A realização de projetos de revitalização, em exemplares arquitetônicos preexistentes (patrimônio edificado), bem como de centros urbanos (centros históricos), representa uma melhoria na qualidade de vida da população. Além disso, a revitalização do patrimônio histórico construído contribui para a preservação ambiental e representa uma distinta atitude em relação ao ambiente construído. Até porque, a questão do patrimônio histórico cultural é, na verdade, um tema diretamente relacionado à cidade. A reestruturação funcional de um edifício preexistente constitui, em grande parte, a adaptação do edifício a um novo programa. É através deste novo programa adotado e das exigências do período em que é realizada a intervenção, que o edifício adquire contemporaneidade, a qual pode ser identificada através do processo de restauração e da adequação do edifício às novas necessidades da época, caracterizando assim, um novo projeto, porém, partindo de uma preexistência, seja essa de valor histórico ou não. O objetivo deste novo projeto é estabelecer uma relação de equilíbrio entre o edifício a ser preservado e o novo programa, ou seja, incorporar os novos elementos necessários ao projeto sem interferir nas características originais do edifício, respeitando assim, os aspectos de preservação e a qualidade arquitetônica da intervenção. Na verdade, são dois projetos que se somam. O uso dado, ou mantido, ao edifício preexistente, é fundamental para o processo de reabilitação, uma vez que, um edifício que não tem função capaz de mantê-lo em atividade, rapidamente se deteriora. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo apresentar uma análise, através de dois estudos de caso -- o edifício do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (MARGS) e a Pinacoteca de São Paulo --, que exemplificam as principais características deste processo de revitalização, a fim de identificar as diferentes etapas e escalas de intervenção em edifícios preexistentes e seu entorno. Para tanto, foi realizada uma investigação do histórico dos edifícios escolhidos, com a intenção de avaliar a relação existente entre o projeto original e o projeto de revitalização, bem como o programa definido para os mesmos e um breve histórico dos arquitetos envolvidos em ambos os projetos (original e de revitalização). Também foram abordadas questões teóricas, como a definição de conceitos relacionados à prática projetual, aos novos critérios de museologia, a origem dos museus e suas característica principais, além da definição dos estilos empregados nas construções originais.