Moralidade Popular e Assistência às Famílias Pobres
Pretende discutir as implicações do fato das políticas públicas sociais no Brasil implantarem-se através de serviços públicos conveniados com entidades filantrópicas, salientando a concepção do que é a população a que se dirige esses programas, pressuposta nesta parceria. Como o outro lado da moeda, será discutida a expectativa que têm os pobres, a partir de seus valores morais, da assistência que lhes é prestada. Essa relação, ao mesmo tempo que se realimenta reciprocamente, apresenta-se como um campo permanente de tensões pela reiteração da desigualdade social e da marca do pobre nela implícita. Prevalece uma concepção de dar, por parte dos serviços de assistência, que pressupõe que o outro, o pobre, nada tem, fazendo tábula rasa de sua experiência cultural.