Violência

Resumo: Analisa o papel da pulsão da violência na estruturação dos agrupamentos sociais. Essa análise ê feito desenrolar-se dos fatos ocorridos nos dias 18 e 19 de janeiro de 1959 em Uberlândia - MG. O esquema da dissertação segue a cronologia do Quebra-Quebra, ou seja: primeiro dia do Quebra - a destruição dos cinemas, segundo dia do Quebra - o saque aos armazéns; terceiro dia do Quebra - a violência monopolizada nas mãos do Estado. A análise contrapõe e aproxima a potência e fervescente da violência coletiva da/multidão em protesto, como pulsão de vida social e o poder institucionalizado da violência monopolizada nas mãos do sistema jurídico-policial do Estado. Tensão entre o fluir (des-ordem) e o institu1do (ordem), que não devem se excluir, mas manter-se em tensão conflitiva e instável na dinâmica do conviver social

Resumo: Este estudo teve como objetivos: mapear as manifestações de violência no Futebol Brasileiro: analisar e levantar explicações para aquelas manifestações. Foi utilizada uma das técnicas de análise de conteúdo (BARDIN, 1977) para estudar o material sobre Futebol publicado em dois jornais do Rio de Janeiro – O Globo (conservador) e o Jornal do Brasil (liberal), em 1989. Com base em um conceito de violência criou-se um sistema de categorias considerado válido (exaustividade) como noção de validade e (validade de conteúdo). Usaram-se elementos base-modo de produção capitalista (organização social do futebol) – comercialismo, consumismo, intervenção do estado, individualismo e competição exacerbada-; cultura – cultura popular como parte da indústria da cultura e subculturas da juventude da Teoria Crítica para fazer as interpretações dos resultados. Nos dois jornais agressão física 54,4% e 46,1% ofensa 15,2% e 15,3% e coação 10,1% e 20,5% foram as categorias que concentraram a maior parte das manifestações de violência. Nenhuma manifestação foi constatada na categoria suborno. Os dois jornais publicaram as notícias sobre violência no Futebol sem levar em conta o contexto sócio-econômico e a biografia dos envolvidos nos incidentes.

É um estudo sobre a atuação do SOS junto à comunidade de mulheres que têm experiência de violência: a proposição de uma prática de organização, reivindicação e denúncia, e o atendimento oferecido. A escolha do SOS como campo de estudo se deveu ao fato de ter sido o primeiro grupo a trabalhar contra a violência, a prestar serviços (orientação jurídica), a estabelecer um contato contínuo com mulheres não militantes e não feministas. O objetivo da prática de conscientização com mulheres vítimas de violência é, por um lado, despertá-las para o fato de que são oprimidas; e de outro, estimular a solidariedade entre elas de forma que possam superar os seus problemas. Um dos interesses da pesquisa foi o de investigar se é possível traduzir a "troca" de relatos de situações vividas de violência seja em solidariedade, seja na definição de novas condutas para uma vida não mais marcada pela opressão. Este estudo analisou também as possibilidades deste tipo de atuação em superar as diferenças de valores, crenças e atitudes de mulheres que nunca tiveram contato com o feminismo. Considero como um dos aspectos mais importantes desta pesquisa o confronto da visão do feminismo - através da prática e das proposições do SOS - com as visões das mulheres que sofrem violência.

Resumo: O estudo da criminalização da sedução e/ou defloramento de moças virgens fora do
casamento tem-se constituído numa das linhas de pesquisa que estão a contribuir para o
entendimento tanto das políticas de normatização como das relações de gênero no
Brasil.
Nesta pesquisa, recorrendo a uma parte da historiografia brasileira sobre relações de
gênero e à análise de 53 processos por crimes de sedução, ocorridos entre 1960 e 1974 e
recolhidos no Fórum da cidade de Campos dos Goytacazes, procuramos compreender as
construções e reconstruções das imagens sobre o feminino e o masculino; os valores
morais defendidos pelos profissionais do judiciário e as imagens sobre a condição
feminina, a partir das quais os juízes proferiram suas sentenças; os conflitos e
aproximações entre os pronunciamentos das autoridades judiciais e os depoimentos dos
homens e mulheres das camadas populares envolvidos nesse tipo de crime; procuramos
entender como viviam os homens e mulheres envoltos nos processos; as motivações que
levaram os populares a buscar a intervenção do poder judicial numa disputa amorosa;
buscamos perceber, a partir da historiografia examinada, as continuidades e
modificações nas formas de se representar o masculino e o feminino.

Resumo: O propósito desta pesquisa é desenvolver o estudo dos conflitos urbanos que aconteceram na cidade de São Paulo na passagem do século XIX para o século XX. Isso será efetuado através do estudo dos protestos sociais e do exame do material disponível para o historiador. Durante o desenvolvimento do trabalho serão analisados protestos de multidões, conflitos entre a polícia e a população civil e conflitos acontecidos entre os diversos corpos de polícia. Durante o rápido desenvolvimento da cidade de São Paulo, contrariamente a ideia de um período ordeiro e tranquilo, de fato houve processo bastante conflituoso e repleto de desordens. Os policiais que deveriam dar proteção a população, muitas vezes, se organizavam como quadrilhas, com o objetivo de atacar e roubar a população. Os imigrantes, como principais alvos dessa violência, reagiam. Essa era a cidade que marchava rumo ao processo. Mas, marchava desordeiramente, crescendo em meio a esses conflitos. A cidade mesma era o próprio conflito entre o velho e o novo. A velha, pequena e quase rural cidade e a nova que emergia rapidamente, transformando-se em uma metrópole.