Gênero e sexualidade

Viajantes do tempo: imigrantes-refugiadas, saúde mental, cultura e racismo na cidade de São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Pereira, Alexandre Branco
Sexo
Homem
Orientador
Machado, Igor Jose De Reno
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
São Carlos
Programa
Antropologia Social
Instituição
UFSCAR
Idioma
Português
Palavras chave
Refugiadas
Imigrantes
Saúde Mental
Racismo
Temporalidades
Resumo

Esta é uma etnografia sobre imigrantes-refugiadas que habitam ou habitaram a cidade de São Paulo, e que intenciona descrever as vivências da imigração-refúgio na cidade. Abordando os processos de consideração da imigração-refúgio enquanto um bloco monolítico, de periferização e acesso ou não à cidade, de experiência do racismo e as diversas e dinâmicas hierarquias das alteridades formuladas pelos mecanismos de recepção e integração/assimilação arquitetados pelo estado e por organismos supraestatais, argumento que imigrantes-refugiadas inassimiláveis no Brasil passam por processos destinados a realizar uma "atualização temporal" de culturas e mentes consideradas pré-modernas. As inassimiláveis, incluídas pela exclusão, são, portanto, viajantes do tempo, originárias do passado, não coabitando o tempo presente com as modernas. A perspectiva dos serviços de saúde mental especializados em imigrantes refugiados torna-se um lócus privilegiado para apreender e examinar tais lógicas. Também argumento que a lógica imposta pelo humanitarianismo-dádiva, uma relação de reciprocidade não necessariamente altruísta entre serviços assistenciais e imigrantes refugiadas, torna-se um lugar de trocas e interlocuções apenas imaginadas, projetando sobre essas últimas uma avocalidade que, conjugada às equivalências realizadas entre elas e as surdas, apontam que a surdez, nesse contexto, é mais uma incapacidade de ser ouvida do que de ouvir. Ademais, demonstro que a maldição da tolerância (Stengers, 2011) divide o mundo, para os serviços de recepção e integração/assimilação, entre aquelas que crêem e aquelas que sabem, lógica que atravessa transversalmente os mecanismos de "atualização temporal" de culturas e mentes imigrantes-refugiadas, e quaisquer outras consideradas pré-modernas. Por fim, descrevo como o povoamento deste cenário por antropólogas e pela antropologia pode se dar, advogando em favor de soerguer a antropologia enquanto uma ferramenta de produção de dado e cuidado e, sobretudo, de mediação diplomática entre mundos.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/11851?show=full

Nem dentro, nem fora: a experiência prisional de estrangeiras em São Paulo

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Bumachar, Bruna Louzada
Sexo
Mulher
Orientador
Piscitelli, Adriana Gracia
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
Campinas
Programa
Antropologia Social
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Prisão
Estrangeiras
Maternidade transacional
Cuidado
Gênero
Resumo

Neste trabalho apresento uma etnografia sobre a experiência prisional de estrangeiras em São Paulo marcada, de um lado, pelo corte com exterior (no duplo sentido do termo, extramuros e fora de seu país de origem), e, de outro, por uma série de conexões que lhes garante certas presenças e outras margens de agência no exterior. Com base no trabalho de campo multissituado (intra, entre e extramuros) busco analisar o modo como essas mulheres se fazem estrangeiras na relação com outros agentes entre os múltiplos interiores e exteriores da prisão. Partindo de minha atuação como voluntária e pesquisadora do ITTC (Instituto Terra Trabalho e Cidadania), mas não me restringindo a ela, persegui redes dentro de redes, fluxos por entre diferentes fronteiras, em diferentes escalas, que articulam o aprisionamento desde as pessoas (in)dividuais até os emaranhados transnacionais. Tais fluxos e fronteiras são observados a partir dos laços construídos no jogo das políticas prisionais e prisioneiras e no exercício da maternidade. A partir desses dois eixos, argumento acerca de como as interações por entre fronteiras prisionais e transnacionais dão vida a estrangeiras e o contrário, como as relações estabelecidas por, e em torno dessas mulheres, dão vida a tais fronteiras em diferentes escalas (AU).

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2009-2016
Localização Eletrônica
https://bv.fapesp.br/pt/dissertacoes-teses/155173/nem-dentro-nem-fora-a-experiencia-prisional-de-estrangeira

Cidades e subjetividades homossexuais: cruzando marcadores da diferença em bares nas 'periferias' de São Paulo e Belém

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Reis, Ramon Pereira dos
Sexo
Homem
Orientador
Simoes, Julio Assis
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.11606/T.8.2017.tde-08032017-151355
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia Social
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
(Homo)sexualidade
Espaço urbano
Marcadores sociais da diferença
Periferia
Segregação socioespacial
Resumo

Esta é uma pesquisa antropológica sobre agenciamentos, disputas e segregações socioespaciais entre homens que se autoidentificam como gays ou homossexuais em contextos de periferia das cidades de São Paulo e Belém. Objetivamos perscrutar o processo de produção social das diferenças entre esses homens, frequentadores de bares com expressiva sociabilidade homossexual, localizados em regiões periféricas da zona leste de São Paulo e em um bairro de periferia de Belém: o Guingas Bar (em São Mateus), a Plasticine Party, que acontece quinzenalmente no Luar Rock Bar (em Itaquera), e o bar Refúgio dos Anjos (no Guamá), respectivamente. A chave analítica que nos conduziu à temática e aos espaços mencionados partiu da problemática, ainda pouco explorada na antropologia urbana brasileira, entre periferia e homossexualidade, ou melhor, entre os estudos urbanos e os estudos de gênero e sexualidade. Compreendemos que a partir dos anos 2000 a relação destes campos de conhecimento ganhou fôlego no cenário nacional a partir das pesquisas antropológicas sobre sociabilidade homossexual, porém parte desses esforços se concentraram nas regiões centrais das cidades brasileiras. Mais do que reconhecermos distinções regionais e geográficas, procuramos esquadrinhar narrativas sobre cidade que borram o binômio centro-periferia. Para isso, tomamos como um dos vetores argumentativos a mobilidade, enquanto alusão e/ou prática, mas sobretudo como empoderamento, articulando-o aos marcadores sociais de gênero, sexualidade, classe social, raça/cor e territorialidade, com vistas a observarmos como os interlocutores negociam suas existências no espaço urbano. Nossa empreitada propõe contribuir aos estudos urbanos e aos estudos de gênero e sexualidade seja para fazer conversar periferias e homossexualidades, cidades, produção da diferença e sociabilidades homossexuais, seja para mostrar que as transformações urbanas de cada contexto citadino, relacionadas ao percurso histórico dos bares e ao que denominamos de movimento-ações, são peças-chave para a compreensão de termos como resistência, família, comunidade, amizade, sinalizando, desta feita, que tais compósitos extrapolam os sinônimos da ausência e da precariedade, ao mesmo tempo em que as relações estabelecidas não se bastam pela via do lazer e da diversão. Portanto, ao longo da tese percebemos que tais contextos estão em constantes negociações e disputas interpeladas diretamente pelos modos como as cidades são acessadas e desejadas.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Zona
Zona Leste
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
São Mateus
Logradouro
Av. Sapopemba, 13780
Localidade
Guingas Bar
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Zona
Zona Leste
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Itaquera
Logradouro
Rua Carolina Fonseca, 35
Localidade
Luar Rock Bar
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Belém
Bairro/Distrito
Guamá
Logradouro
R. Barão de Igarapé Miri, 659
Localidade
Bar Refúgio dos Anjos
Macrorregião
Norte
Brasil
Habilitado
UF
Pará
Referência Temporal
2012-2016
Localização Eletrônica
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-08032017-151355/pt-br.php

Tântrica: terapéutica e sexualidade no cenário Rio-São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Maia, Natalia de Oliveira
Sexo
Mulher
Orientador
Benitez, Maria Elvira Diaz
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Antropologia Social
Instituição
UFRJ
Idioma
Português
Palavras chave
Terapia Tântrica
Práticas Tântricas
Sexualidade
Resumo

Nos últimos anos, a emergência de um fenômeno tem se mostrado significativa nos meios midiáticos nacionais: a terapia e a massagem tântricas. Tal proliferação de matérias parece, no entanto, não encontrar correspondência nos meios acadêmicos. É justamente à terapia e a práticas tântricas, que me volto nesta dissertação. A partir do atendimento a eventos, vivências diversas e entrevistas, realizados no cenário Rio-São Paulo, objetivou-se compreender o que se entende como a terapia tântrica e quais os atributos necessários para se tornar um terapeuta, entre aqueles com os quais pesquisei. Entender como isso se relaciona com o estabelecimento de sentidos e significados outros quanto ao sexo, à sexualidade e ao gênero. Nesse sentido, apreender como categorias como sexo e sexualidade são acionadas e trabalhadas, através do corpo, no intento de estabelecimento da profissão e contra quais outras profissões a emergente terapia tântrica tenta se consolidar. Buscou-se, também, entender como esses processos são significados por homens e mulheres que participam dos cursos de formação para terapeutas ou de outras práticas tântricas. Por fim, apreender como essas práticas corroboram para uma ressignificação do sexo, da sexualidade e das relações entre os gêneros para aqueles que adentram tal universo e quais os efeitos desta para a vida dessas pessoas, em termos de desempenho sexual, apreensão do próprio corpo e prazeres, superação de crises e das relações já estabelecidas entre os gêneros. Desse modo, observa-se que em muitos momentos, esses processos são percebidos de formas distintas, revelando um campo em disputa, nas determinações do que é ou não tântrico.

Disciplina
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://www.oasisbr.ibict.br/vufind/Record/BRCRIS_6eb840062fe13bae0835661603a38fbb

O processo migratório de mulheres angolanas grávidas e/ou com filhos para São Paulo (2013 a 2018)

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Novaes, Dirce Trevisi Prado
Sexo
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
1
Ano de Publicação
2021
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
angolanas
migração feminina
gravidez
prole brasileira
regularização migratória
Resumo

Este artigo é um resumo da tese de Doutorado em Ciências Sociais pela PUC-SP, defendida em maio de 2021, que tem como objetivo entender e mapear as estratégias migratórias adotadas por mulheres angolanas como parte de seus projetos migratórios, considerando principalmente a regularização migratória por filho nascido no Brasil e a busca por melhores condições de saúde e educação para elas, seus filhos e suas famílias. Para tanto, foi realizado um estudo de caso com angolanas que vieram grávidas ou não, com filhos ou não e acompanhadas ou não de seus marido e/ou companheiros para São Paulo durante o período de 2013 a 2018. Como metodologia, foi feita uma revisão bibliográfica de artigos, dissertações e teses que tratam dos temas migração, maternidade, migração feminina e migração angolana para o Brasil. Um dos principais referenciais teóricos mobilizados foi o conceito de “feminização da migração”. Além disso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas em profundidade com 19 mulheres angolanas que chegaram a São Paulo após 2013 para investigar e identificar características pessoais, as motivações do deslocamento e as estratégias utilizadas para migrar. Foram também entrevistados 14 especialistas, dentre eles: doutorandos, mestrando, pesquisadores angolanos e profissionais de instituições que atendem essas mulheres, em São Paulo. Concluímos que a vinda das mulheres angolanas para o Brasil tem como finalidade a criação dos filhos no país a partir das condições de saúde e educação gratuitas e de qualidade oferecidas no Brasil. Foi possível notar que a regularização migratória com base em filho nascido no Brasil foi uma questão relevante para as estratégias da maioria das mulheres entrevistadas. A tese também visa contribuir para evidenciar outra faceta dos movimentos migratórios que não estão apenas relacionados à figura masculina e à busca de trabalho. Intentamos revelar diferentes aspectos do fenômeno da migração feminina em que as mulheres são cada vez mais agentes de seus processos migratórios.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2013-2018
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/1026

Filipinas em São Paulo: migração de mulheres e trabalho doméstico no Sul global

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Martins, Ester G.
Sexo
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
1
Ano de Publicação
2021
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Mulheres imigrantes
Trabalho doméstico
Trabalhadoras estrangeiras
Filipinas
São Paulo
Resumo

Neste artigo, buscamos compreender o fenômeno da migração de mulheres filipinas que se inserem como trabalhadoras domésticas na cidade de São Paulo. Para tanto, realizamos uma revisão bibliográfica relativa ao contexto filipino de emigração, às migrações femininas, ao trabalho de cuidados. Além disso, fizemos trabalho de campo em local de reunião de algumas imigrantes em São Paulo, onde desempenhamos observação não-participante e obtivemos contatos para entrevistas semiestruturadas com 6 interlocutoras. Nosso objetivo era acessar seus projetos de vida, significados e representações sociais. Buscamos, assim, articular a globalização da força de trabalho feminina para provisão dos cuidados com as experiências e subjetividades de imigrantes filipinas em São Paulo. Num contexto global, mulheres se movem e assumem atividades de sustento da vida, conjugando a economia global, a macro-política econômica e suas próprias trajetórias no micro espaço da casa.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Anos 2020
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/1025

Entre fronteiras nacionais e sexuais: narrativas de venezuelanos “gays” em Boa Vista, Roraima

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Sousa, Caobe Lucas Rodrigues de
Sexo
Homem
Autor(es) Secundário(s)
Oliveira, Márcia Maria de
Sexo:
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
1
Ano de Publicação
2021
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Homossexualidade
Migração
Sexualidade
Resumo

Nas experiências de pessoas que cruzam fronteiras internacionais, raça, classe e gênero se mostram estruturantes, especialmente para compreender quais pessoas são consideradas “desejáveis” ou não nas “sociedades receptoras”. Neste artigo, nos voltamos para a sexualidade como uma categoria relevante para a análise dessas experiências. Tendo como contexto a cidade de Boa Vista, em Roraima, uma região que tem passado por múltiplas transformações ligadas à chegada de milhares de venezuelanos/as nos últimos anos, buscamos compreender narrativas de venezuelanos que se identificam como “homens gays” (ou “homossexuais”). A partir de entrevistas, notamos como a experiência de dissidência sexual e nacional tende a lançar o sujeito a um estado de alteridade e exposição a violações de diferentes tipos. Observamos também como os interlocutores, em seu dia a dia, mobilizam esforços para se distanciar do lugar de possível inferioridade moral comumente atribuída ao sujeito “homossexual” e “imigrante” ou “refugiado”.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Boa Vista
Macrorregião
Norte
Brasil
Habilitado
UF
Roraima
Referência Temporal
2020-2022
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/1016

Trilhas digitais usos das redes sociais online: por onde navegam as mulheres ricas, na casa dos trinta anos, moradoras de São Paulo?

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Semino, Natalia
Sexo
Mulher
Orientador
Concone, Maria Helena Villas Boas
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Ciências Sociais
Instituição
PUC
Idioma
Português
Palavras chave
Redes Sociais On-Line
Mulheres Ricas
Subjetividade
Aspectos Sociais
Resumo

Esta pesquisa qualitativa, de observação participante, busca compreender através da antropologia os desdobramentos na subjetividade de mulheres da elite paulistana, de trinta a quarenta anos, usuárias das redes sociais online. Observou-se as formas dos usos das redes sociais online e os desdobramentos de tais usos no cotidiano. Para o recrutamento foi utilizada a metodologia bola de neve, que resultou na entrevista de nove mulheres. Foram realizados de dois a três encontros, dois individuais e um em grupo quando as entrevistas indicadas já se conheciam. No primeiro encontro foi utilizada a técnica de entrevista semiestruturada. No segundo encontro foi solicitada uma produção gráfica que explicasse os usos das redes sociais online (este instrumento viabilizou uma conversa mais focada). O terceiro encontro estabeleceu a técnica de grupo focal e pretendeu observar a interação das mulheres tendo como assunto central as redes sócias online. As entrevistas foram transcritas e foi utilizado como metodologia de coleta de dados a análise de conteúdo. Os registros em diário das cenas cotidianas também contribuíram para as interpretações. Os resultados levaram a compreender que uso das redes sociais online por um lado impacta negativamente a subjetividade das mulheres, pois através dos conteúdos consumidos elas absorvem e estruturam referências patriarcais opressoras da criatividade quanto aos papéis sociais desempenhados, as (re) estigmatizando como belas, maternas, trabalhadoras, felizes e esposas. Por outro lado, os usos recreativos no cotidiano quebram com as impiedosas listas de tarefas a cumprir, pois apesar do aporte financeiro estas mulheres são cobradas a desempenhar os papeis anteriormente citados, e navegar nas redes sociais online é uma ação que quebra este fluxo e contribuiu para uma maior equidade de gênero. Isto certamente seria mais funcional se não fosse o tipo de conteúdo que reforça ainda mais os estigmas na maneira delas se compreenderem no mundo 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoconclusao/viewtrabalhoconclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5505772

Existir e resistir - mulheres negras no graffiti: a produção cultural de Negahamburguer e NeneSurreal

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Silva, Bianca Dantas Gomes da
Sexo
Mulher
Orientador
Fonseca, Dagoberto Jose
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
Araraquara
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNESP
Idioma
Português
Palavras chave
Mulheres negras
Movimento Hip-Hop
Grafiteiras negras
Teorias de Gênero
Resumo

Essa dissertação tem como objetivo compreender como as mulheres negras atuam no mundo do graffiti e quais as possíveis transformações presentes nesse campo majoritariamente ocupado por representações masculinizadas. Buscamos verificar como as relações de gênero se apresentam na prática de graffiti, sob a perspectiva das categorias de raça/etnia, a fim de compreender o lugar das mulheres negras nesse universo. Para tanto, nos atemos à produção cultural de duas grafiteiras negras: a Negahamburguer, de São Paulo/SP e a NeneSurreal, de Diadema/SP. Ambas são referências no universo do graffiti e iniciaram a prática por meio de afinidades com o Movimento Hip-Hop. Orientada pelas reflexões dos Estudos de Gênero, partimos do referencial teórico proposto pela historiadora e pesquisadora brasileira Lélia Gonzalez, que se constitui no desenvolvimento de estudos debruçados a compreender as mulheres negras enquanto agentes do processo de construção e transformação cultural.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
Diadema
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
NI
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=7830310

Entre a família, o Estado e o mercado: mudanças e continuidades na dinâmica, distribuição e composição do trabalho doméstico e de cuidado

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Moreno, Renata Faleiros Camargo
Sexo
Mulher
Orientador
Hirata, Helena Sumiko
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Sociologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Creche
Cuidado
Divisão sexual do trabalho
Externalização do cuidado
Feminismo
Resumo

A pesquisa tem como objeto o trabalho e as práticas de cuidado de crianças pequenas, a partir de diferentes processos e sujeitos que realizam essa atividade, gratuitamente nos domicílios ou como profissão. A tese se nutre da interdisciplinariedade própria à teoria feminista e, partindo dos estudos sociológicos sobre trabalho doméstico e de cuidado, constrói uma perspectiva de análise que integra contribuições da economia feminista. Apoia-se nas noções de divisão sexual do trabalho, imbricação das relações sociais de gênero, raça e classe, e na perspectiva da sustentabilidade da vida como instrumentos teóricos que orientam a análise. As diversas modalidades do trabalho de cuidar de crianças se manifestam em uma pluralidade de arranjos, interdependentes, mas também conflitantes e em permanente transformação. Em uma cidade profundamente desigual, como é São Paulo, Estado, mercados, família e comunidade integram a discussão a partir desta diversidade de arranjos, das conexões e dinâmicas entre os sujeitos, os trabalhos e as práticas sociais que sustentam o cuidado. Instituído na Constituição Federal de 1988, o direito à creche é uma reivindicação histórica que marcou a organização popular do feminismo brasileiro. De lá para cá, as creches foram integradas à política de educação, e verificou-se expansão significativa, mas aquém da demanda. Viu-se emergir uma camada profissionalizada de mulheres, com formação no ensino superior, que assumem o cuidado de crianças pequenas como professoras nas creches e pré-escolas. Estas são relativamente mais valorizadas e formalizadas que as que cuidam de crianças na vizinhança ou como trabalhadoras domésticas (babás). As mudanças relativas à composição do cuidado não transformam os princípios da separação, hierarquização e invisibilização nexos da divisão social, sexual e racial do trabalho , mas produzem deslocamentos: aproximam e distanciam mulheres e homens, e mulheres entre si. A análise confirma a indissociabilidade entre o cuidado direto e tudo o que precisa ser feito para garantir as condições de vida alimentação, limpeza , revelando permanências na dinâmica que separa e hierarquiza tais trabalhos, invisibilizando os trabalhos com menor valorização social e os sujeitos responsabilizados por eles. As dimensões do afeto, da dependência/autonomia, dos ritmos, atividades e da responsabilização pelo cuidar são aspectos com manifestações singulares no cuidar de crianças pequenas quando comparadas ao cuidado de idosos, que predomina nas análises contemporâneas sobre o trabalho de cuidado. A pesquisa evidencia que o ajuste entre as lógicas em conflito do capital e da sustentabilidade de vida se dá tanto no trabalho não remunerado (mulheres nas famílias), como no trabalho remunerado de diferentes responsáveis pelo cuidado que absorvem os impactos desse conflito em seus corpos e tempos.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Século XXI
Localização Eletrônica
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-02102019-150924/pt-br.php