Autor Principal
Silva, Cátia Aida Pereira da
Local da Publicação
Caxambu ^b ANPOCS
Descrição Adicional
XX Encontro Anual da ANPOCS/Caxambu/MG
Resumo
Analisa a disputa em torno da jurisprudência da área legal da infância com informações sobre o cotidiano do Poder Judiciário e sobre os conflitos entre promotores e juízes. A partir da pesquisa Meninos de Rua e Instituições, desenvolvida no CEBRAP/SP, foi possível acompanhar durante meses o cotidiano das Varas Especiais da Infância, cujos juízes centralizam os julgamentos e processos referentes aos menores infratores da capital de São Paulo; do Ministério Público, composto por promotores; e da Procuradoria Pública, constituída de procuradores que têm a função de defender menores infratores carentes. Afora as indicações maiores da pesquisa de que existe uma competição entre as instituições do campo infanto-juvenil por recursos, poder e legitimidade, observa-se uma disputa de interpretações sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente que visa aumentar e consolidar o poder de cada uma das partes envolvidas no processo judicial. Ainda que conflitos interpretativos sejam inerentes ao Poder Judiciário, conduzidos através de mecanismos afeitos a constantes revisões, eles mostram-se, particularmente, relevantes no caso da criança e do adolescente, uma vez que a lei federal que informa a conduta dos juízes, promotores e procuradores é polêmica, apresenta falhas jurídicas e, por ser muito recente, não criou jurisprudência própria, ou seja, as condutas e decisões são inéditas, não podendo se basear em orientações legais já consolidadas. Portanto, enquanto não se cria esta nova jurisprudência, promotores e juízes disputam o alargamento de seus poderes no âmbito da justiça da infância, apelando a instâncias superiores e servindo-se das lacunas legais do Estatuto da Criança.
Método e Técnica de Pesquisa
Quantitativo