Comunicação e poder judicial no Brasil: uma perspectiva sobre o comportamento do Supremo Tribunal Federal (2000-2016)
A tese faz parte do campo disciplinar sobre comportamento das instituições judiciais e busca compreender a relação entre o Supremo Tribunal Federal e o público. O problema de pesquisa consiste na seguinte questão: existe uma relação entre saliência de casos pendentes de julgamento e a probabilidade de o Tribunal derrubar políticas? Se o modelo de referência estiver correto, os tribunais devem ter mais chance de exercer seu poder de veto quando acreditarem que suas decisões serão observadas e entendidas pelo público. A hipótese nula é de que não há relação entre a revisão constitucional e as publicações anteriores na imprensa. A literatura sugere que existe uma relação positiva entre as duas variáveis, pelo menos em pesquisas anteriores sobre os tribunais constitucionais da Alemanha, Estados Unidos e México. Assim, este estudo testa se a teoria explica essa relação e explora outros mecanismos por trás da tomada de decisão do Supremo Tribunal Federal Brasileiro. Os resultados das ações diretas de inconstitucionalidade - abreviadas como ADI ou ADIN - foram utilizados como unidade de análise (proxy para o comportamento judicial), uma vez que são o principal instrumento de revisão constitucional. E para estimar a potencial visibilidade e saliência dos casos, foram consideradas matérias publicadas pela imprensa. Os dados foram extraídos de notícias publicadas entre os anos de 2000 a 2016, disponíveis no acervo dos dois jornais com maior circulação no país – O Globo e Folha de São Paulo.