Tribos urbanas: uma visualidade brasileira na arte do carnavalesco: Escola de Samba Paulistana

Nesse estudo procuramos tratar da Escola de Samba Paulistana em sua manifestação artistico-social e não seu objetivo principal: o desfile. Para que este se processe normalmente, ela necessita de uma série de suportes físicos traduzidos em espaços, recursos naturais e objetos. Este estudo não se restringe a análise do objeto em si, mas sua relação com o universo carnavalesco do qual ela - a escola - faz parte. Analisamos a feitura de alegorias, sua iconologia intermediando a sociedade e sua necessidade; além do uso e da dinâmica do processo que tem lugar no contexto sócio-cultural. O grupo carnavalesco é aqui considerado um elemento de cultura e expressão do senso estético. No caso do ritual, o conteúdo artístico adquire maior significado, na medida em que explicita símbolos singularizadores do policulturalismo. Dentro da estrutura social a arte estabelece vínculos com a sociedade, transcendendo-a e influenciando-a. Dessa forma o grupo, como uma tribo urbana reflete e integra os diferentes conteúdos da cultura - a organização social, a religiosidade, a mitologia - exprimindo no estilo artístico uma visualidade brasileira no ritual carnavalesco