Paraíbas e bahianos: órfãos do campo, filhos legítimos da cidade
Neste artigo abordaremos um dos aspectos até hoje negligenciados pela literatura que trata da história do migrante nordestino nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, ou seja, como entender historicamente a formação de estereótipos os mais contraditórios em tomo destes migrantes na região Sudeste e como estes contribuíram ou não para a inserção do trabalhador de origem nordestina no mundo do trabalho, mais particularmente como contribuíram para estes se identificarem ou não com a classe operária destas cidades. Faremos pois, muito mais uma discussão com a historiografia sobre a formação da classe operária no Brasil após 1930, que também foi responsável pela veiculação de uma série de estereótipos sobre o trabalhador de origem rural e migrante e ao mesmo tempo negligenciou em seus trabalhos os conflitos internos à própria classe, ao seu processo de formação, entre estes, os provocados por preconceitos quanto a origem regional, étnica e social dos elementos recém incorporados ao mercado de trabalho.