Estrutura econômica e mercado de trabalho

O artigo enfoca o caso de imigrantes africanos que são solicitantes de refúgio e trabalham como sangradores de frangos em uma rede de frigoríficos no Brasil. Suas trajetórias apresentam graves violações de direitos, com envolvimento em relações de trabalho degradantes, ligadas a uma condição jurídica que os mantém presos a uma situação de provisoriedade permanente, como eternos solicitantes de refúgio.

A dinâmica comercial de Ciudad del Este é base para muitas representações sobre o Paraguai no Brasil. São imagens pejorativas que associam “do Paraguai” e “paraguaio” a “contrabando” e “falsificação” e pouco informam sobre o próprio desenvolvimento do comércio fronteiriço. Neste artigo, buscamos problematizar estas representações analisando como se deu a formação da dinâmica comercial a partir da reaproximação diplomática entre os dois países, do turismo de sacoleiros e dos fluxos migratórios que ligam Ciudad del Este e São Paulo.

Este artigo parte da constatação de que muitos dos migrantes paraguaios que se inseriram em São Paulo a partir da década de 2000 são de Caaguazú, uma região em que a economia é predominantemente rural. Desse modo, busca-se, a partir da trajetória de um jovem migrante, compreender as razões que têm levado muitas pessoas desta região a migrarem para São Paulo em busca de novas oportunidades. Serão abordadas questões relativas ao monocultivo da soja, à concentração de terras e ao êxodo rural. Além disso, trataremos dos impactos da migração na economia local de Caaguazú. O trabalho de campo foi realizado em São Paulo, onde se deu o primeiro contato com o migrante em uma oficina de costura, e em Repatriación, sua cidade natal, para a qual ele retornou para lavrar a terra após o trabalho com a costura.  

O objetivo deste texto é discutir a inserção de migrantes transnacionais na costura. Defende-se que os problemas relacionados às condições de trabalho, às violações e situações a que são submetidos os trabalhadores não decorrem da origem nacional dos migrantes, mas sim do modo como se associa a migração à organização do trabalho nessa indústria reestruturada. A primeira parte do texto aborda a afinidade existente entre os modos como se estruturam a produção pulverizada de vestimentas em oficinas de costura e os atuais fluxos migratórios transnacionais. Num segundo momento são traçadas algumas comparações entre a organização de oficinas de costura de bolivianos, paraguaios e brasileiros e o perfil de seus trabalhadores, sendo que o grande diferencial das oficinas de migrantes se deve ao modo pelo qual se articulam as condições de trabalho, a moradia e a intermediação migratória. Ao considerar a presença de paraguaios no setor, busca-se deslocar a problematização étnica ou da origem nacional desses trabalhadores e evidenciar o funcionamento desse mecanismo de exploração de trabalho que, ao mesmo tempo, permite a inserção de migrantes transnacionais na vida urbana de São Paulo.

A Espanha sempre foi um país de emigração em toda a sua história. Esta tendência se inverteu a partir da década de 1990, quando o país passa a receber imigrantes em decorrência do seu desenvolvimento econômico, e continua até o início da crise econômica em 2009. É a partir de então que se verifica um aumento do fluxo de emigrantes rumo aos países europeus menos afetados pela crise e também para o Brasil. O presente trabalho está focado na emigração espanhola para dois países europeus: Alemanha e Suíça, além do Brasil abordando as diferenças no movimento migratório entre a Espanha e ambas as regiões, assim como no fenômeno da remessa de divisas desde o exterior para a Espanha, que cresce na mesma proporção que a emigração.

Este estudo tem por objetivo buscar o contexto histórico que determinou a vinda de armênios para o Brasil, sobretudo para o estado de São Paulo, bem como apresentar a história dessa imigração e a conseqüente constituição deste grupo étnico, tendo como base as narrativas e relatos dos próprios imigrantes e descendentes. Partindo do registro de suas memórias, na perspectiva de reconstruir parte da história social do processo imigratório para São Paulo, este artigo procura evidenciar a história dos armênios, particularmente os traços culturais e de que maneira este grupo étnico (re) construiu e vivenciou a sua identidade no país adotivo.

Neste trabalho será apresentada uma analise matricial da mobilidade ocupacional dos imigrantes chilenos no estado do Paraná, Brasil, no período 1980 ate 2011. Foi considerado como processo de mobilidade a posição profissional que tinham no país de origem e a posição obtida no Brasil. A metodologia utilizada foi a de Matrizes de Mobilidade, quantificando a mobilidade ascendente, descendente, imobilidade e condições de êxito e não-êxito. O trabalho conclui que o fato de imigrar para o Brasil permitiu que os imigrantes chilenos obtivessem condições de crescer profissionalmente, já que se movimentaram para categorias iguais e superiores com relação à que ocupavam no Chile, o qual foi resultante da abertura mostrada pelo mercado de trabalho brasileiro para a maioria dos imigrantes, assim como do bom nível profissional disponível