Fluxos populacionais e migrações

Gênero, Meio Ambiente e Sustentabilidade: mulheres migrantes em Maresias

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Tavares, Dinalva Menezes Castro
Sexo
Mulher
Orientador
Pelicioni, Maria Cecília Focesi
Ano de Publicação
2004
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Saúde Pública
Instituição
USP
Página Inicial
1
Página Final
140
Idioma
Português
Palavras chave
crescimento populacional
vulnerabilidade
pobreza
desemprego
infraestrutura
Resumo

O presente trabalho teve como objetivo investigar as condições de vida, de trabalho, de meio ambiente e de saúde de mulheres migrantes em situação de pobreza do Distrito de Maresias, no Município de São Sebastião, bairro do Sertão. O fenômeno da migração iniciou-se a partir de 1980 até 2000 e teve um crescimento na ordem de 1000 por cento. A investigação foi baseada na pesquisa-ação, por ser mais adequada e proporcionar maior flexibilidade na captação de informações geradas pela mobilização coletiva em torno de ações concretas. Os instrumentos utilizados foram formulários semi-estruturados e os dados foram obtidos por meio de entrevista e uma observação simples baseada em roteiro pré-determinado realizada no domicílio das entrevistas permitindo complementar as informações obtidas nas entrevistas. O resultado da pesquisa com as 100 mulheres migrantes revelou que a questão de gênero e a migração foram fatores de vulnerabilidade, pois elas estavam expostas à pobreza, ao desemprego e à falta de equipamentos sociais, fatores impeditivos para a obtenção de uma vida com qualidade. Como conclusão observou-se necessidade de maior atenção psicossocial à população migrante que buscava melhoria da sua qualidade de vida, afirmação dos direitos reprodutivos, conservação ambiental, ampliação e aplicação de direitos humanos e cidadania.

Referência Espacial
Cidade/Município
São Sebastião
Bairro/Distrito
Maresias
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1980-2000
Localização Eletrônica
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-11012021-160813/es.php

Sob o olhar dos Capuchinhos - a ação missionária dos Capuchinhos "Trentis" em Santana e Santa Olímpia

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Leone, Glaura Maria Miné Paiva
Sexo
Mulher
Orientador
Casali, Alípio Márcio Dias
Ano de Publicação
1993
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Ciências da Religião
Instituição
PUC/SP
Página Inicial
1
Página Final
142
Idioma
Português
Palavras chave
migração
identidade
etnicidade
cultura
Resumo

As lembranças dos moradores e duas comunidades de descendentes de imigrantes tiroleses em Piracicaba apontaram a década de 1930 como momento de consolidação da utopia de seus ascendentes: a construção de "um pequeno Tirol no Brasil". Como guardiões, os missionários capuchinhos trentinos juntamente com os moradores mais velhos, garantiram a coesão e o fechamento dos grupos; porém, resistências ocorriam àquela maneira de viver e foram registradas análise dos sermões do frei mais representativos da comunidade. Na década de 1940, período em que as comunidades mudaram suas relações sociais de trabalho, Frei Vito ditava a escatologia do enclave; concomitante a esta situação buscava através de sermões fervorosos que descreviam sobre os medos teológicos, manter aquele mundo. O projeto inicial, dos missionário capuchinhos trentinos que vieram para São Paulo em 1889, era dar assistência espiritual aos imigrantes europeus da zona rural, os quais longe das cidades, não seriam contaminados pelos "perigos do mundo" e podriam levar a frente o projeto de hegemonia capuchinha no Brasil. A utopia deles fazia parte do projeto da Igreja Católica. Porém percebeu-se que nela havia a dominância de uma concepção de mundo típica do Concílio de Trento. Concluindo, o confronto da lembranças dos depoentes das comunidades, com os temas mais burilados por Frei Vito, possibilitaram a visualização do ENCLAVE TRIDENTINO proposto pelos missionários, que como antigos restauradores da Igreja Católica frente a protestante, a valorização de uma antropologia maniqueísta e contínua ascese expiatória. Por fim percebemos que a proposta de enclave tridentino deu sentido e destino, durante um certo período, aos santanenses e santolimpenses.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
Piracicaba
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Século XX

A Sociedade Promotora de Imigração: 1886-1895

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Bianco, Maria Eliana Basile
Sexo
Mulher
Orientador
Petrone, Maria Thereza Schorer
Ano de Publicação
1982
Local da Publicação
São Paulo
Programa
História
Instituição
USP
Página Final
106
Idioma
Português
Palavras chave
Urbanização
Desenvolvimento econômico
Mão-de-obra assalariada
Capitalismo
Agricultura
Resumo

A dissertação trata da Sociedade Promotora Imigração organizada em 1886, por Martinho da Silva Prado Junior, Raphael Aguiar Paes de Barros, Nicolau de Souza Queirós, Antonio Pacheco Chaves, Benedito Vieira Barbosa e outros 22 fazendeiros, até a sua extinção em 1895, quando o governo se encarregará das funções do serviço imigratório. O interesse por essa instituição, deve-se ao fato da Sociedade Promotora de Imigração, ser citada com frequência e não ter sido nunca estudada mais profundamente. O Brasil conheceu na segunda metade do século XIX, profundas transformações em sua estrutura socioeconômica. Processava-se, apesar de lentamente a modernização em certas áreas agrárias, produtoras de açúcar e, principalmente, nas fazendas de café do oeste paulista. O processo de urbanização atingira um ritmo crescente, possibilitando novos empreendimentos. A emergência do mercado interno e, o aumento progressivo das instituições de crédito, diversificavam a economia brasileira. O reflexo dessas mudanças, fazem-se presente, na estrutura da sociedade, com o surgimento de novos grupos sociais, provocando o crescimento e a diversificação das camadas urbanas. A nova situação foi responsável pela crise do trabalho escravo que foi, aos poucos, substituído, pelo trabalho livre. As zonas cafeeiras mais dinâmicas solucionaram o problema da mão-de-obra através da imigração. A composição da classe dos grandes proprietários foi atingida. A nova aristocracia, a do oeste paulista, dotada de certa mentalidade empresarial, se contrapunha à aristocracia cafeeira tradicional, escravista. A organização da Sociedade Promotora de Imigração está ligada ao estudo desse grupo hegemônico do setor cafeeiro. Constituem os elementos chaves da política da época, em São Paulo, sendo suficientemente fortes economicamente para se lançarem sozinhos na organização do setor de imigração. Parece que a atuação da Sociedade Promotora, de fato, organizou o serviço imigratório, para o Brasil, trazendo um contingente humano de aproximadamente 300.000 imigrantes e respondeu satisfatoriamente ao problema da falta de mão-de-obra que agitava a classe dos cafeicultores. Entretanto, a organização e funcionamento da Sociedade Promotora de Imigração revela uma questão fundamental, qual seja, da subordinação do instrumento político aos interesses de um grupo econômico que alcançará sua plenitude, com a conquista da autonomia estadual, ao proclamar-se a República. O traço singular, do grupo cafeeiro, utilizando a máquina político-administrativa, em função de seus próprios objetivos, o que pode ser visto, através da análise da Sociedade Promotora de Imigração, revela uma das ramificações do poder político no país no momento no momento estudado.

Disciplina
Referência Espacial
Região
Oeste Paulista
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1886-1895
Localização Eletrônica
https://dedalus.usp.br/F/5BGQ7X21DK2QQV8P6H1DNKLEKDEVHQUTI3GY6M9SP8I7P656XN-41448?func=full-set-set&set_number=002191&set_entry=000001&format=999

A emigração espanhola e a trajetória do imigrante na cafeicultura paulista: o caso de Villa Novaes, 1880-1930

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Canovas, Marilia Dalva Klaumann
Sexo
Mulher
Orientador
Marcilio, Maria Luiza
Código de Publicação (DOI)
10.11606/D.8.2001.tde-11112001-134010
Ano de Publicação
2001
Local da Publicação
São Paulo
Programa
História Social
Instituição
USP
Página Inicial
1
Página Final
399
Idioma
Português
Palavras chave
trabalho assalariado
desenvolvimento urbano
povoamento
agricultura
Resumo

Essa monografia buscou reconstruir o processo de formação e evolução de uma comunidade, cujas origens se vincularam às grandes transformações introduzidas pelo avanço da agricultura cafeeira na região - depois denominada Araraquarense -, e à presença, sempre progressiva de contingentes imigratórios de origem espanhola. Com efeito, a reconstituição analítica do processo de fixação dos imigrantes espanhóis naquela localidade - Villa Novaes -, ofereceu campo para outra série de formulações mais amplas, cujas variáveis fundamentais remontam a seu país de origem, onde buscamos apreender as múltiplas dimensões do fenômeno emigratório espanhol de massa em suas raízes, articulando-o, assim, com os aspectos ensejados no país de destino, e, mais particularmente, com o universo revelado pela localidade objeto dessa investigação, na tentativa da montagem de um quadro referencial integrado e orgânico. Nesse intento, e considerando seu caráter de movimento de dupla dimensão - coletivo e individual -, privilegiamos duas fontes empíricas de suporte à investigação: ao lado das fontes documentais escritas, buscamos abrir espaço àqueles que, como protagonistas, haviam vivenciado a cadeia de episódios pretéritos que buscávamos investigar, integrando-os ao cenário da História como personagens principais. De resto, o alinhavo conduzido por entre as duas matizes de fontes buscou recuperar aspectos do caráter singular do imigrante espanhol no Brasil, no período em pauta (1880-1930) e reconstruir seu significado no quadro geral das imigrações na sociedade brasileira.

Disciplina
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1880-1930
Localização Eletrônica
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-11112001-134010/pt-br.php

Contribuição para uma História Social do Judeu-Espanhol na Comunidade Sefaradi de São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Castro Míguez, Antón
Sexo
Homem
Orientador
Groppi, Mirta
Ano de Publicação
2003
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Letras
Instituição
USP
Página Inicial
1
Página Final
95
Idioma
Português
Palavras chave
migração
práticas coletivas
cultura
religiosidade
Resumo

O presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo junto à comunidade sefaradi de São Paulo e verificar a situação atual do judeu-espanhol na referida comunidade. Para tanto, nos servimos da historiografia tradicional, dos pressupostos teóricos da sociologia da linguagem, área ainda incipiente em nosso país, e dos depoimentos de alguns membros da referida comunidade, colhidos em pesquisa de campo empreendida nos últimos meses.

Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I

São Paulo: cidade misturada/cidade inconclusa zapeando a metrópole metalizada

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Pereira, Beltrina da Purificação da Côrte
Sexo
Mulher
Orientador
Marcondes Filho, Ciro
Ano de Publicação
1997
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Comunicação
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
tecnologias
desenvolvimento urbano
modernização
reestruturação
Resumo

São Paulo atravessa um processo de reurbanização iniciado com o transporte e os meios de comunicação eletrônicos, duas grandes formas de comunicação do século 20. As novas tecnologias comunicacionais estabeleceram uma nova relação com o termo e o espaço urbano, reconfigurando a natureza e a estrutura da cidade de São Paulo, a cidade polifônica. Hoje, a percepção da cidade está ligada à velocidade dos fluxos comunicacionais, que instauram uma outra relação de construção da cidade de pedra, mediática e virtual. A cidade digital surge da construção não mais totalizante como outrora, mas a partir de uma sucessão de fragmentos subjetivos, incompletos e ambíguos, de cidades e tempos históricos justapostos, porque São Paulo não se deixa abarcar apenas por uma descrição. A cidade está em todo lugar e ao mesmo tempo em lugar algum.

Disciplina
Referência Espacial
Região
Região Metropolitana de São Paulo
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Século XX
Localização Eletrônica
https://repositorio.usp.br/item/000946264

Histórias recontadas: imigrantes judias empresárias em São Paulo (1945-1956)

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Weinberg, Maria Felice
Sexo
Mulher
Orientador
Waldman, Berta
Ano de Publicação
2004
Local da Publicação
São Paulo
Programa
História
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
gênero
desenvolvimento econômico
empresas
Resumo

O objetivo da dissertação é o de analisar as diferenças entre as realidades vivenciadas e os discursos construídos de 22 mulheres imigrantes judias na cidade de São Paulo, no período de 1945 a 1956 - que se tornaram empresárias. Diante das circunstâncias favoráveis encontradas no cenário político, econômico e social do período, essas mulheres, teceram condições diferenciadas por intermédio das iniciativas "invisíveis", buscando soluções econômicas para garantir as necessidades familiares. Analisar suas histórias confirma que as características específicas do grupo estudado consolidaram a identidade ao compor soluções em segmentos profissionais determinados, assim como na formação de bairros étnicos. A rede de entrevistadas estendeu-se pelo universo cultural judaico imigrante: 17 mulheres ashkenazitas, 3 sefarditas e 2 orientais, sob uma abordagem multicultural a respeito de suas ações. A História Oral foi a metodologia escolhida para formar a amostra e interpretar as histórias dessas mulheres. Neste sentido, o desafio está em contradizer os discursos normativos, encarados como naturais, talvez, por corresponderem às narrativas mesmo quando as imagens teimam em revelar outras verdades. Desse modo, este trabalho poderá ser utilizado para questionar, ainda que só no plano discursivo, as relações de poder na estrutura familiar judaica e nos demais grupos culturais que imigraram para São Paulo. Diante da construção desse universo, percebe-se que tornar visíveis as iniciativas das mulheres significa recontar os discursos, antes entesourados na intimidade da memória.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1945-1956
Localização Eletrônica
https://dedalus.usp.br/F/XMGD8MGCQC9YYP65KITV3PSSI59JB35AL5DJ5526G19N2SSSID-26087?func=direct&doc%5Fnumber=001398040&pds_handle=GUEST

Migração, Liminaridade e Memória: um estudo sobre o choque entre imaginários e (re)construção de identidades

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Cardel, Lídia Maria Pires Soares
Sexo
Mulher
Orientador
Queiroz, Renato da Silva
Ano de Publicação
2003
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Página Final
216
Idioma
Português
Palavras chave
Subjetividade
Identidade grupal
Representação
Integração
Sociabilidade
Resumo

O ponto central desta pesquisa foi compreender a ótica pela qual o indivíduo proveniente de sociedades ditas tradicionais, vivencia a experiência do seu deslocamento no espaço social e familiar, elemento referencial da sua construção identitária, para um outro, desconhecido e distante. Partindo da hipótese de que as novas formas de sociabilidade do mundo urbano provocam rachaduras e fissuras na couraça construída pelos processos de socialização instauradores do ser social, ser migrante é estar ocupando espaços diferenciados e, sobretudo, estar quase sempre em um processo de extensa liminaridade. Apesar das estratégias de migração envolverem muitas vezes uma ampla rede de parentes (reais e espirituais) e de amigos e conhecidos, sair de um cotidiano conhecido é um momento único na saga individual de qualquer ser humano. É um momento de tensão entre o indivíduo e o todo social que o circunda. Neste sentido, todas as atividades objetivas e concretas dos seres humanos são constantemente re-trabalhadas pelo universo simbólico, que exibe uma capacidade infinita de criar diversidades. Esta dialética entre as formas objetivas e subjetivas de vida é geradora da dinâmica social e do devir histórico, ambos responsáveis pelo estabelecimento dos modos de vida. A crescente "desruralização" da população mundial nas últimas décadas é um exemplo ímpar de como estas duas dimensões se interpenetram e se confundem. Esta mudança brusca, provocada pela modernização dos modos de produção e das forças produtivas, mudou o panorama da sociedade dita complexa, provocando um intenso turbilhão sócio-cultural, tendo como expressão máxima o modus vivendis metropolitano, que criou infinitas topologias de expressão social e individual. Em resumo, a migração, por ser um processo de transposição do indivíduo através de ambientes sócio-culturais distintos, é uma das realidades mais ambíguas dentre os fatores que compõem o cotidiano das metrópoles, principalmente de uma grande cidade como São Paulo, espaço referencial desta pesquisa.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Olhos D'água
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
UF
Bahia
Referência Temporal
(N/I)
Localização Eletrônica
https://dedalus.usp.br/F/HSF8THR5MIR3TS27JJBLEG7LBBNMQ27U2EJLK6TFV6G31GL8EK-24163?func=full-set-set&set_number=002247&set_entry=000001&format=999

Religião e Migração: revisitando uma velha questão

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Assunção, Luiza Maria de
Sexo
Mulher
Orientador
Negrão, Lísias Nogueira
Ano de Publicação
2004
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Sociologia
Instituição
USP
Página Final
155
Idioma
Português
Palavras chave
Religiosidade
Práticas coletivas
Desenvolvimento urbano
Resumo

Nesse estudo buscamos uma nova forma de relacionar religião e migração, visto que as análises realizadas sobre este tema não se adequam mais à realidade atual. Não estamos centrados em fatores externos como o fez a escola funcionalista, por isso a preocupação aqui não é com o crescimento de denominações religiosas na relação direta com o fluxo migratório. Ao contrário, partimos para uma reflexão tomando a esfera religiosa em si e a ação dos sujeitos que dela fazem parte (compartilhando dessa forma da perspectiva Weberiana) e a partir daí procuramos perceber se existem diferenças ou semelhanças no que concerne a dois grupos de sujeitos: os mutantes religiosos/migrantes e os mutantes religiosos/não migrantes. Entendemos por mutante religioso o indivíduo que mudou ao menos uma vez de tronco religioso - no caso brasileiro consideramos os seguintes troncos religiosos: católico; protestante; afro-brasileiro; espírita; outros. Incluímos nessa categoria aqueles que, a partir de uma origem religiosa exclusiva, assumiram uma condição religiosa dúplice ou mesmo multíplice. Por migrante tratamos aquele sujeito que, a partir - no mínimo - da adolescência, se deslocou ao menos uma vez do lugar onde nasceu. A hipótese da qual partimos é a de que a mudança religiosa pode relacionar-se à migração/não migração, na medida em que estas podem ter fabricado dois tipos distintos de mutantes religiosos com perfis característicos das suas próprias condições sociais. Direcionamos nossa atenção - através de entrevistas gravadas com 36 (trinta e seis) informantes - aos percursos religiosos desses dois grupos, e a partir deles foi possível notar que, de acordo com a hipótese levantada inicialmente, a mudança religiosa tem relação com a migração (associada à diversidade de ofertas religiosas presentes na metrópole).

Disciplina
Referência Espacial
Região
Região Metropolitana de São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
(N/I)
Localização Eletrônica
https://dedalus.usp.br/F/HSF8THR5MIR3TS27JJBLEG7LBBNMQ27U2EJLK6TFV6G31GL8EK-22591?func=full-set-set&set_number=002216&set_entry=000001&format=999

Mortalidade em Migrantes: japoneses residentes no município de São Paulo

Tipo de material
Livre Docência
Autor Principal
Gotlieb, Sabina Lea Davidson
Sexo
Mulher
Ano de Publicação
1988
Local da Publicação
São Paulo
Programa
(N/I)
Instituição
USP
Página Final
154
Idioma
Português
Palavras chave
Grupos focais
Migração
Qualidade de vida
Saúde
Resumo

Apresenta o padrão de mortalidade dos imigrantes japoneses (isseis) e de seus descendentes (nisseis/sanseis), residentes no Município de São Paulo, em 1979/1981, e compará-los com os relativos ao da população do Japão, local de origem, e ao da população do Município de São Paulo, local de destino destes migrantes, em 1980. Os dados de mortalidade foram obtidos diretamente das declarações de óbito, no caso dos isseis e nisseis/sanseis; para os óbitos do Município de São Paulo, foram consultadas fichas microfilmadas pertencentes à Fundação Sistema Estadual de Análises Estatísticas e as informações do Japão foram retiradas de publicações oficiais. As estimativas de população foram calculadas baseando-se nas informações dos Censos Gerais do Japão e do Município de São Paulo. Os cinco principais grupos de causas básicas de morte, de acordo com os Capítulos da Classificação Internacional de Doenças, foram basicamente semelhantes para estas populações. Os coeficientes padronizados de mortalidade apresentaram os maiores valores em São Paulo, sendo a única exceção o risco de morrer por Neoplasmas, que foi maior para a população do Japão. Os isseis (em ambos os sexos) apresentaram coeficientes com valores intermediários para as Doenças das Glândulas Endócrinas e do Metabolismo e para as Doenças do Aparelho Respiratório; para as mulheres isseis, o risco de morrer por Doenças do Aparelho Circulatório também apresentou valor intermediário. Para os demais grupos de causa, os isseis apresentaram os menores riscos de morrer. Os coeficientes de mortalidade segundo algumas causas específicas (Câncer do Estômago, Mama, Próstata, Diabetes Mellitus, Doenças Isquêmicas do Coração, Doenças Cerebrovasculares, Homicídios e Suicídios) permitiram concluir que os migrantes isseis estão paulatinamente afastando-se do padrão de mortalidade do Japão e tendendo a assemelhar-se ao padrão existente em São Paulo, para alguns agravos à saúde. Com isso, surgem hipóteses no sentido de que estejam, possivelmente, ocorrendo mudanças sócio-culturais entre os migrantes e haja predominância de atuação de fatores de risco ambientais (incluindo dieta) relativamente aos fatores genéticos, na incidência e na mortalidade destes agravos à saúde.

Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1979-1981
Localização Eletrônica
https://dedalus.usp.br/F/NKBA6CFQ5QMKLB1NNRD7RHH2HFFNHXYPQ5BMY9CN37Q5DAB5V9-37762?func=full-set-set&set_number=001968&set_entry=000002&format=999