Infraestrutura urbana, serviços urbanos e equipamentos coletivos

A construção social do Meia Sola: trabalho, pobreza e o Programa Bolsa Família na Zona da Mata Canavieira de Alagoas

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Santos, Charles dos
Sexo
Homem
Orientador
Scopinho, Rosemeire Aparecida
Ano de Publicação
2017
Programa
Sociologia
Instituição
UFSCAR
Idioma
Português
Palavras chave
Meia sola
Trabalhadores Canavieiros
Precariedade
Direitos sociais
Programa Bolsa Família
Resumo

A pesquisa em questão foi desenvolvida na Zona da Mata Canavieira do Estado de Alagoas, uma região que é caracterizada pela marcante presença do agronegócio canavieiro e ainda pela pobreza, manifesta em recorrentes índices críticos de desenvolvimento humano e social. A obra consiste na análise das condições de vida de trabalhadores agrícolas do setor canavieiro em duas cidades situadas nesse território – branquinha e união dos palmares –, bem como dos meios acessados por esses sujeitos e seus parentes para garantir a sobrevivência familiar. O estudo, de caráter eminentemente qualitativo, foi feito com base na pesquisa em fontes bibliográficas e na realização de entrevistas abertas e semiestruturadas com homens e mulheres das cidades acima referidas que se encontravam na intersecção da experiência com o trabalho no setor canavieiro e a experiência como beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF). A abordagem teórica que orientou a pesquisa é aquela que trata do precariado, essa fração de classe que segundo o sociólogo brasileiro Ruy Braga vive espremida entre a ameaça da exclusão socioeconômica e a incrementação da exploração de sua força de trabalho por setores econômicos, e que, na concepção do economista britânico Guy Standing, é o segmento social que mais sofre com a insegurança frente aos direitos. O estudo mostrou que os trabalhadores canavieiros dos municípios de branquinha e união dos palmares oscilavam entre o trabalho formal e o trabalho informal, porém, ambos realizados em condições precárias. O primeiro está relacionado àquelas atividades que, apesar de “fichar a carteira”, são extremamente penosas e nocivas à saúde física e mental do trabalhador. Alguns exemplos são o corte de cana, a aplicação de herbicida nos canaviais e o embolamento de cana em encostas. Já o segundo referese às atividades feitas sem nenhuma proteção social e que são igualmente pesadas e estropiantes. A retirada de areia em rios e o trabalho em pedreiras são alguns casos. Foi visto também que mesmo as trabalhadoras e os trabalhadores beneficiários de um programa de transferência monetária como o PBF seguiam realizando trabalhos precários e sendo remunerados bem abaixo das suas necessidades básicas de consumo. Isso leva a crer que o programa afasta os sujeitos dos riscos da completa exclusão socioeconômica, mas não lhes dá condições de se livrarem da necessidade de realizar trabalhos sujos, pesados, sazonais e que pagam mal, como aqueles do canavial. O meia sola do título, portanto, refere-se a esses sujeitos, já que na região onde foi realizada a imersão empírica a expressão tem a ver com precariedade, indefinição e incompletude. O meia sola é o trabalhador precário do espaço sociogeográfico conhecido como a Zona da Mata Canavieira de Alagoas.

Referência Espacial
Região
Zona da Mata Canavieira de Alagoas
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
UF
Alagoas
Referência Temporal
2003-2016
Localização Eletrônica
HTTPS://SUCUPIRA.CAPES.GOV.BR/SUCUPIRA/PUBLIC/CONSULTAS/COLETA/TRABALHOCONCLUSAO/VIEWTRABALHOCONCLUSAO.JSF?POPUP=TRUE&ID_TRABALHO=5006437

“Shopping trem”: uma análise das atividades de trabalho informal no interior das composições da linha 8 (diamante) da CPTM

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Capelli, Rodrigo Dionisi
Sexo
Homem
Orientador
Lazzareschi, Noemia
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Ciências Sociais
Instituição
PUC/SP
Idioma
Português
Palavras chave
Vendedores Ambulantes
Setor informal (Economia)
Mercado de Trabalho
Linha 8 - diamante
CPTM
Resumo

Esta presente dissertação tem como intenção primordial, a análise da situação que se encontra o comércio no interior dos vagões das composições que cruzam parte da porção oeste da Região Metropolitana de São Paulo através da linha 8 (diamante) que faz parte da estrutura da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Para tanto, trabalhei a contextualização histórica do surgimento do fenômeno (trabalho informal) no qual meu objeto está inserido. A análise de obras que já conceituaram o fenômeno em conjunto com vários dias de observação do comércio no interior das composições, são o fundamento desse estudo que, espero, tenha conseguido descrever com fidedignidade o trabalho ali realizado que, apesar de ilegal, garante a subsistência daqueles que a praticam. Temos aqui, uma visão de como essas atividades ilegais se relacionam com a sociedade mais ampla. Através das observações de um trabalho de campo e de uma entrevista aplicada a um grupo desses trabalhadores, esta dissertação intentou em descrever e analisar o conjunto dessas relações

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Século XXI
Localização Eletrônica
HTTPS://SUCUPIRA.CAPES.GOV.BR/SUCUPIRA/PUBLIC/CONSULTAS/COLETA/TRABALHOCONCLUSAO/VIEWTRABALHOCONCLUSAO.JSF?POPUP=TRUE&ID_TRABALHO=5569590

O turismo num mundo de mobilidades

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Freire-Medeiros, Bianca
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Pinho, Patricia de Santana
Sexo:
Mulher
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2016.125107
Título do periódico
Plural
Volume
23
Ano de Publicação
2016
Idioma
Português
Resumo

Das aventuras dos turistas sexuais, culturais e “de massa” às desventuras dos refugiados e trabalhadores migrantes, nosso planeta é palco de um número crescente de deslocamentos humanos. Motivadas por guerras e conflitos, mais de 60 milhões de pessoas cruzaram largas distâncias em 2015, o que representa um aumento de quase 10% em relação a 2014. Paralelamente, as mobilidades turísticas alcançam um crescimento inédito e configuram em média 12,5% do PIB das nações, variando de 2,2% para Angola a 61,1% para as Maldivas. Se os números não qualificam a experiência dos deslocamentos, eles nos ajudam a pensar quão globalizados são os seus impactos e no quanto essas formas avessas de mobilidades de corpos produzem consequências umas para as outras, bem como para as mobilidades de mercadorias, imagens, objetos, conceitos e discursos.

Disciplina
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
(N/I)
Localização Eletrônica
https://www.revistas.usp.br/plural/article/view/125107

Teleféricos na paisagem da “favela” latino-americana: mobilidades e colonialidades

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Freire-Medeiros, Bianca
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Name, Leo
Sexo:
Homem
Código de Publicação (DOI)
http://dx.doi.org/10.17127/got/2017.11.012
Título do periódico
Revista de Geografia e ordenamento do território
Volume
11
Ano de Publicação
2017
Idioma
Português
Palavras chave
teleféricos
paisagem
imagem
favela
América Latina
Resumo

Com base em um diálogo entre as reflexões produzidas no Paradigma das Novas Mobilidades e nos Estudos Decoloniais, examinamos os teleféricos que, na última década, passaram a compor a paisagem de áreas pobres e segregadas da América Latina. Partimos da premissa de que, no contexto do planejamento urbano estratégico, esse novo dispositivo de mobilidade é uma intervenção expressiva que gera competitividade devido aos novos marcos visuais que insere na paisagem e às novas imagens da pobreza que instituem. Muito mais que opções técnicas neutras para o transporte urbano, os teleféricos inauguram um regime visual que projeta uma ideia de modernidade e promete a mudança social, mas que na verdade convertem a pobreza, como diferença colonial, em valor estético e simbólico.

Disciplina
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
(N/I)
Localização Eletrônica
https://cegot.org/ojs/index.php/GOT/article/view/2017.11.012

Does the future of the favela fit in an aerial cable car? Examining tourism mobilities and urban inequalities through a decolonial lens

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Freire-Medeiros, Bianca
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Name, Leo
Sexo:
Homem
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.1080/08263663.2017.1281944
Título do periódico
Canadian Journal of Latin American and Caribbean Studies
Volume
42
Ano de Publicação
2017
Idioma
Português
Palavras chave
Urban poverty
tourism
landscape
aerial cable car
Rio de Janeiro
Resumo

Prometendo a integração social, econômica e espacial, bem como oportunidades de turismo, os sistemas de teleféricos em áreas urbanas segregadas têm atraído atenção generalizada. Nas favelas do Rio de Janeiro, o sistema de cabines aéreas por cabos tem sido um componente importante das estratégias de marketing urbano com vistas aos megaeventos globais. Analisados sob uma ótica decolonial e a inspiração do Paradigma das Novas Mobilidades, a idealização, os usos e as disputas em torno deste dispositivo de transporte celebrado como capaz de agregar valor turístico a paisagens pauperizadas permitem uma compreensão mais abrangente de grandes conflitos que relacionam os padrões de mobilidade e as favelas, que são destinos turísticos contemporâneos mas também espacializações de desigualdades há muito presentes no Brasil. A conclusão destaca a necessidade de inferir sobre o futuro das megacidades, nas quais os fluxos turísticos estão cada vez mais legitimando propostas de infraestrutura de alto custo que negligenciam processos de consulta pública genuinamente participativos e inclusivos.

Disciplina
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
(N/I)
Localização Eletrônica
https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/08263663.2017.1281944

Por uma teoria social on the move

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Freire-Medeiros, Bianca
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Telles, Vera da Silva
Allis, Thiago
Sexo:
Mulher
Sexo:
Homem
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2018.142654
Título do periódico
Tempo Social
Volume
30
Ano de Publicação
2018
Idioma
Português
Palavras chave
Giro móvel
Mobilidade
Paradigma das mobilidades
Resumo

Parece haver consenso em torno da ideia de que os tempos atuais são caracterizados tan-to pela intensificação dos deslocamentos humanos, quanto pela aceleração dos fluxos digitais. Os contínuos investimentos em tecnologias de comunicação e de transporte que precipitam as distâncias trazem, como efeito colateral e tangível, os gigantescos congestionamentos nas rodovias, ferrovias e aeroportos das grandes cidades nos dois hemisférios. O aquecimento global e as mudanças climáticas constituem efeitos igual-mente perversos, porém menos evidentes para alguns, dessa que tem sido chamada de civilização do carbono. Enquanto as práticas de offshoring operam num mundo em que os grandes capitais e os poderosos se movimentam por rotas ocultas, sob os auspícios de sigilosas jurisdições, dispositivos cada vez mais intrusivos, arbitrários e letais controlam os fluxos de corpos ordinários, mensagens e coisas. É desse mundo de mobilidades e imobilidades, das condições de possibilidade de sua emergência, dos princípios normativos profundamente desiguais que o sustentam e dos deslocamentos epistêmicos por ele provocados, que tratam os artigos reunidos neste Dossiê. 

Disciplina
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
(N/I)
Localização Eletrônica
https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/142654

Urban Latin America: Images, Words, Flows and the Built Environment

Tipo de material
Livro
Autor Principal
Freire-Medeiros, Bianca
Sexo
Mulher
Autor Organizador
O’Donnell, Julia
Código de Publicação (ISBN)
9781138658202
Edição (nome da editora)
Routledge
Ano de Publicação
2018
Página Final
282
Idioma
Inglês
Resumo

Urban Latin America explores the relationship between images, words and the built environment using an engaging variety of methods and sources, with a timely emphasis on comparative studies. The book brings together scholars with various disciplinary backgrounds and theoretical affiliations who critically approach urban experiences through visual accounts, texts and architectural elements. The reader is introduced to major theories, secondary sources and empirical references that have not been written about in English. Film and photography, fictional and historical writings, particular buildings and landmarks – all inspire fascinating glimpses into different moments in the biography of cities in Argentina, Brazil, Chile, Colombia, Ecuador, Mexico, Uruguay and Venezuela.

Referência Espacial
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
Argentina
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
Chile
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
Colômbia
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
Equador
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
México
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
Uruguai
Brasil
Habilitado
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
Venezuela
Referência Temporal
(N/I)
Localização Eletrônica
https://www.routledge.com/Urban-Latin-America-Images-Words-Flows-and-the-Built-Environment/Freire-Medeiros-ODonnell/p/book/9781138658202

As novas tendências na teoria social contemporânea. Uma introdução

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Freire-Medeiros, Bianca
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Corrêa, Diogo Silva
Sexo:
Homem
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.4000/rccs.11056
Título do periódico
Revista Crítica de Ciências Sociais
Volume
123
Ano de Publicação
2020
Idioma
Português
Palavras chave
teoria social
epistemologia das ciências sociais
mudança epistémica
Resumo

Em que medida a teoria social contemporânea, ancorada no patrimônio intelectual que a sustenta, é capaz de reinventar tal legado, reformular referências e problematizar as questões do seu próprio tempo? Com essa indagação no horizonte, o presente dossiê reúne um conjunto de cinco artigos que se ocupam de mapear, em suas origens e impactos, algumas das novas tendências de um fenômeno de distinção próprio às ciências sociais e às humanidades da segunda metade do século XX e início do XXI: as viradas epistêmicas (ou turns, na designação anglo-saxônica).

Disciplina
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
(N/I)
Localização Eletrônica
https://journals.openedition.org/rccs/11056

Epistemologia da laje

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Freire-Medeiros, Bianca
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Name, Leo
Sexo:
Homem
Título do periódico
Tempo Social
Volume
31
Ano de Publicação
2019
Idioma
Português
Palavras chave
Favela
Urbanismo
Projeto arquitetônico
Teoria decolonial
Paradigma das mobilidades
Resumo

Inspirado pelos efeitos reflexivos que o armário produz em Epistemology of the closet, de Eve Sedgwick, e pelas críticas feitas por Ananya Roy às teorizações que se voltam ao deciframento das chamadas megacidades do Sul Global, este ensaio propõe uma epistemologia da laje. Com base no referente “favela carioca”, a hipótese sugerida é de que a laje, empírica e conceitualmente, permite deslocamentos epistêmicos que desestabilizam dualismos seculares: favela versus cidade formal, espaço privado versus espaço público, legal versus ilegal, universal versus vernacular.

Disciplina
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
(N/I)
Localização Eletrônica
https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/151262

A virada das mobilidades: fluxos, fixos e fricções

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Freire-Medeiros, Bianca
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Lages, Mauricio Piatti
Sexo:
Homem
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.4000/rccs.11193
Título do periódico
Revista Crítica de Ciências Sociais
Volume
123
Ano de Publicação
2020
Página Inicial
121
Página Final
142
Idioma
Português
Palavras chave
teoria social
epistemologia das ciências sociais
mudança epistémica
Resumo

Pelo menos desde os anos 2000, testemunhamos o esforço, em diferentes campos disciplinares e a partir de realidades empíricas diversas, para compreender a complexidade do movimento interdependente de pessoas e capitais, bens e imagens. Mas como evitar, na negação de categorias estáticas e metodologias sedentárias, a substituição do que é próprio do Estado-nação pela imprecisão conceitual dos “líquidos” ou pela romantização do nomadismo? Como incorporar, à discussão sobre a mobilidade, as práticas regulatórias e as desigualdades que a estruturam? Qual seria, em resumo, o estatuto teórico das mobilidades – e imobilidades – na teoria social? Este artigo descreve algumas das soluções analíticas propostas pela “virada das mobilidades”, tomando como fio condutor as contribuições daquele que é reconhecido como seu principal articulador, o sociólogo britânico John Urry.

Disciplina
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
1980-2020
Localização Eletrônica
https://journals.openedition.org/rccs/11193