Violência

"Espírito geral de uma manifestação pacífica, uma verdadeira festa": uma análise da narrativa do jornal nacional sobre as manifestações de junho de 2013 em São Paulo - SP

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Albuquerque, Thiago Leite Kramer
Sexo
Homem
Orientador
Lima, Elizabeth Christina de Andrade
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
Campina Grande
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UFCG
Idioma
Português
Palavras chave
Manifestações de Junho de 2013
Jornal Nacional
Espetáculo
Resumo

Essa dissertação procura desvendar o que levou a grande mídia hegemônica a transformar a sua narrativa na cobertura das manifestações de junho de 2013. O objetivo central busca reconstituir na trajetória das reportagens do Jornal Nacional as manifestações na cidade de São Paulo e, assim, especificamente estabelecer o percurso da narrativa do telejornal Jornal Nacional sobre as manifestações e identificar como a narrativa do Jornal constrói os atores sociais que participaram das manifestações de junho de 2013 em São Paulo, bem como analisar as características que sobressaltam da narrativa das manifestações feitas pelo programa jornalístico. A partir de um aspecto metodológico qualitativo, essa pesquisa foi desenvolvida por meios diferentes, mas que se correlacionam metodologicamente. O primeiro, de natureza documental, procurou analisar vídeos das manifestações de junho disponíveis no próprio site do Jornal Nacional. Já o segundo, relativo à natureza bibliográfica, buscou reunir artigos relacionados ao tema central da pesquisa, bem como conceitos utilizados pelas Ciências Sociais para analisar a realidade que se pesquisou. Assim, observou a aplicação do conceito de circulação circular da informação categorizado por Pierre Bourdieu e o conceito de sociedade do espetáculo, mais precisamente de espetáculo, elaborado por Guy Debord. Verificou-se nessa pesquisa, que as manifestações de junho de 2013 passaram por três etapas que se distinguem, mas também se correlacionam. A primeira fase é vista uma narrativa pautada no uso excessivo da força policial e não aceitação social sobre os protestos que aconteceram em São Paulo. Isso fez com que se formasse um círculo de informação onde toda a causa das manifestações até então era voltada à violência. Já na segunda fase, um espetáculo é constituído a partir da aceitação social das manifestações, bem como adesão de outras pautas e ao mesmo tempo uma rejeição pela presença de partidos de esquerda nas manifestações. Por fim, a terceira fase é composta por um esvaziamento das pessoas nas ruas, visto que a revogação do aumento das passagens do transporte público foi conseguida e uma percepção de manifestações pontuais e de causa distintas, o começo do fim do espetáculo e o fim da informação sobre as manifestações. Portanto, alguns fatores possibilitaram a transformação de narrativa do Jornal Nacional, dentre os quais destacamos a produção e legitimação de uma verdade sobre as manifestações de junho de 2013.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Junho de 2013
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8419851

Findas linhas: circulações e confinamentos pelos subterrâneos de São Paulo

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Moreira, Fábio Mallart
Sexo
Homem
Orientador
Telles, Vera da Silva
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Sociologia
Instituição
USP
Página Inicial
17
Página Final
270
Idioma
Português
Palavras chave
Prisões
Manicômios judiciários
Estado
Psicofármacos
São Paulo
Resumo

Esta tese, tendo como base pesquisa etnográfica realizada em distintos espaços institucionais, assim como em zonas urbanas de São Paulo, explora as circulações e os confinamentos aos quais são submetidas determinadas populações da cidade, destacando-se as ressonâncias entre diferentes territórios da urbe contemporânea. Para tanto, mobilizam-se linhas de vida, as quais atravessam instituições de acolhimento para crianças e adolescentes, periferias, áreas urbanas como a chamada Cracolândia, prisões, unidades de internação da Fundação Casa, centros de atenção psicossocial, manicômios judiciários, comunidades terapêuticas, entre outros tantos lugares e aparatos estatais que, em suas conexões, delineiam um continuum entre punição, repressão e controle; saúde, assistência e cuidado. Desse ângulo, o que emerge no horizonte é a imagem do arquipélago e suas múltiplas ilhas – abertas, porosas e ressoantes. Nessa direção, busca-se alargar as ponderações referentes à porosidade da prisão, visando apreendê-la a partir de seus atravessamentos e suas fragmentações. Partindo de estudos que demonstraram a potencialidade de se pensar os bairros periféricos em continuidade analítica com o cárcere, por um lado, visa-se ampliar o argumento, evidenciando que a máquina carcerária é apenas uma peça no interior de um vasto circuito, perspectiva que possibilita deslocamentos não só analíticos, mas também políticos. Na medida em que as prisões, juntamente com os manicômios judiciários, constituem as bases do prisma através do qual vislumbra-se o arquipélago, faz-se necessário uma abordagem detalhada dos canais e dutos que os conectam, fazendo passar – de um lado ao outro – tecnologias, práticas, populações e repertórios. Por outro lado, após seguir os fluxos que implodem as muralhas, trata-se de relançar a discussão sobre a porosidade para o interior dos muros. Todas as vezes que se disser "a prisão", reflexão que pode ser estendida para outras instituições de controle, por exemplo, os manicômios judiciários, deve-se ter em mente que esta se decompõe em vários espaços-tempo – castigos, seguros, pavilhões, regimes de observação –, os quais distribuem corpos, torturas, água, luz, ar e psicofármacos de forma diferencial. Nesse ponto, defrontamo-nos com os subterrâneos, espaços encobertos de certo segredo, por vezes escondidos atrás de chapas de aço, de pavilhões ou de paredes duplicadas. Lugares de supressão e excesso, onde permanecem homens e mulheres – quase vivos; quase mortos – sem fala, com palavras indecifráveis ou pela metade, refletindo os efeitos de uma política do definhamento, cuja imagem que a ilustra é o fazer babar.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-30102019-185218/pt-br.php

Entre pedaços, corpos, técnicas e vestígios: o Instituto Médico Legal e suas tramas

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Nadai, Larissa
Sexo
Mulher
Orientador
Gregori, Maria Filomena
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
Campinas
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Medicina Legal
Documentos Oficiais
Estado
Gênero
Sexualidade
Resumo

Esta tese de doutorado se debruça sobre técnicas, procedimentos e tramas políticas e institucionais que dão sustentação ao Instituto Médico Legal (IML) enquanto uma corporação policial, técnica e científica. Ao dar atenção a tais engrenagens, eu intento, por um lado, transpor as dificuldades impostas à minha pesquisa, e, por outro, evidenciar as relações, por vezes intrincadas, que conectam esta corporação a uma gama variada de instâncias estatais: polícias, universidades, órgãos públicos etc. Para tanto, busquei tomar o IML de Campinas como uma circunscrição empírica, cujas fronteiras são móveis e construídas mediante meus próprios percursos de investigação. Nesse sentido, o indeferimento de minha solicitação de pesquisa protocolada junto à Comissão Científica do IML, em São Paulo, tece as costuras que organizam a tese. Dos "balcões" e "checkpoints" impostos à investigação, eleva-se um emaranhado de fragmentos: minuciosas técnicas de documentar a documentação, aulas de medicina legal, textos canônicos destinados à disciplina, laudos de corpo de delito, técnicas de necropsia, além de carreiras, vaidades e conflitos institucionais. Por efeitos de similitude e contraste, os documentos periciais destinados aos crimes de estupro e ato libidinoso, acessados ainda em minha pesquisa de mestrado, iluminam as tramas políticas, midiáticas e institucionais que enredam casos e peritos. Enquanto a ideia de pedaço materializa o sexo de certas mulheres por meio de himens, fissuras e (in)conclusões periciais, tais tramas requalificam o fazer padronizado e burocrático posto em ação nessa corporação. É, também, nesse entrecruzamento produtivo que um tipo bastante específico de autoridade técnico-científica é forjada e, continuamente, colocada em risco por meio de materialidades periciais, corpos, pedaços e vestígios.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Campinas
Bairro/Distrito
Botafogo
Logradouro
Rua Barão de Parnaíba
Localidade
Instituto Médico Legal
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1043470

Sob fogo cruzado: a gestão de mulheres e a justiça criminal paulista

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Matsuda, Fernanda Emy
Sexo
Mulher
Orientador
Alvarez, Marcos Cesar
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Sociologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Mulheres
violência baseada no gênero
sistema de justiça criminal
prisão
biografia judiciária
Resumo

Este trabalho dedica-se ao estudo da gestão de mulheres em São Paulo, com especial atenção para os dispositivos mobilizados na atuação do sistema de justiça criminal. Para isso, foram adotadas duas perspectivas complementares. A primeira volta-se para a situação de mulheres como vítimas de crimes violentos, procurando resgatar de que maneira a legislação criminal incorpora e traduz as demandas das mulheres, resultando em leis que cristalizam percepções (não raro ambíguas e contraditórias) sobre mulheres e desigualdade de gênero, fenômeno que também caracteriza o momento da aplicação das leis pelos tribunais. A segunda perspectiva se volta para o problema do controle social das mulheres a partir dos mecanismos penais, mormente a privação da liberdade, incluindo a prisão processual. As estratégias de pesquisa adotadas envolvem levantamento legislativo e documental, coleta de informações de autos de processos judiciais, visitas a unidades prisionais, entrevistas com mulheres e profissionais do direito e análise de dados fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública. Aliando as abordagens qualitativa e quantitativa, o estudo procurou enfatizar trajetórias individuais, principalmente com base em biografias judiciárias, que lançam luz sobre as especificidades do encontro entre as mulheres e o sistema de justiça criminal e evidenciam o continuum de violência que marca as vidas das mulheres.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Métodos mistos
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2012-2016
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3843143

Pretensão de legitimidade do PCC: justificação e reconhecimento de suas práticas nas periferias da cidade de São Paulo

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Ruotti, Caren
Sexo
Mulher
Orientador
Abreu, Sergio Franca Adorno de
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Sociologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
legitimidade
PCC
violência
periferia
São Paulo
Resumo

Este trabalho analisa teórica e empiricamente a pretensão de legitimidade do agrupamento autodenominado Primeiro Comando da Capital (PCC) nos distritos periféricos do município de São Paulo (MSP) onde tem adquirido forte territorialização. Legitimidade aqui entendida enquanto um processo dinâmico travado no âmbito de relações de poder que envolve, de um lado, as autojustificações do PCC no exercício de suas práticas, especialmente no âmbito da regulação de condutas e resolução de conflitos, e, de outro, a possibilidade de seu reconhecimento pelos moradores e profissionais dessas localidades. No que concerne à operacionalização dessa regulação e arbitragem de conflitos, aborda-se centralmente a pretensão ao “direito de matar” acionado pelo PCC por meio dos “debates” ou “tribunais do crime”, a fim de evidenciar que o uso da força física é um dos pilares fundamentais de sustentação desse poder. De forma mais ampla, essa problemática é situada no contraponto aos limites do Estado em promover o monopólio legítimo do uso da força física na sociedade brasileira, seja devido à sua incompletude na promoção da segurança pública ou por sua atuação historicamente arbitrária e abusiva. Consiste em um estudo qualitativo que procura ressaltar a multiplicidade de efeitos produzidos pela presença de grupos criminosos (sob a normatividade do PCC) nessas localidades e as possibilidades de reconhecimento dos moradores e profissionais diante das práticas desses grupos. Considerando-se as ambiguidades que perpassam as relações entre o PCC, as forças de segurança estatais e os moradores e profissionais desses locais, sustenta-se que não é possível afirmar que o PCC é uma instância legítima perante a população e sim que há possibilidades de reconhecimento (em diferentes gradações) constituídas constantemente por meio dessas relações, o que tensiona, mas não desconstrói a legitimidade estatal enquanto expectativa sempre reatualizada. Nessa perspectiva, delimitam-se para fins analíticos três possibilidades, entendidas em suas interconexões: ausência de reconhecimento, atrelada ao medo e às situações de coação produzidas pelas práticas dessa instância de poder; reconhecimento situacional constituído nas brechas e limites da atuação estatal; e situação de reconhecimento, na qual se verifica uma maior consonância entre as concepções da população e as práticas de “fazer justiça” do PCC. No que concerne a esse último aspecto, ganha relevo as seletividades operantes no uso da força física no interior dos mecanismos de punição do PCC, conformando esse próprio uso como aspecto importante nas ponderações sobre a possibilidade de reconhecimento dessa instância de poder. Possibilidade que encerra conjuntamente às práticas de violência estatais extralegais (mas igualmente com pretensões de legitimidade) limites à constituição de um Estado democrático de Direito no país.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2012-2016
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3750896

Molecada no corre: comércio, experiência geracional e moral no Primeiro Comando da Capital

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Silva, Evandro Cruz
Sexo
Homem
Orientador
Feltran, Gabriel de Santis
Ano de Publicação
2017
Programa
Sociologia
Instituição
UFSCAR
Idioma
Português
Palavras chave
Comércio de drogas ilícitas
Primeiro Comando da Capital
Experiência geracional
Crime moral
Resumo

Este trabalho se insere no debate contemporâneo sobre as relações entre urbanidade periférica, comércio de drogas ilícitas e criminalização no estado de São Paulo. O objetivo desta pesquisa é analisar transição geracional no primeiro comando da capital (PCC), grupo criminal brasileiro de grande relevância nas últimas duas décadas. Mais especificamente, apresento algumas das mudanças recentes, relativas a essa passagem geracional, no comércio varejista de drogas ilícitas em contexto PCC, e nas bases daquilo que seria o proceder1 [modo de conduta de si e avaliação da conduta alheia pautado pelo que é considerado “certo” em determinados contextos] como mediador moral de conflitos cotidianos nas periferias do estado de São Paulo. Os dados aqui apresentados foram produzidos a partir da observação participante entre os anos de 2014 e 2016, em um centro de medidas socioeducativas chamado aqui de “núcleo são judas”, localizado em uma cidade do oeste paulista chamada aqui de “pinheiros”. Argumentamos nesta dissertação que o primeiro comando da capital passa por uma transição geracional, proporcionada pela ocupação de suas posições de responsabilidade no tráfico por sujeitos cada vez mais jovens e pelas ressignificações do conceito de proceder (signo característico dos nexos morais relacionados ao comando) produzidos cotidianamente por estes sujeitos.

Disciplina
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
2014-2016
Localização Eletrônica
https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/9433?show=full

Isso é tortura? Disputas, consensos e narrativas na construção social do crime de tortura na cidade de São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Gomes, Mayara de Souza
Sexo
Mulher
Orientador
Dias, Camila Caldeira Nunes
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Bernardo do Campo
Programa
Ciências Humanas e Sociais
Instituição
UFABC
Idioma
Português
Palavras chave
Tortura
Lei 9.455/97
Sistema de Justiça Criminal
Violência
Resumo

A presente pesquisa tem por objetivo observar como o sistema de justiça criminal investiga e processa o crime de tortura na cidade de São Paulo. Para tal, utilizamos como material de análise 36 processos e procedimentos criminais findos que apuraram o crime de tortura através da lei 9.455/97 e tiveram tramitação entre os anos de 2004 - 2014. Estes documentos foram analisados com o propósito de compreender quais elementos são relevantes ao longo das etapas de incriminação desses eventos. De que modo regras, práticas e lógicas próprias do sistema de justiça criminal influenciam nas tomadas de decisões pelos atores jurídicos. Igualmente, como tais apurações levam em consideração valores e estereótipos que embora dispersos na sociedade brasileira, acabam por ser incorporados e ressignificados quando da incriminação de práticas de tortura. Além disso, como os fatos incriminados também são interpretados a partir dos atores sociais envolvidos nessas dinâmicas violentas. Assim, através da análise e interpretação dos casos pode se observar algumas regularidades, discrepâncias e a variedade de fatos que foram incriminados como crimes de tortura. Depreende-se que a observação desses múltiplos elementos quando da incriminação de eventos desse tipo constituem um ponto privilegiado para compreender as disputas de sentido e significado quanto ao uso da tortura nas relações sociais e institucionais na sociedade brasileira.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2004-2014
Localização Eletrônica
https://biblioteca.ufabc.edu.br/index.html

Fundação CASA: o passado ditatorial no cotidiano democrático?

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Rovaron, Marília
Sexo
Mulher
Orientador
Poker, José Geraldo Alberto Bertoncini
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Marília
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNESP
Idioma
Português
Palavras chave
Sistema Socioeducativo
Fundação Casa
Jovens autores de Ato Infracional
Institucionalização de Crianças e Adolescentes
Criminalização das juventudes
Resumo

A partir do final da década de 1990 o Estado de São Paulo apresentou propostas de reformas da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor – FEBEM. No bojo das reformas apresentadas, o processo de descentralização dos complexos adquire importância fundamental no novo modo de operar as medidas socioeducativas no Estado. A presente pesquisa pretende analisar o processo de reestruturação da Fundação de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente – Fundação CASA, a partir de sua reconstrução histórica, a fim de verificar possíveis aspectos que indicam se há vestígios de um passado ditatorial, repressor e autoritário no cotidiano da instituição, mantendo viva a herança de uma cultura de violência concreta e simbólica, além de buscar demonstrar possíveis contradições entre os documentos institucionais alinhados aos marcos regulatórios vigentes e as experiências circunscritas no cotidiano. Com base na análise documental e no estudo de pesquisas realizadas sobre o tema, é possível afirmar que a reconfiguração da instituição deve ser compreendida a partir das políticas de controle social presentes nas pautas e ações governamentais. Estas nos permitem melhor compreender os processos de punição e encarceramento, deslocando a atenção e tratamento dispensados aos jovens, sobretudo os residentes nas periferias, do campo protetivo para o campo punitivo, a partir de novos dispositivos de criminalização e vigilância e da inserção da sociedade civil enquanto agente reprodutor dos mecanismos de controle.

Disciplina
Referência Espacial
Zona
Central
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Centro Histórico de São Paulo
Logradouro
R. Florêncio de Abreu, 848
Localidade
Fundação de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente – Fundação CASA
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1990-2016
Localização Eletrônica
https://repositorio.unesp.br/items/3735c1ae-72cc-4bb2-9201-52c0f1089f44

Do bando ao PCC: a gestão da violência e seus desdobramentos na sociabilidade em Paraisópolis

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Oliveira, Eduardo Brandão
Sexo
Homem
Orientador
Comparato, Bruno Konder
Ano de Publicação
2017
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNIFESP
Idioma
Português
Palavras chave
Bando
PCC
Paraisópolis
Sociabilidade
Crime
Resumo

A favela de Paraisópolis, localizada entre os Bairros Morumbi e Vila Andrade, na Cidade de São Paulo, muitas vezes, é vista como um espaço pobre, violento e marginalizado. Todavia, estas visões não são baseadas em estudos científicos. Considerando o espaço favela no meio urbano, procurei apresentar as transformações ali ocorridas na estrutura social e urbanística. Sobretudo, as perpetradas pelo mundo do crime e suas "normas", as quais permeiam toda a sociabilidade local. Analisar a história de Paraisópolis e suas relações sociais é não perder de vista dois momentos distintos do mundo do crime: a época em que a favela era dominada por um bando que perdeu o comando e o poder para o PCC. Períodos esses que são fundamentais para entender como se organiza a vida local. Estudar estes dois momentos é perpassar toda uma rede de relações que permeia a família, a vizinhança, amigos e a moralidade posta por esse poder paralelo. À guisa disso, é que se pode enxergar como a antiga ordem e a atual estão intimamente ligadas à ação do mundo do crime e à sociabilidade ali presentes. Portanto, busquei entender as relações sociais em Paraisópolis sob o aspecto de uma sociabilidade marcada, no passado, por uma ordem diretamente relacionada a decisões unilaterais (do bando), por meio da figura do Velho Lourenço, ao passo que, no presente, prevalecem decisões de um coletivo, isto é, o primeiro comando da capital (PCC). Com isso, pude entender os caminhos da sociabilidade ali presente e observar como essas relações se renovaram ao longo do tempo de um de poder para outro.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Favela de Paraisópolis
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
NI
Localização Eletrônica
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50739?locale-attribute=en

Cidadania em negro e branco: racialização e (luta contra a) violência de estado no Brasil

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Silva, Uvanderson Vitor
Sexo
Homem
Orientador
Bringel, Breno Marques
Ano de Publicação
2017
Programa
Sociologia
Instituição
UERJ
Idioma
Português
Palavras chave
Cidadania
Violência de Estado
Direitos Civis
Racismo
Genocídio
Resumo

O propósito desta tese é examinar o processo de racialização da violência de estado e os limites de acesso da população negra brasileira à plena cidadania, com foco nos direitos civis. Argumenta-se que somente é possível compreender sociologicamente o padrão e a intensidade da violência de estado no brasil na atualidade se considerarmos o processo histórico de racialização de parte da população. Para tanto, reconstruo, inicialmente, o processo de institucionalização da cidadania no Brasil, atentando para o modo como a hierarquia racial presente na sociedade impactou no acesso aos direitos constitucionalmente garantidos. Em um segundo momento, analiso o modo como, historicamente, os direitos civis da população negra foram limitados pelo racismo presente nas instituições policiais e jurídicas. Por fim, o foco recai na análise da construção do protesto de ativistas negros contra a violação de direitos e a violência de estado dirigida à população negra, a partir do caso recente das mobilizações contra o "genocídio da juventude preta, pobre e periférica". A tese transita entre campos temáticos afins de debate (relações raciais, segurança pública e movimentos sociais) que, a despeito de suas proximidades, nem sempre dialogam explicitamente entre si. Em termos de fontes, utilizam-se análises de relatórios e pesquisas sobre violência e racismo produzidos por organizações da sociedade civil e estatais, material de mídia, além do acompanhamento de fóruns públicos de debates sobre violência de estado e raça, com destaque para as mobilizações políticas em torno do “combate ao genocídio da população preta, pobre e periférica” na Cidade de São Paulo.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://www.oasisbr.ibict.br/vufind/Record/BRCRIS_cdb48b547292f7745c3807d8deca9c2c