Psicologia

Quem conta um conto aumenta um ponto: memória coletiva e trajetórias de vida de velhos na experiência do uso da música em grupos focais

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Borella, Joel Fernando
Sexo
Homem
Orientador
Sandoval, Salvador
Ano de Publicação
2013
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Psicologia Social
Instituição
PUC-SP
Página Final
179
Idioma
Português
Palavras chave
Memória coletiva
Música
Velhice
Trajetórias de vida
Reconstrução do passado
Resumo

Esta dissertação de mestrado vincula-se ao Núcleo de Psicologia Política e movimentos sociais (NUPMOS) do Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em uma sociedade na qual a narrativa se apresenta escassa, sendo substituída por redes de comunicação cada vez mais virtuais, trabalhar a memória é um dos processos necessários para evitarmos a esfacelação das relações sociais e o processo de silenciamento e esquecimento da história vivida pelos sujeitos. Nesse sentido, essa pesquisa tem por objetivo, além de aprofundamentos nos estudos sobre as velhices e suas construções históricas, utilizar seis músicas que mais fizeram sucesso na década de 60, para evocar memórias e narrativas de trajetórias de vida em velhos em Grupos Focais, para, assim, poder conhecer a sociedade brasileira por meio de quem as viveu. Foram organizados quatro Grupos Focais: dois em Araras/SP e dois em São Paulo/SP. Os grupos foram divididos entre homens e mulheres de 60 até 75 anos. Ao todo, participaram desse estudo 21 velhos, 9 nos grupos de Araras/SP e 12 nos grupos de São Paulo. Os grupos focais tiveram duração de 1 hora e 30 minutos e foram gravados em formato audiovisual para facilitar as posteriores transcrições. Após essas transcrições, utilizou-se a metodologia de categorias do discurso de Minayo (1999) e, por meio delas, podem-se desenvolver análises que altivam o poder da memória no trabalho com os velhos, conhecendo a sociedade brasileira pelas suas vivências. Lembrar, então, se tornou um instrumento de trabalho que possibilita romper com os mecanismos de esquecimentos instaurados nessa sociedade e reconstruir os passados dos velhos por suas narrativas de trajetórias de vida.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Métodos mistos
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Araras
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2011-2013
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/16997

Abrigos provisórios: afetos passageiros? estudo sobre assujeitamento/resistência em adolescentes no interior de serviços de acolhimento

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Rodrigues, Patricia D Elboux
Sexo
Mulher
Orientador
Sawaia, Bader Burihan
Ano de Publicação
2012
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Psicologia Social
Instituição
PUC-SP
Página Final
117
Idioma
Português
Palavras chave
Infância
Adolescência
Instituições de acolhimento
Direitos das crianças e adolescentes
Resumo

A presente pesquisa tem o propósito de analisar as afecções dos adolescentes que se encontram em situação de acolhimento institucional provisório, na interface com os saberes da instituição, e de refletir sobre processos de sujeição e de autonomia. Para compreender os conceitos de passividade e de autonomia, lança mão os aportes teóricos dos filósofos Espinosa e Foucault. O método utilizado foi qualitativo e pautou-se na genealogia de Michel Foucault, que analisa as relações de poder e evidencia os saberes não legitimados pela ciência, os saberes construídos no cotidiano, a partir das práticas exercidas. Foram estudados nove adolescentes acolhidos em duas instituições (uma governamental e uma de orientação religiosa. Eles revelam possibilidades de ações de resistência e autonomia. Destaca-se ainda a emergência de um tema não previsto nos objetivos da pesquisa: a relação entre regimes de verdade e o processo de subjetivação do jovem não é direta. É mediada pela família, sobre quem incidem tais regimes de verdade e que muitas vezes são avaliadas, cobradas e normatizadas e, por vezes responsabilzadas pelo acolhimento e demora no desacolhimento de seus filhos. Há um roteiro explícito e implícito no que concerne ao que devem fazer, como pré-condição para o desacolhimento. Em uma das instituições a ênfase era dada mais para o preparo do jovem, do que o da família. Cabe destacar ainda que em certos processos houve uma dissonância no que se refere ao modo moralizante com que o abrigo via a família, contraposto a uma possibilidade da parte do serviço técnico e do juiz da Vara da Infância, em consonância com o ECA, no sentido de reconhecer as possibilidades da família de vir a desacolher seus filhos.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
Século XXI
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/16975

Adoção homoparental e infância: uma análise da mídia

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Temperini, Carlos Augusto Teixeira
Sexo
Homem
Orientador
Sandoval, Salvador
Ano de Publicação
2012
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Psicologia Social
Instituição
PUC-SP
Página Final
188
Idioma
Português
Palavras chave
Adoção homoparental
Infância
Mídia
Resumo

Nesta dissertação objetiva-se descrever e interpretar conteúdos sobre adoção homoparental e infância, captados nas peças jornalísticas da Folha de S. Paulo Online (Folha.com), publicadas entre os anos 2000 e 2011, a fim de compreender a construção social da infância e o debate acerca da adoção homoparental. A hipótese da pesquisa é de que a construção do problema social - adoção homoparental e infância - poderão estar subordinadas a relações de dominação. A publicação do tema no maior jornal do país multiplica, através das formas simbólicas, relações de poder. O arcabouço teórico foi construído à luz das teorias de ideologia de John B. Thompson (2009) e dos estudos sociais sobre a infância. Para análise das peças jornalísticas, utilizou-se a hermenêutica de profundidade e análise de conteúdo de Bardin (1977). Elegeram-se como universo da pesquisa, 245 peças jornalísticas entre os anos 2000 e 2011, sobre a discussão da adoção homoparental e infância. Para compor o corpus selecionamos as peças jornalísticas que apresentaram conteúdo do contexto nacional e, por último, foram selecionadas 16 peças jornalísticas que retrataram casos de adoção homoparental. Os resultados apresentam o tema adoção homoparental sendo discutido nas peças jornalísticas como tema secundário, diluído na discussão da Nova Lei de Adoção, bem como na união civil de casais homossexuais. Observou-se, ainda, que a adoção está intimamente ligada ao direito de constituir família questão esta que o jornal não problematizou no âmbito dos direitos das crianças e tampouco no âmbito dos direitos dos homossexuais. O tratamento dado às questões da adoção homoparental foi mais polemizada do que problematizada, ofuscando os direitos das crianças e adolescentes. Examinando à luz dos princípios éticos, o discurso da Folha de S. Paulo sobre adoção homoparental e infância desconsidera o bem estar dos personagens nele apresentados, podendo ser considerado ideológico, uma vez que contribui para a estigmatização das crianças e homossexuais, sustentando relações de dominação.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Métodos mistos
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
2000-2011
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/16967

A identidade do contador de história na contemporaneidade conto de tradição de transmissão oral como mediador para ações emancipatórias do homem contemporâneo

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Giordano, Neide Alessandra Maria Rocha
Sexo
Mulher
Orientador
Ciampa, Antonio da Costa
Ano de Publicação
2012
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Psicologia Social
Instituição
PUC/SP
Página Final
253
Idioma
Português
Palavras chave
Identidade
Emancipação
Conto de tradição
Metamorfose
Resumo

Este trabalho tem por objetivo estudar os contos de tradição oral e sua influência na identidade do contador de histórias moderno à luz do sintagma: identidade-metamorfose-emancipação do psicólogo social Antonio da Costa Ciampa, para quem a noção de identidade permite ao homem conhecer como os processos influenciam a formação dos indivíduos e como normatizam as expressões de seus projetos de vida. Realizou-se um estudo teórico sobre a voz que diz o conto tradicional poderoso veículo da imaginação como um som que materializa a palavra bem-dita . Chegou-se à palavra do contador de histórias tradicionalista para quem a palavra é sagrada. Os estudos desses contos nos levaram a diversos teóricos que observaram o conto tradicional, cada qual do seu ponto de vista, investigando origem e idade do conto tradicional. O status de literatura infanto-juvenil oferece à matéria do mundo do Era Uma Vez, um ingresso para o mundo interior do homem. É apresentado o curso A Arte de Contar e Ouvir Histórias na Contemporaneidade do Instituto Sedes Sapientiae em São Paulo, formador de contadores de histórias desde 2002: cenário de onde surgiram os sujeitos da presente pesquisa. Apresenta ainda os recursos utilizados pela pesquisadora no decorrer do trabalho. Nesse sentido, concluiu-se a tese de que os contos de tradição oral, na vida do sujeito envolvido, foram os embriões de um processo de emancipação e fortalecedores para a construção de futuros projetos de vida, do sujeito. Por fim pode-se dizer que os contos de tradição oral funcionaram como verdadeiros bálsamos medicinais, como dizem os antigos contadores de histórias. As vozes dos antigos bardos e mestres da narrativa oral encontram ressonância nos contadores de histórias atuais, que seguem o ritmo e a rima do contar oralmente; elas criam imagens no ar e materializam o verbo propiciando um caminho de emancipações daquilo que nos confina.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2002-2012
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/16991

Emancipação e submissão por meio da religião? histórias de vida no Presídio da Polícia Militar “Romão Gomes”

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Andery, Maria Carolina Rissoni
Sexo
Mulher
Orientador
Ciampa, Antonio da Costa
Ano de Publicação
2012
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Psicologia Social
Instituição
PUC-SP
Página Final
124
Idioma
Português
Palavras chave
Polícia Militar
Presídio da Polícia Militar
“Romão Gomes”
Identidade
Resumo

Em tempos em que a violência é cada vez maior nos centros urbanos e a Polícia Militar, instituição agenciadora da violência pelo Estado, está cada vez mais em pauta, seja por sua violência, pela violência sofrida através dos ataques de facções criminosas ou por discussões sobre seu funcionamento e surgimento, é importante notar e questionar a existência de um presídio próprio para seus integrantes. No Estado de São Paulo, local em que foi realizada a pesquisa, há grandes discussões, com muitas pesquisas realizadas para criticar a existência dessa instituição e suas consequências numa sociedade individualista. Com o advento da modernidade, as relações estão mais fluidas, tem-se o pluralismo e com ele a crise de sentido, momento em que novas respostas são procuradas, mesmo que em velhas instituições como a religião. Da mesma forma que a Polícia Militar do Estado de São Paulo, a religião é questionada como instituição, presenciamos essa questão, principalmente por meio do sincretismo, respostas a situações sociais relacionada à religiosidade e ao processo sociocultural. No Presídio da Polícia Militar “Romão Gomes”, o sincretismo é evidente uma vez que existem muitas manifestações religiosas e muitos internos frequentam mais de um culto, não necessariamente da mesma religião. Por essa possibilidade e pelo fato de a religião fazer parte da política de identidade deste local, o objetivo da pesquisa foi compreender o sentido dado à religião por diversos internos. A partir das discussões teóricas, participação nos cultos e narrativas de histórias de vida dos internos entrevistados, foi possível perceber que há metamorfose e possibilidade de emancipação, que não ocorre automaticamente, mas no processo de criação de sentido e submissão à religião, como percebido.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Localidade
Presídio Militar Romão Gomes
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Século XXI
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/18843

Fronteiras psi-jurídicas na gestão da criminalidade juvenil: o caso Unidade Experimental de Saúde

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Gramkow, Gabriela
Sexo
Mulher
Orientador
Vicentin, Maria Cristina G.
Ano de Publicação
2012
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Serviço Social
Instituição
PUC-SP
Idioma
Português
Palavras chave
Ato infracional
Transtorno de personalidade anti-social
Criminalidade juvenil
Patologização
Periculosidade
Resumo

O presente trabalho explicita e reorganiza as tramas que compõem a história da Unidade Experimental de Saúde do Estado de São Paulo (UES), equipamento público destinado a jovens autores de atos infracionais diagnosticados com Transtorno de personalidade anti-social (TPAS). Acompanhamos desvios, inflexões de rumos e estabilizações que foram se produzindo no período de 2002 a 2011 em torno do caso UES, de sua fase de Projeto à institucionalização. Rastreamos mais especificamente as relações psijurídicas que empreendem jogos de forças em um campo de luta, forjando posições e contraposições. Para tanto, nos valemos de pesquisa documental, principalmente, de processos jurídicos de jovens internados na UES e de processo administrativo constituído pelo poder judiciário. Esse processo administrativo monitora e incita a criação de respostas de tratamento aos jovens autores de ato infracional com demandas em saúde mental e que derivam na constituição dessa unidade experimental. A análise, orientada pelas obras de Foucault e Castel, buscou identificar as condições de possibilidade de produção do TPAS e da UES. Foram sistematizadas as enunciações produzidas pelos atores psi e os atores da justiça na configuração de uma estratégia de internamento compulsório um CONTINUUM INTERNAMENTO - sustentado no argumento da periculosidade e da defesa social. As táticas psi-jurídicas da medida protetiva de tratamento psi em regime de contenção e da interdição civil cumulada com internação psiquiátrica compulsória regulam o circuito do internamento em nome da proteção social e da garantia do direito à saúde. Na problematização da emergência da UES com a prática do internamento de jovens autores de ato infracional e a experimentação do continuum psi-jurídico, colocamos em análise a articulação da tática psi-jurídica para a regulação da criminalidade juvenil pela biopolítica da população e suas estratégias de controle social pela via da patologização. Nessa análise, depreende-se uma lógica de controle a operar a fórmula UES. Duas linhas de argumentos se agenciam e se retroalimentam: a linha do perigo social e a linha do investimento no tratamento. A rede de relações de saber-poder na política de gestão da criminalidade juvenil brasileira se atualiza; configura-se um paradigma jurídico-político como solução para uma aparente nova demanda. A partir do exame de perfis humanos, a estratégia de controle dos desviantes opera uma gestão dos riscos dos ineducáveis como política de prevenção da reincidência do indivíduo perigoso. Na gestão dos riscos, a criminalidade é um risco não erradicável. O acontecimento UES põe em evidência relações de poder que dialogam com a concepção de campo como modelo político, forjado numa lógica de exceção. Entendendo o TPAS como incurável e intratável, a gestão da criminalidade juvenil isola o indivíduo periculoso por meio de tecnologias modernas e eficientes pelo argumento da ordem social. A FÓRMULA UES de conter o TPAS está vinculado ao modelo de exílio para purificação do socius. A UES simula processo de tratamento improvável que perdura por quatro anos; e seis jovens continuam sofrendo experimentações malogradas.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2002-2011
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/16961

A noção de família em processos judiciais: uma análise a partir de casos de violência sexual infantil

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Avarca, Camila Aleixo de Campos
Sexo
Mulher
Orientador
Spink, Mary Jane Paris
Ano de Publicação
2011
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Serviço Social
Instituição
PUC/SP
Idioma
Português
Palavras chave
Família
Violência sexual infantil
Processos judiciais
Direitos das crianças e adolescentes
Resumo

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), promulgado em 1990, traz a perspectiva da proteção integral da infância e da adolescência como prioridade para toda a sociedade, baseando-se no texto da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, de 1989 e a Constituição Federal Brasileira, de 1988. Uma das principais diferenças do Estatuto em relação aos antigos Códigos de Menores (de 1927 e de 1979) é a afirmação de que a falta de recursos materiais não se caracteriza como um motivo para que a família perca o pátrio poder de seus filhos. Apesar de tal prerrogativa, pesquisas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) apontam que o principal motivo da aplicação da medida de proteção de abrigamento de crianças, no Brasil, é a pobreza. A pesquisa teve por objetivo analisar as noções de família em 26 processos judiciais de casos de violência sexual infantil de uma Vara da Infância e Juventude (VIJ) na cidade de São Paulo. Tinha-se como hipótese que tais noções de família que circulam na elaboração dos documentos que compõem o auto judicial constituem elementos importantes na tramitação destes na VIJ, possibilitando que alguns processos se encerrem e outros não. Os processos judiciais, nesta dissertação, foram compreendidos a partir de duas perspectivas: a) como práticas discursivas (compreendendo a linguagem em ação, tomando-as em sua dialogia) e b) como dispositivo (tal conceito pode ser apreendido como redes heterogêneas de práticas/discursos/instituições que têm por objetivo a captura do ser humano, a partir de relações de poder-saber). Como resultado, foi possível identificar três discursos com relação à noção de família que operam modos de conduzir os processos: a família negligente, a família desestruturada/conflituosa e a família e a as condições socioeconômicas, este último aspecto como um dispositivo privilegiado de captura dessas famílias em torno da noção de pobreza. Por fim, foi observado que a violência sexual infantil, ao longo dos processos, tornou-se, ela mesma, um dispositivo de captura dessas famílias em torno da noção de família negligente: sai de cena família em situação de violência e entra a família que negligencia cuidados . Opera-se com a noção e com a produção da família homogeneamente pobre.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2009-2011
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/16924

Sobre novas tecnologias de gestão que se articulam a repertórios históricos: um estudo sobre o trabalho voluntário na área da saúde

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Pereira, Camila Claudiano Quina
Sexo
Mulher
Orientador
Spink, Mary Jane Paris
Ano de Publicação
2010
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Psicologia Social
Instituição
PUC-SP
Página Final
133
Idioma
Português
Palavras chave
Trabalho voluntário
Hospitais
Práticas discursivas
Teoria ator-rede
Resumo

O trabalho voluntário na área da Saúde é uma atividade em expansão, comprometida com políticas públicas que, atualmente, movimenta recursos financeiros, desde doações de pessoas físicas até valores provenientes de empresas privadas, seja para contribuir, seja para isenção do imposto de renda ou ainda para promover um programa de responsabilidade social. Diversos setores da comunidade e órgãos públicos estão envolvidos na atividade voluntária desenvolvida nos serviços de saúde. Ademais, não podemos negar os benefícios que tal prática oferece a pessoas hospitalizadas e fragilizadas em decorrência do adoecimento. Dessas constatações chegamos à indagação sobre os efeitos que a gestão, as leis, os repertórios históricos e o interesse governamental têm no trabalho voluntário. Trata-se de uma figura polissêmica que é performada por materialidades e sociabilidades distintas. Por isso, nossa questão para este trabalho foi observar como o voluntário é performado no hospital. Acatamos o desafio metodológico de partir da postura construcionista para um diálogo com a proposta da Teoria Ator Rede que nos permitiu trabalhar com a complexidade e a multiplicidade de versões da atividade voluntária, além de sugerir que a sociedade, as instituições, as tecnologias, a arquitetura, dentre outros, são vistos como um efeito ou um produto de uma rede heterogênea de humanos e não humanos. Para consecução desse objetivo iniciamos com uma pesquisa bibliográfica que nos possibilitou entender a complexa trama na qual se insere a atividade de voluntários na área hospitalar. Para ser foco desse estudo, selecionamos a Associação dos Voluntários do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, no qual acompanhamos o cotidiano dos voluntários para compreender os procedimentos, as materialidades e socialidades que compõem a prática voluntária nesse hospital e que performam o voluntário. As diversas fontes de informação utilizadas nesse estudo nos propiciaram argumentar que o voluntário na área da Saúde é um produto social, contextualmente localizado, performado pelos repertórios históricos e pela complexa rede heterogênea, composta por atores humanos e não humanos em que está inserido.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
Século XXI
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/16907

Catadores de sonhos

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Peixoto, Bianca Menezes
Sexo
Mulher
Orientador
Furtado, Odair
Ano de Publicação
2010
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Psicologia Social
Instituição
PUC/SP
Página Final
108
Idioma
Português
Palavras chave
Psicologia
Trabalho formal
Integração social
Desigualdade social
Cooperativa de Coleta Seletiva da Capela do Socorro (SP)
Resumo

A Pesquisa, formulada a partir do Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Social, tem como objetivo fazer uma leitura acerca do sentido da inclusão social pelo trabalho formal na iniciativa de projeto social da Cooperativa de Coleta Seletiva da Capela do Socorro (COOPERCAPS) em São Paulo. Através da pesquisa qualitativa, foi possível analisar no discurso dos sujeitos envolvidos se essa iniciativa representa um dispositivo para a transformação e a integração deste sujeito à sociedade. Para tanto, parti das referências relatadas nas histórias de vida dos sujeitos envolvidos que possibilitaram identificar categorias definidas - noção de dignidade e transformação social - e correlacioná-las aos discursos a fim de estabelecer reflexão sobre o tema. Dessa forma, o objetivo da pesquisa é compreender, através do discurso dos sujeitos envolvidos, se a iniciativa social da cooperativa representou um movimento de mudança e transformação estrutural - dispositivo de inclusão social - ou se representa uma ação assistencial e, portanto, somente ajustamento na trajetória da vida de um determinado sujeito. O trabalho de campo foi desenvolvido através da metodologia da pesquisa participante, utilizando a análise de discursos das conversas cotidianas e categorização dessas com os sujeitos relacionados ao fenômeno e à rede social da cooperativa. O local da coleta de informação foi o ambiente de trabalho dos sujeitos envolvidos, a cooperativa COOPERCAPS, onde tive a oportunidade de participar do ambiente de produção e trabalho em todos os turnos e setores. Na pesquisa, identifiquei atividades e características do trabalho e da rede de relacionamentos na cooperativa, assim como as condições relacionadas aos trabalhadores envolvidos. A contribuição que trago através desta pesquisa permite uma melhor compreensão dessa iniciativa social presente como um suposto dispositivo de mudança estrutural na tendência de integração à cidadania e, assim, compreender quais serão os caminhos concretos para potencializar iniciativas de inclusão para uma sociedade mais igualitária.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2008-2010
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/17405

Práticas restaurativas comunitárias: um olhar psicodramático sobre o lugar do jovem nos círculos restaurativos

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Schmidt, Ana Carolina
Sexo
Mulher
Orientador
Vicentin, Maria Cristina G.
Ano de Publicação
2010
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Psicologia Social
Instituição
PUC-SP
Página Inicial
1
Página Final
139
Idioma
Português
Palavras chave
Conflito na escola
Adolescentes
Disciplina escolar
Justiça restaurativa - São Caetano do Sul
Psicodrama
Resumo

As práticas restaurativas são consideradas, em relação ao Sistema de Justiça Tradicional, uma nova alternativa para a resolução de conflitos e a restauração das relações que foram afetadas. Nesse trabalho investigamos estas práticas no contexto comunitário do município de São Caetano do Sul, SP, e, em específico, o lugar atribuído ao jovem e à sua participação no contexto do círculo restaurativo. O aporte teórico e metodológico é o Psicodrama, com foco na Teoria de Papéis e nos conceitos de Papel Social e Personagem. Os dados desta pesquisa referem-se ao acompanhamento dos círculos restaurativos e realização de entrevistas com facilitadores, que conduzem os círculos restaurativos. Todas as situações de conflito que acompanhamos ocorreram no contexto escolar. Os dados foram tratados por meio de cenas, ou passagens de cenas, ocorridas no próprio contexto do círculo restaurativo ou nos contextos onde ocorreram e se desdobraram os conflitos. Os papéis sociais que identificamos no contexto do conflito são vinculados a Personagens estereotipados, que são atribuídos aos jovens. Nos círculos restaurativos, esses Personagens se evidenciam e dificultam ou impossibilitam o diálogo entre as partes do conflito. Dessa forma, a participação dos jovens nos círculos restaurativos é comprometida e, na maioria dos casos, compromete, também, a mudança da relação que está em conflito e a vivência de Personagens menos conservado.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Caetano do Sul
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Século XXI
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/17398