade de fazer e praticar a cidade.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-02052019-140447/pt-br.php

'Boxe é compromisso': políticas do corpo, territórios e histórias de vida de boxeadores na cidade de São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Soares, Michel de Paula
Sexo
Homem
Orientador
Magnani, Jose Guilherme Cantor
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Antropologia urbana
Boxe
Corpo
Movimento
Território
Resumo

A presente dissertação parte de meu engajamento como aprendiz de boxe em três diferentes equipamentos na cidade de São Paulo. Uma etnografia emaranhada em narrativas viscerais sobre uma pratica corporal eficaz, complexa, coletiva e contraditória. Para isso, procurei um olhar de perto e de dentro, convivendo solidariamente com meus colegas, desde a rotina das academias aos torneios e competições. Histórias de vida, corpos em metamorfose, olhares e gestos que representam, como mímica da violência, a postura da agressividade, se entrelaçam no limite entre o fantástico e o cotidiano. Boxe é movimento, compromisso matemática, dor, sacrifício, amor, dança, é sério, é pensar com as pernas, é roubar no olho, é para existir em outro lugar, é ritmo, tempo e barulho. Busquei compreender como se dá a construção de territórios, corpos e relações a partir do comprometimento em calçar as luvas. O mundo do boxe envolve uma emaranhada e complexa trama política-social, justapondo masculinidades conflitantes e contraditórias, utopias e reterritorializações, significados sobre racismo e violência, disciplina e sacrifício, espaços urbanos e fronteiras simbólicas, resultando em dinâmicas históricas singulares e carregadas de significação para as pessoas envolvidas.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2016-2018
Localização Eletrônica
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-07052019-125739/pt-br.php

Atos da diferença: trânsitos teatrais entre São Paulo e Nova York no início do século XXI.

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Fonseca Machado, Bernardo
Sexo
Homem
Orientador
Moritz Schwarcz, Lilia Katri
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia Social
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Teatro musical
Diferença
Trânsitos
São Paulo
Nova York
Resumo

Desde a virada do século, espetáculos da Broadway, em Nova York, passaram a ser largamente produzidos em São Paulo. No intervalo de pouco mais de uma década, um sistema organizado de produção de musicais instaurou-se na capital paulista. Esta tese tem como objetivo investigar alguns trânsitos teatrais entre essas cidades no início do novo milênio. A pesquisa analisa as formas de "tradução" e de re-significação presentes em tais rotas a partir da maneira pela qual intérpretes - atrizes e atores - produziam, atualizavam e negociavam a noção de diferença nos bastidores. O trabalho adotou duas grandes estratégias. Primeiro, realizei uma investigação documental - baseada em fontes primárias - capaz de identificar os condicionantes sociais, econômicos e simbólicos que contribuíram para tornar os musicais teatralmente verossímeis, economicamente rentáveis e socialmente desejados em São Paulo. Concomitantemente, desenvolvi uma pesquisa de campo em escolas de teatro musical em São Paulo e Nova York, onde verifiquei que, no dia a dia do aprendizado, a "interpretação" era fundamental para expressar o mundo emotivo "interno" em cena. Além disso, professores ensinavam que artistas precisavam reconhecer os "tipos" que os seus corpos lhes permitem ser: quem teria o "perfil" para ser protagonista em certos espetáculos e quem não teria. Também realizei entrevistas com atrizes e atores brasileiros que viajaram para os estados unidos com a intenção de se especializarem como intérpretes. Aos poucos, ficou evidente como sujeitos adotavam uma gramática que qualificava os musicais ora como "universais" ora como "particulares". Por um lado, as emoções entre as pessoas seriam universalmente compartilhadas nas duas cidades, permitindo o trânsito das peças. Por outro lado, os corpos de artistas eram particularmente diferenciados e nem todos tinham "perfil" para o trabalho. O itinerário dessas peças entre as cidades foi pavimentado por um conjunto intrincado de argumentos que incluía a potencialidade pedagógica das técnicas cênicas, as vantagens econômicas das produções, a comunhão global de emoções e a conquista de um "sonho" individual de artistas. Em paralelo, em São Paulo, os trajetos sofriam deslocamentos, adaptações, contestações e disputas. Dessa forma, investigo como discursos e práticas acerca da "particularidade" e da "universalidade" foram produzidos, reproduzidos, ressignificados, negociados, e, por vezes, recusados pelos sujeitos. As diferenças e semelhanças apareciam nas relações estabelecidas durante as diversas circunstâncias observadas. A pergunta analítica que atravessa toda a tese é: como as diferenças e as semelhanças apareciam nos trânsitos teatrais entre São Paulo e Nova York?

 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
País estrangeiro
Estados Unidos
Especificação da Referência Espacial
Nova York
Referência Temporal
2001 - 2018
Localização Eletrônica
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-08042019-115104/pt-br.php

Do estádio do Pacaembu para a Arena Corinthians: etnografia de um processo de 'atualização'

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Bocchi, Gabriel Moreira Monteiro
Sexo
Homem
Orientador
Frúgoli Junior, Heitor
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia Social
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Espaços urbanos
Estádios
Futebol
Sociabilidade
Torcedores
Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo principal investigar práticas de torcedores de futebol com relação aos novos estádios brasileiros, inaugurados para a Copa do Mundo de 2014. Para tanto, analisa-se o período compreendido como de mudança no local dos jogos da equipe do Sport Club Corinthians Paulista na cidade de São Paulo: o Estádio do Pacaembu e a Arena Corinthians. A realização da pesquisa de campo centralizou-se no acompanhamento das atividades dos torcedores em dias de jogos, situações em que as diferenças entre os locais puderam ser observadas a partir da ação. Destaca-se a circulação dos atores pela cidade com o intuito de problematizar não só aspectos da atuação destes no interior das praças esportivas, como implicações decorrentes nos usos de espaços e equipamentos urbanos. A partir das situações observadas, temas como representações da cidade, formas de torcer e consumos específicos foram entrecruzados ao longo da etnografia e, por meio do acompanhamento de distintos agrupamentos de torcedores, em diferentes estádios e locais da cidade, foi possível classificar dicotomias: torcedor organizado/sócio torcedor, transporte público/veículo particular, estádio/arena, Pacaembu/Itaquera. Pode-se, desta maneira, averiguar regularidades na atuação dos sujeitos que passaram por impactos decorrentes da mudança de estádios, bem como, entremeios que despolarizam tais noções dicotômicas. Trata-se, por fim, de investigar mudanças mais amplas no modo de conceber o espectador do futebol de espetáculo.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Zona
Zona Oeste
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Pacaembu
Logradouro
R. Capivari
Localidade
Estádio do Pacaembu
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Zona
Zona Leste
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Vila Carmosina
Logradouro
Av. Miguel Ignácio Curi, 111
Localidade
Arena Corinthians
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2014-2016
Localização Eletrônica
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-10032017-152856/pt-br.php

Semelhanças que atraem: um caleidoscópio nas relações entre jovens brasileiros descendentes de japoneses no estado de São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Silva, Juliana Carneiro da
Sexo
Mulher
Orientador
Maroni, Amnéris Ângela
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.47749/T/UNICAMP.2016.963641
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
Campinas
Programa
Antropologia Social
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Nipo-brasileiros - Brasil
Imigrantes japoneses - São Paulo (Estado)
Descendência japonesa
Civilização
Influencia japonesa
Resumo

O presente trabalho dedica-se a explorar as relações entre jovens brasileiros
descendentes de japoneses a partir de três cidades do estado de São Paulo, onde percorri associações nipo-brasileiras, festivais e festas japonesas, baladas orientais, um colégio dito oriental e entrevistei quinze jovens (em sua maioria nipodescendentes). Tendo por centro referencial as experiências desses sujeitos, esta dissertação aborda particularmente os meandros do que a bibliografia tem denominado “solidariedade étnica”, apontando para as diferentes facetas nas quais ela se põe fora de espaços étnicos e também as ocasiões em que não o faz – não “chama”, como sugiro a partir do psicanalista Christopher Bollas. Para tanto, aproprio-me da teoria da cultura proposta por Edward Sapir e da noção de japonesidade, tal como apresentada na coletânea
organizada pelo professor doutor Igor José de Renó Machado, na Universidade Federal de São Carlos. A partir desta noção, mostro como no contexto de minha pesquisa relacionam-se, muitas vezes de forma tensa, ao menos dois tipos de sentido para “japonês” (termo nativo brasileiro usado, a princípio, para referir-se a nipodescendentes). Mostro igualmente como a ambivalência presente no termo “japonês” reverbera nas dinâmicas relacionais que estudo, contribuindo para a sua multiplicidade.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2013-2016
Localização Eletrônica
https://repositorio.unicamp.br/Acervo/Detalhe/963641

Cidades e subjetividades homossexuais: cruzando marcadores da diferença em bares nas 'periferias' de São Paulo e Belém

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Reis, Ramon Pereira dos
Sexo
Homem
Orientador
Simoes, Julio Assis
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.11606/T.8.2017.tde-08032017-151355
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia Social
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
(Homo)sexualidade
Espaço urbano
Marcadores sociais da diferença
Periferia
Segregação socioespacial
Resumo

Esta é uma pesquisa antropológica sobre agenciamentos, disputas e segregações socioespaciais entre homens que se autoidentificam como gays ou homossexuais em contextos de periferia das cidades de São Paulo e Belém. Objetivamos perscrutar o processo de produção social das diferenças entre esses homens, frequentadores de bares com expressiva sociabilidade homossexual, localizados em regiões periféricas da zona leste de São Paulo e em um bairro de periferia de Belém: o Guingas Bar (em São Mateus), a Plasticine Party, que acontece quinzenalmente no Luar Rock Bar (em Itaquera), e o bar Refúgio dos Anjos (no Guamá), respectivamente. A chave analítica que nos conduziu à temática e aos espaços mencionados partiu da problemática, ainda pouco explorada na antropologia urbana brasileira, entre periferia e homossexualidade, ou melhor, entre os estudos urbanos e os estudos de gênero e sexualidade. Compreendemos que a partir dos anos 2000 a relação destes campos de conhecimento ganhou fôlego no cenário nacional a partir das pesquisas antropológicas sobre sociabilidade homossexual, porém parte desses esforços se concentraram nas regiões centrais das cidades brasileiras. Mais do que reconhecermos distinções regionais e geográficas, procuramos esquadrinhar narrativas sobre cidade que borram o binômio centro-periferia. Para isso, tomamos como um dos vetores argumentativos a mobilidade, enquanto alusão e/ou prática, mas sobretudo como empoderamento, articulando-o aos marcadores sociais de gênero, sexualidade, classe social, raça/cor e territorialidade, com vistas a observarmos como os interlocutores negociam suas existências no espaço urbano. Nossa empreitada propõe contribuir aos estudos urbanos e aos estudos de gênero e sexualidade seja para fazer conversar periferias e homossexualidades, cidades, produção da diferença e sociabilidades homossexuais, seja para mostrar que as transformações urbanas de cada contexto citadino, relacionadas ao percurso histórico dos bares e ao que denominamos de movimento-ações, são peças-chave para a compreensão de termos como resistência, família, comunidade, amizade, sinalizando, desta feita, que tais compósitos extrapolam os sinônimos da ausência e da precariedade, ao mesmo tempo em que as relações estabelecidas não se bastam pela via do lazer e da diversão. Portanto, ao longo da tese percebemos que tais contextos estão em constantes negociações e disputas interpeladas diretamente pelos modos como as cidades são acessadas e desejadas.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Zona
Zona Leste
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
São Mateus
Logradouro
Av. Sapopemba, 13780
Localidade
Guingas Bar
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Zona
Zona Leste
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Itaquera
Logradouro
Rua Carolina Fonseca, 35
Localidade
Luar Rock Bar
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Belém
Bairro/Distrito
Guamá
Logradouro
R. Barão de Igarapé Miri, 659
Localidade
Bar Refúgio dos Anjos
Macrorregião
Norte
Brasil
Habilitado
UF
Pará
Referência Temporal
2012-2016
Localização Eletrônica
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-08032017-151355/pt-br.php

Tântrica: terapéutica e sexualidade no cenário Rio-São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Maia, Natalia de Oliveira
Sexo
Mulher
Orientador
Benitez, Maria Elvira Diaz
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Antropologia Social
Instituição
UFRJ
Idioma
Português
Palavras chave
Terapia Tântrica
Práticas Tântricas
Sexualidade
Resumo

Nos últimos anos, a emergência de um fenômeno tem se mostrado significativa nos meios midiáticos nacionais: a terapia e a massagem tântricas. Tal proliferação de matérias parece, no entanto, não encontrar correspondência nos meios acadêmicos. É justamente à terapia e a práticas tântricas, que me volto nesta dissertação. A partir do atendimento a eventos, vivências diversas e entrevistas, realizados no cenário Rio-São Paulo, objetivou-se compreender o que se entende como a terapia tântrica e quais os atributos necessários para se tornar um terapeuta, entre aqueles com os quais pesquisei. Entender como isso se relaciona com o estabelecimento de sentidos e significados outros quanto ao sexo, à sexualidade e ao gênero. Nesse sentido, apreender como categorias como sexo e sexualidade são acionadas e trabalhadas, através do corpo, no intento de estabelecimento da profissão e contra quais outras profissões a emergente terapia tântrica tenta se consolidar. Buscou-se, também, entender como esses processos são significados por homens e mulheres que participam dos cursos de formação para terapeutas ou de outras práticas tântricas. Por fim, apreender como essas práticas corroboram para uma ressignificação do sexo, da sexualidade e das relações entre os gêneros para aqueles que adentram tal universo e quais os efeitos desta para a vida dessas pessoas, em termos de desempenho sexual, apreensão do próprio corpo e prazeres, superação de crises e das relações já estabelecidas entre os gêneros. Desse modo, observa-se que em muitos momentos, esses processos são percebidos de formas distintas, revelando um campo em disputa, nas determinações do que é ou não tântrico.

Disciplina
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://www.oasisbr.ibict.br/vufind/Record/BRCRIS_6eb840062fe13bae0835661603a38fbb

"Hipsterização" no centro de São Paulo: consumo, trabalho e produção da cidade

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Alcantara, Mauricio Fernandes de
Sexo
Homem
Orientador
Frugoli Junior, Heitor
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.11606/D.8.2019.tde-09122019-180746
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia Social
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Cidade
Consumo
Trabalho
Hipsters
Vila Buarque
Resumo

Este trabalho explora o recente estabelecimento de uma "cena hipster" no bairro da Vila Buarque, na região central de São Paulo. Tal fenômeno, que aqui denomino "hipsterização", é caracterizado por uma crescente atração - tanto para moradia como para lazer e consumo - de jovens adultos urbanos de camadas médias superiores genericamente classificadas como hipsters. O termo se refere a pessoas ligadas a atividades profissionais tidas como "criativas" (tais como comunicação, tecnologia, inovação e artes), majoritariamente alinhadas a um espectro político mais progressista, e que encontram na região central uma infraestrutura, diversidade sociocultural e redes de lazer e sociabilidade que não apenas são importantes para a plena realização de seus estilos de vida, como também não podem ser encontradas em outros bairros da cidade. A pesquisa tem como ponto de partida uma série de novos negócios (tais como restaurantes, bares, livrarias, cafés, lojas de decoração, moda e design) abertos nos últimos anos no bairro e que são voltados (e foram criados por) pessoas potencialmente classificáveis como hipsters, e que oferecem produtos e ambientes que prometem o alto nível de sofisticação e especialidade buscado por este perfil, que busca produzir formas de distinção por meio da evitação do consumo de massa. Por meio de uma ampla revisão bibliográfica e a partir de modalidades de observação participante, é apresentado um histórico do bairro e dos recentes acontecimentos que têm promovido uma ressignificação da região central da cidade para esse público, são discutidas as acusações de que a "hipsterização" esteja vinculada a processos de segregação urbana e gentrification. Além disso, é apresentada uma discussão sobre os significados implícitos associados à categoria hipster - que, ao mesmo tempo em que são vistos como mediadores cosmopolitas com alta sensibilidade a tendências globais de comportamento e consumo, também são acusados de serem elitistas e "gentrificadores". Por fim, também é desenvolvida uma análise sobre as relações entre hipsters, a abertura de novos estabelecimentos comerciais, e a vinculação dos responsáveis por esses novos negócios e o mercado de trabalho.

Disciplina
Referência Espacial
Região
Central
Zona
Centro
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Vila Buarque
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2017-2019
Localização Eletrônica
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-09122019-180746/pt-br.php