Estudos culturais

Processos de influências sociais no ambiente online : análise da youtuber Jout Jout

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Piza, Mariana Vassallo
Sexo
Mulher
Orientador
Trigueiro, Michelangelo Giotto Santoro
Código de Publicação (DOI)
http://dx.doi.org/10.26512/2016.03.D.22919
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Brasília
Programa
Sociologia
Instituição
UNB
Idioma
Português
Palavras chave
Influência social
Comunicação - internet
Sites da Web
Influenciadores digitais
Resumo

Com o crescente impacto da Internet na vida cotidiana da sociedade, vários questionamentos importantes surgem em meio ao emaranhado de informações que emergem diária e constantemente. Os sites de rede social, em específico, são os grandes responsáveis por movimentar uma importante quantia dessas informações, impactando a vida social e individual mundo afora. No entanto, é interessante observar que alguns indivíduos geram mais impacto com o conteúdo que publicam do que outros. Por que isso ocorre? Tendo como norte este questionamento, a presente dissertação investigou a ocorrência do processo de influência social no ambiente online, que possui a qualidade de ser mensurada com maior facilidade, tanto qualitativamente e quantitativamente, graças às ferramentas encontradas nos sites de rede social disponibilizadas pelos softwares, que são agrupamentos de algoritmos. Através do levantamento do entendimento sociológico acerca das ideias de influência e capital social trabalhadas por Parsons e Bourdieu respectivamente, juntamente com as de sociologia da tecnologia, mais especificamente de Internet e seus dispositivos, buscou-se desenvolver uma reflexão sobre como e porque alguns indivíduos ganham mais destaque do que outros no ambiente online. Para ilustrar essas reflexões, temos como objeto de pesquisa a youtuber Jout Jout, que ganhou considerável atenção pública no ano de 2015. Podemos concluir que a influência no ambiente online atua por diversas frentes que estão contidas no habitus do indivíduo influenciador, que vão desde o acúmulo de capitais, tanto econômicos, intelectuais, principalmente os sociais, até a disposição para apropriação dos recursos tecnológicos, tal como a utilização dos sites de rede social. Um indivíduo torna-se influenciador quando consegue manter uma audiência cativa por um período de tempo constante, ou seja, quando as variáveis alcance, relevância e ressonância articulam-se entre si. No entanto, pode-se compreender que a oportunidade de influência não é igualitária para todos os indivíduos com acesso à Internet, pois, apesar da sua aparente democracia, ela está disponível de maneira desigual na sociedade. Portanto, conclui-se que a influência no ambiente online é, de certa forma, um tipo de privilégio de determinadas camadas e gerações etárias.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
2015
Localização Eletrônica
https://repositorio.unb.br/handle/10482/22919

Imigração venezuelana, fronteira e interculturalidade: uma análise das experiências de educadoras e educadores em escolas públicas de Boa Vista (Roraima)

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Generali, Sabrina
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Cogo, Denise
Sexo:
Mulher
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.1590/1980-85852503880006907
Título do periódico
Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana - REMHU
Volume
31
Ano de Publicação
2023
Local da Publicação
Brasília
Idioma
Português
Palavras chave
Imigração venezuelana
Fronteira
Escola
Interculturalidade
Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar as experiências de educadores(as) da rede municipal de ensino da cidade de Boa Vista (RR) relacionadas à presença da diversidade imigratória de crianças venezuelanas e às possibilidades de inclusão de práticas interculturais em espaços escolares. O marco teórico abarca os conceitos de fronteira, interculturalidade e imigração. A metodologia, de caráter qualitativo, abrangeu entrevistas e pesquisa exploratória, bibliográfica e documental. A análise empírica se desenvolve em torno de três dimensões das experiências de educadores(as) relacionadas à interculturalidade: a visão dos(as) educadores(as) sobre a relação com a fronteira, as escolas de Boa Vista como espaços de diversidade migratória e a ausência de políticas públicas voltadas à interculturalidade. Como resultados, observamos possibilidades e limites de desenvolvimento de práticas educativas interculturais no contexto da fronteira, a ausência de projetos e políticas interculturais nas escolas e o entendimento de que a presença de migrantes é provisória.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Boa Vista
Macrorregião
Norte
Brasil
Habilitado
UF
Roraima
Referência Temporal
2019-2023
Localização Eletrônica
https://www.scielo.br/j/remhu/a/rxkyrxtNx8fKnBDYTmQg4tL/?lang=pt

Hospitalidade a qualquer hora, hospitalidade a qualquer tempo!

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Khouri, Dolly
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Bueno, Marielys Siqueira
Sexo:
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
20
Ano de Publicação
2007
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Hospitalidade
Libaneses
Comensalidade
Resumo

Como parece haver um consenso em considerar os libaneses como um povo hospitaleiro, o objetivo desse antigo é apontar, entre os imigrantes libaneses na cidade de São Paulo, a transferência e as adaptações de usos e costumes dos seus padrões de hospitalidade.

 
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Anos 2000
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/232

Paulista x Augusta - percorrendo um mosaico paulistano

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Andrade, Jéssica de Souza
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Tambucci, Yuri Bassichetto
Spaggiari, Enrico
Sexo:
Homem
Sexo:
Homem
Título do periódico
Ponto Urbe
Volume
30
Ano de Publicação
2022
Página Inicial
1
Página Final
11
Idioma
Português
Palavras chave
Centralidades
Avenida Paulista
Rua Augusta
Etnografia
Caminhada
Resumo

Este texto, escrito de forma compartilhada, traz os relatos de três pesquisadores/as que, junto com um grupo de pesquisadores/as ligados/as ao Laboratório do Núcleo de Antropologia Urbana (LabNAU-USP) fizeram uma caminhada durante uma manhã de sábado pela avenida Paulista e rua Augusta. Três olhares diferentes – únicos e complementares –, seguindo uma linha narrativa cronológica e espacial, que desvelam estilos de escrita, interesses de observação e referenciais muito particulares. Essa diversidade de olhares em um mesmo contexto etnográfico, sem dúvida, permite apreender as múltiplas camadas – modos de uso, atividades de lazer, dinâmicas de sociabilidade e construções temporais - que guardam as ruas da cidade de São Paulo, neste caso, especificamente a avenida Paulista e a rua Augusta.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Zona
Centro
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Cerqueira César
Logradouro
Avenida Paulista
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Bairro/Distrito
Consolação
Logradouro
Rua Augusta
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
2022
Localização Eletrônica
https://journals.openedition.org/pontourbe/12944

Cultura e política no Hip Hop na cidade de São Paulo: redes, sociabilidades e territórios

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Queiroz, André Sanchez
Sexo
Homem
Orientador
Borelli, Silvia Helena Simões
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Ciências Sociais
Instituição
PUC/SP
Idioma
Português
Palavras chave
Fórum Hip Hop MSP
Cultura
Política
Hip-Hop (cultura popular) - São Paulo (cidade)
Resumo

O Hip Hop – uma forma cultural urbana, negra e periférica, consolidada nas periferias das grandes cidades brasileiras e organizada em coletivos, redes, “posses”, grupos de rap, movimentos sociais e demais organizações da sociedade civil – atua por meio de práticas de resistência e, ao mesmo tempo, de negociação nas diferentes formas que seus sujeitos usam os territórios urbanos. Esta pesquisa investigou a rede de produção cultural Fórum Hip Hop MSP (Município de São Paulo), que se formou por uma dinâmica de relações com outros coletivos nas diferentes regiões da cidade de São Paulo. Esse percurso sustentou-se nas seguintes perguntas: quem são os sujeitos que atuam nessa rede? Onde se situam suas práticas e ações político-culturais nas fronteiras entre institucionalidade e autonomia? Em que situações e de que forma os sujeitos resistem e negociam com o Estado e com outras organizações? Como o Fórum se relaciona com as formas culturais residuais, dominantes e emergentes de culturas negras e periféricas? Como incorporam, ao cotidiano, os significados e valores do Hip Hop e as heranças dos movimentos sociais? Quais são as contradições nas apropriações e nos usos do território? Como resistem ao racismo e ao genocídio da juventude negra, pobre e periférica? A metodologia privilegiou técnicas de pesquisa qualitativa, como observação etnográfica, entrevista em profundidade e acompanhamento de redes sociais, e priorizou as narrativas dos sujeitos para compreender as práticas do Fórum Hip Hop que articulam cultura e política. Esta pesquisa baseou-se nos estudos culturais britânicos, em autores como Raymond Williams e Stuart Hall, e suas ressonâncias latino-americanas, em autores como Jesús Martín-Barbero. A hegemonia do Hip Hop paulistano nas políticas públicas é representada, entre outros coletivos/ redes/ grupos, pelo Fórum. Mas a rede procura produzir suas ações político-culturais nas fronteiras entre a institucionalização e as buscas por autonomia. Por meio de suas ações, negocia com os territórios institucionalizados para resistir ao racismo e ao genocídio.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2017-2019
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8021243

A memória ancestral de Pai Pérsio de Xangô: expansão e consolidação do Candomblé paulista

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Eugênio, Rodnei William
Sexo
Homem
Orientador
Bernardo, Teresinha
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Ciências Sociais
Instituição
PUC/SP
Idioma
Português
Palavras chave
Pai Pérsio de Xangô
Candomblé - São Paulo (Estado)
Cultos Afro-brasileiros
Resumo

Reconstituir a memória de uma das principais lideranças do candomblé de São Paulo implica em registrar a voz de um grupo historicamente discriminado e marginalizado. Nosso objetivo é registrar as histórias de vida em um terreiro, recuperando a memória de seu fundador. Ao registrar essas vozes dos membros dessa comunidade, relacionando suas narrativas ao contexto sociocultural, pretende-se compreender o processo de inserção, expansão e consolidação do candomblé em São Paulo. A conversão considerável de umbandistas para o candomblé, um fluxo quase natural entre os anos 1970 e 1980, empresta características muito próprias a essa religião em São Paulo e inaugura o modelo daquilo que poderíamos chamar de “candomblé paulista”, um movimento com personagens marcantes, cuja memória pode auxiliar na compreensão de um momento fundamental no processo de difusão das religiões afro-brasileiras. As profundas relações entre as duas modalidades mais populares de religião afro-brasileira encontram no trânsito de seus adeptos o fomento que as dinamiza. Ao ouvir as histórias de pessoas do candomblé, particularmente aquelas ligadas à trajetória de pai pérsio de xangô, buscamos um diálogo que proporcionasse mais do que a conceituação de um objeto. Ampliamos o campo de questionamento e reflexão para instigar nossos interlocutores a descobrir, eles mesmos, verdades ou conceitos a respeito de relações e fatos vividos, o que implicava considerar o movimento circular da memória. Compreender esse panorama, no qual pais e mães de santo vêm apresentar seus préstimos em outros estados e passam a disputar clientes num mercado religioso, ajuda a traçar as linhas gerais das mudanças que demarcam os nos candomblés de São Paulo e aquilo que os diferencia dos terreiros mais tradicionais. Olhar para as tradições e visões de mundo preservadas no candomblé nos ajuda atingir uma concepção mais completa do que foi e ainda é a realidade do negro no Brasil e a formatar um conceito de memória ancestral.

Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1970-1980
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/22287

“Não é preconceito, é gosto pessoal”: intersecção de marcadores de diferença social em mídia digitais, eventos e fluxos em Bauru/SP

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
De Cicco, Shelton Ygor Joaquim
Sexo
Homem
Orientador
Silva, Larissa Maues Pelucio
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
Marília
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNESP
Idioma
Português
Palavras chave
Gays
Mídias digitais
Marcadores de diferença social
Resumo

Esta dissertação parte do preconceito entre um e outro gays, denominado “preconceito interpares”, veiculado em relações sociais virtuais e atuais, para descobrir como os agentes criam agenciamentos coletivos para subvertê-lo. Os problemas de pesquisa que este tema suscita são: como este preconceito funciona? Quais cruzamentos de marcadores de diferença social são mobilizados? Que elementos da vida social são acionados? O objetivo principal é estudar e descrever de maneira abrangente como o preconceito interpares funciona entre gays, segundo os marcadores de diferença social (principalmente classe social, cor/etnia/“raça”, gêneros e sexualidades e subsidiariamente escolaridade e pertencimento geracional) para compreender como os agentes rompem com as normativas. O campo de pesquisa foca na cidade de Bauru, no Noroeste paulista, e na população de gays entre 18 e 35 anos de idade. Utiliza de observação participante em locais de sociabilidade de LGBT+. Para dar conta do objeto e do problema, a pesquisa divide-se em dois momentos. Inicialmente, observa o ambiente virtual de uma mídia digital com geoposicionamento, voltada para socialização e relacionamentos afetivo-sexuais da referida população de gays, desenvolvida para telefones inteligentes (aplicativo de smartphones). Em um segundo tempo, analisa os eventos que atraem fluxos de pessoas e desejos até a cidade em questão, notadamente o X encontro da diversidade e o Interunesp, ambos os quais tiveram lugar em Bauru em 2017. Ainda nesta etapa, o pesquisador participa como observador de locais de sociabilidade tais como parques, saunas, centros de compras, cinemas e outros locais de lazer. As técnicas de pesquisa empregadas são entrevistas em profundidade, abordando depoimentos dos interlocutores sobre as mídias digitais, os eventos e a sociabilidade promovida em cada ocasião; e metrificação dos aplicativos segundo as informações publicadas pelos usuários. Do entrecruzamento de eventos sociais atuais, em cinemas, saunas, encontros da diversidade dentre outros, com os dados do aplicativo na cidade sob escrutínio, envida esforços para compreender a fundo as intersecções dos marcadores de diferença social e a percepção dos agentes sobre o tema e o problema. Valoriza os fluxos de pessoas e desejos, devido tanto pela fluidez própria do território virtual como pela especificidade do horizonte teórico aqui privilegiado, qual seja, a teoria deleuze-guattariana. Esta teoria é importante por tratar de fluxos, polaridades e possibilidades de fuga aos binarismos, dando conta de modo mais contundente do funcionamento do fenômeno sob análise aqui e dos acontecimentos concretos selecionados. Autores/as da teoria queer são instados a auxiliar na análise. Também cientistas sociais que analisam as sexualidades no ambiente urbano oferecem ferramentas importantes para estudar territórios e fluxos. Este estudo ainda tem o cuidado de inserir os casos sob escrutínio na conjuntura brasileira atual, em que se pode observar retrocessos de direitos sociais e desmonte do Estado. Por isso mesmo, aborda a percepção política e a atitude dos agentes, neste ponto seguindo os estudos brasileiros sobre política, história e sexualidade no Brasil para compreender os fundamentos históricos das relações sociais brasileiras para com a política. Ao final, espera haver oferecido uma contribuição para o debate que tange à população e ao problema, mostrando a importância de dialogar com os referenciais escolhidos, especialmente na área da antropologia social.

Referência Espacial
Cidade/Município
Bauru
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2017
Localização Eletrônica
https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UNSP_524448dfab15eddc0628d1e3b835e4a4

“És o que fomos, serás o que somos”: o processo de ressignificação dos espaços cemiteriais e das práticas funerárias

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Melo, Árife Amaral
Sexo
Homem
Orientador
Schumacher, Aluisio Almeida
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
Marília
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNESP
Idioma
Português
Palavras chave
Ressignificação
Cemitérios
Práticas funerárias
Racionalização
Resumo

A presente tese pretende interpretar os espaços cemiteriais e as práticas funerárias a eles relacionados, visando compreender a existência de um processo de ressignificação relacionado a ambos. Esse processo se dá a partir do que pode ser observado na maioria dos cemitérios tradicionais: visualmente, é possível observar que nesses cemitérios existe um contraste estético, no qual os jazigos mais antigos apresentam diversos elementos simbólicos e alegóricos relacionados a valores religiosos, ao passo que em jazigos mais novos esses elementos são cada vez mais raros ou simplesmente inexistem. Coube à pesquisa, através de visitas a alguns cemitérios em cidades do Estado de São Paulo e do Paraná, observar e identificar os elementos que permeiam esse contraste. Observou-se que não somente os espaços cemiteriais, mas também as práticas funerárias vinculadas a eles se encontram em constante mudança. Essas mudanças, impulsionadas pela secularização e pela racionalização, afetaram o significado do espaço cemiterial e das atitudes perante a morte, haja vista que até mesmo a visão que se possuía sobre a morte, antes norteada por valores religiosos, aos poucos é subjugada por uma visão de mundo racionalizada. Nesse sentido, surgem “cemitérios de novo tipo”, cuja configuração, de caráter tecnicista e racional, se estende às práticas funerárias, nas quais seu tecnicismo se aprofundou em detrimento dos aspectos ritualísticos religiosos. Como incremento a esse processo, existe a mercantilização das práticas funerárias, que aprofunda as formas de distinção social já existentes anteriormente, criando constantemente produtos e serviços direcionados aos enlutados, tratando-os como consumidores. Essa mercantilização, que se apropria da racionalidade da execução das práticas funerárias, uma vez comercializadas e terceirizadas, passam a coexistir com a religiosidade no que se refere à atenuação da dor da perda.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Macrorregião
Sul
Brasil
Habilitado
UF
Paraná
Referência Temporal
2015-2019
Localização Eletrônica
https://repositorio.unesp.br/items/0575357c-6c46-41e1-99a3-ca1f49a556d1

Agência popular de fomento à cultura Solano Trindade: periferia e produção cultural no capitalismo contemporâneo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Santos, Dalva Regina Pereira
Sexo
Mulher
Orientador
Camargo, Silvio Cesar
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Campinas
Programa
Sociologia
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Produção Cultural
Periferia
Capitalismo
Poder
Resumo

Esse trabalho irá investigar a Agência popular de fomento à cultura Solano Trindade, cujas atividades acontecem, desde 2011, na região do Capão Eedondo, periferia da Cidade de São Paulo. Duas características destacam-se em suas ações: o uso de ferramentas da economia solidária (como o banco comunitário e a moeda social) e articulação em rede dos agentes locais. Seu propósito de constituição está em incentivar financeiramente a confecção de produtos e a oferta de serviços relativos à produção artística local, entendendo que a riqueza gerada desse circuito deve abastecer prioritariamente os laços de sustentabilidade da própria região. Para isso, organizam um repertório de ações que evoca um sentido específico para o “ser periférico” e para a caracterização do que é a periferia. Trata-se de uma iniciativa que retoma o espaço de luta política firmado por movimentos sociais, que está inscrita em um contexto de efervescência das produções artísticas nomeadas como periféricas já em destaque desde os anos 1990 e que mobiliza a cultura como ferramenta discursiva e prática para compor espaços de disputa identitária, política e social. Todo esse cenário, conduz à indagação de como a Solano Trindade organizada tais embates e, assim, desenha-se a questão central da pesquisa que é entender como ambas as categorizações – produção cultural e periferia - formam uma composição própria e se tornam pertinentes para traçarmos uma interpretação sobre as formas de poder e contra-poder no capitalismo hoje. Como suporte teórico foram utilizadas duas bases de argumentação: a primeira referente ao debate de que vivemos um novo estágio do modo de produção capitalista baseado em insumos imateriais, o que relaciona-se com um novo processo de manipulação das subjetividades e com o uso da cultura como recurso, como fica claro nos autores Antônio Negri, Maurizio Lazzarato, Michel Hardt e George Yúdice; e a segunda filiada aos estudos acerca da construção urbanística e social das periferias, entendendo-as, no caso brasileiro, como elemento imbricado às novas demandas da lógica capitalista e, portanto, sendo também objeto de disputa de qualificação entre diversos atores; aqui foram mobilizados a geógrafa Lourdes Carril, além dos urbanistas Lúcio Kowarick, Nabil Bonduki e Raquel Rolnik. A partir desse segundo ponto, foi possível ainda acessar diversos trabalhos acadêmicos que se debruçaram sob o tema desses “sujeitos periféricos” e da “cultura periférica”, aqui foram destacados Erica Peçanha e Tiajurú d’Andréa.

Referência Espacial
Zona
Sul
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Capão Redondo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2011-2016
Localização Eletrônica
HTTPS://SUCUPIRA.CAPES.GOV.BR/SUCUPIRA/PUBLIC/CONSULTAS/COLETA/TRABALHOCONCLUSAO/VIEWTRABALHOCONCLUSAO.JSF?POPUP=TRUE&ID_TRABALHO=5372983

1958, o ano que não terminou memória e performance na cena do Baile Black Nostalgia paulistano

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Allevedo, Pedro Tadeu Faria d
Sexo
Homem
Orientador
Gutierrez, Monica Lourdes Franch
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
João Pessoa
Programa
Sociologia
Instituição
UFPB
Idioma
Português
Palavras chave
Baile Nostalgia
Baile Black
Samba-Rock
Cena
Performance
Resumo

A investigação versa sobre o Baile Black do gênero Nostalgia que se realiza na cidade de São Paulo. Busca compreender o modo de estruturação desse tipo evento como movimento cultural, disseminado viralmente pelo espaço urbano da cidade. Este estudo traça uma análise sociológica da cena musical-cultural por ele configurada. Tal festejo é um tipo de reunião ano de 1958. Outrora era tratado apenas por baile. No início da década de 1980 recebeu a denominação atual. Essa forma de festejo dançante, com forma e conteúdos próprios, é um fenômeno produzido e fruído pelos afrodescendentes paulistanos. Estrutura-se sob a égide do lazer dançante e propaga um consumo musical híbrido, com ênfase na difusão de gêneros musicais e ritmos do passado. Combina lazer com atividade econômica. Grande parte das sonoridades provém da cultura musical norte-americana. São ritmos que incitam o dançar em casal, solto ou em grupo, dependendo do momento da festa. O repertório musical difunde jazz swing, samba e o sambalanço, funk, soul, rap e rhythmn blues. Em suas adjacências foi inventada uma dança específica e resultante da mescla de ritmos, peculiar da cena: o sambarock. Nos anos 1970 cedeu espaço para o baile de funk-soul. Contudo, coexistiu na cena paralelamente a ele. É frequentado pelos adultos do aludido grupo social, sendo bastante apreciado. Tais sujeitos formam um coletivo de base afetiva que nutre um gosto por musicalidades e danças de outrora. A cena refluiu nos anos 1990, ganhando fôlego novo no início dos anos 2000 devido ao renovado interesse pelo samba-rock, dinamizando a cena novamente. Esta celebração adota um padrão estético e um modo de comportamento peculiar, forjado na origem. É uma reunião dançante recorrente no tempo e inerente à comunidade afropaulistana. Objetiva-se analisar as práticas socioculturais acionadas nas festas, pois estas são acontecimentos densos de significado que servem não só para afirmação da negritude, mas para a soldagem da identidade coletiva por elaborar e exibir símbolos de etnicidade, marcadores das diferenças entre o -se através de procedimentos etnográficos, pois a observação participante possibilita um ponto de vista de perto e de dentro, cristalizado na relação dialógica com os interlocutores. Intenta elaborar uma análise transversalizada do fenômeno, possibilitada por intermédio do entrelaçamento de quatro conceitos reflexivos: performance, cena, geração e memória.

Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1958-2000
Localização Eletrônica
HTTPS://SUCUPIRA.CAPES.GOV.BR/SUCUPIRA/PUBLIC/CONSULTAS/COLETA/TRABALHOCONCLUSAO/VIEWTRABALHOCONCLUSAO.JSF?POPUP=TRUE&ID_TRABALHO=5925312