Sob o olhar dos Capuchinhos - a ação missionária dos Capuchinhos "Trentis" em Santana e Santa Olímpia
As lembranças dos moradores e duas comunidades de descendentes de imigrantes tiroleses em Piracicaba apontaram a década de 1930 como momento de consolidação da utopia de seus ascendentes: a construção de "um pequeno Tirol no Brasil". Como guardiões, os missionários capuchinhos trentinos juntamente com os moradores mais velhos, garantiram a coesão e o fechamento dos grupos; porém, resistências ocorriam àquela maneira de viver e foram registradas análise dos sermões do frei mais representativos da comunidade. Na década de 1940, período em que as comunidades mudaram suas relações sociais de trabalho, Frei Vito ditava a escatologia do enclave; concomitante a esta situação buscava através de sermões fervorosos que descreviam sobre os medos teológicos, manter aquele mundo. O projeto inicial, dos missionário capuchinhos trentinos que vieram para São Paulo em 1889, era dar assistência espiritual aos imigrantes europeus da zona rural, os quais longe das cidades, não seriam contaminados pelos "perigos do mundo" e podriam levar a frente o projeto de hegemonia capuchinha no Brasil. A utopia deles fazia parte do projeto da Igreja Católica. Porém percebeu-se que nela havia a dominância de uma concepção de mundo típica do Concílio de Trento. Concluindo, o confronto da lembranças dos depoentes das comunidades, com os temas mais burilados por Frei Vito, possibilitaram a visualização do ENCLAVE TRIDENTINO proposto pelos missionários, que como antigos restauradores da Igreja Católica frente a protestante, a valorização de uma antropologia maniqueísta e contínua ascese expiatória. Por fim percebemos que a proposta de enclave tridentino deu sentido e destino, durante um certo período, aos santanenses e santolimpenses.