Demografia

Com a perda paulatina de influência da Igreja Católica a partir dos anos 1950, a arregimentação de fiéis por parte dos evangélicos e centros afro-brasileiros expandiu-se consideravelmente. O artigo, baseando-se nos perfis traçados pelo censo de 1991, se propõe a analisar as mudanças que ocorreram na filiação religiosa da juventude brasileira. Além disso, é ressaltado o papel de opção existencial da opção religiosa, o que, no que diz respeito à juventude, pode significar um rompimento com a crença professada pela família.

Os autores apresentam logo de início o conceito de seguridade social com o qual operam no texto, distinguindo seus três componentes: Previdência Social, Seguridade Social e Saúde. Embora apresente dados referentes à população jovem, o artigo se detém sobretudo nas ações da iniciativa federal concenentes a Previdência Social da população em geral, o chamado Regime Geral da Previdência Social - RGPS. O texto analisa e mapeia quase 100 tipos de benefícios diferentes que são oferecidos através do Regime Geral da Previdência Social. As principais fontes de informação sobre os beneficiários são os registros administrativos do Ministério da Previdência e Assistência Social.

O estudo tem por objetivo examinar o quadro ocupacional e de rendimentos dos jovens de 15 a 24 anos na década de 1990. Os dados apresentados correspondem, na sua maior parte, aos agregados das PNADs dos anos 1992, 1993 e 1995, tendo sido detalhados por faixa de idade (15-19 e 20-24) e por área de residência (urbana e rural). Foram complementados por dados oriundos da PNAD de 1995 e da RAIS de 1994.

Partindo de uma discussão a respeito do papel que a educação possuiu enquanto fator de inserção social no mundo moderno, a autora situa esta questão no contexto internacional, trazendo-a depois para ser discutida em relação às suas especificidades no Brasil. O artigo, que possuiu uma vasta gama de informação obtida através de dados qualitativos, demonstra que, a população jovem brasileira tende a crescer. Neste sentido é feita uma discussão das possibilidades de inserir o jovem na sociedade, via trabalho, sendo necessário possibilitar a qualificação do jovem. É levantada a questão da participação privada nestes casos bem como as políticas públicas que têm sido implementadas na área educacional. Relaciona ainda o problema do fracasso escolar com o trabalho infanto-juvenil e a pobreza, além de discutir propostas que visam a qualificação dos jovens e profissionalizá-los.

Se, no Brasil, os processos migratórios já foram bem estudados, sabe-se pouco das transformações ocorridos no âmbito cultural para os indivíduos que viveram o êxodo rural. A ruptura brutal com o universo de origem é o tema de narrativas escritas bem como de relatos orais e histórias de vida. Assim, uma pesquisa sobre as produções narrativas dos migrantes, geralmente originários do interior do estado do Rio Grande do Norte hoje instalados na área periférica da capital do estado, permite avaliar as transformações da cultura tradicional dentro de um contexto urbano. Confrontam-se as representações ligadas à migração e ao exílio: a análise das produções narrativas dos migrantes da zona norte (Natal) revela um tratamento parcialmente normativo, em ambos os casos, que identifica um discurso comum sobre o exílio. Tendo em vista uma leitura conjunta dos textos - romances de cordel, contos, estórias de trancoso, poesias etc. - e das histórias de vida, aparece claramente que os temas da partida, da saudade, do sofrimento ligado à separação, da vida longe de casa, são tratados num modo semelhante. Desenha-se então, pouco a pouco, um discurso comum sobre a infelicidade e o exílio. Se esta análise for completada graças a uma pesquisa de tipo etonográfico, pode avaliar a importância das transformações sofridas na cultura dos migrantes, bem como na composição do seu corpus narrativo - pela memorização ou esquecimento dos textos clássicos, pelas novas criações poéticas, pelas transformações temáticas, pelo desaparecimento dos folhetos e outros -, assim como na realidade quotidiana e na cultura dos novos urbanos ou dos migrantes antigos da zona norte. Ainda considerando-se o processo geral das migrações - que aparece mais complicado do que se pensava -, resgata-se os detalhes da história da zona norte e da vida de cada locutor.

O estudo apresenta uma análise das informações, comportamentos, percepções e expectativas de jovens brasileiros escolarizados a respeito da sua formação educacional e inserção no mercado de trabalho, em posições socialmente prestigiadas. Partindo da constatação que nas últimas décadas o Brasil apresentou uma profunda má distribuição de renda associada à elevados níveis de pobreza e que a recente estabilidade econômica criada pelo Plano Real não contribui para melhorar esse quadro, analisa-se as repercussões da concentração de renda na vulnerabilidade dos jovens, principalmente em relação à educação e ao trabalho. O trabalho busca decifrar quais são as expectativas dos jovens de diversas capitais brasileiras sobre o futuro profissional, confrontando seus sonhos e projetos com a realidade percebida sobre o mercado de trabalho, com base em recentes pesquisas desenvolvidas pela UNESCO/Brasil (i.e: Gangues, Galeras, Chegados e Rappers; Ligado na Galera, Escolas de Paz e Violências nas Escolas), sobre o tema Juventude, Violência e Cidadania. As informações sobre os jovens, suas percepções, expectativas e sonhos são originarias de grupos focais, entrevistas e pesquisas quantitativas que cobrem 14 capitais brasileiras. Evidencia-se que a exclusão social é profundamente sentida pelos jovens em geral, em muitos casos, limitando as expectativas profissionais à sobrevivência imediata e frustrando seus sonhos com profissões de nível superior, que exigem investimentos educacionais fora do alcance de grande parte dos jovens, em especial daqueles com menores renda. A descaracterização do trabalho com uma atividade construtiva, capaz de promover o sentimento de pertencimento social do jovem contribui para o agravamento da condição de vulnerabilidade desse jovem, possibilitando o fomento, em muitos casos, da violência e da criminalidade como alternativa aceitável de sustento.

A emigração internacional inscreve-se no quadro de inflexão do padrão migratório brasileiro prevalecente no período de 1940 a 1980. A recenticidade, as incertezas numéricas, a dimensão qualitativa e a atenção que diversos pesquisadores têm dado a esse fenômeno tornam necessária a construção de um discurso mais preciso sobre ele, precisão cuja concretude reside no esforço de estimar o número de emigrantes internacionais que partem dessa região. Neste sentido, buscar-se-á essa estimação com base na técnica de estimação de saldos migratórios qüinqüenais, desenvolvida pos José Alberto Magno de Carvalho e José Irineu Rangel Rigotti. Assim, à luz de tal técnica e dos dados dos censo de 1970, de 1980, de 1991 e da contagem de 1996, este paper tem o objetivo de estimar o saldo migratório decenal (81-91), os saldos migratórios qüinqüenais (81-86; 86-91 e 91-96) e os emigrantes internacionais dos qüinqüênios 86-91 e 91-96 para as grandes regiões barsileiras e para os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná; a estimativa das taxas líquidas de migração para a população masculina e feminina por grupo etário também fazem parte desse empenho. Para tanto, o esforço teórico e empírico do prof. José Alberto Magno de Carvalho constitui referência básica.