Arte e estética

O japonês da gravata borboleta trajetória, arquivo e imagem: a experiência de pesquisa no e com o arquivo Miyasaka

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Bezzon, Rafael Franklin Almeida
Sexo
Homem
Orientador
Cunha, Edgar Teodoro da
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Araraquara
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNESP
Idioma
Português
Palavras chave
Arquivo
Antropologia Visual
Etnografia
Fotografia
Miyasaka
Resumo
A pesquisa se propõe a realizar uma etnografia no e com Arquivo Miyasaka, ou seja, em seu espaço e a lógica que o orienta e com as imagens e pessoas emaranhadas com o arquivo, entendido como um objeto cultural em si mesmo. O arquivo fotográfico, com aproximadamente 14 mil imagens, localizado na cidade de Ribeirão Preto no interior do estado de São Paulo, compreende a produção do fotógrafo Tony Miyasaka, e dessa prolífica produção somente o conjunto “Jovem Miyasaka”, produzido entre os anos de 1950 e 1960, é analisado ao longo a pesquisa. Partindo do encontro e do estabelecimento das relações com as(os) interlocutoras(es), as fotografias e o arquivo é que se constituiu o campo etnográfico. As fotografias, conforme a pesquisa se desenrolava, começaram a adquirir um papel importante agenciando o estabelecimento das relações entre o pesquisador, os interlocutores e as narrativas evocadas por eles que envolvem o arquivo, as fotografias e a trajetória do fotógrafo ribeirão-pretano. Dessa forma, as fotos se apresentaram como interlocutoras da pesquisa, são objetos-agentes, que estão emaranhados na vida social. Seguindo a linha teórica de autores que se filiam à chamada “virada fenomenológica” no estudo com fotografias, como Elizabeth Edwards, Susan Sontag e Roland Barthes, valorizando a experiência que envolvem as fotos ao invés de análises que refletem, apenas, seus conteúdos semióticos. Assim, as fotografias foram compreendidas a partir de sua significância na vida das pessoas e no atos de fazer da pesquisa através da experiência compartilhada entre pesquisador e interlocutores com as imagens - ver fotos em conjunto -, dessa forma elas foram analisadas e pensadas a partir de seus efeitos e afetos, nos observadores entre eles o pesquisador e na trajetória de pesquisa, que ajudaram a determinar os caminhos percorridos e as relações estabelecidas. Investigar o Arquivo Miyasaka, portanto, permite (re)conhecer a trajetória do fotógrafo e seu arquivo, e assim (re)encontrá-lo como um dos expoentes da produção de imagens, fotográficas e em movimento, da cidade de Ribeirão Preto durante a segunda metade do século XX.
Disciplina
Referência Espacial
Região
Região Metropolitana de Ribeirão Preto
Cidade/Município
Ribeirão Preto
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1950 e 1960
Localização Eletrônica
https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UNSP_eefdfeb5ac6745b889e0c59439432353

O Cosmopolitismo-Caipira de Cornélio Pires: Rebatidas de um intelectual genuinamente paulista

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Correa, Lays Matias Mazoti
Sexo
Mulher
Orientador
Teixeira, Paulo Eduardo
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Marília
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNESP
Idioma
Português
Palavras chave
Cornélio Pires
Indivíduo-Sociedade
Cultura Caipira
Cosmopolitismo
Processo Civilizador
Resumo

A presente pesquisa resulta-se da investigação estabelecida acerca da trajetória social de Cornélio Pires (1884-1958). Escritor, músico, conferencista, folclorista, diretor, poeta, jornalista, Cornélio Pires foi um artista múltiplo e buscou tratar a cultura caipira em sua diversidade. Suas principais obras nos mais diferentes suportes em que atuou trabalharam sob a ótica de uma regionalidade-nacional militante acerca do rural e das comunidades caipiras. A partir da análise da imaginação criativa do indivíduo na constituição de suas estratégias de subjetivação, isto é, dos elementos que compuseram seu processo de individuação e socialização, objetiva-se compreender as ligações indissolúveis entre indivíduo e sociedade. Ao empregar a perspectiva biográfica articulada ao procedimento etnográfico, mais do que conhecer a vida de Cornélio Pires, este estudo busca desvelar as tramas, os enredos, as interações com pessoas, políticas, culturas, instituições expressas em sua trajetória social, compreendendo, assim, suas aspirações, comportamentos e atitudes no processo civilizador da modernidade paulista. A cronologia é uma aliada, mas não o fim último da pesquisa, já que a atenção se centra na compreensão do processo, os sentidos e significados apreendidos durante a experiência de uma pesquisa científica sobre um indivíduo ordinário. Grande parte da vida de Cornélio Pires se deu numa temporalidade engendrada a partir de antinomias como campo e cidade, atrasado e moderno, rural e urbano, primitivo e civilizado, caipira e cosmopolita. Seu posicionamento diante dessa realidade em convulsão apresentou-se, justamente, no entre-lugar da modernidade, isto é, o lugar social ocupado por Cornélio Pires foi, justamente, os interstícios do processo civilizacional, no qual articulou a transposição de diferentes temporalidades, realidades e identidades que, mesmo contrapostas nos discursos dominantes, se faziam imbricadas e visíveis no meio social. A partir desse estudo, será possível perceber que nem indivíduo, tampouco sociedade apresentam-se enquanto totalidades coerentes e organizadas, pelo contrário, expressam-se em constante configuração, experiências intercambiáveis, elementos processuais entre o vivido e o pensado (ou imaginado).

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1884-1958
Localização Eletrônica
https://repositorio.unesp.br/items/575a1112-7015-47bd-b7d9-a6439bc2ec6f

O cinema na cidade: o pioneirismo no Interior Paulista, Marília-SP (1927 – 2000)

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Bispo, Thiago Henrique De Almeida
Sexo
Homem
Orientador
Teixeira, Paulo Eduardo
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Marília
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNESP
Idioma
Português
Palavras chave
Sociologia Das Ausências
Cinemas De Rua
Pioneirismo
Marília
Resumo

A pesquisa tem como objetivo compreender o processo histórico dos cinemas de rua na cidade de Marília, bem como sua formação, em âmbito municipal, entre os anos de 1927, quando surge o primeiro cinema, a 2000, com o fechamento definitivo do último cinema de rua, priorizando relatos orais de pessoas que estiveram envolvidas com esse processo, documentos oficiais de uma historiografia presente nos registros históricos, e jornais na cidade de Marília. o acesso e o trabalho entre relatos orais e historiografia dos vencedores possibilitaram compreender como o processo de desenvolvimento cultural ligado aos cinemas de rua alavancou a cidade de maneira pioneira com os festivais de cinema, a criação do prêmio curumim e funcionamento do cine clube, ativo desde 1952 e, ao mesmo tempo, deixou de ser valorizado, mergulhando em esquecimento. o estudo visou evidenciar a possibilidade de uma “sociologia das ausências” ao assumir a voz de acontecimentos não explorados e “feitos esquecidos” na conjuntura social da cidade de Marília por meio da memória. Diante desse cenário, pudemos problematizar a historiografia dada como oficial, o processo de fundação da cidade em conjunto com o cultivo do café, o poder e a história a partir dos olhos dos vencedores que ainda se faz presente em uma política elitista e patriarcal, tal como nos anos de sua fundação em 1930.

Disciplina
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
1927 – 2000
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoconclusao/viewtrabalhoconclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5050870

O candomblé de Angola em São Paulo.: simbologia dos Instrumentos Rituais Sagrados e as musicalidades de matriz Bantu na Metrópole

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Berruezo, Luna Borges
Sexo
Mulher
Orientador
Silva, Jose Carlos Gomes da
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNIFESP
Idioma
Português
Palavras chave
Candomblé
Angola
Musicalidade
Bantu
Organologia Do Atabaque
Resumo

Este trabalho tem como objetivo desenvolver pesquisa etnográfica sobre a musicalidade no Candomblé de Nação Angola, com foco no estudo do universo ritual e a cosmologia de matriz bantu. Esta pesquisa tratará do estudo aprofundado de referências bibliográficas sobre os instrumentos ritualizados e a musicalidade no candomblé, tendo como referência também dados colhidos nas pesquisas de campo nos territórios paulistas. Com base nos seguintes eixos: transmissão oral dos saberes sagrados, confecção e preparação dos instrumentos musicais rituais (organologia dos atabaques) e os padrões rítmicos da musicalidade sagrada bantu. A pesquisa etnográfica de construção de um atabaque e sua comercialização contribuirá com elementos significativos para a compreensão das presenças e referências da musicalidade religiosa brasileira de um modo geral, assim como nos dados sobre sua territorialização do candomblé Angola no Sudeste.

Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
Angola
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://www.oasisbr.ibict.br/vufind/Record/BRCRIS_2230154fad7806be02d6e76323a150a3

Uma Cinecidade Latino-Americana: Um Olhar Distópico Sobre o Espaço Urbano

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Souza, Alisson Gutenberg da Silva
Sexo
Mulher
Orientador
Silva, Josimey Costa
Ano de Publicação
2020
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UFRN
Idioma
Português
Palavras chave
Cinecidade
Cinema latino-americano
América Latina
Imaginário latino-americano
Resumo

Este estudo busca elucidar como representações de metrópoles latino-americanas chegam a formar uma paisagem simbólica contínua e um único ambiente imaginário, que se refere à significação resultante da produção de um sentido cultural próprio e comum para as cidades tematizadas cinematograficamente. Denomino esse equivalente cinematográfico do espaço urbano como cinecidade. No caso latino-americano, em específico, trata-se de uma abordagem em que as representações urbanas são predominantemente distópicas e marcadas por problemas sociais como desemprego, desigualdade estrutural e violência urbana, compondo assim uma cidade simbólica comum em crise.

O estudo resulta da articulação de alguns pressupostos teóricos construídos para se pensar a relação entre a metrópole e o cinema (Costa, 2002, 2005, 2008; Prysthon, 2006; Kracauer, 1960; Morin, 2005), em conjunto com a ideia de cidades contínuas desenvolvida por Ítalo Calvino (1990). Esta articulação é aplicada aqui à reflexão sobre a imagem de seis metrópoles: São Paulo, Buenos Aires, Caracas, Bogotá, Cidade do México e Manágua. Para tal, são analisados os filmes Linha de Passe (Walter Salles e Daniela Thomas, 2008), Hermano: Uma Fábula Sobre o Futebol (Marcel Rasquin, 2010), Las Tetas de Mi Madre (Carlos Zapata, 2015), Elefante Branco (Pablo Trapero, 2009), La Yuma (Florence Jaugey, 2009) e Dias de Graça (Everardo Valerio Gout, 2011), onde cada um representa uma das cidades tematizadas.

A análise dessas representações urbanas evidenciou que, no contexto contemporâneo, há uma parcela significativa de produções cinematográficas, no âmbito da América Latina, que olha para a cidade sob um mesmo viés: a metrópole como o espaço da degradação social marcado por problemas estruturais. A origem desse universo comum, segundo minha pesquisa, se encontra no subdesenvolvimento e na dependência da América Latina. Herança, nesse caso, de um passado colonial, de uma modernidade periférica (Souza, 2009) e do aprofundamento de uma agenda neoliberal.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
País estrangeiro
Argentina
Especificação da Referência Espacial
Buenos Aires
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
Venezuela
Especificação da Referência Espacial
Caracas
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
Colômbia
Especificação da Referência Espacial
Bogotá
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
México
Especificação da Referência Espacial
Cidade do México
Brasil
Habilitado
País estrangeiro
Nicarágua
Especificação da Referência Espacial
Manágua
Referência Temporal
2008-2015
Localização Eletrônica
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/29662

Corpo, transnacionalismo negro e as políticas de patrimonialização: as práticas expressivas culturais negras e o circuito afro-diaspórico

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Sousa, Karina Almeida de
Sexo
Mulher
Orientador
Silvério, Valter Roberto
Ano de Publicação
2020
Local da Publicação
São Carlos
Programa
Sociologia
Instituição
UFSCAR
Idioma
Português
Palavras chave
Diáspora Africana
Corpo
Práticas Expressivas Culturais Negras
Patrimônio Material e Imaterial
Resumo

O samba-rock foi reconhecido como patrimônio imaterial da cidade de São Paulo no ano de 2011, esse reconhecimento dialoga com um amplo movimento de patrimonialização das redes dos clubes sociais negros nas regiões Sul e Sudeste do país, como ocorreu com o Grêmio Recreativo e Familiar Flor de Maio que teve sua sede reconhecida enquanto patrimônio material da cidade de São Carlos no mesmo ano. A pesquisa propôs, partindo da leitura de que os espaços e práticas foram atrelados a dinâmica do Estado Nacional, investigar quais os processos e circuitos que compõe tais práticas e suas relações espaciais a partir de conceitos como zona de contato, Estado nação, modernidade, transnacionalismo negro, circuito afro-diaspórico vernacular e cultura negra diaspórica. Para tanto utilizei das técnicas da observação participante, de pesquisa bibliográfica em materiais acadêmicos, filmes, músicas e registros fotográficos, somados a entrevistas abertas e coletas de dados realizadas no estado de São Paulo/BR e no estado da Georgia/EUA. Conclui-se que para uma compreensão dos trânsitos e dos sujeitos que (re)criam as práticas expressivas culturais negras tornou-se necessário acionar um outro elemento de análise, para além da música e da dança como indissociáveis nas produções do atlântico negro, nesse panorama a pesquisa se apoia na visão de que as culturas negras diaspóricas dialogam com o deslocamento, a criatividade, o improviso de modo a produzir perspectivas que nos permitiram analisar um outro projeto de modernidade em que a divisão eurocêntrica entre corpo e mente é questionada ganhando lugar o espaço de debate sobre essas práticas e seus espaços como constituinte de uma comunidade de memória que por sua vez tem tensionado as noções clássicas do Estado nação, da modernidade e das políticas de reconhecimento (material e imaterial) como estratégias contemporâneas de (re)inscrição das práticas no debate moderno. Além disso, defendo que emerge deste quadro uma economia política da cultura negra que atua na regulação das produções de um circuito afro-diaspórico vernacular responsável pela produção e consumo das práticas.

Disciplina
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
País estrangeiro
Estados Unidos
Especificação da Referência Espacial
Georgia
Referência Temporal
2016-2020
Localização Eletrônica
https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/14699

Corpo de Lata - Parede de Vidro: Alteridade, Cena e Cidade

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Mendoza, Ana Elisa Menten
Sexo
Mulher
Orientador
Rizek, Cibele Saliba
Ano de Publicação
2020
Local da Publicação
São Carlos
Programa
Sociologia
Instituição
UFSCAR
Idioma
Português
Palavras chave
Teatro
Cidade
Cracolândia
Corpos
Alteridade
Resumo

O interesse inicial da pesquisa esteve em compreender como se dão as relações entre produção cultural independente e território urbano da Luz - centro de São Paulo. O campo etnográfico foi realizado no Teatro de Contêiner, um espaço cultural instalado em um terreno público sob a forma de ocupação. Acompanhando a Cia. Mungunzá, gestora do Teatro, os atravessamentos entre teatro e cidade foram percebidos também no modo de fazer artístico dialogado com a perspectiva etnográfica. Conduzida pela peça teatral Epidemia Prata, a pesquisa analisa o diálogo entre metodologia etnográfica e artística para elaborar uma reflexão sensível sobre corpos e a cidade.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Zona
Central
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Luz
Localidade
Teatro de Contêiner
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2018-2020
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10226548

O palco das elites: o “movimento de renovação teatral” na cidade de São Paulo (1939-1949)

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Santos, William Santana
Sexo
Homem
Orientador
Pinheiro Filho, Fernando Antonio
Ano de Publicação
2020
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Sociologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Sociologia da cultura
Teatro brasileiro
Elites
Cacilda Becker
Resumo

Este estudo examina a atividade teatral na cidade de São Paulo na década de 1940. Nesta década, um grupo da elite ilustrada paulistana, insatisfeita com o teatro vigente na cidade, lançou um “movimento de renovação teatral”, que era composto por grupos de teatro amador (o Grupo de Teatro Experimental liderado por Alfredo Mesquita, o Grupo Universitário de Teatro liderado por Décio de Almeida Prado e os Artistas Amadores liderados por Madalena Nicol e Paulo Autran) com o objetivo de “modernizar” a cena teatral, dominada pelas companhias de comédia profissionais consideradas antiquadas. Criaram, para isso, uma nova posição no campo teatral – um “polo amador-moderno-erudito” em oposição ao predominante “polo profissional-popular-comercial”. A historiografia teatral clássica trata esse período como de “modernização” e “surgimento do verdadeiro teatro” em São Paulo, no entanto, o que houve foi uma “elitização” da atividade teatral na cidade. Os primeiros frutos sólidos desse “movimento de renovação” foram duas instituições criadas em 1948 – consideradas marcos do “teatro brasileiro moderno” – o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e a Escola de Arte Dramática (EAD). Além disso, foi analisado de que forma cada um desses polos - microcosmos, microssociedades, epicentros - reagiu materialmente e simbolicamente às transformações socioeconômicas da cidade em curso no plano do real e nas sociedades imaginadas nos palcos e quais foram as estratégias materiais e simbólicas dos agentes envolvidos na atividade teatral. A trajetória de Cacilda Becker será tratada num capítulo à parte: uma trânsfuga de classe na gênese do “teatro de elite” na cidade de São Paulo.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1939-1949
Localização Eletrônica
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-03062021-201956/pt-br.php

Cultura e política no Hip Hop na cidade de São Paulo: redes, sociabilidades e territórios

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Queiroz, André Sanchez
Sexo
Homem
Orientador
Borelli, Silvia Helena Simões
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Ciências Sociais
Instituição
PUC/SP
Idioma
Português
Palavras chave
Fórum Hip Hop MSP
Cultura
Política
Hip-Hop (cultura popular) - São Paulo (cidade)
Resumo

O Hip Hop – uma forma cultural urbana, negra e periférica, consolidada nas periferias das grandes cidades brasileiras e organizada em coletivos, redes, “posses”, grupos de rap, movimentos sociais e demais organizações da sociedade civil – atua por meio de práticas de resistência e, ao mesmo tempo, de negociação nas diferentes formas que seus sujeitos usam os territórios urbanos. Esta pesquisa investigou a rede de produção cultural Fórum Hip Hop MSP (Município de São Paulo), que se formou por uma dinâmica de relações com outros coletivos nas diferentes regiões da cidade de São Paulo. Esse percurso sustentou-se nas seguintes perguntas: quem são os sujeitos que atuam nessa rede? Onde se situam suas práticas e ações político-culturais nas fronteiras entre institucionalidade e autonomia? Em que situações e de que forma os sujeitos resistem e negociam com o Estado e com outras organizações? Como o Fórum se relaciona com as formas culturais residuais, dominantes e emergentes de culturas negras e periféricas? Como incorporam, ao cotidiano, os significados e valores do Hip Hop e as heranças dos movimentos sociais? Quais são as contradições nas apropriações e nos usos do território? Como resistem ao racismo e ao genocídio da juventude negra, pobre e periférica? A metodologia privilegiou técnicas de pesquisa qualitativa, como observação etnográfica, entrevista em profundidade e acompanhamento de redes sociais, e priorizou as narrativas dos sujeitos para compreender as práticas do Fórum Hip Hop que articulam cultura e política. Esta pesquisa baseou-se nos estudos culturais britânicos, em autores como Raymond Williams e Stuart Hall, e suas ressonâncias latino-americanas, em autores como Jesús Martín-Barbero. A hegemonia do Hip Hop paulistano nas políticas públicas é representada, entre outros coletivos/ redes/ grupos, pelo Fórum. Mas a rede procura produzir suas ações político-culturais nas fronteiras entre a institucionalização e as buscas por autonomia. Por meio de suas ações, negocia com os territórios institucionalizados para resistir ao racismo e ao genocídio.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2017-2019
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8021243

Quando a rua vira point: práticas juvenis e pixadores no centro de São Paulo (2017-2019)

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Piaia, Danilo Mendes
Sexo
Homem
Orientador
Frehse, Fraya
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Sociologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Práticas juvenis
Usos da rua
Centro
São Paulo
Pixação
Resumo

A pesquisa que deu origem a esta dissertação se insere no campo dos estudos sobre juventude e cidade, ao tematizar as práticas juvenis nos lugares públicos do centro da cidade de São Paulo em anos recentes (2017-2019). Guiada pela indagação sobre quais são os usos que os protagonistas de práticas ditas juvenis fazem da rua do centro paulistano nos dias de hoje, a investigação teve como foco os usos que os adeptos da prática da pixação – uma forma peculiar de comunicação gráfica no âmbito do grafite de rua – fazem de seu principal ponto de encontro semanal para interação social pública: um trecho específico, o chamado point, da rua Dom José de Barros, no bairro República.

Com base no método etnográfico, que implicou o uso das técnicas de observação participante nos encontros com os pixadores no point, e de entrevistas semiestruturadas com cinco de seus frequentadores, a pesquisa teve como objetivo, de um lado, analisar os padrões de interação verbal e não verbal vigentes no ponto de encontro de pixadores; de outro lado, descobrir traços do perfil social desses frequentadores e as representações que compartilham sobre o lugar onde se dão seus encontros.

Para aquilatar a dimensão social desses dados etnográficos, na segunda parte da dissertação, identifico, na primeira, representações produzidas em outros dois lugares sociais acerca das práticas juvenis na rua do centro paulistano nas últimas quatro décadas: as ciências sociais e a imprensa escrita. Assim, foi possível conhecer sociologicamente as regras de comportamento corporal e de interação social no referido point dos pixadores, além das representações compartilhadas por frequentadores já adultos sobre tal local, a rua, o centro e o espaço público.

As regras de conduta vigentes nas interações sociais ali promovem a acessibilidade de terceiros para fins de sociabilidade entre pares pixadores. Já as representações reveladas a respeito do ponto de encontro o apontam simultaneamente como "lugar" e "momento" de reunião pública dos pixadores, frequentado há anos por esses protagonistas, da adolescência até a fase adulta.

Disciplina
Referência Espacial
Zona
Centro
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2017-2019
Localização Eletrônica
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-03032020-175035/publico/2019_DaniloMendesPiaia_VCorr.pdf