Processos de urbanização

Considera a tendência à concentração em centros urbanos resultado do processo de redistribuição da população no Brasil. Questiona até que ponto o processo de urbanização é responsável pela pauperização dos migrantes e se a oferta elástica da força de trabalho produzida por essas transferências teria desempenhado um papel fundamental no processo de acumulação de capital. O artigo também analisa a mobilidade do migrante no mercado de trabalho metropolitano.

O artigo analisa a industrialização ocorrida na Região Nordeste do país nos últimos anos, aproveitando alguns aspectos que se tornaram relevantes, principalmente o debate da questão da crise. Procura entender melhor o papel desempenhado pelos incentivos fiscais quanto ao movimento de valorização do capital que verificado na região. Observa o desencanto com a industrialização servindo como alavanca para impor outros tipos de mitos na região. Observa também que o esforço para a substituição de mitos yem se concentrado nas imensas potencialidades do chamado mercado informal urbano, e da pequena produção rural, o foco maior, senão o único do portentoso Projeto Nordeste.

Apresenta as linhas gerais que organizaram o processo de desenvolvimento das cidades brasileiras. Afirma que desde a Primeira República, quando foram lançadas as bases da nova identidade pretendida para o país, ocorre um contínuo aperfeiçoamento no uso e abuso das potencialidades dos centros urbanos. Sugere que o intervalo entre 60 e 80 foi o ápice de uma intenção tecno-burocrata de uso dos meios urbanos, fazendo as cidades de anteparo, de contraponto para todas as intervenções grandiosas, justificadas pelo progresso do país. O artigo pergunta se a crise nacional não é, ou se pelo menos não poderia ser, o início do fim da crise urbana.

Considera que a transição brasileira para o capitalismo, por um lado, acumulou riqueza e poder, além de um indiscutível progresso e, por outro, tanto gerou miséria absoluta quanto relativa dos trabalhadores, configurada em graves deficiências de moradia e saneamento, carência alimentar, elevação dos preços, altos índices de morbidade e, por fim, na sua baixa espectativa de vida. Mostra também que essa transição brasileira para o capitalismo gerou cidades - e relações de cidadania - profundamente antidemocráticas e antipopulares em função de sua própria base estrutural. O artigo pretende iluminar um pouco o lado obscuro da história do Rio, o lado onde o sol não brilha: o interior das fábricas, os cortiços lúgubres, as vielas das favelas, os bancos das enfermarias de indigentes e a mesa pobre do trabalhador.

Considera que o fenômeno da metropolização no Brasil tem sido acompanhado de um progressivo empobrecimento da população dessas áreas, além de um processo regressivo na distribuição de renda, do baixo nível dos padrões de serviços urbanos e do esvaziamento do campo, ou seja, de acomodação da pobreza e de espoliação urbana. O artigo também analisa as condições de saúde e de infra-estrutura nas áreas em questão, avaliando os motivos pelos quais se torna necessária uma administração mais ativa e eficiente em relação ao ônus social.

Discute a proposta governamental de intervenção nas áreas faveladas, o PROMORAR, do Banco Nacional da Habitação que resultou no Projeto Rio. Critica a ideia defendida pelo governo de ser ela uma proposta inovadora. Recorda outras iniciativas no próprio Rio de Janeiro voltadas para a urbanização de favelas e recomenda, por parte das autoridades, uma definição maior do conteúdo da proposta, sobretudo no que diz respeito à posse dos terrenos onde as favelas estão assentadas.