Movimentos sociais

Futebol e política: perfil de integrantes de coletivos ativistas de torcedores da cidade de São Paulo

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Lopes, Felipe Tavares
Sexo
Homem
Título do periódico
Esporte e Sociedade
Volume
37
Ano de Publicação
2023
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Idioma
Português
Palavras chave
Futebol
Política
Coletivos ativistas
Torcedores
Resumo

Neste artigo, objetivo apresentar e analisar o perfil dos integrantes de três coletivos ativistas de torcedores da cidade de São Paulo, a saber: o Coletivo Democracia Corinthiana, o Bloco Tricolor Antifa e o Porcomunas. Para alcançar esse objetivo, apliquei 25 questionários em uma amostra não probabilística por conveniência. A partir das informações obtidas por meio desses questionários, examinei as características sociodemográficas e político-ideológicas de tais integrantes, seus vínculos com outras instituições sociais, seus hábitos e sua relação com seus próprios coletivos.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2010-2020
Localização Eletrônica
https://periodicos.uff.br/esportesociedade/article/view/57891

Torcidas organizadas e escolas de samba: lazer e organização popular na Era Vargas

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Saldanha, Renato Machado
Sexo
Homem
Autor(es) Secundário(s)
Rezende, Fábio Henrique França
Silva, Silvio Ricardo da
Sexo:
Homem
Sexo:
Homem
Título do periódico
Esporte e Sociedade
Volume
37
Ano de Publicação
2023
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Idioma
Português
Palavras chave
Torcidas organizadas
Escolas de samba
Era Vargas
Resumo

A história da classe trabalhadora no Brasil não pode ser contada somente a partir de seus protestos, levantes, jornais, partidos, sindicatos e greves. O objetivo deste texto é resgatar e refletir sobre a história do surgimento de outras duas longevas formas de organização popular, forjadas pelo associativismo recreativo, e que muitas vezes são marginalizadas ou esquecidas: as torcidas de futebol e as escolas de samba. Por meio de uma análise comparativa, percebemos que as torcidas organizadas e as escolas de samba eram espaços possíveis de auto-organização e manifestação coletiva, onde se construíram redes de apoio e solidariedade, e pelos quais sujeitos negros, pobres e periféricos buscaram afirmar sua identidade e deixar a marca de sua existência na nossa cultura e sociedade.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
1930-1945
Localização Eletrônica
https://periodicos.uff.br/esportesociedade/article/view/58555

Favelas, movimento associativo e planejamento urbano em Curitiba

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Rolim, Maria do Carmo Marcondes Brandão
Sexo
Mulher
Orientador
Valladares, Licia do Prado
Ano de Publicação
1985
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Sociologia
Instituição
IUPERJ
Idioma
Português
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Curitiba
Macrorregião
Sul
Brasil
Habilitado
UF
Paraná
Referência Temporal
1980-1985

Sports journalism, culture and politics in Brazil: An analysis of the role of the press in the formation of Rio de Janeiro’s football supporters groups during the 1960s

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Hollanda, Bernardo Buarque de
Sexo
Homem
Título do periódico
Esporte e Sociedade
Volume
30
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Idioma
Português
Palavras chave
Brazilian football
Supporters’ groups
Youth
Culture
Politics in the 1960s
Resumo

The year of 1968 was also marked by unrest and riots in the stands of Maracanã. In a period of poor performance of their teams, groups of young football aficionados threw themselves into the fight against directors of big clubs in Rio, through protests, demonstrations and even marches outside Rio de Janeiro’s stadium. Inspired by the international slogan Youth Power, these newly formed groups adopted similarly a critical stand on the traditional model of supporters, the “Charangas” (small music bands), originated in the 1940s, characterized by the prevalence of a single charismatic leader, recognized by the Club and by the majority of its fans. During the 1970s, the dissident Young Supporters Groups are established on the sports scene and make possible the emergence of a multitude of small and medium-sized associations, giving the supporting activity associative and cultural meanings, recreational and social, until then non-existent in a period of civil-military dictatorship (1964-1985). By gathering these events derived from the serial reading of journalistic narratives, obtained in sports newspapers archives, this article aims to show how a particular type of association, based on club idolatry, took shape on a national and international scale in the 1960s, 1970s and 1980s, and assumed historical and cultural particularities in professional football in Rio de Janeiro. We sought to demonstrate how this phenomenon from the second half of the 20th century met the new demands for participation and differentiation of urban populations, especially its young protagonists, in an increasingly competitive, massified and commodified professional field.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
1940-1985
Localização Eletrônica
https://periodicos.uff.br/esportesociedade/article/view/49431

“Os pit bulls estão sem coleira”: as intervenções do poder estatal e a mudança de comportamento dos integrantes de um subgrupo pertencente a Torcida Organizada Imperial

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Soares, Flávia Cristina
Sexo
Mulher
Título do periódico
Esporte e Sociedade
Volume
28
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Idioma
Português
Palavras chave
Violência
Pit Bulls
Estatuto de Defesa do Torcedor
Reforma dos estádios
Juizado Especial Criminal
Resumo

Este artigo descreve as medidas adotadas pelo poder estatal para diminuir e conter a violência entre os torcedores organizados dentro e no entorno dos estádios de futebol. Após a promulgação do Estatuto de Defesa do Torcedor, da reforma do estádio conhecido como Mineirão e a implementação dos Juizados Especiais Criminais no interior dessas localidades, observamos uma mudança de comportamento dos jovens pertencentes aos pit bulls – um subgrupo da Torcida Organizada Imperial na cidade de Belo Horizonte, constituído para defender e proteger os simbolismos da torcida organizada com lutas físicas ou corporais. Através da observação participante e de entrevistas em profundidade com os membros dos pit bulls, constatamos que eles adotaram um sistema de controle informal no interior do próprio subgrupo punindo os jovens que não apresentam as condutas ou os comportamentos considerados por eles como adequados nos mais diversos espaços da metrópole.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Belo Horizonte
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Minas Gerais
Referência Temporal
2014-2016
Localização Eletrônica
https://periodicos.uff.br/esportesociedade/article/view/49566

Mercantilização do futebol e movimentos de resistência dos torcedores: histórico, abordagens e experiências brasileiras

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Santos, Irlan Simões
Sexo
Homem
Título do periódico
Esporte e Sociedade
Volume
27
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Idioma
Português
Palavras chave
Futebol
Torcida
Mercantilização
Arena
Resumo

Dado o novo momento de desenvolvimento da indústria o futebol no Brasil, inaugurado pelas novas Arenas decorrentes da Copa do Mundo 2014, detectam-se experiências de movimentos de contestação e resistência impulsionados por torcedores. O objetivo desse artigo é apresentar um panorama da pesquisa nesse sentido, a partir do resgate histórico da produção relacionada ao tema, em especial na Inglaterra após a década de 1970, avaliando então as abordagens mais recentes que nelas se referenciam, nas cinco grandes ligas europeias, já na década de 2010. Por fim serão expostas quatro experiências brasileiras vivas em 2015: o Povo do Clube, do Internacional, de Porto Alegre; a Resistência Azul Popular do Cruzeiro, de Belo Horizonte; a Frente 1899 do Vitória, de Salvador; e o grupo Dissidenti, do Palmeiras, de São Paulo.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Belo Horizonte
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Minas Gerais
Cidade/Município
Porto Alegre
Macrorregião
Sul
Brasil
Habilitado
UF
Rio Grande do Sul
Cidade/Município
Salvador
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
UF
Bahia
Referência Temporal
2010-2016
Localização Eletrônica
https://periodicos.uff.br/esportesociedade/article/view/48465

A Paixão como Confronto: disputas discursivas sobre o ato de torcer

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Oliveira, Eric Monné Fraga de
Sexo
Homem
Orientador
Machado da Silva, Luiz Antonio
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Sociologia
Instituição
UERJ
Idioma
Português
Palavras chave
Torcidas organizadas
Futebol
Discurso
Ideologias
Violência
Resumo
Desde o começo do século XX, torcer por um time de futebol se tornou um hábito comum para muitos brasileiros. Todavia, as formas de torcer se transformaram diversas vezes desde então, envolvendo diferentes agentes e produzindo novas identidades torcedoras. A partir de meados dos anos 1960, começaram a se formar as torcidas organizadas atuais, que mudavam as formas de associativismo torcedor predominantes até então, gerando novas práticas torcedoras e relações sociais. Esses grupos passaram por um significativo processo de burocratização de suas atividades e estruturas internas, ao mesmo tempo em que se desenvolveu uma dinâmica de confrontos violentos entre eles, o que assumiu um papel central nas representações coletivas a seu respeito. A imprensa e outros setores da sociedade civil passaram a exigir o controle dessa violência, ao que o Estado respondeu com a lei 10.671, de 2003, conhecida como o Estatuto de Defesa do Torcedor. Com a realização da Copa das Confederações em 2013 e a Copa do Mundo em 2014 no Brasil, a Fédération Internationale de Football Association (FIFA) passou a se inserir no debate, lançando códigos de normas para guiar o comportamento torcedor durante as competições. Nessa discussão, emergiram disputas pelo próprio significado do torcer, como palavra e como prática social. Essas disputas constituem o objeto de presente tese, e serão abordadas a partir da Análise do Discurso de linha francesa, da teoria dos processos civilizadores de Norbert Elias e da analítica do poder de Michel Foucault, contando também com contribuições da Teoria dos Atos de Fala desenvolvida por John L. Austin e John Searle e da teoria da estruturação de Anthony Giddens. Foram analisados os discursos do Estatuto do Torcedor, dos Códigos de Conduta da FIFA, da Carta de Brasília, do Relatório final da Comissão Paz no Esporte, de três cartilhas de divulgação do conteúdo do Estatuto do Torcedor, de 124 artigos de opinião, de 170 reportagens de jornal, de 23 sites de torcidas organizadas, dos sites do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, do portal virtual Jusbrasil, dos sites do Instituto Nacional do Torcedor e da Associação Nacional das Torcidas Organizadas. O propósito é compreender como tais discursos estruturam essas disputas atualmente, como eles produzem e transformam significados, legitimam e contestam relações de poder e formas de torcer. Conclui-se que existem duas ideologias principais em conflito, que atribuem significados distintos aos termos-chave da formação discursiva (torcer, torcedor, torcida, estádio, futebol etc.) e às transformações atuais do público de futebol. Essas modificações aliam mecanismos biopolíticos e disciplinares a um processo de civilização dos comportamentos de torcedores, fazendo parte de uma nova fase da institucionalização do esporte, capaz de produzir novos espectadores mais orientados para o consumo, em detrimento dos fãs associados às formas de torcer consideradas mais tradicionais.
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
2003-2014
Localização Eletrônica
https://www.bdtd.uerj.br:8443/handle/1/15526

Pobladores e favelados: a construção teórica de um movimento social

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Morales, Alexis Omar Cortés
Sexo
Homem
Orientador
Machado da Silva, Luiz Antonio
Ano de Publicação
2014
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Sociologia
Instituição
UERJ
Idioma
Português
Palavras chave
Favelas
Movimentos de moradores
Favelados
Resumo
Como as ciências sociais contribuíram para produzir teoricamente o movimento de pobladores chileno e de favelados no Brasil durante o século XX? Mediante a revisão crítica das principais teorias e perspectivas que tentaram compreender a ação política dos pobres urbanos de Santiago do Chile e do Rio de Janeiro, se espera mostrar a relação de proximidade entre estes movimentos e a produção das ciências sociais, onde operaria uma dupla hermenêutica, ou seja, um processo de reflexividade mutuamente influente que terminaria por incidir na constituição e reconhecimento dos movimentos enquanto tais. Esta tese tem o intuito de analisar como as ciências sociais performam as lutas sociais que buscam descrever, em outras palavras, como determinadas conjunturas acadêmicas interatuam positiva ou negativamente com as disputas políticas e sociais produzidas a partir dos movimentos em questão. Para tanto, se revisaram as principais perspectivas que estudaram a questão social urbana: a teoria da marginalidade, a urbanização dependente, a teoria dos movimentos sociais urbanos, as leituras utilitárias e a teoria dos novos movimentos sociais; mostrando como estas interpretações flutuaram entre o réquiem, o redescobrimento e a negação de favelados e pobladores como movimentos sociais.
Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
País estrangeiro
Chile
Especificação da Referência Espacial
Santiago
Referência Temporal
1960-2010
Localização Eletrônica
https://www.bdtd.uerj.br:8443/handle/1/15488

Governo de mortes: uma etnografia da gestão de populações de favelas no RJ

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Farias, Juliana de Melo
Sexo
Mulher
Orientador
Machado da Silva, Luiz Antonio
Ano de Publicação
2014
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Sociologia e Antropologia
Instituição
UERJ
Idioma
Português
Palavras chave
Execução sumária
Favela
Violência institucional
Militarização
Resumo

Esta tese é construída a partir do interesse em compreender determinadas angulações da engrenagem governamental de gestão das mortes dos moradores de favelas no Rio de Janeiro. O momento da efetuação do disparo da arma de fogo que atinge o morador de favela demarca a produção de um recorte analítico do processo de gestão dessas mortes, considerando papéis e registros oficiais, sendo o laudo cadavérico acionado enquanto documento a partir do qual são exploradas outras movimentações (burocráticas ou não) que compõem o inquérito policial e o processo judicial de casos de homicídio ocorridos durante intervenções militares em favelas. As formas como chefes e agentes de Estado se referem a essas mortes em declarações públicas, assim como as repercussões sobre o enquadramento dessas mortes por entre diferentes instâncias estatais, referenciam o quadro político enfocado na tese, cuja elaboração decorre de um trabalho de campo pautado pela agenda dos familiares de vítimas de violência institucional. Trata-se do resultado de uma experiência de pesquisa junto a coletivos políticos protagonizados por esses familiares, entendendo seus enfrentamentos, demandas, dores e conquistas enquanto orientação primeira para a conformação do olhar sobre forças de estado que produzem legitimidade e legalidade para mortes completamente ilegítimas. Palavras-chave: Esta tese é construída a partir do interesse em compreender determinadas angulações da engrenagem governamental de gestão das mortes dos moradores de favelas no Rio de Janeiro. O momento da efetuação do disparo da arma de fogo que atinge o morador de favela demarca a produção de um recorte analítico do processo de gestão dessas mortes, considerando papéis e registros oficiais – sendo o laudo cadavérico acionado enquanto documento a partir do qual são exploradas outras movimentações (burocráticas ou não) que compõem o inquérito policial e o processo judicial de casos de homicídio ocorridos durante intervenções militares em favelas. As formas como chefes e agentes de Estado se referem a essas mortes em declarações públicas, assim como as repercussões sobre o enquadramento dessas mortes por entre diferentes instâncias estatais, referenciam o quadro político enfocado na tese – cuja elaboração decorre de um trabalho de campo pautado pela agenda dos familiares de vítimas de violência institucional. Trata-se do resultado de uma experiência de pesquisa junto a coletivos políticos protagonizados por esses familiares, entendendo seus enfrentamentos, demandas, dores e conquistas enquanto orientação primeira para a conformação do olhar sobre forças de estado que produzem legitimidade e legalidade para mortes completamente ilegítimas.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
2006-2014
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=550170

As forças repressivas estatais e os coletivos de direitos humanos no Alemão

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Pedrinha, Roberta Duboc
Sexo
Mulher
Orientador
Machado da Silva, Luiz Antonio
Ano de Publicação
2014
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Sociologia
Instituição
UERJ
Idioma
Português
Palavras chave
Forças repressivas estatais
Polícia
Unidade de Polícia Pacificadora
Megaoperações policiais
Direitos humanos
Resumo
Este estudo tem como objetivo descrever as formas cognitivas e críticas de interação dos coletivos de direitos humanos frente às denúncias de violações, sofridas por favelados, ocasionadas pelas forças repressivas estatais perpetradas no Complexo do Alemão, particularmente em 2007 e 2010, bem como alguns de seus desdobramentos em 2011 e 2012, no Estado do Rio de Janeiro, na tentativa de construção do problema público. Nesse âmbito, serão notadas as percepções, organização e estratégias dos coletivos de direitos humanos, formados por moradores, vítimas, familiares de vítimas, movimentos sociais, comissões de direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, da Assembleia Legislativa, da Defensoria Pública e de ONGs diante das violações advindas das práticas de abusos das forças institucionais de repressão. Serão analisadas, particularmente em 2007, a atuação da Polícia com a Força Nacional de Segurança; e em 2010, a atuação da Polícia com as Forças Armadas; além de alguns de seus desdobramentos em 2011 e 2012, com a ocupação militar pelas Forças Armadas, batizadas de Forças de Pacificação, e com as Unidades de Polícia Pacificadora, respectivamente. A pesquisa consubstancia-se em explicitar como se movimentam os atores envolvidos nas denúncias de violações de direitos humanos e o modo como constroem suas operações críticas (BOLTANSKI, 2000) e como delineia-se o repertório dos direitos humanos. Será descortinado o esforço e o grau de publicização destas denúncias, quando narradas por vítimas e familiares de vítimas faveladas, reverberadas pelos coletivos de direitos humanos. Desse modo, serão descritas as discussões a partir da “forma-caso” (CLAVERIE, 1998), através da busca de transformação de um caso em uma causa, pela profusão de ações e mobilização de dispositivos destes atores. Nesse prisma, verificar-se-á a conjugação de ações, tanto dos moradores de zona de segregação socioeconômica - vítimas-denunciantes de violações, quanto dos coletivos de direitos humanos – receptores-denunciantes de violações, articulados para corroborar o esforço de elevação das denúncias à categoria de problema público (GUSFIELD, 1981), que deva ser inserido na agenda pública e tratado com políticas públicas. A compreensão do processo de publicização das violações de direitos humanos, oriundas das atuações das forças repressivas estatais no Complexo do Alemão, em 2007 e 2010, ambas consideradas casos emblemáticos, bem como seus desdobramentos em 2011 e 2012, permitirá que se constate a dificuldade em dar voz aos favelados (MACHADO, 2008) e visibilidade às suas denúncias, na medida em que ocorre um “escalonamento da humanidade” (FREIRE, 2010). Nesse sentido, o presente trabalho oferece uma possibilidade de contribuir para uma percepção mais ampla da construção do espaço público no Estado do Rio de Janeiro.
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Bairro/Distrito
Complexo do Alemão
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
2007-2012
Localização Eletrônica
https://www.bdtd.uerj.br:8443/handle/1/18191