Ideologia e política

Os corpos dos ursos: uma etnografia do meio ursino paulistano

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Diniz, Antony Henrique Tomaz
Sexo
Homem
Orientador
Gregori, Maria Filomena
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Campinas
Programa
Antropologia
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Ursos
Erotismo
Corpo
Sexualidade
Antropologia
Resumo

Esse trabalho é uma etnografia realizada entre 2013 e 2015 na cidade de São Paulo sobre o tema das corporalidades dos ursos. Visa descrever essas corporalidades, entender os contextos de sua produção, e suas relações, sempre contextuais, com eixos de diferenciações sociais tais como raça, geração, performances de masculinidades e classe. O que significa um pouco do que é ser urso em uma cidade como São Paulo? A partir de um grupo especifico de interlocutores frequentadores do meio (ou cena) ursino, e como eles articulam temas como erotismo, desejo, abjeção, alteridade e moralidades em meio à produção constante de corpos apanhados em um caleidoscópio de sentidos, construções e relações sociais. Através de uma perspectiva que combina estudos de sexualidades, etnografias urbanas e análises que ambicionam levar a sério a interseccionalidade de pessoas concretas, busca-se descrever algo de uma experiência de campo plena de reflexividades e questionamentos sobre as ursinidades, seus limites, borrões e possibilidades de norma e transgressão dentro da miríade plural das homossexualidades masculinas de hoje.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2013-2015
Localização Eletrônica
https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/985188

Humanizar e expandir: uma genealogia da segurança pública em São Paulo

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Marques, Adalton Jose
Sexo
Homem
Orientador
Villela, Jorge Luiz Mattar
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Carlos
Programa
Antropologia Social
Instituição
UFSCAR
Idioma
Português
Palavras chave
Segurança Pública
Democracia
Direitos Humanos
Sociologia da Violência
Resumo

Nesta tese, examino o aparecimento de uma razão democrática e humanista no seio da segurança pública pensada e elaborada em São Paulo nos estertores da ditadura militar. Procuro explicitar a maneira como essa razão, à qual dou o nome de "tríptico segurança pública - democracia - direitos humanos", não só possibilitou, mas incitou a expansão do sistema penal (policial, judiciário e penitenciário). Para tanto, organizei a tese em quatro capítulos que acompanham esse processo. No primeiro, deslindo as proveniências dessa preocupação democrático-humanista, apresentando formações discursivas a partir das quais o problema da criminalidade não podia ser encaminhado sem que o problema da marginalidade (pobreza, desemprego, desigualdade socioeconômica) fosse enunciado. No segundo, exponho a maneira pela qual o governo democrático e humanista de André Franco Montoro, sustentado por essas formações discursivas, rapidamente abandonou sua agenda de transformações estruturais para área da segurança pública, cedeu espaço para controversas pautas policiais (prisão temporária e operação polo) e, ainda, promoveu a expansão quantitativa e qualitativa das instituições de controle que pretendia democratizar e humanizar. No terceiro, examino uma linha discursiva externa ao governo Montoro, embora o reforçasse continuamente: a sociologia da violência. Menos submetida ao duro jogo da administração pública, ela teve mais tempo para forjar uma arrojada razão, cunhando seu próprio inimigo teórico (a famigerada tese da associação entre pobreza e criminalidade), definindo regras metodológicas para as pesquisas sobre a criminalidade violenta e erigindo a centralidade do problema institucional para as políticas democráticas de segurança pública. Finalmente, no quarto capítulo, explicito a maneira como essa razão democrática e humanista, tornada ciência pela sociologia da violência, passou a orientar as políticas paulista e federal de direitos humanos e de segurança pública após o massacre do Carandiru. A política de federalização dos direitos humanos, promovida pelo presidente FHC e acompanhada de perto pelo seu correligionário em São Paulo, Mário Covas, resultou na intensificação da expansão carcerária e policial, principalmente a militarizada. A gestão federal seguinte, do presidente lula, intensificou ainda mais essas políticas, acrescendo a elas a gramática da participação cidadã e fundando o PAC da segurança pública, por meio do qual vivemos o vértice do punitivismo-desenvolvimentista. Embora o caráter diacrônico desta tese possa sugerir uma abordagem historiográfica do material analisado, devo dizer que se trata de uma construção antropológico-genealógica, na medida em que tomo saberes que foram sepultados nesse processo como suspeitas adequadas contra as narrativas consolidadas.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1995-1999
Localização Eletrônica
https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/8916?show=full

Entre a lousa e o altar: a inserção da magia divina de Rubens Saraceni nos terreiros de umbanda no Estado de São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Capelli, Carolina
Sexo
Mulher
Orientador
Andrello, Geraldo Luciano
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Carlos
Programa
Antropologia
Instituição
UFSCAR
Idioma
Português
Palavras chave
Umbanda
Magia Divina
Rubens Saraceni
Literatura Umbandista.
Resumo

A história da umbanda no brasil é marcada desde sua fundação pela intensa publicação de livros doutrinários e literários escritos por diferentes correntes litúrgicas, representantes também de diferentes associações políticas. Seguindo a trajetória de um dos maiores autores atuais da umbanda paulista, a presente dissertação analisa a emergência de uma nova corrente umbandista. Criada por Rubens Saraceni no final dos anos 90, a chamada magia divina insere nos terreiros umbandistas a utilização de mandalas, oferecendo aos antigos símbolos umbandistas uma nova roupagem, ligada aos movimentos esotéricos e modernos urbanos. Alcançando novos públicos, a expansão dessa nova umbanda "energética", mescla no terreiro a sala de aula e o altar. A inserção dos cursos e práticas da magia divina nos terreiros apresenta implicações variadas, como a formação de uma rede de terreiros interligados e o aparecimento de grupos e representantes com intuito de fortalecimento e unidade dentro da umbanda. Este esforço de doutrinação e padronização das práticas ao lado da inserção de uma nova chave de resolução de conflitos, parece nos oferecer pistas a respeito do próprio movimento umbandista contemporâneo, parte do cenário religioso maior do que a própria umbanda.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1990
Localização Eletrônica
https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/8817

“Sonhos de sucesso”: notas etnográficas sobre programas de trainees

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Berbel, Gustavo Dos Santos
Sexo
Homem
Orientador
Dawsey, John Cowart
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.11606/D.8.2018.tde-28032018-132122
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Performance
Corpo
Trainees
Processos Seletivos
Antropologia
Resumo

O presente trabalho pretende demonstrar, por meio de notas etnográficas, o caráter lúdico e dramatúrgico dos processos seletivos para trainees, suas contradições e clichês, bem como a necessidade implícita da montagem de performances por parte dos concorrentes para esses momentos decisivos e extremamente concorridos. A pesquisa se pautou na experiência que o pesquisador vivenciou ao longo de cinco meses de trabalho de campo, período em que trabalhou em uma consultoria de gestão de pessoas, ocupando uma posição liminar, sendo ao mesmo tempo um antropólogo e um headhunter. Além disso, foram realizadas análises documentais, entrevistas e visitas a feiras de carreira e profissões. Outra parte importante do estudo é a experiência subjetiva dos candidatos entrevistados, que são pensados enquanto atores que devem escolher o que entra e o que fica de fora de suas performances e que necessitam dispor de uma série de características desejadas pelo universo corporativo. Os "sonhos de sucesso" que povoam o imaginário dos participantes, alimentados pela publicidade das empresas, são contrastados com o profundo silêncio das experiências de fracasso que muitos vivenciam, seja por não se adequarem ao perfil esperado, seja pela insuficiência de suas formações acadêmica e profissional, ou até mesmo pelo "show de horrores" que compõe esses momentos arbitrários e subjetivos das seleções de emprego.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2017
Localização Eletrônica
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-28032018-132122/pt-br.php

Sexualidade e prevenção do HIV/AIDS entre jovens gays na comunidade de Heliópolis, São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Mazzariello, Carolina Cordeiro
Sexo
Mulher
Orientador
Simoes, Julio Assis
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.11606/D.8.2018.tde-12122018-171954
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Jovens
Sexualidade
Homossexualidade
Prevenção
HIV/AIDS
Resumo

A partir de uma pesquisa etnográfica realizada na comunidade de Heliópolis, bairro popular na cidade de São Paulo, este trabalho objetivou analisar as experiências socioculturais e os valores que norteiam o exercício da sexualidade e das práticas afetivas entre um grupo de jovens gays (na faixa entre 18 e 28 anos de idade). Mais especificamente, buscou compreender como tais valores socioculturais influenciam o modo como se dão as escolhas e o cuidado com a saúde referente às práticas preventivas ao HIV/AIDS. O texto aborda as dificuldades enfrentadas por estes jovens em relação ao exercício da sexualidade relacionado ao processo de coming out no ambiente familiar. Processo que implica a reorganização dos vínculos e é marcado por sentimentos de vergonha, culpa e medo, elementos que dificultam a autonomia e a gestão dos corpos associados à sexualidade e afetividade. Aborda ainda, como a escola é ao mesmo tempo um espaço de trocas, aprendizado, de descoberta e encontro com os pares, mas também um ambiente muitas vezes hostil e marcado pela violência homofóbica. Entretanto, mesmo diante das disparidades de abordagens e conteúdos, muitas vezes insuficientes, a escola revelouse como o local privilegiado para o aprendizado sobre sexualidade e doenças sexualmente transmissíveis. Por fim, trata das decisões relativas à prevenção ao HIV/AIDS. Vale pontuar que persiste a ideia do sexo como força instintiva e o desejo como algo incontrolável. E que ainda que eles demonstrem medo em relação à aids, o sexo sem preservativo é recorrente, principalmente com parceiros em que a confiança se revela, noção baseada principalmente no tempo em que se conhece o parceiro. Geralmente as decisões por usar ou não preservativo são tomadas em silêncio, o que indica dificuldade por parte deles em abordar a questão. Apesar dos recursos limitados e um sentimento geral de desamparo e insegurança, esses jovens têm encontrado, no entanto, uma maneira de garantir seu direito ao exercício da sexualidade.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Heliópolis
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-12122018-171954/pt-br.php

O encarceramento de indígenas sul-mato-grossenses: do icatu à penitenciária estadual de dourados

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Toledo Penteado Junior, Ariovaldo
Sexo
Homem
Orientador
Hilario Aguilera Urquiza, Antonio
Ano de Publicação
202
Programa
Antropologia
Instituição
UFMS
Idioma
Português
Palavras chave
Povos indígenas
Encarceramento
Lideranças
Resumo

A presente pesquisa versou sobre uma forma de "tratamento" ministrada pelo estado republicado em face dos indígenas, principalmente sul-mato-grossenses, categorizados como "indisciplinados" ou "infratores". Nossa análise inicia-se atentando para o advento da política indigenista oficial implantada pelos "civilizados" no início do século XX e ressaltará uma forma de controle social que além de perdurar no tempo, vem aumentando significativamente sua nefasta utilização: a prisão. No campo metodológico que circundou a pesquisa, após a revelação de "limites de segurança" do investigador foi advogado pela readequação do método disponível bem como a ideia que a noção de etnografia deve ser constantemente ressignificada. Foi uma pesquisa que utilizou o método etnográfico, o genealógico e o da história de vida. Já no corpo do conteúdo, após reportar sobre a "pacificação" dos autóctones do oeste paulista, discorremos a respeito da transferência deles para a terra indígena do Icatu, localizada na região noroeste do estado de São Paulo, no município de Braúna. Menos de vinte anos depois de sua criação (1916) o local passou a figurar em documentos oficiais como "escola correcional", "colônia penal" e "posto correcional". Nesse sentido, apresentamos uma parte do funcionamento da malha punitiva do SPI, o protagonismo do Icatu no cenário nacional bem como sua substituição pelo reformatório agrícola indígena Krenak e posteriormente pelo centro de reeducação, colônia agrícola indígena ou simplesmente fazenda guarani. Por fim, seguimos nessa linha temporal- punitiva e chegamos no período atual, na Penitenciária Estadual de Dourados (PED) - líder nacional de encarceramento de indígenas - narrando parte do contexto dos Guarani e Kaiowá encarcerados bem como as violações pelo estado brasileiro dos diplomas legais que tratam do assunto.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
Braúna
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9699696

Experimentações baldias & paixões de retomada: vida e luta na cidade - acampamento

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Moraes De Souza, Alana
Sexo
Mulher
Orientador
Leite Lopes, Jose Sergio
Ano de Publicação
2020
Programa
Antropologia
Instituição
UFRJ
Idioma
Português
Palavras chave
Lutas sociais
antropologia política
gênero
corporalidades
Resumo

Fruto de uma etnografia entre acampamentos sem-teto nas periferias metropolitanas de São Paulo, esta tese percorre algumas questões que hoje atravessam os sentidos das lutas sociais, novas conflitualidades e formas de vida que se abrem como experimentação nos acampamentos de terrenos baldios e seu emaranhado de corpos, relações, curas e histórias. Instituído em grandes terrenos não edificados de mata tanto persistente quanto exuberante, o regime baldio instaurado pelas ocupações sem-teto surge como zona de interstício entre o ritmo desenfreado das novas formas de metropolização financeirizada e vigiada da "cidade global" e as ruínas de uma antiga metropolização fabril, nos oferecendo sugestivas proposições de uma política por vir. Ao intuir, uma vez mais, a luta política que se faz com os pés na terra, os acampamentos interrogam a "cidade do progresso" (e seu colapso) pelo seu avesso, em um arranjo deliberadamente precário, impermanente e aberto ao mundo vivo, nos apresenta pistas para pensar a transição da cidade-fábrica para a cidade-acampamento. Trata-se de uma ação coletiva que começa pela denúncia do regime proprietário e rentista produtor de desigualdades, mas que de forma imprevista acaba por investigar uma uma inédita aliança entre o baldio e a classe endividada, a classe "nômade do trabalho", como denomina Mbembe (2018), uma aliança entre o combate a cozinha coletiva, a festa e a guerra. O regime baldio, tecido por suas tramas relacionais, além de fazer emergir a própria coletividade que o sustenta - os sem-teto - também torna possível o tempo livre e outras proposições sobre viver junto. Por não se constituírem, na maior parte das vezes, como espaços de moradia, os acampamentos organizados pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) possibilitam uma emergente espacialidade que não é a da casa, nem é a do trabalho, mas uma experiência de travessia na qual no qual se vive a vida através da vida dos outros, como na definição ampla de parentesco feita por Sahlins (2013). Diferente de toda a gramática que constitui a "política habitacional" e suas tecnologias generificadas, proprietárias e bio-produtivas, nos acampamentos é possível experimentar a confusão de fronteiras entre cozinhas coletivas, festas, zonas de cumplicidade e prazer que abre hipóteses intensamente relacionais para as transações entre corpos e papéis. Na pesquisa, tratamos de pensar com os sem-teto sobre a retomada de um tempo da cura nas bifurcações em relação às inscrições dos trampos, virações, ao desemprego ativo e à socialidade doméstica, bifurcações capazes de produzir experimentações de "voltar à vida"; de sentir a "luta entrar no sangue" e "virar outra", como muito escutei nos acampamentos. Trata-se também de pensar em como a forma-acampamento interroga os modos de subjetivação neoliberal constituídos pela concorrência, desempenho, sacrifício encarnando assim uma guerra contra todos aqueles que, de certa forma, ameaçam o pacto da cidadania sacrificial - os vagabundos e vagabundas. Por fim, a tese apresenta algumas reflexões sobre como a política e o conhecimento sem-teto produzidos nos acampamentos interpelam alguns dos consensos progressistas e suas formas democráticas, também percorre algumas proposições sobre tecnologias de gênero e políticas de cuidado em uma conversa entre mulheres sem-teto e uma ciência feminista.

Disciplina
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9753643

Como se escolhe um candidato? Uma etnografia das estratégias pré-eleitorais para as eleições de 2016

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Santos, Caroline Mendes dos
Sexo
Mulher
Orientador
Villela, Jorge Luiz Mattar
Ano de Publicação
2018
Programa
Antropologia
Instituição
UFSCAR
Idioma
Português
Palavras chave
Antropologia da política
Pré-candidatos
Família
Grupo político
Partidos políticos
Resumo

Essa pesquisa se insere nas análises da antropologia da política e, por meio de pesquisa de campo pude produzir uma etnografia da formação das alianças em torno das escolhas dos candidatos para as eleições municipais de 2016 em um município de pequeno porte do estado de São Paulo. Os dados foram obtidos a partir do acompanhamento de um dos grupos políticos formados no município para aquelas eleições. Deste modo, essa etnografia é um resultado das análises acerca das escolhas de candidatos, com base em uma série de atributos sociais que legitimam a escolha de uns em detrimento de outros pré-candidatos. Para além das questões legais, observei a importância da herança política e do capital político, das relações de parentesco e de amizade e de pertencimento a determinados grupos políticos, o fato de ser conhecido e ter trajetória de vida considerada exemplares também são fundamentais para aqueles que almejam a política de votos. Portanto, apresento o que seriam esses atributos das précandidaturas ao executivo e legislativo municipal, e a relação próxima com as précandidaturas do executivo e do legislativo estadual. 

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2016
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=7310292

Entre fantasmas, esperanças e crenças : a angústia do “sionismo de esquerda” no Brasil

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Albuquerque Marcossi, Bianca
Sexo
Mulher
Orientador
de Resende Barreto Vianna, Adriana
Ano de Publicação
2018
Programa
Antropologia
Instituição
UFRJ
Idioma
Português
Palavras chave
Crença
Sionismo
Sionismo de esquerda
Esquerda
Israel/Palestina
Resumo

O objeto desta dissertação se vê concentrado na zona de tensão que a própria enunciação do “sionismo de esquerda” movimenta como um problema, um dilema dramático ao mesmo tempo ontológico, político e moral, vivido por fragmentos da população judaica do Rio de Janeiro e de São Paulo, muitos dos quais se identificam como sendo “sionistas de esquerda”. Ser “sionista” e “de esquerda” é, hoje, um trabalho de agonia, que mobiliza explicações, fantasmas e silêncios. Neste esforço, “Palestina”, “palestinos”, “Israel”, “ocupação” e “refugiados” não existem em si, mas são refletidos como sombras dentro de certa doxa do possível, funcionando como categorias à serviço do problema que enfrentam os interlocutores para resolverem a si mesmos e manterem a crença em um Estado nacional “judaico e democrático” na Palestina. Este é um trabalho que tenta compreender, a partir das falas/ações dos interlocutores, os sentidos e as materializações da crença “sionista de esquerda”, a partir da qual os entrevistados se constroem como sujeitos político-morais e cultivam sua esperança.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
http://objdig.ufrj.br/72/teses/864561.pdf

Os editoriais e a eleição presidencial de 2018 no Brasil

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Ramalho, Ítalo de Melo
Sexo
Homem
Orientador
Oliveira, Wilson José Ferreira de
Ano de Publicação
2020
Local da Publicação
São Cristóvão
Programa
Antropologia
Instituição
UFS
Idioma
Português
Palavras chave
Eleições no Brasil
Editoriais
Aspectos políticos
Política e governo
Eleição presidencial 2018
Resumo

As eleições de 2018 no Brasil foram marcadas por um processo de ruptura entre a substância política, em seu sentido mais profundo e mesmo desejável para uma sociedade democrática, e as formas de comunicação utilizadas para representarem as propostas das candidaturas aos/às eleitores/as de todo país, visto que foram, as eleições, determinadas por uma participação maciça da realidade virtual, incluindo aí a circulação de imagens, mensagens e, portanto, ideias, que impulsionaram não apenas as notícias verdadeiras, mas também as chamadas Fake News. Por esse motivo, a eleição presidencial de 2018 no Brasil, como um acontecimento político-histórico, pode ser analisada por diversos ângulos e/ou perspectivas a partir das tensões que a atravessam. A dissertação escolheu investigá-la tendo como objeto os editoriais dos jornais Folha de São Paulo e O Globo, analisando temas que neles orbitaram e que, influenciando outras mídias, criaram conteúdos a partir deles, terminando por atuar no universo eleitoral, colaborando para a presença do que Laclau (2013) chama de “significantes vazios” na eleição. A partir desse viés, definiram-se os principais questionamentos: Quais foram as demandas utilizadas para a construção de significantes?; Como identificar nos editoriais a formação dos sentidos das lógicas da diferença e da equivalência (LACLAU, 2018)?; e qual o papel da propaganda negativa na construção da identidade dos/das eleitores/as (OLIVEIRA, 2019)? O objetivo da pesquisa foi, a partir da análise quantitativa e qualitativa dos editoriais selecionados, criar enquadramentos interpretativos dos dados coletados, que revelassem as agências e as valências, a partir das categorias empíricas formuladas. Para isso, a base teórica contou com nomes como Ernesto Laclau (2018) e Bruno Latour (2012), circundados por Isabelle Stengers (2018), Márcio Goldman (2006), Antoine Hennion (2010) e François Jullien (1999), para sustentar a hipótese da fabricação da eleição. Em termos metodológicos, a abordagem pautou-se por quatro categorias para realizar as análises dos editoriais selecionados: a fabricação do candidato, a fabricação do eleitor, a fabricação da eleição e a fabricação do devir, estratégia utilizada para se pensar nos “atores” (LATOUR, 2012) e nas articulações de sentido que configuraram o que aqui chamamos de “fabricação da eleição presidencial de 2018”. Espera-se, com o trabalho etnográfico de análise dos editoriais, contribuir para que se possa melhor compreender a fratura histórica, social, jurídica e política representada pela eleição presidencial de 2018.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Métodos mistos
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
2018
Localização Eletrônica
https://ri.ufs.br/handle/riufs/15151