Anhangabaú - história e urbanismo
Aborda as transformações nos espaços centrais da cidade de São Paulo, com enfoque na região do Anhangabaú e nos planos de melhoramentos realizados para o local no início do século. A pesquisa faz uma retrospectiva procurando identificar o porque do Anhangabaú ter sido objeto dessas intervenções públicas naquele preciso momento histórico. Aponta como causa principal, o fenômeno de mudança na polarização dos espaços da colina central. O Anhangabaú, até fins do século XIX era considerado os fundos da área central, uma vez que os espaços mais tradicionais e valorizados encontravam-se próximos à vertente oposta, voltada para o Rio Tamanduateí -, fato esse advindo dos tempos da fundação da cidade. Em fins do século XIX, por influência das estações ferroviárias e de empreendimentos imobiliários de alto padrão realizados no setor oeste da cidade, passa a haver na área central um processo de valorização dos espaços voltados para esse lado oeste a região do vale do Anhangabaú. As propostas de melhoramentos surgem nesse contexto, merecendo destaque aquela apresentada por Victor Freire, que nesse momento elabora o primeiro plano urbanístico da cidade de São Paulo, que cria o Parque do Anhangabaú, e que viria a se tornar o local mais emblemático da cidade, invertendo polaridades originais da colina central e criando as condições para a futura expansão do centro rumo a oeste, em direção ao centro novo.