A investigação versa sobre o Baile Black do gênero Nostalgia que se realiza na cidade de São Paulo. Busca compreender o modo de estruturação desse tipo evento como movimento cultural, disseminado viralmente pelo espaço urbano da cidade. Este estudo traça uma análise sociológica da cena musical-cultural por ele configurada. Tal festejo é um tipo de reunião ano de 1958. Outrora era tratado apenas por baile. No início da década de 1980 recebeu a denominação atual. Essa forma de festejo dançante, com forma e conteúdos próprios, é um fenômeno produzido e fruído pelos afrodescendentes paulistanos. Estrutura-se sob a égide do lazer dançante e propaga um consumo musical híbrido, com ênfase na difusão de gêneros musicais e ritmos do passado. Combina lazer com atividade econômica. Grande parte das sonoridades provém da cultura musical norte-americana. São ritmos que incitam o dançar em casal, solto ou em grupo, dependendo do momento da festa. O repertório musical difunde jazz swing, samba e o sambalanço, funk, soul, rap e rhythmn blues. Em suas adjacências foi inventada uma dança específica e resultante da mescla de ritmos, peculiar da cena: o sambarock. Nos anos 1970 cedeu espaço para o baile de funk-soul. Contudo, coexistiu na cena paralelamente a ele. É frequentado pelos adultos do aludido grupo social, sendo bastante apreciado. Tais sujeitos formam um coletivo de base afetiva que nutre um gosto por musicalidades e danças de outrora. A cena refluiu nos anos 1990, ganhando fôlego novo no início dos anos 2000 devido ao renovado interesse pelo samba-rock, dinamizando a cena novamente. Esta celebração adota um padrão estético e um modo de comportamento peculiar, forjado na origem. É uma reunião dançante recorrente no tempo e inerente à comunidade afropaulistana. Objetiva-se analisar as práticas socioculturais acionadas nas festas, pois estas são acontecimentos densos de significado que servem não só para afirmação da negritude, mas para a soldagem da identidade coletiva por elaborar e exibir símbolos de etnicidade, marcadores das diferenças entre o -se através de procedimentos etnográficos, pois a observação participante possibilita um ponto de vista de perto e de dentro, cristalizado na relação dialógica com os interlocutores. Intenta elaborar uma análise transversalizada do fenômeno, possibilitada por intermédio do entrelaçamento de quatro conceitos reflexivos: performance, cena, geração e memória.
1958, o ano que não terminou memória e performance na cena do Baile Black Nostalgia paulistano
Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Allevedo, Pedro Tadeu Faria d
Sexo
Homem
Orientador
Gutierrez, Monica Lourdes Franch
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
João Pessoa
Programa
Sociologia
Instituição
UFPB
Idioma
Português
Palavras chave
Baile Nostalgia
Baile Black
Samba-Rock
Cena
Performance
Resumo
Disciplina
Área Temática
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1958-2000
Localização Eletrônica
HTTPS://SUCUPIRA.CAPES.GOV.BR/SUCUPIRA/PUBLIC/CONSULTAS/COLETA/TRABALHOCONCLUSAO/VIEWTRABALHOCONCLUSAO.JSF?POPUP=TRUE&ID_TRABALHO=5925312