Sociedade do controle, guerra às drogas e as favelas do Rio de Janeiro: o caso do Centro de Comando e Controle da UPP Rocinha

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Santos Filho, Julio Cesar de Mendonça
Sexo
Homem
Orientador
Silva, Luiz Antonio Machado da
Ano de Publicação
2015
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Sociologia
Instituição
UERJ
Página Final
218
Idioma
Português
Palavras chave
Favela
Polícia Militar
Unidade de Polícia Pacificadora
Rocinha
Resumo

Esta dissertação versa sobre o ascensão de uma nova mecânica de poder e sua implantação em áreas de relegação como no estudo de caso: a favela da Rocinha, com a instalação do Centro de Comando e Controle da UPP Rocinha. Para melhor descrever este processo, através de entrevistas, acompanhamento do dia-a-dia de inspiração etnográfica, conversas informais e revisão de literatura, realizou-se um extenso trabalho de campo e de esforço teórico para tentar dar conta da realidade que se apresentava. A partir das análises de processos subjacentes ou pressupostos ao âmbito central da pesquisa, tem-se mais substrato para chegar onde se quer. Por isto, analisam-se a origem e função da instituição policial, a história da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, as políticas de segurança do governo Sérgio Cabral e Pezão, a guerra às drogas e a militarização da segurança pública, a favela enquanto categoria analítica – ou não -, o projeto das UPPs. Além de conceitos teóricos chaves para o desenvolvimento deste trabalho, dentre eles: estado de exceção, homo sacer, campo, soberania schmittiana e biopolítica. Após estas discussões conceituais, modifica-se o rumo da análise para entender quais outras mecânicas de poder estão em funcionamento e como elas se imbricam, ressignificando-se, gerando um híbrido. A sociedade disciplinar que, já entranhada como forma de governamentalidade das favelas, choca-se com a sociedade de controle, misturam-se, então, biopolítica e controle. Assim como a sociedade controle, a vigilância eletrônica é rizomática, ao contrário da vigilância disciplinar, que é arborescente, por negar o múltiplo, através de processos de moldagens descritos por Deleuze e Guattari (2000). Só então é que se torna possível tirar conclusões do campo com elevado poder explicativo, como por exemplo que a implantação do sistema de câmeras acentua diferenciações, portanto, as clivagens sociais, uma vez que é baseada sobre classificações, que por sua vez são fundadas sobre estereótipos racistas, machistas, classicistas e de toda a sorte, variando em função dos riscos percebidos, do público-alvo desejado para pôr em exceção sob vigilância eletrônica, típico das penalizações a céu aberto das sociedades de controle, o que alguns já chamam de ecopolítica.

Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Região
Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Zona
Zona Sul
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Bairro/Distrito
Rocinha
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
2013-2015
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2956990