Pobreza e desigualdade

Prazeres pentecostais: negociando intimidades e artigos eróticos no Capão Redondo e Jardim Ângela

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Ramos, Maisa Cardozo Fidalgo
Sexo
Mulher
Orientador
Gregori, Maria Filomena
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Campinas
Programa
Antropologia Social
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Mercado Erótico
Gênero
Sexualidade
Pentecostalismos
Periferia
Resumo

A partir de etnografia em lojas de lingerie que revendem cosméticos e acessórios eróticos na periferia de São Paulo, essa pesquisa buscou identificar relações e discursos que cooperam a venda e consumo de bens eróticos e coproduzem significados de gênero e sexualidade. Nesse contexto, as religiosidades pentecostais, cuja presença é marcante na região, foram intensamente mobilizadas como importantes operadoras de significados para as práticas sugeridas e realizadas pelos artigos eróticos. Nas prescrições evangélicas as fronteiras entre o pecado e a pureza são estriadas, agenciadas e negociadas para categorizar bolinhas explosivas, géis para massagem, próteses entre outros. Inseridos em fluxos mais amplos de capital e informações, os interlocutores do Capão Redondo e do Jardim Ângela capilarizam um movimento maior gestado por empresários do ramo e pastores engajados na articulação entre os sentidos do mercado erótico e a preservação do casamento, central nas propostas evangélicas e já reforçado nos movimentos de feminização e segmentação da venda de artigos eróticos. Inspirados pela bíblia, tanto os interlocutores dos bairros quanto do mercado mais abrangente gestam e divulgam através e com os artigos semânticas de gênero, sexualidade, conjugalidade e religiosidade em negociações de possibilidades que transitam entre o sugestivo e o normativo, o prazer e o pecado. Nessa pesquisa as religiosidades pentecostais marcaram as práticas e narrativas, configurando e borrando fronteiras e revelando os feixes de relações que os sujeitos estabelecem tanto com os artigos

Disciplina
Referência Espacial
Zona
Zona Sul
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Jardim Ângela
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Zona
Zona Sul
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Capão Redondo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2014-2017
Localização Eletrônica
https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/986222

O "fim da cracolândia": etnografia de uma aporia urbana

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Trinta, Deborah Rio Fromm
Sexo
Mulher
Orientador
Almeida, Ronaldo Rômulo Machado de
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Campinas
Programa
Antropologia Social
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Drogas
Crack
Cracolândia
Cristolândia
Programa de Braços Abertos
Resumo

A partir de um estudo etnográfico (2011-2015) realizado na região do centro de São Paulo conhecida e estigmatizada como Cracolândia, a presente pesquisa pretende investigar como essa territorialidade se consolidou, nos últimos anos, como um impasse. Problema político, social, urbano e espiritual; de saúde e de higiene, a questão da Cracolândia coleciona, ao longo da última década, várias tentativas das distintas gestões municipal, estadual e federal de suprir a difusa demanda pelo seu fim. Constata-se que esse constructo da Cracolândia como um "problema" em si mesmo, endossado pela trama institucional local, alimenta e é retroalimentado pela produção de uma aporia urbana. Na tentativa de cercar o problema analisado, a metodologia utilizada abarca a análise de situações de campo, cenas descritivas, trajetórias e percursos individuais. Ao olhar para as trajetórias e agenciamentos desses personagens urbanos conhecidos como usuários de crack, o impasse é deslocado, emergem novos elementos e os termos do debate são redefinidos.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Zona
Zona Central
Cidade/Município
São Paulo
Localidade
Cracolândia
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2011-2015
Localização Eletrônica
https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/984241

Dilemas morais na liberdade assistida: o caso de Campinas

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Valente, Juliana Berger
Sexo
Mulher
Orientador
Durão, Susana Soares Branco
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Campinas
Programa
Antropologia Social
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Medida Socioeducativa
Adolescente
Estatuto da Criança e do Adolescente
Antropologia Moral
Resumo

Essa dissertação tem como objetivo refletir sobre dilemas morais que analisei no trabalho de execução da medida socioeducativa de liberdade assistida prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Para tanto, realizei uma pesquisa etnográfica no Centro de Orientação ao Adolescente de Campinas (COMEC), uma das ONGs que executa, no município, as medidas em meio aberto: de liberdade assistida (LA) e prestação de serviço à comunidade (PSC). Além da observação do cotidiano de atuação, explorei as legislações e normativas jurídicas que conformam a medida de LA, bem como entrevistas com funcionários e documentos produzidos pelo COMEC durante seus expedientes de trabalho, como relatórios para a Vara da Infância e Juventude e relatórios anuais de atividade. Diante do material recolhido, argumento que há uma tensão constitutiva no sistema socioeducativo que responsabiliza os adolescentes pela prática do ato infracional através da garantia de seus direitos, ou seja, a medida transita entre o cuidado e a punição. Visto que o COMEC é uma organização cofinanciada pela prefeitura de Campinas para a aplicação das medidas socioeducativas em liberdade, cuidar para não punir, ou punir para poder cuidar, está em constante tensão, criando um emaranhado conceitual que possibilita atuações diversas que são, frequentemente, contraditórias. Através do uso de teorias da psicanálise, ao longo da história da ONG, cuidar se tornou uma forma desta se colocar em oposição à política do Estado de São Paulo de encarceramento e internação em massa. Essa, sim, seria considerada uma atuação punitiva, do ponto de vista dos orientadores. A possibilidade de uma apreensão como adulto e a iminência da morte passam, assim, a impregnar o cotidiano e imaginário dos orientadores, conferindo um grau de emergência e esperança ao trabalho. Defendo nesta dissertação que as disputas morais que surgem no sistema socioeducativo são resultado de compreensões específicas do adolescer, do ato infracional e do trabalho a ser realizado para a prevenção da reincidência no ato infracional.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Campinas
Bairro/Distrito
Pte. Preta
Logradouro
R. da Abolição, 92
Localidade
Centro de Orientação ao Adolescente de Campinas (COMEC)
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2014-2017
Localização Eletrônica
https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/984237

Política dos "improváveis": percursos de engajamento militante no movimento nacional da população de rua (MNPR)

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Melo, Tomas Henrique de Azevedo Gomes
Sexo
Homem
Orientador
Neves, Delma Pessanha
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Niterói
Programa
Antropologia
Instituição
UFF
Idioma
Português
Palavras chave
Antropologia Urbana
Antropologia Política
Movimentos Sociais
Movimento Nacional da População de Rua
População em Situação de Rua
Resumo

Esta tese de doutorado se ocupa primordialmente do engajamento militante de pessoas que atuam no movimento nacional da população de rua (MNPR). Concentra-se no processo de formação social da população em situação de rua enquanto sujeito de direitos em organização referida como movimento social e que desponta publicamente apresentando demandas e pauta política para intervir nas dinâmicas de formulação, planejamento e execução de serviços acenados pela condição de políticas públicas.Trata-se de demonstrar as formas pelas quais esta mobilização se tornou possível, bem como, quais fatores foram intervenientes e configurados a permitir a emergência do segmento como tema de debates e intervenção por parte da gestão pública. Seu objetivo é etnografar os sentidos atribuídos à ação política assumindo as especificidades da vida nas ruas como eixo central que interfere e dinamiza justificativas para o engajamento, desafios da mobilização, assim como modos de fazer e pensar a política, tratada aqui etnograficamente, segundo os usos dos sujeitos e os sentidos que atribuem a práticas designadas como políticas. A partir do trabalho de campo realizado entre os anos de 2009 e 2016, vale-se de registros empíricos obtidos através de entrevistas com militantes, discursos e debates em eventos públicos, além do acompanhamento de suas atividades de mobilização concentradas em algumas de suas coordenações nacionais (Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador). Verifica-se que a existência do MNPR confronta impressões sobre segmentos sociais considerados como improváveis para a participação política. Tal improbabilidade é justificada em virtude das condições materiais de suas vidas e da falta de vínculos hegemonicamente desejados, reconhecidos na existência do domicilio e do trabalho fixo, educação formal, vínculos familiares, sobriedade e legalidade. Em contraponto, o processo de organização do MNPR constitui-se na produção de outros quadros institucionais que não passam pela adesão a esses valores, mas por sua subversão, ao apresentarem uma alteridade radical entre a experiência de vida nas ruas frente a experiência de vida domiciliada. Esta forma de agenciamento da alteridade proporciona as condições para passar do estigma ao prestígio, ao projetarem a experiência de vida na rua como algo valioso, que deve ser reconhecido como forma de garantir participação nos espaços de gestão que se referem à intervenção em suas vidas, seja nas ruas ou nos serviços a eles destinados. O desafio aqui enfrentado trata de concepções sobre a dignidade humana e quem são as pessoas que tem o direito ou não de exercê-la integralmente. É através da luta política que se pretende alcançar o reconhecimento de seu estatuto enquanto "sujeito", "ser humano como outro qualquer", digno de ser escutado, levado em consideração e exercer plenamente seus direitos de participação. Ao passo em que é o desprestígio deste reconhecimento enquanto ser humano que coloca suas condições de participação sob suspeita. Em contrapartida, é a produção de reconhecimento social enquanto sujeitos de direitos para alçar a condição de ator político legítimo, que figura como principal instrumento para fazer provar o estatuto de ser humano, igual aos demais, em condições de exercer plenamente a cidadania.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Curitiba
Macrorregião
Sul
Brasil
Habilitado
UF
Paraná
Cidade/Município
Belo Horizonte
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Minas Gerais
Cidade/Município
Salvador
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
UF
Bahia
Referência Temporal
2009-2016
Localização Eletrônica
http://ppgantropologia.sites.uff.br/?page_id=3971

Perfil dos haitianos acolhidos pela Missão Paz: algumas evidências dos dados primários - janeiro a julho de 2015

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Martuscelli, Patrícia Nabuco
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Novaes, Dirce Trevisi Prado
Sexo:
Mulher
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.48213/travessia.i77.74
Volume
1
Ano de Publicação
2015
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
haitianos
migração
acolhimento emergencial
Missão Paz
Resumo

Esse artigo apresenta um estudo exploratório a partir da análise de dados de 620 haitianos que foram atendidos no acolhimento emergencial da Missão Paz entre janeiro e julho de 2015. Os registros analisados foram cópias dos documentos de identificação dos imigrantes e respostas desses às perguntas feitas pelas assistentes sociais no momento de seu cadastro na Missão Paz. O objetivo principal desse trabalho é contribuir para o estudo da imigração haitiana para o Brasil, por meio da abordagem de dados primários fornecidos pela Missão Paz. Como objetivos secundários, destacam-se contribuir para a criação e construção de políticas públicas que atendam as diferentes necessidades dessa população e informar melhor a academia, a sociedade civil e os tomadores de decisão sobre a situação dos haitianos em São Paulo. Suas principais conclusões são que o fluxo migratório haitiano estudado era predominantemente masculino; a solicitação de refúgio permanecia como principal alternativa de regularização migratória; a população haitiana que chegava ao Brasil estava em plena idade produtiva, porém, esta nem sempre era inserida no mercado de trabalho brasileiro de acordo com sua qualificação. 

 
Disciplina
Referência Espacial
Zona
Centro
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Glicério
Localidade
Missão Paz
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2015
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/74

Vivencias discriminatorias según colombianas y paraguayas radicadas en Ecuador y Brasil

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Ruano, Elizabeth
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Martuscelli, Patrícia Nabuco
Sexo:
Mulher
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.48213/travessia.i78.364
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
1
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Espanhol
Palavras chave
discriminación negativa
inmigrantes paraguayas
inmigrantes colombianas
Resumo

A partir de las respuestas de migrantes colombianas y paraguayas radicadas en Ecuador y Brasil respectivamente y, en perspectiva con las disposiciones de los tratados internacionales, se objetiva analizar la yuxtaposición de formas de discriminación negativa, género, nacionalidad, lingüística, étnico-racial y estatus migratorio. La intersección analítica entre esas afirmativas  y los dispositivos internacionales contra la discriminación, de los cuales son signatarios los cuatro países aquí analizados, ratifica la distancia entre los postulados de esas normativas internacionales y la situaciones cotidianas de discriminación que obstaculizan la inserción digna de las inmigrantes en los países de destino.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/364/327

Integração social de refugiados e solicitantes de refúgio no Brasil e no Canadá: colombianos em São Paulo e em Ontário

Tipo de Material
Resenha
Autor Principal
Ruano, Elizabeht
Sexo
Mulher
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.48213/travessia.i82.379
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
1
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Integração social
Refugiados
Colombianos
Resumo

Resenha: SIMÕES, G. F. TESE (DOUTORADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS)-UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, BRASÍLIA, 2017. 266F.

A partir das narrativas de refugiados colombianos radicados em Ontário (Canadá) e São Paulo (Brasil), se analisou uma temática de inquestionável relevância. O refúgio é um fenômeno sociopolítico e econômico em expansão, com desdobramentos múltiplos nas sociedades contemporâneas. Assim, foi abordado desde diferentes ângulos, nos capítulos 2, 3, 4 e 6. À luz da dimensão sócio histórica, se discorre sobre o deslocamento forçado na Colômbia, a construção da categoria refugiado no regime internacional e os sistemas de proteção para os refugiados no Brasil e no Canadá. Essa análise se fundamentou na revisão documental e bibliográfica.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Ontário
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
Canadá
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/379

Cruzando olhares: imigrantes e refugiados nos movimentos de ocupação em São Paulo

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Martins, Flávia Elaine da Silva
Sexo
Mulher
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.48213/travessia.i82.370
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
1
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Movimentos de ocupação
Moradia
Refugiados
Metrópoles
Resumo

Este artigo busca refletir sobre a dificuldade de imigrantes e refugiados em conseguir moradia nas metrópoles de chegada. Para tanto, localizamos inicialmente o Brasil como destino nos processos migratórios recentes, ressaltando conteúdos presentes na migração Sul-Sul. Em seguida, identificamos o contexto mundial e brasileiro de transformação da moradia em uma mercadoria cada vez mais rara e cara. Conteúdos comuns, presentes nas duas situações, se revelam a partir da presença de refugiados e imigrantes junto aos movimentos de ocupação em prédios urbanos de São Paulo. Pesquisando as pautas de reivindicações surgidas neste cruzamento de olhares, passamos a identificar demandas e perspectivas que apontam para outro projeto de cidade e de sociedade.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Século XXI
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/370

A gente dança, porque a gente pode: Um estudo sobre corpos na dança

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Leao De Lima Avila, Michele
Sexo
Mulher
Orientador
Vedana, Viviane
Ano de Publicação
2020
Programa
Antropologia
Instituição
UFSC
Idioma
Português
Palavras chave
Etnografia
Corpos
Habilidades
Dança
Resumo

Esta pesquisa de dissertação parte de um conjunto de reflexões pessoais e conceituais sobre corpo na antropologia social. A pesquisa de campo foi realizada a partir de duas inserções em campo, uma na cia de dança Bengalantes, na cidade de Florianópolis; e outra na cia de dança Sem Fronteiras, na cidade de São Paulo. As cias de dança têm como proposta metodológica e artística a inclusão, na dança, de pessoas com e sem deficiência. Dessa forma, a produção etnográfica da pesquisa procurou estabelecer diálogos entre as práticas de dança e os conceitos de técnicas corporais, percepções e habilidades, respectivamente, de Marcel Mauss (2017), Merleau-Ponty (2018) e Tim Ingold (2018). Os resultados da pesquisa possibilitaram ampliações, no campo da dança, dos conceitos de corpos com e sem deficiência, a partir da compreensão de que corpo não é algo pronto, fixo e imutável, mas um processo que se constitui por vínculos e engajamentos no mundo. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Florianópolis
Macrorregião
Sul
Brasil
Habilitado
UF
Santa Catarina
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8452836

Experimentações baldias & paixões de retomada: Vida e luta na cidade - acampamento

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Moraes De Souza, Alana
Sexo
Mulher
Orientador
Leite Lopes, Jose Sergio
Ano de Publicação
2020
Programa
Antropologia
Instituição
UFRJ
Idioma
Português
Palavras chave
Lutas sociais
Antropologia política
Gênero
Corporalidades
Neoliberalismo
Resumo

Fruto de uma etnografia entre acampamentos sem-teto nas periferias metropolitanas de São Paulo, esta tese percorre algumas questões que hoje atravessam os sentidos das lutas sociais, novas conflitualidades e formas de vida que se abrem como experimentação nos acampamentos de terrenos baldios e seu emaranhado de corpos, relações, curas e histórias. Instituído em grandes terrenos não edificados de mata tanto persistente quanto exuberante, o regime baldio instaurado pelas ocupações sem-teto surge como zona de interstício entre o ritmo desenfreado das novas formas de metropolização financeirizada e vigiada da "cidade global" e as ruínas de uma antiga metropolização fabril, nos oferecendo sugestivas proposições de uma política por vir. Ao intuir, uma vez mais, a luta política que se faz com os pés na terra, os acampamentos interrogam a "cidade do progresso" (e seu colapso) pelo seu avesso, em um arranjo deliberadamente precário, impermanente e aberto ao mundo vivo, nos apresenta pistas para pensar a transição da cidade-fábrica para a cidade-acampamento. Trata-se de uma ação coletiva que começa pela denúncia do regime proprietário e rentista produtor de desigualdades, mas que de forma imprevista acaba por investigar uma uma inédita aliança entre o baldio e a classe endividada, a classe "nômade do trabalho", como denomina mbembe (2018), uma aliança entre o combate a cozinha coletiva, a festa e a guerra. O regime baldio, tecido por suas tramas relacionais, além de fazer emergir a própria coletividade que o sustenta - os sem-teto - também torna possível o tempo livre e outras proposições sobre viver junto. Por não se constituírem, na maior parte das vezes, como espaços de moradia, os acampamentos organizados pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) possibilitam uma emergente espacialidade que não é a da casa, nem é a do trabalho, mas uma experiência de travessia na qual no qual se vive a vida através da vida dos outros, como na definição ampla de parentesco feita por sahlins (2013). Diferente de toda a gramática que constitui a "política habitacional" e suas tecnologias generificadas, proprietárias e bio-produtivas, nos acampamentos é possível experimentar a confusão de fronteiras entre cozinhas coletivas, festas, zonas de cumplicidade e prazer que abre hipóteses intensamente relacionais para as transações entre corpos e papéis. Na pesquisa, tratamos de pensar com os sem-teto sobre a retomada de um tempo da cura nas bifurcações em relação às inscrições dos trampos, virações, ao desemprego ativo e à socialidade doméstica, bifurcações capazes de produzir experimentações de "voltar à vida"; de sentir a "luta entrar no sangue" e "virar outra", como muito escutei nos acampamentos. Trata-se também de pensar em como a forma-acampamento interroga os modos de subjetivação neoliberal constituídos pela concorrência, desempenho, sacrifício encarnando assim uma guerra contra todos aqueles que, de certa forma, ameaçam o pacto da cidadania sacrificial - os vagabundos e vagabundas. Por fim, a tese apresenta algumas reflexões sobre como a política e o conhecimento sem-teto produzidos nos acampamentos interpelam alguns dos consensos progressistas e suas formas democráticas, também percorre algumas proposições sobre tecnologias de gênero e políticas de cuidado em uma conversa entre mulheres sem-teto e uma ciência feminista. 

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9753643