Mídia e comunicação

Linha editorial e atores políticos na produção noticiosa : uma análise de enquadramento da cobertura de Folha e Estadão sobre o uso de crack em São Paulo entre 1991 e 2016

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Fontes, Giulia Sbaraini
Sexo
Mulher
Orientador
Sampaio, Rafael Cardoso
Ano de Publicação
2018
Programa
Ciência Política
Instituição
UFPR
Idioma
Português
Palavras chave
enquadramento
Jornalismo
atores políticos
crack
Resumo

O modo como as empresas de comunicação se utilizam do conteúdo que produzem para atuar politicamente ainda é assunto pouco estudado empiricamente na academia. Buscando contribuir para esta área de pesquisa, a presente dissertação utiliza o conceito de enquadramento de Entman (1993) com o objetivo de compreender o quanto a linha editorial dos periódicos interfere em sua produção noticiosa. Para tanto, tem como objeto a cobertura sobre a droga conhecida como “crack”, apresentando como norteador o seguinte problema de pesquisa: como os textos informativos da versão impressa dos jornais Folha de S. Paulo (FSP) e O Estado de S. Paulo (OESP) enquadraram, entre 1991 e 2016, a questão do crack na capital paulista e em que medida estes frames foram determinados pelos periódicos em questão? Foram levantadas três hipóteses de pesquisa: (1) os enquadramentos das notícias que tratam da questão do crack sofrem mais influência da linha editorial dos periódicos do que dos demais atores políticos envolvidos na questão; (2) ao longo do tempo, os enquadramentos se modificam, acompanhando as mudanças na própria sociedade; e (3) os usuários de crack são associados a matérias de interesse humano. Para testá-las, foram analisadas 716 matérias (327 de FSP e 389 de OESP) a partir da metodologia da análise de enquadramento, combinando técnicas para a identificação de issue-specific frames e de generic frames (DE VREESE, 2005). Após a identificação dos enquadramentos, buscou-se compreender o quanto os quadros sofreram a interferência dos periódicos analisados. Para isso, foram realizados dois modelos de regressão logística multinomial, tendo como variável dependente os enquadramentos (específicos e genéricos) e como variáveis preditoras os periódicos, a ideologia dos governos municipal e estadual de São Paulo e o período de análise. Os resultados permitiram refutar a primeira hipótese, visto que há pouca diferenciação entre a cobertura dos dois periódicos. A segunda hipótese foi parcialmente confirmada, pois foram observadas mudanças ao longo do tempo apenas para os enquadramentos genéricos. Por fim, a terceira hipótese da pesquisa foi confirmada, já que os dependentes químicos aparecem mais do que o esperado em matérias que contêm narrativas ou que são de interesse humano.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Métodos mistos
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1991-2016
Localização Eletrônica
https://sucupira-legado.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6115309

Das sufragistas às ativistas 2.0: feminismo, mídia e política no Brasil (1921 a 2016)

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Souza, Rayza Sarmento de
Orientador
Mendonça, Ricardo Fabrino
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Belo Horizonte
Programa
Ciência Política
Instituição
UFMG
Idioma
Português
Palavras chave
Feminismo
Mídia
Política
Resumo
Esta tese discute a relação entre feminismo, política e mídia no Brasil, a fim de compreender a construção discursiva sobre o movimento no cenário de visibilidade midiática e as formas como as ativistas feministas interagem com esses discursos públicos. Nosso aporte teórico é oriundo de dois caminhos: a teoria política feminista e os estudos feministas de mídia. Revisamos a forma como os estudos de gênero interpelaram questões centrais do pensamento político e do cânone democrático, defendendo que os debates sobre de sujeito e público x privado são centrais para a compreensão das hierarquias de gênero dispostas em diferentes âmbitos da vida política. Empiricamente, a partir da aplicação qualitativa de enquadramento, realizamos a análise de notícias, reportagens e textos opinativos veiculados no jornal Folha de São Paulo, no período de 1921 a julho de 2016, a fim de abarcar as grandes fases ou ondas do ativismo feminista nacional. A partir de uma amostra estatística, foram selecionados 579 textos, organizados em três diferentes momentos: a primeira onda (1921-1959), a segunda onda (1960-1989) e a terceira onda (1990 2016). Junto do exame das matérias, realizamos entrevistas com 12 mulheres ligadas a várias faces e gerações do feminismo brasileiro, tais como negras, lésbicas, travestis, ativistas 2.0, profissionais de organizações não-governamentais feministas, dentre outras. Essas noções foram utilizadas como categorias de análise do material empírico. Esta pesquisa se soma à tradição, pouco consolidada em solo nacional, dos estudos feministas de mídia, que têm se preocupado com padrões de cobertura jornalística sobre mulheres nos âmbitos do sistema político e da sociedade civil.
Disciplina
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1921-2016
Localização Eletrônica
https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/BUBD-AQKHD4

Entre armários e caixas postais: escritas de si, correspondências e constituição de redes na imprensa lésbica brasileira

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Aguiar, Carolina Maia de
Sexo
Mulher
Orientador
Benitez, Maria Elvira Diaz
Ano de Publicação
2017
Programa
Antropologia
Instituição
UFRJ
Idioma
Português
Palavras chave
Ativismos Lésbicos
Homossexualidade Feminina
Imprensa Homossexual
Estudos de Redes
Escrita de Si
Resumo

Esta dissertação discute as possibilidades de constituição de redes entre mulheres lésbicas a partir da circulação de publicações periódicas que as tomavam como público (e como potenciais escritoras). Para tanto, inicia com um resgate da emergência de um dos primeiros grupos do ativismo lésbico do país, o lésbico-feminista ou IF, surgido em São Paulo na virada dos anos 1980, e suas aproximações e tensões com os movimentos homossexuais e feministas da época. Em seguida, a partir de um delineamento da constituição da imprensa lésbica brasileira (construído a partir de revisão bibliográfica, análise documental e entrevistas com dez ativistas envolvidas neste campo), elege como fontes para análise as 21 edições do boletim um outro olhar, editado pelo grupo ação lésbica feminista (posteriormente chamado rede de informação lésbica um outro olhar) entre 1987 e 1994. Ainda que este coletivo fosse radicado em São Paulo, sua produção envolveu a colaboração de associadas vivendo em diferentes cidades do país, e também o contato com ativistas internacionais. Desta forma, um dos argumentos centrais deste trabalho é a premissa de que a circulação deste tipo de material faz redes, tanto entre ativistas lésbicas, feministas e homossexuais, como entre as próprias associadas do grupo, e que carrega também o potencial para desestabilizar redes já existentes. Ao considerar que muitas leitoras buscavam ali a possibilidade de estabelecer contatos através de correspondência com outras mulheres que se interessavam sexual e afetivamente (e também politicamente) com outras mulheres, o dispositivo do "armário" pode ser pensado como produtor de relações. Por fim, levando em conta o caráter polifônico destas publicações, das quais emergem distintas vozes reconhecíveis e não editadas, suas páginas são analisadas como lugares para a produção de escritas de si das associadas que compunham o grupo.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1980-1994
Localização Eletrônica
https://sucupira-legado.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=4949183

Os editoriais e a eleição presidencial de 2018 no Brasil

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Ramalho, Ítalo de Melo
Sexo
Homem
Orientador
Oliveira, Wilson José Ferreira de
Ano de Publicação
2020
Local da Publicação
São Cristóvão
Programa
Antropologia
Instituição
UFS
Idioma
Português
Palavras chave
Eleições no Brasil
Editoriais
Aspectos políticos
Política e governo
Eleição presidencial 2018
Resumo

As eleições de 2018 no Brasil foram marcadas por um processo de ruptura entre a substância política, em seu sentido mais profundo e mesmo desejável para uma sociedade democrática, e as formas de comunicação utilizadas para representarem as propostas das candidaturas aos/às eleitores/as de todo país, visto que foram, as eleições, determinadas por uma participação maciça da realidade virtual, incluindo aí a circulação de imagens, mensagens e, portanto, ideias, que impulsionaram não apenas as notícias verdadeiras, mas também as chamadas Fake News. Por esse motivo, a eleição presidencial de 2018 no Brasil, como um acontecimento político-histórico, pode ser analisada por diversos ângulos e/ou perspectivas a partir das tensões que a atravessam. A dissertação escolheu investigá-la tendo como objeto os editoriais dos jornais Folha de São Paulo e O Globo, analisando temas que neles orbitaram e que, influenciando outras mídias, criaram conteúdos a partir deles, terminando por atuar no universo eleitoral, colaborando para a presença do que Laclau (2013) chama de “significantes vazios” na eleição. A partir desse viés, definiram-se os principais questionamentos: Quais foram as demandas utilizadas para a construção de significantes?; Como identificar nos editoriais a formação dos sentidos das lógicas da diferença e da equivalência (LACLAU, 2018)?; e qual o papel da propaganda negativa na construção da identidade dos/das eleitores/as (OLIVEIRA, 2019)? O objetivo da pesquisa foi, a partir da análise quantitativa e qualitativa dos editoriais selecionados, criar enquadramentos interpretativos dos dados coletados, que revelassem as agências e as valências, a partir das categorias empíricas formuladas. Para isso, a base teórica contou com nomes como Ernesto Laclau (2018) e Bruno Latour (2012), circundados por Isabelle Stengers (2018), Márcio Goldman (2006), Antoine Hennion (2010) e François Jullien (1999), para sustentar a hipótese da fabricação da eleição. Em termos metodológicos, a abordagem pautou-se por quatro categorias para realizar as análises dos editoriais selecionados: a fabricação do candidato, a fabricação do eleitor, a fabricação da eleição e a fabricação do devir, estratégia utilizada para se pensar nos “atores” (LATOUR, 2012) e nas articulações de sentido que configuraram o que aqui chamamos de “fabricação da eleição presidencial de 2018”. Espera-se, com o trabalho etnográfico de análise dos editoriais, contribuir para que se possa melhor compreender a fratura histórica, social, jurídica e política representada pela eleição presidencial de 2018.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Métodos mistos
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
2018
Localização Eletrônica
https://ri.ufs.br/handle/riufs/15151

Pós-pornografia em foco: um estudo sobre tensões políticas e usos do corpo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Coelho, Clara da Cunha Barbato Veiga
Sexo
Mulher
Orientador
França, Isadora Lins; Silva, Carolina Parreiras
Ano de Publicação
2020
Local da Publicação
Campinas
Programa
Antropologia Social
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Pós-pornografia
Performance (Arte)
Sexualidade
Resumo

Nesta dissertação busco compreender sentidos e práticas inseridas na "cena pós-porno" contemporânea. Para tanto realizei trabalho de campo etnográfico em eventos inseridos nesse circuito na cidade de São Paulo, bem como acompanhei parte de seu repertório por meio de redes sociais na internet. Organizei o material a partir de cinco cenas etnográficas, cujo foco são performances artístico-politicas as quais tomam de forma expressiva e contestatória os corpos. Minha analise revela como as performances nesse contexto são centrais para explorar a comunicação entre as esferas artísticas, dos debates feministas, políticos e ativistas. Entendo tais performances como manifestações artístico-estético-políticas que problematizam fundamentalmente os sentidos dos corpos, e também reproduzem pautas e reivindicações de ordem social e política que tencionam os limites da sexualidade e do gênero, as quais no ultimo ano, têm tomado formas relevantes no debate público nacional, reveladoras de universos moralizantes das condutas, de sujeitos e de temas. Os resultados desse estudo apontam como o pós-pornô é produzido em meio à críticas e representações do sexo e do corpo no discurso pornográfico. Aponto como a pós-pornografia traz como peculiaridade manifestações de caráter disruptivo, imprevisível e improvisado, nas quais os espectadores co-produzem a cena. Ao final, mostro como a noção de pós-pornografia, é mais bem compreendida enquanto rede, cena ou plataforma, que implica no embaralhamento de fronteiras, espacialidades, registros e grafias.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2018-2020
Localização Eletrônica
https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1129206

Cabelo armado, em 'legítima defesa': performance e diferença no teatro negro da Cia. Os Crespos

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Terra, João Paulo Possa
Sexo
Homem
Orientador
Schwarcz, Lilia Katri Moritz
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.11606/D.8.2019.tde-06112019-184443
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia Social
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Atlântico negro
Cia. Os Crespos
Performance
Teatro negro
Diferença
Resumo

Neste trabalho, meu objetivo é investigar como as práticas de teatro negro produzem noções de diferença através da performance. Dialogo com a produção intelectual da Cia. Os crespos, grupo de atores formado em 2005 na escola de artes dramáticas da Universidade de São Paulo. Para tanto, realizei entrevistas com os atores; um estudo da revista legítima defesa, publicada pela companhia; e etnografia de intervenções urbanas e apresentações do espetáculo alguma coisa a ver com uma missão (2016). Em minha análise, procuro compreender os processos de pesquisa cênica do grupo, destacando perspectivas teóricas e procedimentos estéticos. Em seguida, proponho uma discussão sobre uma história negra do teatro, como sugere Evani Tavares Lima (2015). Por fim, argumento que, em alguma coisa a ver com uma missão, a performance tece uma reflexão sobre múltiplas práticas de resistência e formas de sujeito, desafiando os lugares impostos aos negros pelo racismo. Subjazem essa construção noções particulares de espaço, tempo e liberdade, as quais traduzem visões de mundo e modos de relação transcriados na diáspora afro-atlântica. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-06112019-184443/pt-br.php

Seguindo os fios de Ariadne: reflexões sobre as tramas discursivas do projeto Escola Sem Partido no Mato Grosso do Sul

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Hilahata, Irene Tochibana
Sexo
Mulher
Orientador
Oliveira, Esmael Alves de
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
Dourados
Programa
Antropologia
Instituição
UFGD
Idioma
Português
Palavras chave
Escola Sem Partido
Ideologia
Foucault
Mato Grosso do Sul
Resumo

O presente trabalho teve o intuito de analisar as tramas discursivas que cercam o projeto "Escola Sem Partido" (PESP) (izalci, 2015) e suas ressonâncias no estado de Mato Grosso do Sul, buscando perceber em suas entrelinhas não apenas a matriz de inteligibilidade heteronormativa, mas também, e principalmente, suas tensões e ambiguidades. Para isso parti de algumas questões norteadoras: quais os discursos produzidos pelo projeto escola sem partido e suas implicações político-ideológicas? Que categorias e pressupostos são utilizados em sua proposta de combater a propalada "ideologia de gênero" e quais suas contradições? Tomando como base a perspectiva antropológica e as contribuições de Michel Foucault (1987; 1993; 1999; 2004; 2006; 2012; 2017), busquei analisar o dispositivo legal a partir de dois movimentos: um macro e um micro. No plano macro, desafiei-me a destrinchar as tessituras ideológicas do projeto por meio da análise de suas propostas. No contexto micro, busquei problematizar quais seriam os desdobramentos do PESP no contexto do estado de mato grosso do sul a partir de um evento ocorrido ao longo de 2017. A metodologia foi baseada em entrevistas e levantamento e análise de notícias e posts veiculados pelas redes sociais sobre o tema. Ao final da pesquisa, foi possível constatar que, se de um lado é inegável o ethos conservador que constitui o PESP, por outro, compreendê-lo como detentor de um discurso absoluto e soberano é ignorar a dimensão ambígua e instável que o atravessa e o constitui. Assim, foi possível compreender o projeto muito mais como um regime de verdade precário, performativo e arbitrário do que como algo que está além da história, da política e da ideologia, como querem fazer crer seus idealizadores. 

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Macrorregião
Centro-Oeste
Brasil
Habilitado
UF
Mato Grosso do Sul
Referência Temporal
2017
Localização Eletrônica
https://sucupira-legado.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.xhtml?popup=true&id_trabalho=8808077

[Alerta textão] - estratégias de engajamento do Movimento LGBT de São Paulo em espaços de interação on-line e off-line (2015-2016)

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Ferreira, Lucas Bulgarelli
Sexo
Homem
Orientador
Simões, Júlio Assis
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Movimento Lgbt
Engajamentos
Movimentos Sociais
Gênero
Sexualidade
Resumo

Esta pesquisa busca investigar os mecanismos utilizados por militantes LGBTs da cidade de São Paulo para se engajarem em diferentes estratégias políticas de atuação. A partir de uma investigação em espaços de interação on-line e off-line, busco compreender a conformação destes modos de atuação política a partir de dois processos: por um lado, a influência das dinâmicas de negociação com gestores públicos e representantes do estado e, por outro, a proliferação de uma atuação concentrada nas mídias sociais e na internet. A partir do resgate de eventos e situações que remontam a um histórico do movimento LGBT, demonstro como estes modos de engajamento políticos concentrados nos mecanismos de negociação e na atuação em redes sociais estão atravessados por especificidades geracionais e ideológicas das carreiras ativistas de diferentes lideranças a que tive acesso. Ao explorar os manejos de diferentes ferramentas e modos de atuação de representantes da sociedade civil organizada no conselho municipal LGBT de São Paulo e de ciber-ativistas no facebook, passo a identificar uma cena de militantes LBGTs no conselho e uma cena de ciberativistas no facebook, com especificidades e modos de atuação próprios, mas que se aproximam - ou, em alguns casos, se confundem - quanto à natureza da reivindicação de suas demandas políticas. No capítulo i, contextualizo estas cenas por meio de um breve histórico do movimento LGBT brasileiro. Nesta parte, tenho por objetivo destacar as dinâmicas que favorecem o contexto para uma institucionalização crescente de suas demandas, bem como os desdobramentos da consolidação de planos, conselhos, conferências e da migração de militantes para as gestões públicas. No capítulo II, exploro os mecanismos de atuação política de militantes e grupos LGBT enquanto sociedade civil organizada por meio da participação na gestão do conselho municipal de políticas LGBTs em São Paulo. Chamo a atenção para a forte dependência da cena dos conselhos com as redes sociais, aproximando-a, embora não se confunda, da cena do facebook. No capítulo III, analiso as estratégias de engajamento de ciberativistas por meio do acompanhamento de seus perfis pessoais e de suas interações no facebook e de uma campanha política à vereança. Demonstro como a diversificação da atuação política nas redes favorece parcerias com agentes do mercado e das gestões públicas.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2015-2016
Localização Eletrônica
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-21082018-133346/pt-br.php

Uma interpretação das articulações em rede estabelecidas no complexo tecnológico educacional

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Rocha, Janaina Lemos
Sexo
Mulher
Orientador
Bin, Adriana
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Limeira
Programa
Interdisciplinar em Ciências Humanas
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Política Pública
Rede Interorganizacional
Ciência
Tecnologia E Inovação
Complexo Tecnológico Educacional
Resumo

Nas últimas décadas, tem se tornado cada vez mais evidente a prática do compartilhamento de responsabilidades e recursos na formulação e implementação de políticas públicas. A partir dessa ideia, o conceito de redes na gestão pública, e particularmente no campo da gestão de ciência, tecnologia e inovação, vem ganhando visibilidade. A presente pesquisa contribui para esta discussão, tendo como objetivo realizar uma interpretação sobre as articulações interorganizacionais estabelecidas no complexo tecnológico educacional (cte), um campus que congrega cinco organizações: instituto de pesquisa (cti - centro de tecnologia da informação renato archer), fundação de direito privado (facti – fundação de apoio a capacitação em tecnologia da informação), instituto federal de ensino (ifsp – instituto federal de são paulo), parque tecnológico (cti tec) e um centro de desenvolvimento de análises de tecnologias assistivas (cnrta – centro nacional de referência em tecnologia assistiva) que, em maior ou menor medida interagem em suas atividades cotidianas. A pesquisa foi realizada a partir de uma abordagem interdisciplinar, congregando bases conceituais dos campos de análise de política, redes interorganizacionais e política e gestão de ciência, tecnologia e inovação. Além da discussão teórica, foi realizada uma análise de duas organizações de alcance internacional e uma de alcance nacional, que apresentam como características o arranjo em rede para a realização de atividades de pesquisa e inovação. Por fim, o trabalho traz o estudo de caso do cte, delineado a partir de análise documental e de entrevistas. Os dados coletados mostram que de fato existe um cotidiano de interações interorganizacionais entre as cinco organizações do complexo, inclusive antes mesmo da denominação cte surgir. A análise buscou compreender as relações de interdependência e em que casos ela se mostra de forma mais intensa, como por exemplo, entre o cti e a facti e entre o cti e o ifsp. Outra questão de destaque na literatura que pôde ser analisada foi o grau de formalidade x informalidade das relações estabelecidas no complexo. Nota-se um grau significativo de informalidade nas mesmas, o que denota uma rede que se encontra em processo de institucionalização. Evidenciam-se ainda o papel de destaque do cti no âmbito da rede, assim como os benefícios reais e potenciais evidenciados a partir das articulações das distintas organizações, tendo em vista sua sustentabilidade no longo prazo. 

Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoconclusao/viewtrabalhoconclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5681919

Templários da Avenida Paulista: a formação do self secular no Opus Dei

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Pereira, Asher Grochowalski Brum
Sexo
Homem
Orientador
Almeida, Ronaldo Romulo Machado de
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Campinas
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Opus Dei
Mundo Secular
Tecnologias Do Self
Governo Do Self
Atitudes
Resumo

Olharemos para as tecnologias do self e para as práticas do governo do self desempenhadas pelos membros do opus dei de uma residência da cidade de São Paulo. Nosso objetivo é compreender o lugar dos sujeitos produzidos por essas práticas no cenário católico brasileiro. Partiremos da hipótese de que essas tecnologias orientam práticas monásticas (oração, confissão, mortificação, etc.) Em jovens estudantes universitários e profissionais, ao mesmo tempo que produzem práticas para o governo do self com a finalidade de adequar esses mesmos jovens à vida secular (argumentação, linguagem jurídica e acadêmica, produção de si como “leigo”, etc.). Portanto, o self que emerge dessas práticas produz uma tensão entre o ideal contemporâneo do self da autonomia e da individualidade e a negação de si pelas práticas monásticas. Se, por um lado, as tecnologias do self do opus dei cultivam a negação de si, por outro, sua finalidade é a produção de atitudes para o “mundo secular”. Olhar para as tecnologias do self e para as práticas do governo do self nos informa como os sujeitos produzidos por essas práticas atuam em diferentes espaços do cenário brasileiro: imprensa, universidades, empresas, etc. Com efeito, procuraremos mostrar empiricamente por meio de uma etnografia multisituada (a partir da pesquisa etnográfica que realizei entre os anos de 2011 e 2016 em diferentes lugares das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e nas mídias) como as tecnologias do self e as práticas do governo do self são capazes de produzir sujeitos religiosos com projetos de ação no “mundo secular”. 

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
2011-2016
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5178008