Evolução urbana

O objetivo do trabalho é estudar o núcleo de Santana, desde sua fundação até o seu desaparecimento, procurando analisá-lo dentro de um contexto mais amplo, na tentativa de detectar as causas de seu fracasso. O interesse pelo tema deve-se ao fato de que os únicos trabalhos existentes até o momento sobre Núcleos Coloniais são realizados não são trabalhos de historiadores. Pretende-se, assim, apresentar uma visão histórica da implantação do Sistema e fixar a atenção sobre o núcleo que embora não tenha sido o maior e nem o mais significativo deles, foi o primeiro a ser fundado e por estar localizado mais próximos da capital. O trabalho trata também da Inspetoria Geral de Terras e Colonização, órgão responsável pelos núcleos, cuja análise permitiu uma melhor compreensão do núcleo de Santana e seu funcionamento: o conhecimento de sua organização e política internas permitiu apreender os problemas envolvidos na sua fundação.

Abordam-se através de um levantamento documental e descritivo, as características de alguns edifícios de uso coletivo de concreto armado no período de 1930 a 1950, quando o acelerado processo de verticalização no Centro de São Paulo deu início aos condomínios e à especulação imobiliária. Aborda-se também produção de alguns arquitetos, engenheiros, e empresas construtoras responsáveis pelas "feições" que o Centro tem hoje.

A expansão do meio técnico-científico-informacional no território brasileiro coloca à disposição das empresas um novo conjunto de possibilidades para suas ações. Como resultado dessa indissociabilidade entre as ações das empresas e as novas bases técnicas do território temos uma redefinição da divisão territorial do trabalho que implica em uma nova configuração da vida de relações dada pelos fluxos de pessoas, matéria e informação entre os lugares. Em São José do Rio Preto, cidade do noroeste do Estado de São Paulo, o meio técnico-científico-informacional chega através da modernização agrícola a partir da década de 1970 e cria as condições necessárias para o funcionamento das empresas de capital local segundo circuitos espaciais da produção que contribuem para quebrar a rede urbana herdada do período anterior. A cidade passa a participar de fluxos de diversas geometrias que articulam áreas e pontos que extrapolam os limites de sua região, do Estado de São Paulo e mesmo das fronteiras nacionais. Diante desta situação, os alicerces regionais baseados na economia regional dão lugar a uma organização produtiva do território mais complexa vista através dos circuitos espaciais da economia que redefinem a função de São José do Rio Preto perante a formação socioespaical brasileira.

A produção da aglomeração de São Paulo, entre o início do século XVI e finais do século XIX, foi marcada por amplas modificações em relação ao sistema de arruamento, à definição e uso dos terrenos, à forma de expansão do aglomerado. Estas modificações estão relacionadas à resignificação da terra na reprodução das relações sociais, ou seja, no bojo da transição do predomínio da escravidão, primeiro, e mercantilização de imóveis em seguida. A passagem do predomínio da escravidão como fundamento da reprodução das relações sociais para o da mercantilização de imóveis, na produção da aglomeração de São Paulo, está presente na transição de uma sociedade que incorpora, cada vez mais, o movimento das relações de produção capitalistas, substituindo o trabalho escravo pelo trabalho livre, valorizando a terra como negócio extremamente rendoso e constituindo o capital que se torna cada vez mais industrial e urbano.

A dissertação aborda as políticas na cidade de São Bernardo do Campo, no período pós-guerra, entre 1945 e 1964. São abordado aspectos do crescimento econômico e urbano da cidade, que faz parte do chamado "ABC Paulista", caracterizado por apresentar intensa industrialização. A ação pública ligada a tal característica tratada como objeto desta pesquisa, revelou-se de tipo bastante tradicional. Ao expressar as convicções políticas da época, fazia com que a política pública não se antecipasse às demandas da população, mas enquadrava-se no ideário otimista que previa um futuro sempre melhor, ao estilo da lógica desenvolvimentista.

A paisagem é uma categoria de análise que contribui para a compreensão da realidade porque seu conceito supõe a integração dos elementos do meio biofísico e ação humana, incluindo o seu aspecto perceptivo. Assim, o binômio paisagem e percepção é referência importante para o planejamento urbano. No distrito da Brasilândia, zona norte do município de São Paulo, a ocupação e o uso do solo foram feitos sem critérios, negligenciando as restrições impostas pelo meio biofísico. Essa forma de ocupação se reflete em grandes problemas socio-ambientais: moradias precárias, córregos poluídos, enchentes, deslizamentos, escassez de áreas livres e áreas verdes. A percepção da população sobre o lugar é influenciada pelo aspecto cultural e pelo tempo de residência no bairro. As situações do cotidiano contribuem para a valorização da paisagem. Valoriza-se a casa (aquisição do espaço privado) e as relações de vizinhanças (espaço semi-público). Por outro lado, destaca-se a violência como principal fator da baixa qualidade de vida.

A pioneira contribuição para o processo de repensar e reavaliar a relação direta e/ou indireta da atuação das industrias automobilísticas no processo de transformação socio-espacial da região do ABC. Os documentos e dados analisados evidenciaram as mudanças espaciais ocorridas na região com a instalação das industrias automobilísticas, atualmente, com varias de suas atividades terceirizadas, o ABC confronta-se com sérios problemas socio-econômicos e espaciais - crescimento no nível de violência, desemprego, proliferação de favelas e acentuada saída de industrias. Buscamos neste trabalho, entender e analisar as prováveis causas do desencadeamento da evasão industrial e suas conseqüências no contexto socio-espacial.

Este estudo efetua uma análise socio-histórica de três produções da filmografia paulistana: Na Senda do Crime (1954), O Grande Momento (1958) e São Paulo Sociedade Anônima (1965). As décadas de 1950 e 1960 recobrem um período especialmente rico e complexo da história da cidade de São Paulo e do País. Ela assume a condição de maior metrópole nacional, de grande pólo não só econômico como cultural, cujo marco simbólico são os festejos comemorativos do IV Centenário de sua fundação, em 1954. Não obstante as dificuldades de sua trajetória, é também o momento em que tem início uma produção cinematográfica local minimamente regular, que corre paralelo, ao acelerado processo regional de industrialização e urbanização. Os anos 1960, por seu turno, se apresentam como absoluto contraponto à década anterior: as contradições socio-econômicas se acirram precipitando a crise política que culmina no golpe militar de 1964. No plano da criação cultural, passa-se abruptamente de um clima de liberdade de expressão a repressão e censura. Trata-se de uma etapa histórica de transformações rápidas e intensas com inevitáveis impactos sobre os padrões de sociabilidade. A intenção deste estudo é identificar eventuais rupturas e continuidades no tecido socio-urbano da metrópole a partir de uma amostra da filmografia de ficção local produzida no período. Do ponto de vista metodológico, este trabalho se apóia nas vertentes teóricas da sociologia da arte em geral, e do cinema em particular, que privilegiam a análise de aspectos formais e características específicas da linguagem cinematográfica.

A tese apresenta estudo que situa esse setor industrial têxtil da região identificando seu surgimento e desenvolvimento, mostrando como ele passou a ser relativamente significativo em relação à produção industrial têxtil do país no período. Ao revelar que a indústria têxtil na região surgiu, com maior intensidade, de iniciativas de investidores ligados às atividades urbanas, mostra ainda o capital cafeeiro como participante minoritário no processo. Por fim, torna patente que as condições de investimentos, como os incentivos fiscais concedidos e serviços de infra-estrutura, estão presentes entre os fatores que favoreceram o desenvolvimento dessa industrialização.

A história do Brás está vinculada a origem de São Paulo. O conhecido Caminho da Penha sofreu modificações inúmeras como as das desapropriações, em nome do progresso, desde a criação das primeiras estradas-de-ferro, melhoramentos para evitar as constantes enchentes, a implantação do metrô e tentativas de reurbanização. A imigração europeia também modificou e transformou o bairro num crescente contínuo, quer seja na construção de casas, indústrias e comércio, quer seja na educação, cultura e lazer. O nordestino no Brás ocasionou modificações dos padrões de comportamento nas relações sociais refletindo profundamente na vida do bairro pelos choques socioculturais. Portador de cultura regional, chegando ao mundo urbanizado dotado de outros valores, sofreu um impacto de tamanha dimensão, que mal pode vislumbrar qualquer capacidade de pensar nas manifestações espontâneas que na sua terra costumava realizar.