27ª Bienal de São Paulo: é possível viver junto? Os profissionais de bastidores e a arte contemporânea
Esta investigação parte dos pressupostos de que a arte, necessariamente, atinge as pessoas e de que todos podem compartilhar de uma experiência estética, independentemente do conhecimento prévio sobre o universo da arte. Para isso, escolhemos como corpus do trabalho a 27ª Bienal de São Paulo e os seus profissionais de bastidores, termo que abrange seguranças/orientadores de público, faxineiros e montadores desse evento. Sempre existe uma experiência estética quando alguém se debruça sobre uma obra de arte. O trabalho resgata o panorama histórico das Bienais para concentrar-se na 27ª Bienal de São Paulo, que teve no Como Viver Junto, o seu tema gerador. O conceito utilizado pela curadoria foi extraído de palestras e seminários proferidos na década de setenta do século XX pelo semiólogo francês Roland Barthes. O trabalho constata que os profissionais envolvidos nos bastidores da Bienal não se vêem como pertencentes ao universo no qual, no momento, estavam inseridos. E um dos motivos é o fato de a própria instituição não levar em consideração esses profissionais como público do evento, desejo que é manifestado por eles nos depoimentos coletados. Podemos perceber também que, no decorrer da mostra, os profissionais de bastidores criaram discursos. Sejam eles próprios ou apropriados dos discursos de outras pessoas (artistas, monitores, público).