Vendo (o) corpo, vendo (a) imagem: a autorrepresentação fotográfica de mulheres e travestis profissionais do sexo do Jardim Itatinga, Campinas
Este trabalho foi realizado com mulheres e travestis profissionais do sexo do Jardim Itatinga, bairro de prostituição de Campinas (São Paulo, Brasil), com o objetivo de verificar se a prática fotográfica desses sujeitos apresenta marcas de gênero e se a ingerência da técnica fotográfica poderia tramar a favor das suas autorrepresentações. Em seis meses de atividade de campo, nove dessas profissionais, colaboradoras da pesquisa, captaram imagens com máquinas fotográficas digitais a elas fornecidas. Fez-se oficinas semanais com os dois grupos: numa semana, um dos grupos ficava com as máquinas; na seguinte, os cartões de memória com as imagens feitas naquele período eram descarregados, estas eram armazenadas em computador e as máquinas eram repassadas ao outro grupo. Nas oficinas, discutiu-se técnica fotográfica e repertórios imagéticos. Ao final do trabalho de campo, seis colaboradoras que se mantiveram na pesquisa, cinco delas participantes desde o início, fizeram, como última atividade, uma seleção final de suas imagens, a qual foi justaposta com depoimentos sobre as fotografias escolhidas.