Perfis Etários da Migração por Motivos e Acompanhamentos da Mudança: evidências empíricas para São Paulo entre 1980 e 1993
Neste trabalho são apresentadas taxas de migração específicas por motivações declaradas pelo chefe da família migrante para a mudança e por tipos de arranjos familiares por ocasião do deslocamento, derivadas das informações levantadas em 1993 na Pesquisa Regional por Amostra Domiciliar em São Paulo. Procura-se mostrar que, a cada motivo - procura de emprego, estudo, melhor qualidade de vida, etc. - ou grupo de acompanhantes da migração - migração com família, sozinho -, está associado um padrão etário distinto de taxas migratórias, em função da idade e ciclo vital em que se encontra o migrante e sua família quando do deslocamento. Inicia-se o trabalho com uma breve discussão do trabalho pioneiro de Rogers e Castro na definição das taxas-modelo de migração. Apresenta-se, em seguida, as taxas migratórias empíricas - e as taxas ajustadas (perfis etários-padrão) - encontradas no Estado de São Paulo, segundo a perspectiva dos motivos declarados e composição familiar no momento da última mudança. Segue-se mostrando-se aplicações destes perfis-padrão na modelagem estatística de taxas migratórias empíricas relativas a outros contextos espaciais, na interpretação de padrões de migração líquida e na simulação de cenários demográficos futuros. Experiências práticas de utilização destes perfis-padrão parecem conferis alguma validade externa dos mesmos. Isto talvez se deva ao fato de que, diferentemente de outros modelos empíricos existentes na Demografia, os parâmetros associados aos perfis têm significado muito simples e efeitos muito claros sobre as taxas.