Serviços, espaços e práticas de lazer

A construção da cultura funk no Brasil e a criminalização da questão social

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Costa, Luana Kelsen Ferreira
Sexo
Mulher
Orientador
Lima, Angela Maria de Sousa
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
Londrina
Programa
Sociologia
Instituição
UEL
Idioma
Português
Palavras chave
Cultura Funk
Mídia
Desvio social
Seletividade arbitrária
Questão social
Resumo

A presente pesquisa pretende elucidar, sociologicamente, a trajetória da cultura funk no brasil a partir dos anos 1980 e 1990, concomitantemente com sua demonização por parte da mídia nacional até os dias atuais. Inspirado no hip-hop norte-americano, o funk compartilha de inúmeros elementos comuns às culturas periféricas e marginalizadas, os quais incitam acalorados debates sobre um molde aceitável de cultura por um meio social condicionante e, por vezes, conservador. Portanto, ao longo do trabalho aponta-se como a aversão por essas culturas são na verdade um posicionamento hostil ao perfil de seus sujeitos, ou seja, indivíduos pobres, de maioria negra e moradores de regiões periféricas, demonstrando a partir disso como a mídia e determinados segmentos da sociedade as estigmatizam, no contexto da criminalização da questão social, econômica e racial. Diante desse panorama, por meio de análise bibliográfica e de entrevistas semi-estruturadas, utilizando-se de autores como Adriana Lopes, Hermano Vianna, Adriana Facina, Erving Goffman, Homi Bhabha e Micael Herschmann, expõe-se como as manifestações culturais, a exemplo do movimento funk, são classificadas como próprias ou impróprias para o mercado. Tais achados de pesquisa são experienciados com estudantes egressos e profissionais da educação de uma escola pública de ensino médio, da rede estadual, localizada no município de São Paulo - SP, ilustrados com resultados de entrevistas semiestruturadas. Sabe-se que, partindo da lógica capitalista, de forma arbitrária, tem-se neste processo como instrumento de dissipação a indústria midiática, a qual projeta ao público versões muitas vezes estigmatizadas da população à margem da sociedade. Pelo viés jurídico, apoia-se em autores como Danilo Cymrot e Alessandro Baratta, os quais discutem sobre estudos criminológicos baseados na teoria da criminologia crítica, a qual dispõem da ideia de desvio social, observando os processos de criminalização e procedimentos de rotulação de criminosos. Alessandro Baratta, por exemplo, precursor dos estudos da criminologia crítica, buscou, através de suas análises expor a seletividade arbitrária do sistema penal e as implicações desta na estrutura das desigualdades sociais. Enfim, entre outras hipóteses, defende-se que o movimento funk, por gerações, vêm entretendo e legitimando a existência de um grupo invisibilizado socialmente e abandonado pelo estado, expondo por meio da cultura seu caráter identitário. O fato de manifestar-se culturalmente vai muito além do caráter democrático advindo de revoluções culturais globais do final do século XX, observadas por Stuart Hall, mas permeiam o campo político e jurídico quando o fato de expor seu cotidiano torna-se crime.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Décadas de 1980 e 1990
Localização Eletrônica
https://pos.uel.br/ppgsoc/teses-dissertacoes/a-construcao-da-cultura-funk-no-brasil-e-a-criminalizacao-da-questao-social/

“Não é preconceito, é gosto pessoal”: intersecção de marcadores de diferença social em mídia digitais, eventos e fluxos em Bauru/SP

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
De Cicco, Shelton Ygor Joaquim
Sexo
Homem
Orientador
Silva, Larissa Maues Pelucio
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
Marília
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNESP
Idioma
Português
Palavras chave
Gays
Mídias digitais
Marcadores de diferença social
Resumo

Esta dissertação parte do preconceito entre um e outro gays, denominado “preconceito interpares”, veiculado em relações sociais virtuais e atuais, para descobrir como os agentes criam agenciamentos coletivos para subvertê-lo. Os problemas de pesquisa que este tema suscita são: como este preconceito funciona? Quais cruzamentos de marcadores de diferença social são mobilizados? Que elementos da vida social são acionados? O objetivo principal é estudar e descrever de maneira abrangente como o preconceito interpares funciona entre gays, segundo os marcadores de diferença social (principalmente classe social, cor/etnia/“raça”, gêneros e sexualidades e subsidiariamente escolaridade e pertencimento geracional) para compreender como os agentes rompem com as normativas. O campo de pesquisa foca na cidade de Bauru, no Noroeste paulista, e na população de gays entre 18 e 35 anos de idade. Utiliza de observação participante em locais de sociabilidade de LGBT+. Para dar conta do objeto e do problema, a pesquisa divide-se em dois momentos. Inicialmente, observa o ambiente virtual de uma mídia digital com geoposicionamento, voltada para socialização e relacionamentos afetivo-sexuais da referida população de gays, desenvolvida para telefones inteligentes (aplicativo de smartphones). Em um segundo tempo, analisa os eventos que atraem fluxos de pessoas e desejos até a cidade em questão, notadamente o X encontro da diversidade e o Interunesp, ambos os quais tiveram lugar em Bauru em 2017. Ainda nesta etapa, o pesquisador participa como observador de locais de sociabilidade tais como parques, saunas, centros de compras, cinemas e outros locais de lazer. As técnicas de pesquisa empregadas são entrevistas em profundidade, abordando depoimentos dos interlocutores sobre as mídias digitais, os eventos e a sociabilidade promovida em cada ocasião; e metrificação dos aplicativos segundo as informações publicadas pelos usuários. Do entrecruzamento de eventos sociais atuais, em cinemas, saunas, encontros da diversidade dentre outros, com os dados do aplicativo na cidade sob escrutínio, envida esforços para compreender a fundo as intersecções dos marcadores de diferença social e a percepção dos agentes sobre o tema e o problema. Valoriza os fluxos de pessoas e desejos, devido tanto pela fluidez própria do território virtual como pela especificidade do horizonte teórico aqui privilegiado, qual seja, a teoria deleuze-guattariana. Esta teoria é importante por tratar de fluxos, polaridades e possibilidades de fuga aos binarismos, dando conta de modo mais contundente do funcionamento do fenômeno sob análise aqui e dos acontecimentos concretos selecionados. Autores/as da teoria queer são instados a auxiliar na análise. Também cientistas sociais que analisam as sexualidades no ambiente urbano oferecem ferramentas importantes para estudar territórios e fluxos. Este estudo ainda tem o cuidado de inserir os casos sob escrutínio na conjuntura brasileira atual, em que se pode observar retrocessos de direitos sociais e desmonte do Estado. Por isso mesmo, aborda a percepção política e a atitude dos agentes, neste ponto seguindo os estudos brasileiros sobre política, história e sexualidade no Brasil para compreender os fundamentos históricos das relações sociais brasileiras para com a política. Ao final, espera haver oferecido uma contribuição para o debate que tange à população e ao problema, mostrando a importância de dialogar com os referenciais escolhidos, especialmente na área da antropologia social.

Referência Espacial
Cidade/Município
Bauru
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2017
Localização Eletrônica
https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UNSP_524448dfab15eddc0628d1e3b835e4a4

Experiências estéticas em movimento: produção literária nas periferias paulistanas

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Amaral de Oliveira, Lucas
Sexo
Homem
Orientador
Augusto, Maria Helena Oliva
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Sociologia
Instituição
USP
Página Inicial
17
Página Final
348
Idioma
Português
Palavras chave
Literatura Marginal
Movimento Cultural
Periferia
Experiências
São Paulo
Resumo

Neste trabalho, analiso o movimento da literatura marginal de São Paulo e suas expressividades poéticas. O objetivo é examinar as dinâmicas dos saraus que permitem a emergência de escritores autodenominados "marginais", bem como a produção de objetos literários a partir dos vínculos que esses agentes estabelecem com espaços periféricos. Interessa-me capturar o impacto das experiências urbanas no trabalho literário, nas estratégias de atuação e na produção textual e performática desses escritores originários das periferias. Primeiramente, relato como configurei meu trabalho de campo nos saraus e os primeiros contatos que tive com a produção marginal, delimitando os marcos etnográficos, metodológicos e epistemológicos que orientaram a pesquisa. Em seguida, investigo os arranjos que possibilitam agentes e coletivos formarem um novo movimento cultural urbano. Para isso, por meio de análise comparativa, percorro modelos e tradições que, por um lado, influenciaram a sociogênese dos saraus como espaços vitais da literatura marginal e, por outro, provocaram certos distanciamentos em seu processo formativo. Por fim, para identificar a particularidade do movimento e o sentido político e estético da presença desses novos autores na história da literatura brasileira contemporânea, examino como os agentes literários, em suas narrativas e performances poéticas, problematizam as periferias, os locais onde vivem e a partir dos quais atuam culturalmente e produzem literatura. O argumento central da tese é que, por meio das oportunidades geradas pelos saraus poéticos, esses agentes encontram espaços para combater estigmas, repertoriar ideias, estruturar sentimentos, catalisar vivências coletivas e dinamizar suas práticas nas margens da cidade, utilizando a palavra como forma de transformar seus trabalhos literários em plataformas para o exercício da cidadania cultural.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-09052019-114028/pt-br.php

A encruzilhada do rap: produção de rap em São Paulo entre 1987 e 1998 e seus projetos de viabilidade artística

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Carvalho, Paula Costa Nunes de
Sexo
Mulher
Orientador
Pinheiro Filho, Fernando Antonio
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Sociologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
música popular
rap nacional
sociologia da cultura
indústria cultural
samples
Resumo

Esta dissertação de mestrado busca entender a inserção do rap no campo da música popular brasileira a partir da análise do caso paulista, entre os anos de 1987 e 1998. Para compreender este processo, o trabalho remonta um histórico de festas realizadas por pessoas negras na cidade de São Paulo, especialmente a partir do final dos anos 1950. A partir do fim da década de 1960, surgem na cidade diversas equipes de bailes black, elemento que seria crucial para o surgimento do rap, pois seria à sonoridade dessas festas que o rap se remeteria, através do uso de samples (recortes curtos de trechos de outras músicas), num resgate de memórias coletivas negras. A pesquisa também buscou recompor uma morfologia, através do levantamento de mais de 180 discos de rap lançados neste período e suas respectivas gravadoras, para entender como funcionava a dinâmica do gênero desde o seu surgimento: a partir de concursos nestes bailes black, alguns grupos seriam escolhidos para gravar as primeiras músicas em coletâneas, e os mais bem sucedidos conseguiriam gravar discos solo. A partir desse primeiro momento, surgem grupos mais destacados na cena do rap paulista – os Racionais MC's e o Sampa Crew, espécie de pólos opostos quando constrastados. De um lado, o rap paulista se consagraria no pólo intelectualizado por sua postura fechada, de confronto e de contestação. De outro, acataria sugestões de produtores musicais para deixar a sua sonoridade mais comercial, rumo à entrada em grandes gravadoras. Seria absorvido, também, como uma novidade para o público jovem, através do circuito entre a publicidade, a produção de videoclipes e o canal de TV MTV. Por fim, a pesquisa analisa a polêmica do rap como um suposto "fim da canção" a partir da objetivação dos agentes (intelectuais, jornalistas e artistas) que a suscitaram e do confronto de teses como a da "linha evolutiva da música popular brasileira" com a própria história que o rap resgata.

Disciplina
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1987-1998
Localização Eletrônica
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-09092020-190245/pt-br.php

Entre sociais, roles e bailes: uma etnografia dos entretenimentos juvenis no Capão Redondo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Pinto, Felipe de Souza
Sexo
Homem
Orientador
Silva, José Carlos Gomes da
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
Guarulhos
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNIFESP
Página Inicial
10
Página Final
110
Idioma
Português
Palavras chave
Antropologia Urbana
Lazer
Periferia
Juventude
Resumo

Esta etnografia observa os entretenimentos juvenis no Capão Redondo, distrito da periferia da Zona Sul da capital paulista. Tomando como ponto de partida minhas experiências como professor de sociologia para o ensino médio na Escola Pública Estadual Paulista - além de minha carreira como pesquisador -, busco compreender como a juventude realiza quatro de seus vários lazeres: a social, o rolê, a party e o baile. Através do conhecimento e da manipulação de suas situações econômicas, históricas, políticas e sociais, dos seus imaginários de diversão e de suas redes de relações, proponho uma interpretação pautada na categorização dessas atividades, levando em consideração o número de pessoas vinculadas, o grau de suas relações, o local em que elas acontecem, o tempo de organização das mesmas, suas estruturas e, por fim, o quanto elas são cotidianas ou extraordinárias.

Disciplina
Referência Espacial
Zona
Zona Sul
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Capão Redondo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://repositorio.unifesp.br/items/98cb7cdf-52da-4735-8d41-4a5fe47aa4ad

Vida é milonga: troca e dádiva no ritual-tango

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Silva, Cristiana Felippe e
Sexo
Mulher
Orientador
Gouveia, Eliane Hojaij
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Ciências Sociais
Instituição
PUC/SP
Idioma
Português
Palavras chave
Tango (dança)
Ritual urbano
Corpo
Resumo

A presente pesquisa etnográfica analisa o baile de tango como ritual urbano de troca e liminaridade, a partir da antropologia urbana e do corpo, atravessada por uma perspectiva de gênero. O objetivo é resgatar as mulheres milongueiras e outros narradores ocultos da história oficial, em uma reflexão sobre como a dança ressignifica papéis atribuídos nas representações de gênero, étnicas e intergeracionais. A pesquisa bibliográfica documental e de campo com participação observante parte de bailes de tango de São Paulo e passa pelos circuitos e trajetos dos tangueiros nas cidades originárias desse ritmo na região rioplatense de Buenos Aires (Argentina) e Montevidéu (Uruguai). O estudo investiga por meio de entrevistas formais e conversas casuais a corporeidade do baile, com seus códigos e gestual específicos, como organizadores sociais e suas relações de domínio e poder. Por meio de elementos marcantes do tango, como a mirada, o caminhar e o abraço, o baile é analisado como busca de experiência de reciprocidade, sentido e sociabilidade, cujos agentes são protagonistas de trocas e encontros, capazes de transformar os usos da cidade, recriar os espaços urbanos e a si mesmos

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
País estrangeiro
Argentina
Especificação da Referência Espacial
Buenos Aires
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
Uruguai
Especificação da Referência Espacial
Montevidéu
Referência Temporal
2014-2016
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/19294

Herança de resistência: terreiros e comunas na pauliceia desvairada... E o samba continua

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Jesus, Edson Roberto de
Sexo
Homem
Orientador
Consorte, Josildeth Gomes
Ano de Publicação
2017
Programa
Ciências Sociais
Instituição
PUC/SP
Idioma
Português
Palavras chave
Identidade
Comunidades
Resistência cultural
Resumo

A Cidade de São Paulo tem assistido, principalmente a partir da última década do século XX, ao surgimento de uma diversidade de agrupamentos – terreiros e comunidades -, que tem o samba e a roda de samba – expressão cultural negra e popular - como elementos centrais às suas atividades e existência. Essa pesquisa tem por objeto compreender como esses lugares de uma prática cultural que propicia situações e momentos de lazer e entretenimento, mas também momentos de reflexão sobre a realidade na qual essa prática cultural e seus praticantes, adeptos e apreciadores estão inseridos, se constituem como lugares de resgate e promoção da memória e tradição do samba, de ressignificação do espaço, constituição de laços comunitários e identitários, num exercício pleno de cidadania e numa ação continua de resistência cultural e de continuação de práticas culturais cujos denominadores culturais comuns remetem as ações empreendida pela população negra nos primórdios do século XX.

Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1990
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/20063

Correndo metas: autogestão de uma corporalidade empreendedora

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Cairoli, Valentina Iragola
Sexo
Mulher
Orientador
Leite Junior, Jorge
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Carlos
Programa
Sociologia
Instituição
UFSCAR
Idioma
Espanhol
Palavras chave
Corredor/a
Qualidade de vida
Subjetividade neoliberal
Dor
Prazer
Resumo

A corrida de rua é um fenômeno que tem se destacado nos contextos urbanos brasileiros, sendo considerada, inclusive, como o segundo esporte mais praticado no ano de 2011. Nesses meandros, o/a corredor/a de rua tem se transformado em uma figura estratégica para refletir a respeito das produções e reproduções corporais e subjetivas da nossa época, marcada por a competitividade e o paradigma da auto superação. Posto isso, os objetivos que orientaram a investigação consistem em a) analisar a produção de determinado tipo de subjetividade característico da prática da corrida de rua, para, enfim, b) refletir sobre os diálogos com um tipo de racionalidade que caracteriza o sujeito neoliberal. Para responder esses objetivos, desenvolvemos uma pesquisa etnográfica em um período de dezoito meses na cidade de São Carlos, interior de São Paulo, na qual buscamos acompanhar dois grupos de corridas de rua, de homens e mulheres caraterizados por diversos níveis de compromissos com a prática. A fim de apresentar os dados resultantes da pesquisa etnográfica e da pesquisa bibliográfica, o texto segue dividido em três seções. Na primeira seção, trabalhamos com a construção de uma estética corporal vinculada à saúde e qualidade de vida com caminhos possíveis de eleição e a construção de uma matriz moral em torno destas dimensões. Já na segunda, focamos na análise dos elementos que permitem uma comparação com a figura teórica do homem-empresa. Enfim, na última seção, abordamos a produção e reprodução da dor e do prazer, assim como os diálogos com o tipo de subjetividade neoliberal.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Carlos
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2015-2017
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5006495

Chama o personal: estudo etnográfico sobre consultorias pessoais

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Dios, Maria Luisa Celia Escalona de
Sexo
Mulher
Orientador
Muller, Lucia Helena Alves
Ano de Publicação
2017
Programa
Ciências Sociais
Instituição
PUC/RS
Idioma
Português
Palavras chave
Personal
Terceirização de papéis sociais
Consultorias pessoais
Mercado de serviços pessoais
Intermediários/Mediadores
Resumo

Nos últimos dez anos, no Brasil, observou-se um aumento do poder aquisitivo, um relativo crescimento do grau de mobilidade social e, também, de sofisticação do consumo. Paralelo a estes processos, houve um crescimento da oferta de serviços pessoais que assumem a forma de consultorias para realização de diversas atividades, tais como: organizar armários, levar cachorros para passear, realizar compras, orientar o cliente em relação ao seu estilo de vestir e a construção de sua imagem pessoal, entre outros. Os indivíduos que prestam esse tipo de serviços se autodenominam personals, enfatizando a natureza individualizada dos serviços oferecidos. Por deterem um saber específico, os profissionais que oferecem serviços pessoais apresentam-se como “especialistas”. Os serviços que eles oferecem atendem demandas que não existiam até pouco tempo atrás ou que eram satisfeitas de outras formas. Assim sendo, eram satisfeitas pelo próprio indivíduo, na medida em que possuía os conhecimentos e habilidades necessários, adquiridos através da socialização familiar, ou por algum outro membro da família, por amigos ou empregados que detinham essas habilidades, o que significa que esses serviços eram prestados no âmbito de relações mais amplas e permanentes, envolvendo a lógica da dádiva ou a das relações de assalariamento. A partir de uma pesquisa realizada entre 2013 e 2016 em Porto Alegre, São Paulo e Paris (durante o Estágio doutoral 2015 a 2016) esta tese visa investigar o surgimento desse mercado de serviços pessoais. Por meio de uma abordagem etnográfica se buscou averiguar como se construiu a oferta, a demanda destes serviços pessoais e quais as implicações na forma como se constrói a pessoa na contemporaneidade. A principal conclusão deste trabalho diz respeito ao fato de que a constituição desse mercado de serviços pessoais está relacionada com a ocorrência de mudanças na organização da vida familiar e no mundo do trabalho e, especificamente no caso brasileiro, com a ascensão econômica de certos grupos sociais e com a possibilidade de reconversão de capitais por parte de determinados segmentos sociais e categorias profissionais.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Porto Alegre
Macrorregião
Sul
Brasil
Habilitado
UF
Rio Grande do Sul
Cidade/Município
Paris
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
França
Referência Temporal
2013-2016
Localização Eletrônica
https://repositorio.pucrs.br/dspace/handle/10923/10808?locale=en

Gerações, elitismo e identidades esvaziadas: uma etnografia das lutas identitárias entre os góticos em São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Delgado, Douglas
Sexo
Homem
Orientador
Castro, Ana Lucia de
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNESP
Idioma
Português
Palavras chave
Góticos
Lutas identitárias
Criação cultural
Etnografia urbana
Resumo

A presente etnografia se destina a uma investigação das lutas identitárias entre os góticos na cidade de São Paulo. Com o foco em compreender as criações culturais no cerne das disputas simbólicas, a pesquisa tem como objetivo investigar as relações de sociabilidade e os processos culturais na contemporaneidade, envolvendo os sentidos atribuídos às relações e ao espaço material da cidade por meio das interações e das práticas culturais, no contexto do agrupamento dos góticos na metrópole paulistana.

Por meio da compreensão da “cidade” enquanto um sistema cultural responsável por colocar atores sociais culturalmente heterogêneos em contato, tornando a “cidade viva”, processual e contextual, a etnografia se baseia nas chaves analíticas da antropologia da cidade, mobilizando os conceitos de “cidadino”, “situação”, “rede”, “fronteiras” e “lugares”, observando as interações de góticos nos espaços de sociabilidade.

“Geração”, “moral” e “consumo” são os principais marcadores identitários agenciados nos processos de interação entre os góticos, atribuindo sentidos às relações de “proximidade” e “distância” às experiências urbanas dos góticos em São Paulo. As lutas identitárias revelam uma relação nostálgica com o espaço urbano, fundamental para “ser gótico” na década de 1990 e que atualmente se expressa com novos sentidos, agenciados pelos góticos da nova geração, estabelecendo uma relação estratégica com o uso dos espaços da cidade, por meio de encontros organizados no ciberespaço, abrindo as fronteiras de identificação com o gótico e levantando as questões a respeito da diversidade e da representatividade.

Também foi identificada uma relação de resistência, na qual se defendem “sentidos do consumo” representativos da “identidade gótica”, relacionada como um processo de “esvaziamento”, e expressa nas práticas de consumo e na apropriação do espaço urbano. Por meio do processo de disputas identitárias, os góticos criam uma cultura urbana gótica de São Paulo, que atribui sentido à cidade gótica.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoconclusao/viewtrabalhoconclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=7585068