Relações étnico-raciais

Celebrando corpos, debatendo movimentos – A sexualidade da mulher negra das redes às festas negras em SP

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Souza, Priscila do Rocio Oliveira de
Sexo
Mulher
Orientador
Silveira, Marcos Silva da
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
Curitiba
Programa
Antropologia
Instituição
UFPR
Idioma
Português
Palavras chave
Feminismo negro
Performance
Festas negras
Sexualidade
Cultura política
Resumo

A proposição deste trabalho visa abordar a temática da sexualidade de mulheres e feministas negras e as discussões que estas desencadeiam em grupos de redes sociais. Veremos como a performance passa a ser a ferramenta utilizada por grupos que demandam políticas e pertencimentos, utilizando a exposição do corpo como demarcador e agente destas. Os debates acerca do corpo negros e sexualidade aqui está voltado para as práticas de jovens periféricos que encontram não apenas nas redes sociais formas de expressar suas identidades, mas também as expressam e performam em festas negras que ocorrem na cidade de São Paulo, utilizando assim de uma cultura política. O presente texto traz os dados de pesquisa coletas entre os anos 2015 a 2017 e busca demonstrar como nos espaços virtuais e físicos são utilizados como local discurso e atuação onde questões como performance, identidade, gênero e corporeidade estão em evidência e debate, onde o corpo se constrói, descontrói, performa e se reconstrói. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2015-2017
Localização Eletrônica
https://acervodigital.ufpr.br/xmlui/handle/1884/62472

OS KARIRI-XOCÓ DO BAIXO SÃO FRANCISCO: organização social, variações culturais e retomada das terras do território de ocupação tradicional

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Machado Ribeiro Venancio, Manuela
Sexo
Mulher
Orientador
Cantarino O’Dwyer, Eliane
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
Niterói
Programa
Antropologia
Instituição
UFF
Idioma
Português
Palavras chave
Povos indígenas do Nordeste
Etnicidade
Territorialização
Organização social
Variações culturais
Resumo

Esta tese é resultado de uma pesquisa etnográfica realizada junto aos Kariri-Xocó, grupo indígena do Baixo Rio São Francisco. A aldeia Kariri-Xocó localiza-se no município de Porto Real do Colégio, estado do Alagoas. Uma aldeia com uma população numerosa estimada em três mil e quinhentos índios, segundo informação da Funai. A dispersão da população Kariri-Xocó é sistemática, uma vez que há indígenas que vivem de modo permanente na aldeia; outros, contudo, migram para fora da reserva indígena indo morar em cidades dos estados de Sergipe, da Bahia, do Distrito Federal (Brasília) e de São Paulo. Assim, a pesquisa etnográfica realizada nos anos de 2016 e 2017 foi desenvolvida tanto no âmbito da aldeia como fora dela, ao realizar observação participante com indígenas que se encontram na capital paulista. O objeto de estudo da tese foram as interações sociais intra-aldeia e intergrupos, isto é, as relações sociais entre os próprios Kariri-Xocó e as relações sociais oriundas do contato interétnico entre Kariri-Xocó e cabeças secas. Este termo que é empregado pelos indígenas serve para adjetivar o “homem branco”. Para os Kariri-Xocó, os cabeças secas não detêm o saber sobre o “regime do índio”, ou seja, da “ciência do índio” que se apresenta no Ouricuri, espaço sagrado interditado ao não indígena. Por meio da observação participante constataram-se variações e disputas internas que configuram a existência de um faccionalismo Kariri-Xocó. As relações entre esses indígenas baseiam-se em um sistema classificatório do parentesco, disputas políticas, situações rituais e organização para retomada de suas terras. As interações sociais entre esses indígenas e os cabeças secas podem ocorrer por meio do matrimônio, mas também em situações sociais diversas, a exemplo do “toré público” realizado em instituições de ensino – escolas e universidades –, entre outros espaços frequentados por não indígenas. Em outros contextos, o contato interétnico se dá de maneira conflitante, configurando uma situação de “fricção interétnica”, como nos conflitos de terra que compõem o território de ocupação tradicional Kariri-Xocó, em que indígenas, “fazendeiros” e/ou “posseiros”, inclusive com episódio de violência, travam acirradas disputas fundiárias. Esta tese é uma contrapartida à expectativa dos Kariri-Xocó de textualização das suas experiências de vida e pretende igualmente contribuir com os estudos antropológicos voltados às populações indígenas do Nordeste.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Porto Real do Colégio
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
UF
Alagoas
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2016-2017
Localização Eletrônica
https://app.uff.br/riuff;/bitstream/handle/1/25243/Venancio%2c%20Manuela%20M.%20R%20_%20tese%20-%20Manuela%20Machado.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Impressões criadas sobre os indígenas Warao nas ruas de João Pessoa-PB em tempos de pandemia

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Lucena, Jamerson Bezerra
Sexo
Homem
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
2
Ano de Publicação
2021
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Warao
Refugiados
Direitos indígenas
Espaços públicos
Saúde pública
Resumo

O artigo se propõe a refletir sobre a mobilidade urbana dos indígenas Warao na cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, em busca de “coleta” de moedas, dinheiro. Para tanto, inicia-se com a discussão acerca da categoria dos refugiados, os quais sofrem um processo de discriminação racial, xenofobia, sendo vistos, por muitos, como um “problema” social e de saúde para os pessoenses. Em seguida, nos debruçamos acerca dos direitos internacionais sobre os refugiados, direitos indígenas, levantando-se perspectivas para compreendê-los. O enfoque dado aos cuidados de saúde, relacionados à COVID-19, traz à tona um arcabouço de tensões que se desdobram a partir das antinomias limpeza/sujeira, contágio/purificação, ordem/desordem subjacentes ao comportamento social dos indígenas. O acesso à moradia passa a ser um fator crucial para que estes possam viver com mais segurança, atenuando o risco social e de saúde. Ao final, lançam-se reflexões em torno desse processo, sobretudo em termos da necessidade de uma assistência social e de saúde qualificada para atender bem os indígenas, buscando assim uma atuação mais eficaz dos atores externos envolvidos nessas ações.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
João Pessoa
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
UF
Paraíba
Referência Temporal
Anos 2020
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/992

Migrar intersubjetivo: um ensaio sobre as diferenças do “eu” e do “nós” em estudos de caso sobre a mobilidade

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Maciel, Beatriz Castelo Branco
Sexo
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
1
Ano de Publicação
2022
Idioma
Português
Palavras chave
Intersubjetividade
Identidade
Sociedade
Migração
África
Resumo

Este trabalho pretende analisar a dicotomia entre indivíduo e sociedade através do trabalho de Christina Toren, João de Pina-Cabral, Udeni Appuhamilage e Maurice Leenhardt a partir da perspectiva de migrantes de países da África Subsaariana que moram no Brasil. Procuro enfatizar aspectos concretos das experiências dos migrantes, relacionando com o papel da construção de uma consciência individual, utilizando os estudos atrelados à intersubjetividade e à sociabilidade.

Disciplina
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
2019
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/1050/944

Xenorracismo: a face do preconceito contra imigrantes

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Ribeiro, Juliana Carvalho
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Baeninger, Rosana
Sexo:
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do migrante
Volume
1
Ano de Publicação
2024
Idioma
Português
Palavras chave
Xenofobia
Racismo
Xenorracismo
Região Metropolitana de Campinas
Americana-SP
Resumo

O atual fenômeno migratório internacional é marcado pela intensificação das migrações Sul-Sul ― configuradas pelo movimento cada vez mais vigoroso de migrantes entre (e em direção) aos países do Sul, e o Brasil se destaca entre os países que entraram na rota dos fluxos. Apesar (e em função) desta intensidade, imigrantes não-brancas/os (pretas/os, pardas/os ou indígenas) são recorrentemente desqualificadas/os e tratadas/os como inferiores ― não apenas no nosso país, mas, também, nele ―, vítimas do que ficou conhecido como xenorracismo. Sivanandan (2001) e Fekete (2001), referências internacionais na luta pelos direitos de migrantes na Europa, inspiram reflexões acerca deste novo conceito: uma xenofobia que carrega toda a carga do racismo construído historicamente. Esta realidade, cada vez mais evidente e cotidianamente alimentada, longe de ser algo recente, tem raízes que remontam ao período colonial. Inserida no Projeto Temático Observatório das Migrações em São Paulo (NEPO-UNICAMP), esta pesquisa tem como objetivo refletir acerca do xenorracismo praticado na Região Metropolitana de Campinas-SP, usando como referências 76 entrevistas semiestruturadas aplicadas com migrantes internacionais residentes em Americana-SP entre fins de abril e meados de agosto de 2022. Percebem-se violências nas experiências de vida das/os interlocutoras/es da pesquisa. Busca-se, assim, refletir sobre elas, para compreendê-las com mais profundidade e criticidade e, dessa forma, lutar contra elas. A migração não-branca requer intervenção e diálogo junto à sociedade receptora para não intensificar o xenorracismo, mas o que se tem assistido atualmente, com a ressurgência da extrema direita e a consolidação de neofascismos, são ataques deliberados por parte de parcelas consideráveis de populações e por representantes governamentais a migrantes não-brancas/os. Para apreender esta realidade, colocamos a lupa sobre a Região Metropolitana de Campinas-SP, mais especificamente Americana-SP. Por sermos todas/os migrantes ― porque migramos, uma vez que essa é uma possibilidade sempre existente, ou porque a migração desenhou a história de nossas famílias, com laços sanguíneos ou não ―, o presente estudo se torna, também, autorreflexão. Refletir sobre os processos migratórios é pensar sobre nós mesmos e é lutar por um mundo mais justo.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Região
Região Metropolitana de Campinas
Cidade/Município
Americana
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2022
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/1207

Existir e resistir - mulheres negras no graffiti: a produção cultural de Negahamburguer e NeneSurreal

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Silva, Bianca Dantas Gomes da
Sexo
Mulher
Orientador
Fonseca, Dagoberto Jose
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
Araraquara
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNESP
Idioma
Português
Palavras chave
Mulheres negras
Movimento Hip-Hop
Grafiteiras negras
Teorias de Gênero
Resumo

Essa dissertação tem como objetivo compreender como as mulheres negras atuam no mundo do graffiti e quais as possíveis transformações presentes nesse campo majoritariamente ocupado por representações masculinizadas. Buscamos verificar como as relações de gênero se apresentam na prática de graffiti, sob a perspectiva das categorias de raça/etnia, a fim de compreender o lugar das mulheres negras nesse universo. Para tanto, nos atemos à produção cultural de duas grafiteiras negras: a Negahamburguer, de São Paulo/SP e a NeneSurreal, de Diadema/SP. Ambas são referências no universo do graffiti e iniciaram a prática por meio de afinidades com o Movimento Hip-Hop. Orientada pelas reflexões dos Estudos de Gênero, partimos do referencial teórico proposto pela historiadora e pesquisadora brasileira Lélia Gonzalez, que se constitui no desenvolvimento de estudos debruçados a compreender as mulheres negras enquanto agentes do processo de construção e transformação cultural.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
Diadema
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
NI
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=7830310

Transparanamericana: gênero e sexualidade na produção de artistas visuais latino-americanos contemporâneos

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Souza, Milena Costa de
Sexo
Mulher
Orientador
Adelman, Meryl
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Paraná
Programa
Sociologia
Instituição
UFPR
Idioma
Português
Palavras chave
31ª Bienal de São Paulo
Gênero e Sexualidade
Arte Contemporânea Latino-Americana
Resumo

O tema da presente tese é a arte contemporânea latino-americana em diálogo com os referenciais de gênero e sexualidade. Tendo em vista a amplitude das produções que tangenciam essas esferas, essa pesquisa elegeu como ponto de partida a 31ª bienal de são paulo (2014) intitulada como…coisas que não existem. O evento propôs levar para o espaço do pavilhão da bienal as discussões que tomaram conta das ruas durante um ano de intensas manifestações políticas ao redor do mundo e que no Brasil tomou proporções a serem ainda decifradas. A equipe curatorial convidou artistas e projetos que discutiram acontecimentos considerados eminentes ou pouco visibilizados pelos meios de comunicação e de produção de conhecimento hegemônicos. Naquele contexto, as questões de gênero e sexualidade adquiriram amplo destaque, ao ponto da 31a bienal de sp ser conhecida como a trans bienal e a edição que focou pela primeira vezes nos temas de gênero e sexualidade. Portanto pergunto: de que maneira gênero e sexualidade são constituídos enquanto imagens, discursos e experiências nas produções visuais de artistas contemporânexs latino-americanxs no contexto da 31ª bienal de são paulo? Quais as principais questões evocadas por esses projetos visuais em diálogo com as relações de gênero e sexualidade no contexto latino-americano? A pesquisa fundamenta-se em uma análise sob as perspectivas dos estudos culturais, as teorias feministas, descoloniais e queer/transviadas. A análise também parte de uma perspectiva intersecccional que dá atenção sobre como as relações de gênero, raça, religião, sexualidade e as políticas da representação, influenciam na formação e aplicação das ideias sobre a América-Latina, artista, corpo, obra de arte e valor estético. Foco nas condições e contexto social que possibilitaram e produziram a visibilidade de sexualidades não hegemônicas, relações de gênero e corpos transgêneros durante a bienal de 2014, situando-a, por sua vez, na geografia e história social da América Latina. Contextualizo como as representações de gênero e sexualidade foram apresentadas nas últimas edições da bienal de são paulo, considerando a trajetória do evento enquanto um arquivo vivo que, existe fisicamente, além de ser ampliado a cada dois anos através das novas edições que também miram a trajetória da própria bienal para se pensarem. Por fim analiso as obras dos/as artistas nahum b zenil, giuseppe campuzano, sergio zevallos, virginia de medeiros, las yeguas del apocalipsis e mujeres creando no contexto do evento considerando as trajetórias desses artistas na conjuntura latino-americana e de seus locais de produção. 
 

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2014
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoconclusao/viewtrabalhoconclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5010406

Segregação racial em São Paulo: residências, redes pessoais e trajetórias urbanas de negros e brancos no século XXI

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Franca, Danilo Sales do Nascimento
Sexo
Homem
Orientador
Silva, Márcia Regina de Lima
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Ciências Sociais
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Segregação Residencial
Relações Raciais
Desigualdades
Sociologia Urbana
Redes Pessoais
Resumo

Esta tese propõe uma interpretação sobre a relevância da segregação residencial como dimensão estruturante das relações raciais no Brasil, a partir da análise de dados da Região Metropolitana de São Paulo. Comparações com situações de segregação racial típicas de cidades norte-americanas, aliadas a narrativas de dissimulação das manifestações do racismo no Brasil, têm alimentado discursos que desprezam a importância da segregação para as relações raciais, argumentando que em nossas cidades ocorre segregação apenas por classe social. Esta pesquisa posiciona-se contrariamente a tais discursos e apresenta evidências da segregação residencial por raça nos diferentes estratos sociais. Por um lado, através de abordagens quantitativas mais tradicionais que partem dos diferenciais de localização das residências de grupos sociais, constatamos pequenos níveis de segregação racial em camadas sociais mais baixas que se tornam significativos nas camadas médias e altas. Os brancos de classes médias e superiores residem nas áreas mais privilegiadas da metrópole, estando muito isolados e distantes de todos os outros grupos, até mesmo de negros de classe média e alta. Trata-se, portanto, de segregação residencial por raça e classe. Por outro lado, a partir de uma crítica das formas como a própria noção de segregação residencial tem sido mobilizada pela sociologia, propomos uma abordagem mais aprofundada que revele em que medida a separação das moradias se associa a diferenciais de integração social e acesso à cidade. Para tanto, empreendemos uma estratégia empírica baseada no mapeamento de trajetos e locais frequentados pelos indivíduos no espaço da cidade e na espacialização de suas redes pessoais de relações. As informações foram coletadas através de pesquisa qualitativa na qual entrevistamos 28 indivíduos de classe média – negros e brancos, mulheres e homens – em três diferentes áreas da cidade de São Paulo: São Miguel Paulista, Tatuapé e Itaim Bibi. Demostramos a importância do local de residência na medida em que a maior parte dos relacionamentos pessoais e dos locais frequentados localizam-se no entorno do distrito no qual residem os entrevistados. Ou seja, na medida em que negros e brancos estão residencialmente segregados, são segregadas também suas redes pessoais e locais frequentados. Além disso, nossos resultados apontam que brancos, independentemente do local de residência, possuem redes pessoais compostas preponderantemente por outros brancos e frequentam mais as áreas nobres da metrópole. Nossos achados realçam o papel do espaço urbano em processos de fechamento social que reforçam barreiras à integração de negros nas classes médias. Ademais, argumentamos que as classes médias se organizam como grupos de status cujas fronteiras são fortemente baseadas, não apenas em características raciais, mas também no espaço urbano (habitado e frequentado).

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Métodos mistos
Referência Espacial
Região
Região Metropolitana de São Paulo
Zona
Zona Leste
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
São Miguel Paulista
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Região
Região Metropolitana de São Paulo
Zona
Zona Leste
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Tatuapé
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Região
Região Metropolitana de São Paulo
Zona
Zona Oeste
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Itaim Bibi
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2013-2017
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5063722

Relações de classe, raça e políticas públicas de expansão do Ensino Superior no Brasil (2003-2016)

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Nogueira, Priscilla Lemos
Sexo
Mulher
Orientador
Souza, Davisson Charles Cangussu de
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Guarulhos
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNIFESP
Idioma
Português
Palavras chave
Expansão do Ensino Superior
Divisão de Classe
Relações Raciais
Democratização do Ensino Superior
Resumo

Esta dissertação tem por objetivo analisar a expansão do sistema de Ensino Superior brasileiro, através das políticas que foram sendo realizadas ao longo do século XX e, principalmente, as políticas recentes ocorridas entre 2003 e 2016. A análise está articulada às relações inerentes a estrutura de classes e as desigualdades raciais que vêm se perpetuando no interior da sociedade ao longo de sua história, e a pesquisa quantitativa realizada através dos dados do perfil de estudantes ingressantes na Universidade Federal de São Paulo. Buscamos compreender se o atual modelo de expansão se apresenta como um modelo ideal para democratização e/ou diversificação do sistema de ensino, ou se segue perpetuando políticas públicas que beneficiam a lucratividade das instituições privadas e a segmentação de classe e privilégios históricos nas instituições públicas.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Métodos mistos
Referência Espacial
Cidade/Município
Guarulhos
Localidade
UNIFESP
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2003-2016
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5441832

Raça, infância e escola: etnografia entre crianças em uma escola municipal de São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Fasson, Karina
Sexo
Mulher
Orientador
Silva, Marcia Regina de Lima
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Sociologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Sociologia das Relações Raciais
Sociologia da Infância
Lei 10.639/03
Infância
Discriminação Racial
Resumo

A presente pesquisa tem como objeto de estudo as relações raciais na infância no ambiente escolar, e como pano de fundo o contexto de mudanças político-institucionais observadas no Brasil a partir de 2003, com a promoção da igualdade racial e combate ao racismo. Nesse sentido, a pergunta de pesquisa colocada foi: como são construídas as relações raciais entre as crianças em um ambiente escolar que assume a existência de racismo e desigualdade racial no Brasil? A etnografia foi empregada como metodologia, tal como presente nos estudos sociais da infância, e complementada por perspectivas clássicas e estudos no ambiente escolar. Envolveu estratégias e procedimentos que incluíram a entrada em campo e aceitação, coleta de informações por meio de observação e interações, escrita constante de notas de campo e posterior elaboração de descrições detalhadas, interpretações e teorizações a partir dos dados. A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de São Paulo, onde foi acompanhado o cotidiano de uma turma de quarto ano, dentro e fora da sala de aula, durante o ano letivo de 2016. Por meio da observação das relações entre as crianças, foi possível compreender aspectos referentes às atitudes e aos comportamentos raciais (preconceito e discriminação racial, respectivamente). Como resultado, em relação às atitudes, temos que as preferências estéticas das crianças estavam relacionadas ao fenótipo branco, tido como o padrão, o que ficava evidente inclusive pela maneira com que algumas crianças negras se retratavam. Apesar disso, era possível notar contrapontos a esse padrão. Em relação aos comportamentos, destacam-se as ofensas verbais entre as crianças, que revelam características do tratamento dado à questão racial: (1) as crianças que sofrem com práticas racistas costumam denunciar tais atos para um adulto responsável, não se calando (diferentemente do que foi visto em estudos anteriores); (2) as crianças têm percepção de que é errado ofender colegas com palavras ligadas à cor/raça; (3) o insulto racial não é visto enquanto um tipo específico de discriminação, mas colocado juntamente com outros problemas de violência entre pares da infância/ adolescência: é denominado genericamente enquanto bullying pelas crianças e também pelos adultos na escola; (4) as ofensas em tom de brincadeira caracterizam boa parte das ocorrências de discriminação racial entre as crianças, denotando ambivalência da prática. Por fim, aponta-se a importância da inclusão da infância na agenda dos estudos sociológicos sobre relações raciais, dado seu potencial para explicação do limite na redução de desigualdades raciais na educação, como também para reflexões sobre o que ocorre na vida adulta e para que se reflita sobre as políticas de Estado que visam combater a discriminação e a desigualdade racial no Brasil.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2016
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5210385