Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Frehse, Fraya
Sexo
Mulher
Orientador
Schwarcz, Lilia Moritz
Ano de Publicação
2004
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia Social
Instituição
USP
Página Final
587
Descrição Adicional
Resumo: O que a civilidade nas ruas da cidade de São Paulo entre o inÍcio do século XIX e o inÍcio do XX revela sobre a maneira como essa sociedade se ajustou, em termos culturais, ao advento da modernidade ali em meio à decadência da escravidão? A fim de adquirir respostas para a questão, enfoco as regras de conduta vigentes naquele que foi assumido por estudiosos como espaço que sintetizaria a modernidade na cidade enquanto forma específica de povoamento humano: a rua. A literatura especializada sugere que a transitoriedade que define a modernidade se expressa, nas ruas, através da predominância de movimentos corporais que podem ser sintetizados como circulação, e na prevalência da impessoalidade enquanto princípio de interação nesse espaço. O que isso significa na São Paulo oitocentista, onde as ruas eram eminentemente lugares de permanência dos pobres, sendo que os indivíduos social e economicamente mais prestigiados as frequentavam quase apenas em dia de missa ou de festa? Minha referência teórico-metodológica é transeunte, protagonista da civilidade moderna nas ruas. Importa qualificar especificamente como a civilidade da qual o transeunte a personagem se torna regra nas vias centrais paulistanas entre as décadas de 1800 e 1860 e o intervalo entre as décadas de 1880 e o ano de 1917. Para tanto, debrucei-me sobre relatos de viagem, cartas, diários, memórias, crônicas e notÍcias jornalÍsticas, fotografias e postais cujos autores, ligados direta ou indiretamente as elites e nascentes camadas mÉdias paulistanas da época, discorrem direta ou indiretamente sobre sua própria maneira de deslocar-se e de interagir nas ruas centrais nos dois intervalos em foco. Em função das vivências reais e imaginárias que tiveram desse espaço, os autores se transformam em informantes para a construção de uma etnografia que se constitui de duas partes de respectivamente trás capÍtulos, referidos As regras de conduta envolvendo o comportamento corporal e as interações de estudantes da Academia de Direito, mulheres de elite, jornalistas e fotógrafos nas ruas em cada um dos intervalos temporais. Ambas as partes são separadas entre si por um Intermediário no qual reflito brevemente sobre o papel que mercadorias, infraestrutura, idéias e políticas públicas (legislação e intervenções urbanísticas) teriam exercido na introdução de novas regras de civilidade nas ruas. Essa estrutura argumentativa permite compreender em termos antropológicos como se alteraram, ao longo de mais de cem anos, as regras de conduta que podem ter envolvido a movimentação física e as interações dos tipos humanos em foco nas ruas. Em meio à complexa dinâmica sociocultural que une, ao mesmo tempo em que separa, elites e incipientes camadas médias em torno da temática da civilidade nesse espaço no tempo, nota-se uma sociedade na qual todos tendem a circular, mas suas formas de interagir permanecem fortemente marcadas pela pessoalidade predominante no passado. Esta é indicativa de regras de conduta cerimoniais que asseguram que, ao menos para alguns estratos sociais, a rua seja e se mantenha, com o advento da modernidade - sobretudo uma extensão física cerimonial da casa.
Idioma
Português
Palavras chave
Modernidade
Rua
Circulação
Transeunte
Civilidade
Resumo
Disciplina
Área Temática
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Início do século XIX - Início do século XX
Localização Eletrônica
https://dedalus.usp.br/F/S3443TFXR9JD9FF7Q76EEK5NU341U39S95T4FS3MTGKKHRGYMA-09980?func=full-set-set&set_number=003015&set_entry=000001&format=999