A transferência dos cuidados nos hospitais psiquiátricos para o cuidado na comunidade, das pessoas acometidas por transtornos mentais é a proposta da atual Reforma Psiquiátrica. Manter essas pessoas que sofrem de transtornos mentais institucionalizadas é retirar delas o direito a constituição da sua subjetividade. Dentre dos dispositivos de cuidado na comunidade, temos os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs), que são moradias assistidas para até no máximo oito pessoas egressas de hospital psiquiátrico que passaram por longo período de internação, visando à reconstrução da identidade dessas pessoas. Objetivo: analisar o processo de autonomia e dependência promovidos pelo dispositivo SRT em um ano de implementação deste serviço. Método: pesquisa qualitativa, com observação participante. Utilizou-se dos seguintes instrumentos para descrição da implementação da residência mista: consulta ao livro ata, caderno de anotações da pesquisadora, à observação direta na residência, entrevista com usuários, acompanhantes comunitárias e coordenadora. Resultados: a partir da análise dos dados coletados pode-se retirar três grandes categorias de autonomia e dependência das pessoas que passaram por um longo período de institucionalização, que precisam ser investida em ações reabilitadoras: Auto-Conceito, Relações Afetivas, e inserção Social. Onde a análise dessas categorias possibilitou verificarmos que os usuários do SRT, apresentaram melhora na autonomia, na interação social, no nível global do funcionamento e na qualidade de vida. A desinstitucionalização implica a existência de novos serviços comunitárias, que requer a presença de profissionais qualificados e programas de reabilitação efetivos. Conclusão: Apesar das dificuldades na sua implementação o SRT, tem um importante papel no processo de ressignificação afetiva, reinserção social, onde os usuários são capazes de estabelecer trocas com a comunidade e de realizar atividades sociais que sugere conquista de autonomia. Verificou-se assim, a importância de se pensar em estratégias de intervenções que possibilitem a essas pessoas um ganho maior de autonomia, onde possam ressignificar o cotidiano, conforme as proposições do movimento de Reforma Psiquiátrica.
Re-habitar a cidade: estudo de caso de uma residência terapêutica mista na cidade de São Paulo, como dispositivo promotor da cidadania
Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Silva, Tammya Tercia Oliveira Ribeiro da
Sexo
Mulher
Orientador
Kahhale, Edna Maria Severino Peters
Ano de Publicação
2011
Programa
Psicologia Clínica
Instituição
PUC-SP
Idioma
Português
Palavras chave
Reforma psiquiátrica
Serviço residencial terapêutico
Reinserção social
Autonomia
Dependência
Resumo
Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Área Temática
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2008-2011
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/14998