Este artigo procura pensar a chamada “virada infraestrutural” nos estudos urbanos ao longo das últimas duas décadas a partir das teorias e das temporalidades da urbanização das cidades brasileiras. Nosso objetivo é apresentar ao debate internacional sobre a provisão de infraestruturas urbanas uma visão panorâmica de discussões teóricas produzidas no Brasil, a partir de pesquisas etnográficas que há cinquenta anos tematizam a produção cotidiana das cidades. Na primeira parte, retomamos as primeiras etnografias feitas sobre favelas cariocas, no final dos anos 1960, destacando as relações intelectuais entre pesquisadores e a atenção dada às casas e aos serviços urbanos. Na seção seguinte, trazemos para o debate a figura das agentes comunitárias de políticas de habitação social. Como conclusão, a partir das agentes comunitárias, dialogamos com a proposta de AbdouMaliq Simone de pensar “pessoas como infraestruturas”. Técnica e política, trabalho e militância, documentos e materialidades se articulam nos diagnósticos sociais, de modo que as fronteiras entre Estado, mercado e movimentos sociais urbanos se borram.
Autoconstrução e produção da cidade: outra genealogia dos estudos de infraestruturas urbanas
Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Cavalcanti, Mariana
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Araújo, Marcella
Sexo:
Mulher
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2023.37107.002
Título do periódico
Estudos Avançados
Volume
37
Ano de Publicação
2023
Local da Publicação
São Paulo
Página Inicial
7
Página Final
24
Idioma
Português
Palavras chave
Urbanização
Infraestruturas
Favelas
Periferias
Etnografia
Resumo
Disciplina
Área Temática
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
1960-2010
Localização Eletrônica
https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/213853