Antropologia

De como “chegar a ser gente”: etnicidade e hierarquia entre migrantes indígenas em Manaus

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Romano, Jorge Osvaldo
Sexo
Homem
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
9
Ano de Publicação
1996
Local da Publicação
São Paulo
Página Inicial
10
Página Final
12
Idioma
Português
Palavras chave
etnicidade
migração
povos indígenas
urbanização
Resumo

Os efeitos do crescente processo de urbanização, que se tem manifes­tado nos últimos cinquenta anos com o crescimento da migração das popula­ções rurais e das pequenas cidades para os pólos urbanos regionais de desenvolvimen­to industrial e comercial, também expressam-se entre os povos indígenas que man­têm contatos antigos com a sociedade naci­onal. A cidade de Manaus, no coração da Amazônia, é um desses pólos, apresentando durante muito tempo um dos maiores ritmos de crescimento demográfico do país, con­centrando um alto fluxo de migração extra e intra-regional, incluindo populações indí­genas originárias de várias nações ou grupos como, por exemplo, Tukano, Apurina, Mura, Munduruku e Sateré-Mawé.

Os problemas que se manifestam em Manaus, em tomo dos conflitos que sofrem os migrantes indígenas, remetem-nos aos fenômenos de "etnicidade” em áreas urba­nas. A etnicidade é entendida como um conceito que cobre uma gama de fenômenos relativos a comportamentos e crenças de agentes condicionados pela situação de membros de povos ou etnias inseridas em sociedades receptoras.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Manaus
Macrorregião
Norte
Brasil
Habilitado
UF
Amazonas
Referência Temporal
Segunda metade do século XX
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/543

A globalização e o espaço do cidadão: espaço global - mundo fragmentado

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Bueno, Virgínia Rita dos Santos
Sexo
Mulher
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.48213/travessia.i27.590
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
10
Ano de Publicação
1997
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
globalização
povos ciganos
estigma
Resumo

Tenho por 12 anos desenvolvi­do pesquisas empíricas junto aos vários grupos ciganos pre­sentes, principalmente na re­gião da Grande São Paulo e entre estes notadamente o subgrupo “calón” (dialeto cale), cujos membros são tradicionalmen­te nômades e que viviam em pequenos e médios acampamentos espalhados pela região. Paralelamente à pesquisa, desen­volví alguns projetos que visaram a uma melhor integração entre estes e a sociedade majoritária. A criação da Primeira Escola Itinerante destinada à alfabetização bilíngue entre os calons foi um destes projetos, e graças ao apoio internacional conseguimos ao longo de quatro anos, alfabetizar 427 crianças e adultos, bem como facilitar a obtenção de documentos legais a 672 calons.

Tais demonstrações evidenciam a imensa marginalidade a que este grupo étnico está submetido dentro do contexto nacional, situação não muito di­ferente de outras partes do mundo, princi­palmente na Europa e América do Norte, onde também ocorrem estas manifestações de marginalidade sócio-política entre os subgrupos Kalderash, Manuche e Sinti.

Disciplina
Referência Espacial
Região
Região Metropolitana de São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/A
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/590

Entre o nomadismo e o sedentarismo: os ciganos circenses

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Lima, Heloisa Pires
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Fernandes, Rosana
Sexo:
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
10
Ano de Publicação
1997
Local da Publicação
São Paulo
Página Inicial
12
Página Final
14
Idioma
Português
Palavras chave
nomadismo
povos ciganos
circo
Resumo

Tendo como base o depoimento de um cigano circense, este artigo propõe-se levantar, para reflexão, algumas questões sobre o nomadismo no contexto urbano. Para entender a relação ciganos/circenses em São Paulo, entre 1994 e 1996 foi acompanhado o cotidiano do patriarca de uma família que afirma ser de origem cigana e cujo círculo familiar mantem vínculos estreitos com atividades circen­ses. Fomos encontrá-lo pela primeira vez num espaço à beira da marginal Tietê, perto do prédio do jornal "O Estado de São Paulo” , tão paulistano e corriqueiro como as cantoneiras que se formam às margens da cidade. Trata-se de José Antônio Sbano, viúvo, 73 anos e cinco filhos.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1994-1996
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/589

Habitantes de rua: um caso de nomadismo urbano

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Magni, Claudia Turra
Sexo
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
10
Ano de Publicação
1997
Local da Publicação
São Paulo
Página Inicial
34
Página Final
37
Idioma
Português
Palavras chave
nomadismo urbano
trecheiro
deslocamento urbano
mobilidade
Resumo

A ideia vigente de que a popula­ção que vive na rua é migrante, oriunda da zona rural ou de cidades do interior, buscando adaptar-se ao meio urbano, não é de todo desprovida de razão. No entanto, limita o assunto à temática do êxodo e ainda oculta uma questão mais importante: embora haja algumas  exceções, o sujeito que passa a viver na rua tem que se deslocar constan­temente por pressão ou conveniência, de modo a se adaptar às condições sócio-ecológicas do meio urbano.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Porto Alegre
Macrorregião
Sul
Brasil
Habilitado
UF
Rio Grande do Sul
Referência Temporal
Anos 1990
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/594

Trecheiros e pardais - trajetórias nômades

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Brognoli, Felipe Faria
Sexo
Homem
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.48213/travessia.i27.593
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
10
Ano de Publicação
1997
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
nomadismo
trecheiros
pardais
identidade
Resumo

Este artigo tem por base pesquisa realizada pelo autor no período de janeiro a agosto de 1994, compre­endendo três etapas: a primeira nas ruas e praças do centro de Florianópolis; a segunda, ao longo da BR 101 em bares, restaurantes e postos de gasolina, locais deparada dos trecheiros, entre os municípios de Palhoça e Biguaçu, ao sul e ao norte de Florianópolis, respecti­vamente. Por fim, a terceira etapa foi realizada na Fundação Rural de Educação e Integração em Curitiba, instituição ligada à Prefeitura Municipal daquela capi­tal, que dá assistência à população de rua.

Os termos "trecheiro" e "pardal" são pouco conhecidos por pessoas de fora dos limites da vida nômade e mesmo daqueles que têm com eles algum contato mais direto. Seu uso parece circunscrever-se, em grande medida, aos próprios andarilhos, constituindo assim uma categoria nativa. Podemos perceber uma articulação das definições acerca dos trecheiros gi­rando em torno de três eixos principais, igualmente articulados entre si: um eixo espacial, outro moral e um terceiro temporal.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
Florianópolis
Macrorregião
Sul
Brasil
Habilitado
UF
Santa Catarina
Cidade/Município
Curitiba
Palhoça
Biguaçu
Macrorregião
Sul
Brasil
Habilitado
UF
Santa Catarina
Referência Temporal
Janeiro - Agosto de 1994
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/593

Clandestinidade e intolerância: o caso dos bolivianos em São Paulo

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Silva, Sidney Antonio da
Sexo
Homem
Título do periódico
Travessia - Revista do migrante
Volume
11
Ano de Publicação
1998
Local da Publicação
São Paulo
Página Inicial
25
Página Final
29
Idioma
Português
Palavras chave
imigração boliviana
clandestinidade
intolerância
redes de imigrantes
Resumo

A crecente presença de imi­grantes vivendo a condição da clandestinidade, seja nos países desenvolvidos, seja naqueles em desenvolvi­mento, como é o caso do Brasil, vem colocar a questão de como esses imigran­tes, em sua maioria oriundos de países pobres, são vistos pela sociedade local e de como tais imagens escondem outra ordem de questões não explicitadas e perceptíveis pelo senso comum.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Anos 1990-2000
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/614

A festa do Divino Espírito Santo entre os açoiranos de São Paulo

Tipo de Material
Outros
Autor Principal
Santos, Gustavo Adolfo P. D.
Sexo
Homem
Título do periódico
Travessia - Revista do migrante
Volume
11
Ano de Publicação
1998
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Açorianos
Resumo

O arquipélago dos Açores fica no Oce­ano Atlântico, mais ou menos a meio ca­minho entre a Europa e os Estados Unidos da América. Fazendo parte do Estado por­tuguês (com status de região autônoma obtido em 1975), como Portugal os Aço­res são marcados pelo fenômeno da emi­gração desde o início do século XIX (Feldman-Bianco, 1997). De fato, em fun­ção do estabelecimento de redes transnacionais de parentesco e de circula­ção de pessoas e bens (materiais ou sim­bólicos), a experiência migratória é constitutiva da vida cotidiana dos habitan­tes do arquipélago, que “abrange a possi­bilidade sempre presente de se emigrar” (Feldman-Bianco, 1995).

Historicamente, os principais destinos deste fluxo migratório foram os Estados Unidos e o Brasil. No caso brasileiro, por exemplo, são conhecidas algumas cidades fundadas por imigrantes açorianos no sul do país. Este artigo, porém, concentra-se sobre um contingente de açorianos que se estabeleceu na cidade de São Paulo, mais precisamente no bairro de Vila Carrão, na Zona Leste da cidade. Vindos principalmente da ilha de São Miguel dos Açores, a partir da década de 50, para trabalharem como empregados em uma tecelagem desse bairro paulistano, estes imigrantes desde então diversifica­ram suas atividades, concentrando-se po­rém no setor pecuário, de laticínios e de comércio de carne.

De qualquer forma, nosso interesse, mais do que fornecer um desenho detalhado dessa migração, com dados estatísticos, gráficos e reconstruções históricas, é mos­trar como se rearticula no contexto da imi­gração no Brasil uma forma cultural e reli­giosa característica do arquipélago dos Açores: a Festa do Divino Espírito Santo. Trata-se de uma festa tradicional, celebra­da anualmente nas ilhas açorianas, ao lon­go das semanas que antecedem e culmi­nam no Pentecostés, festa católica celebra­da 50 dias após a Páscoa. Aqui, pretende­m os, através da descrição (ou da etnografia) de uma festa por nós observa­da em abril e maio de 1995, mostrar como a identidade açoriana é (re)construída em São Paulo, a partir desta festa que foi “transplantada” por esses imigrantes 24 anos depois de sua chegada em São Paulo.

Disciplina
Referência Espacial
Zona
Zona Leste
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Vila Carrão
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1974-1998
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/637

Festas arouquenses no Rio de Janeiro - Reinventando tradições

Tipo de Material
Outros
Autor Principal
Gomes, Artur Nunes
Sexo
Homem
Título do periódico
Travessia - Revista do migrante
Volume
11
Ano de Publicação
1998
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Comemorações
Festas
Migração Portuguesa
Vinho
Resumo

Este trabalho examina, a partir do estudo de festas religiosas e temporais, a reinvenção de tra­dições culturais, segundo a con­cepção de Hobsbawn, para quem essas tra­dições reinventadas são “um conjunto de práticas de natureza ritual ou simbólica, que visam inculcar certos valores e for­mas de comportamento através da repeti­ção que implica, automaticamente, uma continuidade em relação ao passado" (Hobsbawn, 1984: 9). Essas festas são realizadas por mem­bros de uma associação regional portugue­sa do Rio de Janeiro, o Arouca Barra Clu­be, em referência ao local de mesmo nome, que é um Concelho do distrito de Aveiro, no norte de Portugal. Sua área é de 327 km2 e tem como principal atividade a agri­cultura, em especial a cultura do vinho.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
1960-1990
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/636

A memória da casa e a memória dos outros

Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Gonçalves Filho, José Moura
Sexo
Homem
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
11
Ano de Publicação
1999
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Migração
Memórias
Favela
Centros de Juventude
Resumo

Há quatro Centros de Juventude (CJ) em Vila Joanisa, pequeno bairro afastado para a periferia sul de São Paulo. Mantiveram os nomes das comunidades a que estão vinculados: São Carlos, São João, São Francisco e Santa Rita. Sem contar sá­bados e domingos, as crianças são neles recebidas todos os dias da semana, pela manhã ou pela tarde, antes ou depois da escola. Todo dia há almoço e um pequeno lanche: muitas crianças só nestas refeições têm o que comer; outras, bastam-se com isso para que o alimento de casa fique para o resto da família.

A ocupação da Vila Joanisa foi sobre­tudo conduzida por famílias de migrantes, gente saída das Minas Gerais ou interioranos paulistas. A avenida Yervant Kissaijikian, balizada pelas paradas de ônibus, corta todo o bairro até Diadema. Forma um eixo predominantemente comer­cial, amontoando pequenas lojas, merca­do, açougue, padaria e ramificando-se por ruas bastante íngremes. Dois bolsões de barracos vão logo se expor às margens da Yervant. Se prosseguimos pelas ruas à es­querda (rumo à comunidade São João Ba­tista) ou à direita (rumo à comunidade São Francisco), pelo menos mais uma favela vai se impor de cada lado.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Vila Joaniza
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Anos 1990
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/623

Reconstruindo o passado - Memórias migrantes da Zona Norte de Natal

Tipo de Material
Outros
Autor Principal
Cavignac, Julie A.,
Sexo
Mulher
Título do periódico
Travessia - Revista do Migrante
Volume
11
Ano de Publicação
1999
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Migração
Memórias
Resumo

Hoje, as consequências da passagem rápida do rural ao urbano no Brasil mo­derno começam a ser apontadas. Fato econômico e histórico determinante na configuração atual do país, esta mutação aparece na realidade bastan­te complexa e tem consequências sociais e culturais determinantes. Por isso, uma pes­quisa sobre as produções narrativas de migrantes morando numa zona periférica da capital do Rio Grande do Norte (a Zona Norte de Natal), propõe avaliar a transformação de uma cultura dita tradicional (a dos habitantes do interior) num contex­to urbano.

Isso se torna possível ao avali­ar-se a importância das mudanças na com­posição do corpus narrativo: memorização ou esquecimento das estórias da “tradição”, criações poéticas, sumiço dos folhetos de cordel, etc. Da mesma forma, através do relato das suas vidas, é possível perceber as transformações ocorridas na vida coti­diana dos novos moradores da cidade e dos migrantes mais antigos da Zona Norte. Afinal, é a ocasião de propor uma leitura cruzada dos textos orais e escritos da rea­lidade dos migrantes, dos seus discursos e das suas narrativas, sublinhando a impor­tância do corpus narrativo da elaboração de uma identidade e, através desta, mos­trar uma apropriação da história do lugar de migração e do espaço. Mas antes de analisar as narrativas e as histórias de vida, é preciso conhecer o contexto geral das migrações bem como lembrar as linhas gerais da história do lo­cal.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Zona
Zona Norte
Cidade/Município
Natal
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio Grande do Norte
Referência Temporal
N/A
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/627