Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Costa, Maria Das Gracas Vanderlei da
Orientador
Maria Aparecida Lopes Nogueira
Local da Publicação
Universidade Federal de Pernambuco
Instituição
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Descrição Adicional
Resumo: Dentre as diversas brincadeiras que compõem o Carnaval pernambucano, os folguedos dos mascarados destacam-se pela riqueza imagética: uma tradição viva que envolve brincantes, moradores e visitantes. Um perene processo de formação, transformação e ampliação de grupos insere os participantes em uma lógica de identificação com o movimento da Cultura da Tradição. O universo simbólico e a estética que cercam os folguedos marcam a memória dos indivíduos e dos lugares, acionando construções identitárias em função da visibilidade dos mascarados, que se tornam representantes das cidades. A máscara é elemento primordial para a formação de uma teia de entendimentos sobre as relações que constroem a dinâmica das brincadeiras. Seguindo uma opção teórico-metodológica pautada nos direcionamentos da teoria ator-rede, no âmbito da Antropologia das Ciências e das Técnicas, reconheci a máscara como objeto-sujeito e visualizei a existência de uma rede sociotécnica que a envolvia. As máscaras narraram histórias sobre mudanças e permanências, amenidades e controvérsias, sob a égide de uma tradição compartilhada. Formatando a Cartografia das máscaras nos 185 municípios de Pernambuco, escolhi como referencial empírico, para um maior aprofundamento da pesquisa, as centenárias brincadeiras dos Papangus de Bezerros e dos Tabaqueiros de Afogados da Ingazeira. Bezerros, conhecida como a Terra dos Papangus, vivencia um grandioso Carnaval: um espetáculo de proliferação de imagens, propagado pela indústria cultural e de turismo. Os Tabaqueiros têm uma visibilidade ainda restrita ao âmbito local, porém ampliada a cada ano, num processo de reconhecimento da importância da brincadeira. O estalido dos chicotes, o silêncio enigmático dos brincantes, a beleza e criatividade das fantasias, o som dos chocalhos e a força das máscaras despertam sentimentos e provocam emoções. Partindo das peculiaridades dos lugares onde se desenvolvem os folguedos, segui uma trajetória construída sobre os alicerces das recorrências temáticas que afloraram do intenso trabalho etnográfico e auxiliaram o direcionamento de meu olhar. O segredo, o medo, a vaidade e o prazer foram como fios que desenharam uma manta de conhecimento e entendimento, bordando a vida e a história dos brincantes, dos lugares e das máscaras.
Palavras chave
Carnaval
Imaginário
Estética
Tradição
Máscara; Memória; Identidade; Identificação; Ator-Rede
Referência Temporal
Século XXI
Localização Eletrônica
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11905