Coexistir na fronteira: notas de um antropólogo sobre a trajetória de um grupo de jovens em meio a uma guerra entre a comunidade e o tráfico de drogas

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Fonseca, Mario Cesar
Sexo
Homem
Orientador
Koltai, Caterina
Ano de Publicação
2008
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Ciências Sociais
Instituição
PUC/SP
Idioma
Português
Palavras chave
Coexistência
Comunidades
Gueto
Drogas
Juventude
Resumo

Em nome de uma antropologia que busque analisar as relações de poder-resistência a partir da coexistência entre os vários componentes dentro de diferentes territórios urbanos e que vise fazer emergir as várias formas de violência presentes nas relações cotidianas é que me propus a realizar esta pesquisa. Em minha pesquisa de Mestrado intitulada de Cartografia das resistências: uma análise antropológica do Pavilhão Oito da Casa de Detenção de São Paulo onde inferi que tal sociabilidade pode também ser entendida como sendo o produto de um intrigante jogo político entre os detentos e as forças do Estado, gerando hierarquização dos sujeitos envolvidos, redes de corrupção e extorsão, e por fim células criminosas, onde não só farão parte detentos, mas também aqueles que deveriam reeducá-los. Buscando novos prismas para a discussão da violência urbana, me proponho nessa pesquisa de doutorado dar continuidade e problematizar como se deu a mudança de sociabilidade entre um grupo de jovens pichadores chamados Korja, considerados rebeldes, da Vila Brasilândia e a comunidade na qual viviam. Entendo que coexistência dos jovens moradores dos bairros periféricos das grandes cidades se constrói, de modo geral na rua, as esquinas se transformam em pontos de encontro e lazer. É aí que constroem as amizades e os jovens buscam construir identidades coletivas, ao mesmo tempo em que aprendem a conviver com a violência urbana e a lidar com os aparelhos repressivos. No que diz respeito, mais especificamente a estes jovens da Vila Brasilândia, o que desperta meu interesse é compreender como se deu a transformação tanto da sociabilidade, como da maneira que a comunidade os percebia. Se de início esta os via como aquilo que de fato eram, jovens rebeldes e sonhadores, aos poucos passaram a ser vistos como indivíduos perigosos e indesejados que haviam se transformado num problema e num peso para a comunidade. Essa mudança se deu progressivamente, a partir do momento em que eles passaram a ser aliciados pelo tráfico que buscava dominar a comunidade. Em um primeiro momento esses jovens se viram no centro de um fogo cruzado, onde por um lado, a comunidade tentava cooptá-los e recuperá-los através de práticas normalizadoras, e do outro, os traficantes que tentavam seduzí-los e aliciá-los, fato que terminava freqüentemente com a morte de alguns deles

Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Vila Brasilândia
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2006-2009
Localização Eletrônica
https://tede.pucsp.br/bitstream/handle/4012/1/Mario%20Fonseca.pdf