La Recherche Urbaine au Brésil parcours et tendances
Apresenta, em grandes linhas, a trajetória da pesquisa urbana no Brasil após os anos 1930. Conforme a autora, a gradual formação de um campo de estudos urbanos se deveu a quatro fatores: o desenvolvimento das disciplinas universitárias; o financiamento de certas linhas de pesquisa; as tendências das pesquisas internacionais; e a evolução da conjuntura política e urbana brasileira, inspiradora de temas em questões no contexto das disciplinas. Salienta ainda a importância da criação de institutos de pesquisa governamentais, como foi o caso do IBGE (1936), da CAPES e do CNPQ, e o surgimento de associações de pesquisadores, como a ABG (geógrafos), ANPOCS (cientistas sociais) e ANPUR (planificação urbana e regional), na consolidação dos estudos urbanos. Ao mesmo tempo, aponta a influência de geógrafos e sociólogos estrangeiros na formação dos pesquisadores brasileiros, cujos trabalhos passaram a ser divulgados pela Revista de Sociologia nos anos de 1940 e 1950. Destaca as décadas de 1960 e 1970 como o início de uma nova era na pesquisa urbana no Brasil com a entrada de instituições estrangeiras no financiamento de estudos (Fundação Ford); e os anos 1980 como a consolidação destes esforços. Nos anos 1990, as pesquisas urbanas ganham uma nova dimensão com o surgimento do URBANDATA, uma base bibliográfica desenvolvida a partir da iniciativa conjunta do IUPERJ e da ANPUR, que reúne e permite o acesso a mais de cinco mil referências bibliográficas nacionais e estrangeiras, incluindo teses, artigos de periódicos etc.