Da prática clínica intercultural com refugiados e imigrantes transnacionais e as implicações das políticas públicas migratórias para uma escuta ética

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Mallard, Suzana Duarte Santos
Sexo
Mulher
Orientador
ElHajji, Mohammed
Ano de Publicação
2020
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Psicossociologia de comunidades e ecologia social
Instituição
UFRJ
Idioma
Português
Palavras chave
Migração
Refúgio
Trauma
Saúde Mental
Políticas públicas migratórias
Resumo

A partir da clínica com migrantes, mais especificamente com refugiados que buscam um espaço de escuta diante do sofrimento da ordem do trauma, buscamos registrar a percepção dos terapeutas que os acolhem nesse contexto. É a partir da palavra de psicólogos, terapeutas e psicanalistas e seus cuidados a este público que este registro se deu. Nesta experiência nossa escuta priorizou a percepção construída e as formas desenvolvidas para lidar com os desafios deste setting terapêutico. Em um momento histórico em que assistimos a deslocamentos forçados maciços, a saúde mental volta a ser um tema que mobiliza debates de diferentes áreas de conhecimento. Nos propomos refletir sobre as narrativas fruto das experiências de profissionais que atuam no Brasil e nos Estados Unidos (nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Mineápolis). No entanto o cenário de acolhimento que cada país é capaz de oferecer a este migrante permite um tipo de experiência específica. Este é organizado em torno de políticas públicas ou até da falta delas que fomentam estratégias especificas para se lidar com o sofrimento mental de uma população que é vítima de diversas formas de violência. O que é vivido por eles se reflete no relato clínico e convoca o terapeuta em um lugar para além da terapêutica. Relatos de demandas que requerem possibilidades de escuta e intervenção com um impacto político, social e econômico. No Brasil é somente a partir de 2010 que começam a chegar os refugiados forçados a migrar. Mineápolis é uma cidade que têm um histórico de acolhimento de refugiados para os quais criou inúmeros dispositivos e formas de escuta da experiência dessas populações. Dois países e duas realidades distintas que não podem ser comparadas, mas que ensinam a partir de suas práticas. Os arranjos clínicos dos terapeutas podem revelar os efeitos dessas políticas denunciando sua ineficiência ou necessidade de adequação como também seus sucessos. Entretanto o objetivo da pesquisa não é o de normatizar estas práticas, mas de entender estas dinâmicas. Na reconstituição dessas experiências clínicas se desenha o interlocutor que é recebido nesse espaço. O que dele aparece é a produção do discurso do terapeuta no qual se revela também a construção deste outro. Nos propomos discutir a respeito das intervenções clínicas que descrevem uma narrativa particular que sofre efeitos das políticas públicas migratórias.

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
País estrangeiro
Estados Unidos
Especificação da Referência Espacial
Minneapolis
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Cidade/Município
Curitiba
Macrorregião
Sul
Brasil
Habilitado
UF
Paraná
Referência Temporal
2016-2020
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9780125