A festa do Divino Espírito Santo entre os açoiranos de São Paulo

Tipo de Material
Outros
Autor Principal
Santos, Gustavo Adolfo P. D.
Sexo
Homem
Título do periódico
Travessia - Revista do migrante
Volume
11
Ano de Publicação
1998
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Português
Palavras chave
Açorianos
Resumo

O arquipélago dos Açores fica no Oce­ano Atlântico, mais ou menos a meio ca­minho entre a Europa e os Estados Unidos da América. Fazendo parte do Estado por­tuguês (com status de região autônoma obtido em 1975), como Portugal os Aço­res são marcados pelo fenômeno da emi­gração desde o início do século XIX (Feldman-Bianco, 1997). De fato, em fun­ção do estabelecimento de redes transnacionais de parentesco e de circula­ção de pessoas e bens (materiais ou sim­bólicos), a experiência migratória é constitutiva da vida cotidiana dos habitan­tes do arquipélago, que “abrange a possi­bilidade sempre presente de se emigrar” (Feldman-Bianco, 1995).

Historicamente, os principais destinos deste fluxo migratório foram os Estados Unidos e o Brasil. No caso brasileiro, por exemplo, são conhecidas algumas cidades fundadas por imigrantes açorianos no sul do país. Este artigo, porém, concentra-se sobre um contingente de açorianos que se estabeleceu na cidade de São Paulo, mais precisamente no bairro de Vila Carrão, na Zona Leste da cidade. Vindos principalmente da ilha de São Miguel dos Açores, a partir da década de 50, para trabalharem como empregados em uma tecelagem desse bairro paulistano, estes imigrantes desde então diversifica­ram suas atividades, concentrando-se po­rém no setor pecuário, de laticínios e de comércio de carne.

De qualquer forma, nosso interesse, mais do que fornecer um desenho detalhado dessa migração, com dados estatísticos, gráficos e reconstruções históricas, é mos­trar como se rearticula no contexto da imi­gração no Brasil uma forma cultural e reli­giosa característica do arquipélago dos Açores: a Festa do Divino Espírito Santo. Trata-se de uma festa tradicional, celebra­da anualmente nas ilhas açorianas, ao lon­go das semanas que antecedem e culmi­nam no Pentecostés, festa católica celebra­da 50 dias após a Páscoa. Aqui, pretende­m os, através da descrição (ou da etnografia) de uma festa por nós observa­da em abril e maio de 1995, mostrar como a identidade açoriana é (re)construída em São Paulo, a partir desta festa que foi “transplantada” por esses imigrantes 24 anos depois de sua chegada em São Paulo.

Disciplina
Referência Espacial
Zona
Zona Leste
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Vila Carrão
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
1974-1998
Localização Eletrônica
https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/637