Gênero e sexualidade

Sexo e poder no cotidiano das ruas: um estudo sobre a prostituição feminina em Ribeirão Preto/SP

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Fabiano, Eulalia
Sexo
Mulher
Orientador
Scavone, Lucila
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
Araraquara
Programa
Sociologia
Instituição
UNESP
Idioma
Português
Palavras chave
Prostituição de rua
mulher
sexo
relações interseccionais de poder
direitos
Resumo

Esta pesquisa tem o objetivo de analisar a organização da prostituição feminina de rua e as percepções das prostitutas sobre a atividade, bem como sobre as demais relações sociais que estabelecem em seu cotidiano. Para tanto, além do levantamento bibliográfico, foi realizado estudo empírico na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, caracterizada pelo destaque na economia nacional, mas também pela visibilidade da prostituição feminina e pelos contrastes sociais, como a segregação espacial da população pobre. As observações em campo foram viabilizadas por meio do acompanhamento das ações desenvolvidas por uma ONG que distribui preservativos nas principais áreas da prostituição de rua. Também foram realizadas entrevistas semiestruturadas com profissionais do sexo de diversas idades. O campo de estudo foi analisado a partir de releituras do pensamento foucaultiano, especialmente das obras sobre a história da sexualidade, e de pesquisas da socióloga Heleieth Saffioti, as quais explicam as desigualdades brasileiras por meio da interseção entre o gênero, a raça/etnia e a classe social. De maneira geral, as análises evidenciaram o predomínio de regras morais/culturais em torno do sexo e a existência de duas realidades da prostituição de rua na mesma cidade, revelando características sociais de cada região onde o trabalho sexual se estabeleceu. Além disso, foram identificadas diferenças nos posicionamentos políticos das profissionais do sexo em consonância com a faixa etária. Enfim, os levantamentos da pesquisa indicam a relevância da contextualização das relações sócio-históricas - as quais são aqui entendidas com dimensões concomitantemente culturais, econômicas e políticas - para o enfrentamento da violência e dos preconceitos, como também para a defesa dos direitos das mulheres prostitutas.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
Ribeirão Preto
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
HTTPS://SUCUPIRA.CAPES.GOV.BR/SUCUPIRA/PUBLIC/CONSULTAS/COLETA/TRABALHOCONCLUSAO/VIEWTRABALHOCONCLUSAO.JSF?POPUP=TRUE&ID_TRABALHO=6679457

Mobilização social e luta por direitos: um estudo sobre o movimento feminista

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Fanti, Fabíola
Sexo
Mulher
Orientador
Tatagiba, Luciana Ferreira
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
Campinas
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
mobilização do direito
movimento feminista
movimento social
Poder Judiciário
Resumo

A presente tese tem como objetivo geral investigar as relações entre movimentos sociais, direito e Poder Judiciário. Para tanto, utilizou como marco analítico os estudos sobre a mobilização do direito, desenvolvidos principalmente na literatura estadunidense. Essa agenda de pesquisa é explorada em trabalhos internacionais com mais intensidade desde os anos 1990, mas só recentemente foi incorporada ao caso brasileiro. Assim, a tese pretende contribuir para a expansão desse campo de estudos no Brasil. O objeto de estudo empírico selecionado foi o movimento feminista na cidade de São Paulo. A partir da identificação das organizações mais relevantes nesse campo, foi traçado um panorama geral de seu surgimento no contexto mais amplo do movimento feminista, suas principais características estruturais e estratégias de ação, com ênfase nas táticas que mobilizam o direito e o Poder Judiciário. Ao analisar tais dados, o objetivo foi o de investigar a relação entre a estrutura organizativa dos grupos selecionados pelo estudo e as diversas formas de mobilização do direito identificadas pela pesquisa. Também foi realizado um estudo da campanha do movimento feminista pelo direito ao aborto no Brasil, desde o seu surgimento nos anos 1970 até o momento atual. Com essa investigação argumentou-se que o movimento feminista direcionou ao Poder Judiciário a demanda pelo direito ao aborto, já que os outros canais institucionais (os Poderes Legislativo e Executivo) encontravam-se bloqueados pelos seus adversários no campo político: os grupos conservadores e religiosos.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2012-2016
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3726363

“O Senhor é meu pastor e ele sabe que eu sou gay”: etnografando duas igrejas inclusivas na Cidade de São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Oliveira, Luiz Gustavo Silva de
Sexo
Homem
Orientador
Giacomini, Sonia Maria
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Ciências Sociais
Instituição
PUC/RJ
Idioma
Português
Palavras chave
Ciências Sociais
Igreja inclusiva
Movimento LGBT
Protestantismo
Gênero e sexualidade
Resumo

As chamadas igrejas inclusivas são um movimento religioso contemporâneo na sociedade brasileira. Formadas por uma maioria de pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBTs), essas igrejas rompem com a lógica tradicional das igrejas cristãs hegemônicas, que consideram as sexualidades e gêneros dissidentes como pecaminosos e reprováveis. A igreja da comunidade metropolitana e a comunidade cidade de refúgio, comunidades religiosas localizadas na cidade de São Paulo, são exemplos distintos deste movimento religioso, militando, cada uma de acordo com suas especificidades dogmáticas, a favor da inclusão de pessoas LGBTs em suas agremiações.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Século XXI
Localização Eletrônica
HTTPS://SUCUPIRA.CAPES.GOV.BR/SUCUPIRA/PUBLIC/CONSULTAS/COLETA/TRABALHOCONCLUSAO/VIEWTRABALHOCONCLUSAO.JSF?POPUP=TRUE&ID_TRABALHO=5423159

"Perfeito para você, no centro de São Paulo": mercado, conflitos urbanos e homossexualidades na produção da cidade

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Puccinelli, Bruno
Sexo
Homem
Orientador
Facchini, Regina
Ano de Publicação
2017
Programa
Ciências Sociais
Instituição
Unicamp
Idioma
Português
Palavras chave
Espaço Urbano
Homossexualidade
Gentrificação
Mercado
São Paulo
Resumo

Esta tese e a pesquisa que a originou têm por objetivo compreender processos de produção da cidade e de centralidades e periferias a partir da região central de São Paulo. Para tanto, considera processos que têm lugar nos últimos 30 anos, com foco principal nos últimos 15 anos, nos mercados de lazer segmentado e imobiliário em dois distritos de São Paulo, Consolação e Eepública, e as inter-relações que estabelecem com a categoria gay. A metodologia articula elementos qualitativos e quantitativos a partir da produção de etnografia, cuja principal estratégia consistiu em caminhar pela cidade seguindo um amplo conjunto de atores: empreendedores do mercado de lazer segmentado ou não, lançamentos do mercado imobiliário, seus folhetos de divulgação e stands de vendas, gestores de políticas públicas, ativistas e coletivos envolvidos com as temáticas da cidade, dos direitos humanos e de LGBT, moradores e frequentadores das ruas que interligam e produzem espaços como Largo do Arouche, Praça da República, Praça Franklin Roosevelt, Rua Augusta, Rua Frei Caneca e Avenida Paulista. Ao longo da tese, diferenças e conflitos urbanos são articulados para refletir sobre a produção da cidade em diálogo com noções como as de “gueto” e de “gentrificação”. A perspectiva analítica considera a constituição mútua de diferenças relativas a gênero, sexualidade, classe, geração e raça e o espaço como produto de relações sociais, argumentando na direção da constituição mútua e contingente de espaços, relações e sujeitos.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
República
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Consolação
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1987-2017
Localização Eletrônica
HTTPS://SUCUPIRA.CAPES.GOV.BR/SUCUPIRA/PUBLIC/CONSULTAS/COLETA/TRABALHOCONCLUSAO/VIEWTRABALHOCONCLUSAO.JSF?POPUP=TRUE&ID_TRABALHO=5036876

Corpo e feminismo: a Marcha das Vadias de Campinas/SP

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Galetti, Camila Carolina Hildebrand
Sexo
Mulher
Orientador
Almeida, Tânia Mara Campos de
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
Brasília
Programa
Sociologia
Instituição
UnB
Idioma
Português
Palavras chave
Ciberativismo
Corpo
Feminismo
Marcha das Vadias de Campinas (SP)
Resumo

Esta dissertação buscou expor os resultados de uma pesquisa exploratória que partiu da relação entre corpo, ciberativismo, cidade e expressões de movimentos feministas, mais especificamente a Marcha das Vadias de Campinas, São Paulo. Seu objetivo central foi compreender, por intermédio da aproximação dessa marcha no interior paulista, como o feminismo contemporâneo vem se articulando, quais suas pautas de reivindicações e como se dá a relação de tais expressões com novas ferramentas de ativismo: as redes sociais. A Marcha das Vadias de Campinas é ora tratada e descrita como um fato social. É apresentada, em detalhes, a forma de organização e consolidação de um coletivo feminista na cidade, bem como é debatida a relação desse movimento com representações do Estado no local. No processo de apreensão sociológica desse movimento social, também se revela como fenômenos culturais e sociais atuais reeditam o corpo das mulheres, de antigas bandeiras feministas, reelaborando-o no modo de ser visto e instrumentalizado como prática política de contestação nas ruas e nos espaços virtuais do ciberativismo.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Campinas
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3840496

As pessoas dos livros e os livros das pessoas: uma etnografia sobre a produção e circulação de obras LGBTs

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Silva, Nathanael Araújo da
Sexo
Homem
Orientador
Reinheimer, Patrícia
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UFRJ
Idioma
Português
Palavras chave
livros
etnografia
antropologia da arte
pessoa
mercado editorial
Resumo

A presente dissertação versa sobre a emergência de “livros de literatura LGBT” promovidos por autores, Editoras e editores engajados no processo de sua criação e defesa. As perguntas gerais que nortearam a pesquisa foram: quais as possíveis experiências que as pessoas desenvolvem com os livros? Como e por que estabelecem relações com este objeto? De que maneira aspectos de gênero e sexualidade passam a compor estes vínculos? O que a emergência ou novas formas de nomeação de tais artefatos nos permitem perceber? Para dar conta destes questionamentos, desenvolvi trabalho de campo com observação participante em lançamentos de livros, debates literários e saraus de literatura organizados por inúmeros indivíduos nos mais variados espaços da cidade do Rio de Janeiro e em São Paulo. Deste modo foi possível apreender as pessoas dos livros e os livros das pessoas com fins a compreender e explicar o sentido de suas ações, responsáveis por conformar uma rede de relações que visam construir o que denomino por “mundo dos livros LGBTs”, no qual circulam objetos, pessoas e valores.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
2014-2016
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=4759572

Mulheres, direito à cidade e estigmas de gênero: A segregação urbana da prostituição em Campinas

Tipo de material
Livro
Autor Principal
Ramos, Diana Heléne
Sexo
Mulher
Código de Publicação (ISBN)
978-8539109579
Edição (nome da editora)
Annablume Editora
Ano de Publicação
2022
Idioma
Português
Palavras chave
Gênero Feminino
Estigma
Prostituição
Violência
permanência
Resumo

A história e as representações acerca do bairro de prostituição Jardim Itatinga demostram como se organizam diferentes territórios prostitucionais na cidade de Campinas, Estado de São Paulo, Brasil. A “Zona” foi planejada pelo poder público, na década de 1960, e, desde então, tornou-se o lugar da prostituição na cidade. Essa política de segregação resultou na perseguição das prostitutas que, contudo, persistem trabalhando fora dali. Entre suas estratégias de proteção e permanência, a mais expressiva é a fundação da Associação Mulheres Guerreiras, localizada no centro da cidade. O livro examina, portanto, as tensões, os conflitos, as táticas e as estratégias de um grupo social historicamente estigmatizado e com forte presença em áreas urbanas centrais, face às intervenções do planejamento urbano. Sua circulação nos diferentes locais de prostituição em Campinas, suas estratégias para o estabelecimento de “pontos” de permanência em espaços não planejados oficialmente para sua presença, suas redes e articulações com outros pares “desviantes” e, principalmente, suas táticas de resistência à expulsão e luta por reconhecimento são objetos de atenção. Busca-se compreender como se estrutura, nos espaços físicos e políticos da cidade essa disputa particular – marcada por recortes de classe, de raça e especialmente de gênero – que tem a prostituição como foco de interesse. Pretende-se, por fim, possibilitar o vislumbramento de uma organização urbana generificada que se justifica em discursos ora sanitários, ora econômicos, ora morais e cuja história registra a constante tensão entre o planejamento urbano oficial e os habitantes da cidade, com suas reivindicações pelo direito a nela existirem. Baseado na tese “‘Preta, pobre e puta’: a segregação urbana da prostituição em Campinas: Jardim Itatinga” (2015, IPPUR-UFRJ), ganhadora do Prêmio Capes de tese 2016 em planejamento urbano e regional.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
Campinas
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1960 - 2016
Localização Eletrônica
N/A

Cuidar do outro, cuidar da água: gênero e raça na produção da cidade

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Pierobon, Camila
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Fernandes, Camila
Sexo:
Mulher
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2023.37107.003
Título do periódico
Estudos Avançados
Volume
37
Ano de Publicação
2023
Local da Publicação
São Paulo
Página Inicial
25
Página Final
44
Idioma
Português
Palavras chave
Infraestrutura
Água
Cuidado
Gênero
Raça e Cidade
Resumo

Este artigo discute a importância da água na vida cotidiana de mulheres que vivem em favelas e ocupações da cidade do Rio de Janeiro, pensando a água como bem vital, imprescindível para as relações de cuidados. O texto articula o debate sobre infraestrutura urbana com o de cuidado para pensarmos sobre os modos generificados e racializados de fazer cidade. Por meio de pequenos eventos domésticos, de diálogos que as autoras tiveram com suas interlocutoras ou de descrições etnográficas mais longas, o trabalho mostra como a água carrega a força do ordinário e é um dos objetos que permite ver a potência e a vulnerabilidade que a vida diária carrega em termos de gênero, classe e raça. Descreve-se o trabalho das mulheres nos processos de fazer cidade ao relacionar a precariedade de acesso à água com a subalternidade do trabalho do cuidado como aspectos coexistentes que visibilizam as condições de profunda desigualdade dos moradores de periferias.

Referência Espacial
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Bairro/Distrito
Morro da Mineira
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Bairro/Distrito
Ocupação Nelson Mandela
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
1980-2023
Localização Eletrônica
https://www.scielo.br/j/ea/a/jJzY6bhqDGg67fL96LBPVXv/?lang=pt

A mulher Warao em contexto migratório na cidade de Boa Vista-RR: O “trabalho” da mendicância

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Ortiz, Sandra Milena Palomino
Sexo
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do migrante
Volume
1
Ano de Publicação
2023
Idioma
Português
Palavras chave
Mulher
Mendicância
Cultura
Warao
Resumo

O povo Warao foi o primeiro grupo que chegou ao Estado de Roraima em 2015. Esse povo ocupa tradicionalmente o estado Delta Amacuro, localizado ao leste da Venezuela, formado pela desembocadura do rio Orinoco, um dos maiores rios do mundo e é caracterizado por uma exuberante riqueza paisagista. Este trabalho apresenta resultados referentes à pesquisa de campo desenvolvida no Abrigo da Pintolandia (Boa Vista-RR), no ano de 2016 e que teve como objetivo identificar de que forma os indígenas imigrantes venezuelanos da etnia Warao conservam sua língua, cultura, costumes e rituais, em especial, analisando a mulher warao no seu trabalho não mais como coletora de frutos na comunidade mas, sim, como coletora de dinheiro na cidade. Como metodologia, foi utilizado o método de pesquisa-ação com enfoque de caráter exploratório qualitativo (indutivo), permitindo uma observação espontânea e coleta de dados, por meio de instrumentos como entrevistas; questionários previamente elaborados, abrindo espaços para a interpretação e facilitando a identificação dos aspectos culturais presentes nesse espaço de convivência. Os Warao têm se adaptado a seu novo estilo de vida e à convivência com os criollos (não índios). Há aumentado o número dos habitantes, mas não sua qualidade de vida. Seu estado de saúde, no geral, o mesmo que seu padrão de nutrição, parece ter-se deteriorado. Quanto ao seu acervo cultural, constata-se a grande quantidade de material mitológico Warao em forma de literatura oral. A comunidade warao procura manter sua língua e sua cultura por meio do ensino bilíngue, do trabalho com artesanato e das danças típicas na cidade de Boa Vista-RR. Alguns já migraram para Manaus, Santarém, Belém e Brasília, porém levando consigo o costume de coletar dinheiro nas cidades, o qual é considerado como um trabalho para a mulher warao. Elas não se consideram pedintes de esmola. Ao contrário, afirmam que estão coletando dinheiro como faziam outrora, coletando frutos na comunidade indígena do Delta Amacuro, constituindo uma sociedade matriarcal com inversão de papéis e empoderamento da mulher warao, sendo em muitas ocasiões, única provedora da família. No entanto, os resultados da pesquisa apontam que apesar da mulher warao manter suas crenças espirituais, tradições, custódia dos filhos e, especificamente, sua contribuição e aporte no trabalho como unidade produtiva e provedora da consecução de alimentos para a família, sua entrega e submissão ao homem em seu perseverante compromisso “feminino” da maternidade marcam seu processo de sujeição e serviço no lar.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
Boa Vista
Macrorregião
Norte
Brasil
Habilitado
UF
Roraima
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/1165

O ativismo de imigrantes e refugiados nos movimentos sociais contemporâneos

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Lima, Anderson Barbosa de
Sexo
Homem
Autor(es) Secundário(s)
Cartaxo, Sintilla Abreu Bastos
Sexo:
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do migrante
Volume
1
Ano de Publicação
2024
Idioma
Português
Palavras chave
Novos movimentos sociais
Imigrantes
Refugiados
Ativismo
Protagonismo social
Resumo

O artigo tem como objetivo contextualizar os novos movimentos sociais na contemporaneidade e ressaltar o papel dos imigrantes e dos refugiados como agentes ativos nessas organizações. Inúmeras são as transformações vivenciadas pela sociedade capitalista contemporânea e globalizada. Dentre elas, a necessidade de maior reflexão acerca da reivindicação de inclusão de identidades e grupos que, por séculos, foram invisibilizados e silenciados, como as mulheres, os negros, os povos originários e os LGBTQI+. Os agrupamentos desses indivíduos em associações de mobilização têm sido reconhecidos atualmente como novos movimentos sociais, cujas pautas de defesa giram especialmente em torno da valorização sociocultural. Com referência às teorias de Tarrow (2009) e Tilly (1978) que reconhecem o protagonismo dos movimentos sociais como agente de transformações, e de Marinucci (2016) que contribui para o debate ao destacar as lutas coletivas dos imigrantes na busca por igualdade. Assim, busca-se aqui debater o ativismo social de refugiados e imigrantes que se mostram imprescindíveis para a efetivação de medidas que certifiquem a concretização de demandas referentes à garantia dos seus direitos à liberdade, à integração social, além do combate à xenofobia e à  outras formas de discriminação.

Disciplina
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/1189